Control escrita por ladyenoire


Capítulo 1
Black Knight


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/783713/chapter/1

“Eu sou mais frio do que esta casa.

Eu sou mais cruel que meus demônios”.

 

As coisas não estavam indo bem naquela semana.

Era uma semana de provas na escola e tudo que eu queria estar ficar trancado no meu quarto estudando. Mas Hawk Moth resolveu mandar vários akumas e o meu pai não me poupou dos meus afazeres como modelo. Tentei explicar e dizer que eu precisava estudar, só que ele discordava e dizia que na verdade eu nem precisava ir à escola.

Basicamente, meu pai me proibiu de faltar às aulas de esgrima, chinês e piano. Além das sessões de fotos que pareciam ter aumentado a frequência.

Talvez ele estivesse estressado com algo e acabou me estressando também. Embora não fosse culpa minha o que quer que ele estivesse passando.

Com todas essas questões, a minha semana estava se arrastando – enquanto eu tentava equilibrar tudo de maneira desastrosa— e quando percebi, já estávamos na sexta-feira. Eu tinha prova naquele dia. Cheguei a estudar na noite anterior, mas dormi por conta do cansaço e ainda por cima quase me atrasei para a aula.

O fato é que a minha cabeça estava explodindo, tudo estava desmoronando e cada vez mais eu tinha vontade de jogar tudo para o alto.

Mas eu não podia fazer isso.

Então, o que me restava era aguentar firme e fingir que estava tudo bem. Como sempre.

— Você marcou qual na primeira? – Nino questionou para Alya, assim que ela saiu da sala.

— E isso importa? Vem ver o vídeo que eu gravei da Ladybug lutando sozinha ontem à noite contra um akumatizado! – puxou o moreno pela gola, enquanto eu arregalava os olhos. Parei ao lado deles, assistindo um trecho da filmagem amadora.

Eu não acredito que o puto do Hawk Moth resolveu mandar um akuma justo enquanto eu estava quase que desmaiado de sono. E eu não posso culpar o Plagg por não ter me acordado, pois ele estava na mesma situação que eu.

Respirei fundo, pensando que teria que me desculpar com Ladybug mais cedo ou mais tarde. Talvez ela entendesse os meus motivos. Ou talvez não.

— Não fez muita diferença mesmo. Chat Noir é só o assistente da Ladybug. – a voz de Lila Rossi ecoou atraindo a nossa atenção. Ela tinha acabado de sair da prova e possuía a sua expressão maldosa de sempre.

— Você só está falando isso porque tem problemas pessoais com a Ladybug e o Chat Noir. – Marinette saiu também e disse com um voz cansada. Provavelmente estava com sono assim como eu.

— Eu posso não gostar deles, mas você sabe que eu falo a verdade. Querendo ou não, a patética da Ladybug conseguiu derrotar o akuma sozinha. Mas o que aconteceria se quem estivesse sozinho fosse o Chat Noir? – ela riu e os meus amigos se calaram. Embora eu imaginasse que não fosse por mal. Nem eu sabia o que aconteceria. – Eu disse. – sorriu, enquanto eu sentia a raiva no meu sangue – O Chat Noir é inútil. E todos sabem.

Suas palavras me atingiram de um jeito que eu simplesmente saí dali. Foi fácil que não me notassem, pois Marinette e Alya saltaram e iniciaram uma discussão com Lila para me defender.

Entrei no carro que já me esperava na frente da escola e não disse nada para o meu motorista. Eu só queria chegar em casa e ficar sozinho. Pois não era só o que Lila tinha dito sobre mim, as palavras dela foram a gota d’água para que eu estivesse prestes a ter um colapso. Eu já não aguentava mais.

Cheguei no meu quarto, retirei o meu anel e o coloquei no meu bolso antes que Plagg dissesse algo, fazendo ele sumir ao invés de permanecer ali fazendo piadinhas. O que só pioraria a minha situação.

Sentei no enorme sofá branco e passei minhas mãos nos cabelos, sentido o ódio em minhas veias.

— Ótimo, agora eu sou a porra de um incompetente total! – reclamei e meus olhos foram parar na fotografia da minha mãe no porta-retratos em cima da minha mesa de centro.

Fui até ela e a segurei em minhas mãos.

Uma parte da raiva se transformou em tristeza profunda e eu só desejava que ela estivesse aqui.

Lágrimas escorregam pelos meus olhos e eu estava tão concentrado na foto, que não vi quando a borboleta negra pousou nela.

Olá caro jovem, suas emoções negativas são muito poderosas. Algo que nunca senti antes.— permaneci calado — Admito que não estava nos meus planos akumatizar você. Mas não posso deixar tamanho caos emocional passar em branco. – engoli em seco, atento às suas palavras – Acha que as pessoas falam demais sobre o que não entendem? Então eu lhe concedo o poder de punir as almas delas e ser o meu cavaleiro.

— E-Eu... – estava pronto para negar. Mas as risadas de Lila vieram na minha mente, assim como o desprezo do meu pai. A pressão de ser perfeito e as obrigações me consumiam. Sem contar no amor da minha mãe, que fazia falta mais do que tudo. – Eu aceito, Hawk Moth.

Excelente. Tudo que eu quero em troca são os Miraculous da Ladybug e do Chat Noir.

— Veremos o que posso fazer.

Ouvi dizer que você é muito bom em esgrima. Prevejo que seremos uma bela dupla, Black Knight.

***

Depois de passar alguns minutos procurando o meu pai dentro da mansão, concluí que ele não estava lá.

Gabriel Agreste seria a primeira pessoa punida por mim. Mas não o encontrei.

Não tinha ninguém lá. Apenas eu. Que agora era tão frio quanto a casa.

