Apenas o tempo escrita por Peggie


Capítulo 6
Capítulo 5 - As mentiras de fevereiro


Notas iniciais do capítulo

HEY HEY EVERYBODY! Pra quem gosta de beijo, tem beijo! Sei que estou desenvolvendo o relacionamento desses dois a passos lentos, mesmo que seja uma short, mas as coisas irão acelerar razoavelmente agora, acho que estamos perto do fim hahaha. O último capítulo já está semi pronto, só falta escrever o que acontece entre esse meio tempo.
Muito obrigada por comentarem ♥ Vocês não têm noção do quanto isso me alegra.
Então por favor não deixem de me contar o que estão achando nos comentários.

Aproveitem o capítulo de hoje ♥
Boa leitura



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Capítulo 5  - Mentiras de fevereiro

4 de fevereiro - A primeira da semana

Há semanas atrás havia comentado que enquanto minhas amigas exploravam corpos alheios, eu mal havia dado meu primeiro beijo. Honestamente, não esperava que o cenário mudasse drasticamente em questão de dias. Afinal, era Natal e eu estava sendo nostálgica me lembrando dos acontecimentos consideravelmente recentes. 

Mas agora, eu estava em um tipo de relacionamento com Herondale, a questão era que dessa vez parecia ser muito diferente das minhas experiências anteriores, Simon e Jordan resultaram em conhecimentos distintos, afinal, não passávamos tanto tempo sozinhos, ou procurávamos nos ver com tamanha frequência.

A questão era como parecíamos estar indo rápido demais

Estávamos no quarto de Jace, sozinhos

Suas mãos puxavam-me em direção ao seu corpo fortemente. Minhas mãos emaranhavam-se em seus cabelos. Sentia-me sempre eufórica quando nossos beijos tornavam-se mais “brutos” pois ele parecia diferente, talvez fosse pois ainda não havia me acostumado com o nosso algo de forma tão intensa, ou porque a experiência era relativamente nova. 

Minha pele parecia pegar fogo quando beijava meu pescoço, ou quando segurava-me pelo quadril. Quando suas mãos entravam pela blusa e acariciavam minha barriga, era como se a atmosfera que nos envolvesse mudasse. Não era habituada com isso. 

Decidi distribuir leves beijos por seu pescoço, para não ficar à sua mercê, Jonathan então suspirou profundamente, ocasionando arrepios pela minha pele. Seu aperto em meu corpo tornou-se mais forte, conforme minhas mãos se direcionaram por sua camisa, tocando sua pele quente por baixo dela. 

Nossos lábios se encontraram mais uma vez, quentes e decididos. Espalmei minhas mãos em seus ombros, arranhando levemente a região. Entorpecida, seria a palavra para descrever meu estado. A boca do Herondale buscou minha clavícula, mordendo a pele da região, fazendo com que eu arfasse audivelmente.

Seus olhos varriam meu corpo, senti minha pele esquentar ao observar seu olhar. Seu polegar explorou meu lábio inferior, Jonathan parecia concentrado, e embora minha respiração descompassada fosse notável, ele parecia estar absorto em seus pensamentos. Beijou-me novamente, então. Fazendo com que, sem motivo aparente, eu o interrompesse e dissesse: 

Jace – embora não intencional minha voz soou lânguida, como um suspiro. – Nós não deveríamos estudar?

(>>>)

A primeira mentira da semana foi dizer à minha mãe, frustrada sem razão aparente, que havia passado a tarde na casa de Aline Penhallow resolvendo um projeto de biologia. Enquanto tinha estado com Jace durante toda a tarde, não estudando.

O que gerou inúmeras dúvidas, pois esse nome não era mencionado frequentemente. 

“–  Quem é essa garota? E por que tenho a sensação de já ter ouvido esse nome?”

Notavelmente ela não se lembrava que essa garota havia nos visitado, ou que essa garota tinha sido citada inúmeras vezes durante o natal. 

Embora reconheça que seria mais fácil, em teoria, caso a verdade viesse à tona era mais confortável manter desse jeito. Jocelyn tinha um talento imensurável em estragar meus relacionamentos não queria expô-lo a algo tão destrutivo justo agora. Estar com ele trazia-me paz, uma felicidade e sensação de calmaria enorme, contar agora era tornar nosso algo em nada em questão de segundos. 

Não poderia fazer isso, não agora. 

Jocelyn estava tão estranha durante a manhã e após o trabalho. Arredia. Poderia até mesmo dizer que parecia estar com raiva, mas nem em um milhão de anos eu saberia a razão, nós não tínhamos a melhor relação do mundo, daquelas que se inveja por tamanha sinceridade e cumplicidade. 

— Onde você esteve? – sua voz me surpreendeu ao sair da cozinha. Seu semblante parecia calmo, mesmo que seu tom não apresentasse semelhança alguma com qualquer vestígio de brandura. 

