V E N U S - Origin (Segunda Temporada) escrita por badgalkel


Capítulo 2
2.1 Sacerdotisa




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Ano terrestre: 1960. Ponto de salto, Vênus. Via Láctea.

 

Aquele vácuo imenso de escuridão em conjunto com diversos tipos de corpos celestes, quais reluziam parcialmente toda sua extensão ou formavam linhas luminárias em suas órbitas, eram corriqueiros para os inúmeros seres vivos que por aqueles locais transitavam.

Em suma, existem inúmeros corpos celestes, entre eles asteroides, cometas, estrelas, meteoroides, satélites, planetas, buracos negros, entre outros. Os indivíduos divagantes os reconhecem a anos luz de distância, dada a tecnologia de seus meios de transporte com a função de os protegem de prováveis ameaças do espaço sideral.

No entanto quando se surge um corpo de diferente estrutura molecular, é necessária uma inspeção próxima para que seja feita o reconhecimento. Este não pode ser identificado previamente, logo sua existência é impossível de ser alertada.

Em uma das suas visitas secretas à Urano Ayesha, a sacerdotisa da raça dourada, nota um corpo não-identificado vagando entre a orbita de Vênus e o ponto de salto [1]do mesmo nome. Intrigada com a forma do corpo ela ordena seus súditos recolherem a peça de matéria consistente.

— Provavelmente é lixo sideral, majestade. – Um deles disse.

— Não estou perguntando o que é, estou ordenando que o recolham. – Disse a líder fazendo com que automaticamente eles se calassem e cumprissem o que lhes foi determinado.

O corpo foi posto em uma mesa exploratória e o algoritmo[2] dá-lhes o diagnóstico em poucos instantes:

— Sujeito ativo não-identificado com sinais vitais consistentes; Raça: terráqueo; Gênero: Feminino; Classificação: Sobre-humana. Atributos primários: Absorção de energia, durabilidade, força. – Relevou a voz robotizada do algoritmo.

— Uma terráquea com habilidades sobre-humanas? – Um dos súditos debochou. – Desacredito que eles possam criar algo como igual. São seres primários.

— Obviamente temos a prova do que são capazes. – A sacerdotisa repreendeu. – Nunca julgue a capacidade de uma raça por seus primórdios, você mais que ninguém deveria saber disso.

O súdito se encolheu amedrontado.

— O que faremos com isto, majestade? – Indagou outro com desprezo. – Desconheço no que pode vos ser útil.

 - Vocês não têm de compreender, desde que eu ordene têm de unicamente obedecer. – Ela grunhiu. – E eu quero esta terráquea. Sua durabilidade e absorção de energia a guardou sabe-se-lá quanto tempo vagando pelo vácuo, coisa que muitos de vocês não aguentariam segundos.

Ayesha tocou a face congelada da terráquea vagarosamente. Sob sua pele havia uma leve camada de energia cósmica [3]de fonte desconhecida conservando sua integridade.

 Ela observou seus cabelos desordenados de coloração castanha, trajes rasgados, sujos e cobertos de sangue seco. Contudo, não identificou nenhum sinal de hematomas ou cicatrizes. Tentou imaginar o que poderia ter acontecido a este ser.

 - Esta é a razão de toda a minha existência. – Ayesha declarou com um sorriso estampado no rosto. – Finalmente encontrei meu propósito. Ela.

Ao passear com a mão sob a pele do braço da terráquea notou que em dos dedos da mão direita, estava um anel metálico com uma pedra vermelha em destaque. Tirou-o e aproximou-o de seus olhos, observando-a atentamente.

— Livre-se disto. – Ela ordenou, depositando o anel nas mãos de um dos seus súditos, que logo deu-lhe as costas para cumprir o que lhe fora mandado.

Os indivíduos então seguiram para seu planeta, onde todos os seus seres vivos eram característicos por sua pele dourada e tamanho senso de superioridade.

Cada integrante daquele conjunto habitacional é geneticamente alterado, criados por si mesmos como uma espécie perfeita e autossustentável. Toda a sua estrutura provinha de ideais um único ser, qual designava todo o processo de acordo com preceitos narcisistas.

Ayesha.

Ela provinha de poderes maiores e significativos e com seu manuseio de energia cósmica sideral gerava berços, quais programavam essa energia e as convertia em matéria existente de consciência acoplada.

Porém, todo o seu conhecimento e experiência nunca puderam dá-la o ser completo que tanto idealizara em sua mente. Ela queria uma criatura absolutamente perfeita, com habilidades infinitas a qual mudasse toda uma existência e superasse a todos os seres já criados por todo o espaço e seus confins.

