Emma olhou para o céu. As nuvens estavam lá, cobrindo as estrelas, mas não deixava de ser lindo. 

Uma mão tocou a sua. 

— Em que você tanto pensa?

— Em tudo e em nada — ela disse, olhando para o lado e sorrindo para Catherine.

— Uau, sempre tão reflexiva — Catherine provocou e voltou a olhar para o céu.

— É você que me faz ficar assim — foi tudo que Emma respondeu. 

Catherine riu, e Emma não conseguiu parar de olhá-la. Quando Catherine ria, era como se todas as estrelas a observassem e o mundo ficasse em silêncio para admirar o som. Ou talvez fosse só a visão de uma pessoa apaixonada. 

Emma voltou a mirar o céu, mas chegou mais perto da outra garota. Agora não havia mais distância entre as duas. Era assim que Emma gostava; tocar em Catherine fazia tudo parecer mais real. Os braços roçando, a cabeça inclinada no ombro da outra garota, as pernas enroscadas. Desse jeito, Emma se sentia mais segura (Emma sentia que Catherine não desapareceria assim, mesmo que fosse um medo bobo). 

— Sabe, há seis meses eu não imaginava que estaria assim com você — Emma confessou.

— Sério? Por quê? — Catherine indagou, ainda olhando para o céu, mas interessada no que Emma falava.

— Porque eu não achava que você iria me enxergar algum dia. Eu nunca esperei, de nenhuma forma, que você fosse simplesmente chegar em mim e dizer "oi, eu gosto de você e acho que você sente o mesmo por mim, vamos no cinema nos beijar ao invés de assistir o filme?"

— O quê? — Catherine virou de lado, com cara de indignação. Emma também virou, e agora estavam as duas de frente uma para a outra. — Não foi assim tão repentino! A gente sempre se falou, só não éramos tão próximas - provavelmente por timidez. Eu sempre te notei e tenho uma abismo por você desde que eu pisei naquela escola, eu só precisava de um empurrão. E o empurrão foi o jeito que você ficava vermelha toda vez que me via — ao dizer isto, Catherine apertou uma das bochechas da namorada, contudo ganhou um tapa fraco no ombro. — Ai!

— Larga de ser dramática, nem doeu.

— Doeu sim!

— Então toma um beijinho para sarar. — Emma se aproximou e deu um selinho rápido na namorada, que abriu um sorriso.

— Viu só, como eu não perceberia você? Você tem esse jeitinho comigo, como eu não iria me apaixonar?

— Ah, sei lá, você sabe que eu não sou muito confiante.

— Emma, Em, meu amor, — Catherine segurou seu rosto e olhou no fundo de seus olhos, e Emma se afogou naqueles olhos castanhos — eu sou apaixonada por você, por quem você é. Nunca se esqueça disso. Você é muito importante pra mim, assim como eu sei que sou pra você. E eu vou fazer de tudo pra te ajudar a confiar mais em si mesma, porque você é incrível. Entendeu? 

Emma só acenou com a cabeça. Meu deus, como ela conseguiu uma namorada tão maravilhosa? 

Ela se aproximou mais de Catherine, e as duas se beijaram como se fosse a primeira vez. Toda vez que elas se beijavam, Emma sentia as mil e uma emoções do primeiro beijo, e esperava que fosse assim para sempre. 

Quando as duas se separaram, Catherine lhe perguntou:

— O que você quer fazer agora?

— Só ficar aqui abraçada com você, sentindo você perto de mim. O que acha?

— Acho extraordinário.