— Boa noite para você também – disse, ao colocar minhas chaves no aparador – Está em casa. – comentei brevemente, escapando de seu questionando – Aconteceu algo? Está tudo bem? – indaguei curiosa, afinal não era do feitio de Jocelyn soar tão inquisidora repentinamente.

Suas atitudes eram prova de que nada estava bem.Mesmo que não fôssemos confidentes era nítido quando algo andava mal, principalmente quando Jocelyn parecia estar a ponto de surtar.

Mas eu não arriscaria em perguntar. Não por falta de interesse ou curiosidade, mas afim de preservar a paz na casa, mesmo que soasse contraditório, deixar como estava era a melhor solução.

(>>>)

 

5 de fevereiro - Segundo dia

Arriscado. Encontrar Jonathan nos confins da escola era arriscado, sem sombra de dúvida. Nós corríamos o risco de sermos vistos, e independente de por quem a situação não seria favorável. Caso fosse por algum funcionário, detenção. Por algum aluno, fofoca e consequentemente, muito provavelmente, detenção.

Mas foi inevitável.

Hoje não teríamos muito tempo juntos, tínhamos afazeres extracurriculares, além de encontrarmos a orientadora responsável por nos auxiliar com a faculdade. Então qualquer oportunidade de nos vermos era válida.

—  Nós não deveríamos estar aqui –  comentei olhando aos arredores mais uma vez. Alguns estudantes espalhados pela sala, focados em suas tarefas, uma grande parte possuía fones. A todo instante os olhava torcendo para que estivessem distraídos e absortos em suas funções. Jace segurava uma das minhas mãos enquanto nos guiava pela biblioteca. Paramos em um lugar visível, ou seja, estávamos vulneráveis. Apoiei meu corpo em uma das estantes, olhando ao redor. Jonathan estava visivelmente relaxado e tranquilo com a situação. Mexia em meu cabelo com a mão livre. 

Mesmo que consideravelmente longe dos olhares curiosos, não conseguia deixar de me sentir angustiada. Algumas pessoas tinham o costume de passar o intervalo de almoço em lugares como a biblioteca, a fim de adiantarem trabalhos ou escaparem de indivíduos inconvenientes

—  Eu sei. –  respondeu enquanto continuava a carícia. –  Mas é horário de almoço – opinou

—  Tem bastante gente aqui. –  apontei um fato, olhando mais uma vez os indivíduos presentes naquela sala.

—  Eu sei –  foi breve –  Relaxa – deu-me um beijo rápido, segurando minha mão firmemente.

—  Jace. –  o “repreendi”, mas não consegui esconder o sorriso. Ele me direcionava às estantes mais distantes

—  Melhor? –  questionou retoricamente ao chegarmos em uma parte vazia e pouco visitada naquele lugar. Estávamos escondidos por vários móveis –  Você tá muito estressada. – olhou-me. Encontrava-me apoiada em uma das estantes, enquanto ele tinha seu corpo escorado no meu. 

Uma de suas mãos apoiada em um livro próximo à minha cabeça, enquanto a outra pendia ao lado de seu corpo. Já as minhas seguravam o tecido de seu casaco, ele tinha seu corpo inclinado em direção ao meu. Sentia-me extasiada ao olhar para ele, era capaz de sentir meu coração desenfreado toda vez que percebia que Jace encarava minha boca, ou quando puxava-me pela nuca. 

Era tão bom

Enquanto eu sorria levemente, ele parecia estar maquinando algo. Esperei que ele dissesse algo, e quanto Herondale notou que esperava por algo, questionou:

—  A ideia de saberem sobre nós te deixa tão brava?—  a palavra não parecia a certa. Seu olhar parecia decepcionado. Fiquei sem reação. Jace Herondale não era uma pessoa muito aberta para falar das emoções, nos conhecíamos desde pequenos, Izzy era sua prima, logo, eu reconhecia isso por inúmeros fatores, pela convivência e pelos “rumores”. Saber que fui a responsável por algo tão nítido me magoou profundamente. 

Mágoa não parece a palavra exata, mas a sensação é semelhante. 

—  Jace… —  disse mais uma vez. Sua postura mudou completamente, endireitou-se e continuou a me olhar, mas não retirou o braço próximo à minha cabeça.–  Você sabe que não é assim. – tentei, mas ele desviou o olhar. Pus uma de minhas mãos em seu rosto virando-o em minha direção, e esforcei-me para ficar mais alta, apoiando-me nele. Falei mais uma vez:

—  Você sabe que não é assim –  repeti, olhando-o nos olhos. –  Tem muita coisa envolvida. – comecei, decidindo explicar –  Tem a Iz. – recebi um olhar duvidoso – Tem o Jocelyn – embora não quisesse contar agora talvez fosse necessário –  Eu prometo que depois te digo qual é o problema com a minha mãe, ouviu? – perguntei segurando sua face cuidadosamente –  Prometo – fiquei na ponta dos pés para dar um beijo rápido, que não foi “muito bem recebido”.

Abri um sorriso, mesmo que não fosse completamente verdadeiro, porque esse tópico em particular deixava-me inquieta, com uma sensação desconfortável, embora a reação de Jace fosse “fofa” com milhares de aspas.