E com esta terráquea ela finalmente poderia realiza-lo.

Logo que a nave pousou no solo de Sovereign, Ayesha desembarcou seguida de seus súditos quais carregavam a terráquea desacordada. Seguiu diretamente ao seu laboratório.

— Ponham-na na cápsula embrionária suprema. – Ordenou apontando a maior caixa dourada, em formato de casulo, carregada de energia das baterias Anulax[4].

— Saiam! Agora! – Ayesha ordenou aos súditos, que de imediato deixaram o lugar.

O corpo foi posto no berço, que se fechou.

Ao acionar o comando, suas vestes rasgadas foram incineradas e os cabelos soltos. Em seguida um líquido pastoso passou por todo o corpo, higienizando-o rapidamente.

 Raios solares inautênticos projetados pelo casulo aqueceu-a, dispensando a utilidade da camada de energia cósmica de defesa que a protegia da temperatura extremamente baixa do vácuo e revitalizou o funcionamento solo da estrutura interna, despertando o corpo do coma induzido.

Uma malha fina e dourada foi vestida ao corpo. Esta cobriu toda a extensão do corpo, exceto mãos, pés e cabeça.

Ao acionar outro botão no painel de controle de vidro, tubos sintéticos surgiram das laterais da cápsula e se fundiram à terráquea. Adentrando em cada célula e inspecionando o que tinha por ali.

O escaneamento deu-se por completo e logo apresentou-lhe toda a estrutura corporal da terráquea. Seus órgãos vitais intactos, estrutura óssea, líquido que os drenavam e o núcleo, de onde agora emanava maior poder.

O corpo era poderoso e resistente e estava inteiramente conservado. Aceitaria sem dificuldades o novo tipo de energia que ela implantaria.

Antes que ela pudesse acionar a indução de absorção de energia de suas baterias para o corpo terráqueo, o painel lhe alertou da retomada de consciência.

Em poucos segundos, a caixa torácica da terráquea se estufou, em uma puxada de ar profunda, e os olhos se esbugalharam.  Ela tossiu, pela perfuração do novo ar que adentrava seus pulmões, e retomou a respiração aos poucos, ainda ofegante.

Ayesha deveria tê-la sedado, mas já era tarde.

A terráquea, por sua vez, notou os tubos conjugados ao seu corpo e os repeliu, em uma única rajada de energia de coloração azul.

 O monitor relatou à sacerdotisa que a energia mais poderosa era proveniente de suas mãos.

Assustada por estar presa a uma caixa dourada a terráquea cerrou o punho expandindo os raios azuis energizados e as portas da cápsula explodiram. Voando estilhaços a metros de distância, sem que ela precisasse ao menos tocá-las.

A terráquea olha ao seu redor e nota estar em uma espécie de sala com controles tecnológicos avançadíssimos, algo que nunca havia visto antes. Um ambiente de estrutura completamente branca com painéis em telas de vidro e centenas de casulos dourados com iluminação também dourada espalhados pelo local.

Ela observa também que atrás do maior painel de controle está um ser alto, magro, de estrutura corpórea feminina, com trajes intrigantes e pele inteiramente dourada.

Ela permanece petrificada como olhar sob aquele ser estranho. Mal conseguia respirar.

Ayesha hesitantemente movimentando as mãos em sua direção, dizendo: - Você está sob os cuidados dos soberanos, terráquea. Não têm o que temer.

Contudo a outra desperta de seu transe com os balbucios que saem de sua boca e estica a mão ofegante, ameaçando disparar. Ela estava completamente aterrorizada.

— Como ousa... – E antes que a sacerdotisa terminasse a frase, o jato de raios azuis a lança através das paredes de vidro.

Isso dá a terráquea tempo de fugir.

Ela olha ao seu redor e não nota nenhuma saída, então aproxima-se das paredes e passa a tocá-las. Assim que sua mão encosta na parede branca, essa abre uma espécie de abertura e revela outro cômodo e assim por diante até que ela avança para o ambiente exterior.

Em sua volta um lugar completamente excêntrico tornou a assustá-la, seus olhos ardem pela claridade de um sol da coloração vermelha. Quando sua visão se torna funcional ela vislumbra o que parecia uma cidade, com arranha-céus de estrutura estranha na cor branca, casas com paredes de vidro, arvores de folhas douradas, rios de água cristalina e seres quais manipulam a mais avançada tecnologia parecidos com aquela à qual ela acabara de atacar.

 Eles vagavam a pé ou em caixas voadoras de cor dourada, mas pararam assim que notaram sua presença.

Ayesha surgiu logo atrás da terráquea, estava com os fios dourados dos cabelos desordenados e hematomas no peito.