Olhei para o medalhão que a foto da minha mãe havia se transformado e por alguns instantes ponderei. Mas não demorou muito para que a borboleta roxa surgisse na minha frente.

Você terá tempo o suficiente para punir o seu pai. Mas agora, eu preciso que vá atrás do que lhe foi pedido.

Não respondi, apenas coloquei a minha espada de volta na cintura e fiz o meu caminho para fora. Precisava encontrar os meus outros alvos.

O estado que eu me encontrava era estranho. Adrien Agreste, o super-herói ainda estava ali, mas era como se eu ouvisse ele falar e o ignorasse. Só existia o Adrien Agreste, Black Knight. A voz de Hawk Moth ainda ecoava em minha mente, inibindo a minha voz interior. E a há essa altura eu já não sabia mais se eu conseguiria estar controle.

***

Ladybug chegou depois de eu prender algumas almas na minha espada – incluindo a da vadia da Lila Rossi, o que é irônico, pois nunca imaginei que ela tivesse uma alma.

— Pare agora mesmo o que está fazendo! – ela exclamou e eu ri. Pude ver que estava um pouco assustada, afinal, nenhum outro akumatizado tinha um poder tão sombrio quanto o meu.

— Desculpe, mas eu não posso atender o seu pedido dessa vez. – me aproximei e ela recuou confusa – Sua alma é pura, não quero puni-la. Então faça o favor de ficar fora disso até que eu termine.

— Desculpe, mas eu não posso atender o seu pedido. – usou a minha fala e partiu pra cima com o seu ioiô.

Não queria machucá-la, eu ainda a amava. Então usava a minha espada para bloquear os golpes deferidos por ela.

— Vamos, Chat Noir. Apareça. – escutei ela murmurar e parei, dando brecha para que ela me acertasse e me jogasse longe. – Lucky Charm! – levantei rapidamente e acertei o objeto com a minha espada antes que chegasse as suas mãos. O Lucky Charm se destruiu em pedaços, fazendo Ladybug me encarar assustada.

Aproveitei o momento para acertar um chute nas suas pernas e a derrubar. Apontei a minha espada para ela.

— Eu não quero ter que machucar você. Então faça um favor a si mesma e desista.

— N-Não. – Ladybug olhou para os lados. Eu sabia exatamente quem ela procurava.

Pegue o Miraculous dela, agora!— Hawk Moth disse em minha mente. – Faça isso antes de acertá-la com a espada, Black Knight!

— Seu parceiro não virá.

— Você está enganado. Ele vai vir sim.

— Se ele não veio ontem, o que te faz pensar que ele virá agora?

— Eu confio nele. – as suas palavras me atingiram e me deixaram paralisado por tempo o suficiente para Ladybug conseguir chutar a minha espada para longe e avançar.

Ela desferia chutes e socos, alguns eu defendia, outros ela acertava. No entanto, a minha armadura era resistente, então eu quase não os sentia. Ladybug pegou impulso na parede atrás dela e me derrubou não.

Levante, Black Knight!— Hawk Moth exclamou impaciente. A mão de Ladybug foi para o meu medalhão, mas eu a segurei a tempo.

Consegui chutar as suas pernas e a derrubar por cima de mim. Rapidamente rolei e a deixei caída, enquanto levantava e pegava a minha espada.

— Último aviso!

— Eu nunca vou desistir!

— Pois devia... My lady. – a sua expressão determinada se tornou em surpresa.

— Chat? – sorriu de lado.

O quê? Você é o Chat Noir?— Hawk Moth questionou — O que está esperando para trazer os Miraculous?

— Você não pode fazer isso, Chat! Você é um herói, somos uma dupla!

Anda, garoto!

— Por favor, Chat! Você está me escutando? Fala comigo!

Eu vou retirar os seus poderes se não fizer o que eu estou mandando!

Quanto mais Hawk Moth e Ladybug falavam, mais eu sentia as minhas personalidades entrando em conflito. Eu só queria sair de lá, ser livre de todas as responsabilidades. Eu não quero mais isso, eu não quero mais ser o Chat Noir. Assim como não quero ser o Black Knight e muito menos, ser o Adrien Agreste.

E naquele momento a minha mente entrou em curto e eu não era nem um dos três.

Eu já não escutava mais ninguém. Hawk Moth não me controlava e eu não fazia ideia de quem estava no controle agora.

Acertei Ladybug em cheio, fazendo com que ela fosse consumida pelo brilho negro e sua alma ficasse presa na minha espada.

O que você fez? Era pra ter pego o Miraculous antes, seu tolo!— Hawk Moth esbravejou e eu senti o meu corpo todo arder. Caí de joelhos e aos poucos o efeito do akuma foi passando e quando dei por mim, estava caído segurando a foto da minha mãe.

Mas mesmo depois de Hawk Moth ter retirado os meus poderes, eu não tinha voltado a ser Adrien Agreste.

 

Eu não posso evitar essa energia terrível.

Pode ter certeza, você devia ter medo de mim.

Quem está no controle?”.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

AAAAAAAAAAAAA O CAVALEIRO NEGRO!!!!

Primeiramente, eu queria dizer que essas oneshots já estavam praticamente estruturadas há muito tempo. Eu fiz uma da Ladybug e uma do Chat Noir akumatizados e depois eu ia fazer uma da Marinette e do Adrien, mas acabei abandonando o projeto. Esse ano eu reescrevi elas e resolvi usar como especial de Halloween, por mais que não sejam tão macabras e sim mais dramáticas.

Eu ia postar de madrugada, mas devido à chuva, fiquei com medo da internet cair. Então vou postar mais cedo mesmo.

Muito obrigada por terem lido e espero que tenha gostado ♥ xoxo



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Control" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.