—  Prometo –  puxando-o novamente e distribuindo beijos por seu rosto. Por fim segurando seu rosto mais uma vez –  Prometo – sussurrei. Recebendo um beijo no topo da cabeça em resposta.

Ficamos em silêncio. Abraçados, meus braços rodeavam seu corpo, estávamos bem próximos, minha cabeça em seu peito enquanto ele acariciava meu cabelo. Gostava quando estávamos próximos. 

Naquele instante eu não me preocupei com olhares curiosos ou detenção. Sinceramente

(>>>)

Apressada. A aula começaria em alguns minutos e eu sabia que não poderia perder. A última coisa que eu gostaria era que meu boletim ou presença exemplar fossem prejudicadas, embora a segunda parte já tivesse acontecido há semanas, prometemos nunca mais repetirmos a dose, nosso futuro essa importante demais para cada um. 

Meus sapatos batiam fortemente contra o piso de porcelanato, não poderia correr, então andava o mais rápido que conseguia e isso era audível. Finalmente vi a porta e entrei rapidamente, um tanto quanto esbaforida. Pude ver Isabelle absorta em seu celular enquanto esperava a chegada do professor.

—  Você sumiu. Por onde esteve? –  Iz perguntou assim que me aproximei dela –  Não te encontrei durante o almoço. Conseguiu comer alguma coisa? –  sua fala despertou em mim uma memória recente.

Não…

Merda como pude esquecer?

Durante todo aquele tempo estive tão desligada que esqueci-me para quê servia aquele intervalo: não morrer de fome ou desmaiar pelos confins do colégio, o que já havia acontecido com alguns alunos ao longo dos anos.

—  Pela sua cara já vi que não –  continuou ela – Por onde esteve? –  questionou novamente, enquanto me sentava.

—  Com a orientadora –  respondi com a primeira coisa que me veio em mente –  Acabei me perdendo com os horários. Sabe como é, né? 

—  Sério? –  pareceu desconfiada. –  Encontrou o Simon por lá? –  puta merda… Por que não pensei em algo melhor? Eu deveria saber que hoje ele a encontraria.

—  Não! –  tentei demonstrar surpresa e desapontamento –  Ele esteve por lá?

—  Sim. –  disse simplesmente. Iria continuar, seus lábios abriram, porém logo se fecharam. Ao invés disso abriu a mochila e tirou de lá uma maçã e um pote que estendeu em minha direção –  Vê se não morre de fome e tenta não esquecer da próxima vez, tá? – sorriu – Depois a gente fala sobre isso. – olhou para frente.

—  Obrigada –  respondi ao pegar.

(>>>)

Ao voltarmos para casa aquela tarde Izzy e eu conversamos sobre inúmeros assuntos.Felizmente nenhum deles envolveu minha contradição a respeito do horário do almoço e a orientadora.

Até mesmo Jocelyn foi pauta para nós. Minha mãe foi um tópico muito importante quando éramos mais novas, quando meu pai morreu e até mesmo quando apareci com protótipos de relacionamento com Jordan e Simon. Jocelyn Fairchild era um assunto recorrente, principalmente por nossas interações serem saudáveis e calorosas.

Quando Iz perguntou-me sobre ela foi como se toda a hostilidade direcionada a mim na noite passada viesse à tona.

“–  Vocês continuam com …? –  não deixei-a continuar

—  Uma relação de merda? –  completei – Sim. Com certeza.

—  Eu iria perguntar se continuam discutindo muito. –  comentou 

—  Ultimamente, não… 

—  Ontem eu ouvi vocês duas –  pareceu envergonhada – Não foi intencional. Desculpa.

—  Tudo bem. –  disse sincera –  É só … – suspirei –  É complicado. “

Difícil era sempre uma das palavras que usava para definir meu relacionamento com minha mãe. Nós éramos compatíveis há algum tempo, mas aparentemente isso mudou drasticamente ao longo dos anos. Nos perdemos no silêncio que cultivamos naquela casa. 

Era como viver sozinha, mesmo que existisse outra pessoa lá. Não conversávamos e quando fazíamos tornava-se um caos.  Mas naquele momento lembrei-me que precisaria explicar para outro alguém qual era o problema com Jocelyn Fray.

E por que raios ela era alguém destrutível para algo que me fazia tão bem.


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Notas finais do capítulo

Pessoas lindas e bonitas desse Brasil! Não esqueçam de me dizer o que estão achando amo responder cada comentário é muito importante para mim e me incentiva muito.
Então, por favor, comentem ♥
Qualquer errinho me avisem, please. Eu leio duas vezes mas talvez alguma coisa tenha passado

PS: Estava lendo as regras de postagem do NYAH e por isso não estou fazendo agradecimentos individuais como anteriormente no início dos capítulos. Mas lerei novamente para ter certeza se é ou não permitido ♥

Beijos e abraços
Mr. Secret

Postado em: 31/01/2020



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