A terráquea, por sua vez, ignorou o fato de estar em um lugar completamente exótico e torna a correr. Por vezes esbarrando nos seres que a analisavam com olhos curiosos.

Não conseguiu prosseguir por muito tempo. Ayesha manipula os átomos do ar, moldando-os num campo de força impenetrável ao redor da terráquea em forma de uma bolha cintilante.

Ela se aproxima cautelosamente.

— Agora consegue me compreender? – Indagou, pronunciando palavras na linguagem terráquea: inglês.

A terráquea, ainda mais assustada, tenta disparar energia contra a bolha.

Sem sucesso.

— Não iremos lhe machucar, criatura! – Garantiu a sacerdotisa.

A terráquea evita olhá-la nos olhos de coloração amarela e repensa uma maneira de escapar daquela bolha, tateia sua superfície com as mãos. Ela empurra, puxa e a chuta. A estrutura da bolha é completamente flexível e resistente.

— Estamos em paz! – Ayesha continuava.

Depois de muito relutar e concluir que não sairia dali tão facilmente a terráquea, de forma hesitante, a olha nos olhos.

 Está tremula e ofegante, mas não perde a postura desafiadora e estica a mão deixando-a completamente energizada a ponto de disparar mais raios, apontando-a na direção da criatura que tentava contê-la. Ainda que soubesse que seus raios não ultrapassariam a barreira.

— Quem são vocês? Alienígenas? – Indaga com a voz engasgada.

Ayesha assentiu desgostosa.

— De certa forma, sim.

— Onde estou? – Questionou procurando não se abalar com a informação.

— Está em Sovereign, planeta dos soberanos. Seres impecáveis físico e mentalmente. Sovereign está localizado na décima galáxia denominada Via Cósmica.

Imediatamente a energia que ela concentrava em sua mão se apagou e a terráquea pousa a mão sob a boca, em choque. Seus olhos lacrimejaram, mas ela não permitiu que a lágrima escorresse pelo rosto, secando-a antes que caísse.

Vagarosamente olhou ao seu redor, todos os seres de pele dourada a encaravam curiosos/assustados/surpresos. Focou em dois específicos, um de estrutura corpórea feminina agarrada à um outro menor que a encarava aterrorizado. Supôs serem mãe e filho.

Respirou fundo e abaixou a guarda.

— O que aconteceu comigo? – Indaga encarando os próprios pés, estes descalços.

— Estávamos vagando pela Via láctea quando encontramos o seu corpo na órbita de Vênus. Estava praticamente sem vida, os batimentos fracos. A recolhemos e trouxemos para cá para cuidarmos de você. – Ayesha explicou.

A terráquea se encolheu, abraçando os braços. Ela tentava buscar lembranças em sua mente que pudessem explicar aquele ocorrido. E, de repente, a imagem de um cubo luminoso de cor azul surgiu.

— O Tesseract. – Ela murmurou para si mesma.

— Não queremos lhe fazer mal algum.

A terráquea fechou os olhos em pesar. Aquilo não podia estar acontecendo.

— Eu vou libertá-la da bolha, só se prometer que não disparará sua energia em nosso povo. – Ayesha disse.

A outra então abriu os olhos e respirou fundo, assentindo levemente, e pôs as mãos acima da cabeça onde ficassem evidentes. O campo ao seu redor foi se dissipando até que sumisse por completo.

Ayesha se aproximou da terráquea e garantiu aos demais: - Ela não vai nos machucar, só estava assustada. Por favor retorne aos seus afazeres.

Um dos membros do conselho se aproximou de Ayesha e a confrontou: - O que diabos isso quer dizer, Ayesha? Socializando com humanos?

— Senhor Mitx, espero que não esteja questionando as minhas decisões.

A terráquea os observou de perto ainda assustada, contudo, mais calma.

— Só espero que não gaste recursos desnecessários com esse tipo de raça. – Esclareceu desgostoso.

— Não se preocupe. – Disse ao dar as costas à Mitx e, virando-se para a terráquea, pediu: - Me acompanhe e eu responderei todas as suas dúvidas, terráquea.

A terráquea abaixou as mãos vagarosamente e assentiu, então Ayesha a guiou até um dos rios, com plantas e bancos de vidro ao redor. Sentaram-se em um dos bancos e ficaram ali por um tempo, apenas apreciando a paisagem.

O lugar era pacífico, o que permitia à terráquea pensar com maior clareza.

— Meu nome é Ayesha, sou a alta sacerdotisa deste planeta. – Apresentou-se. - Você está bem?

A terráquea assentiu levemente, sem olhá-la nos olhos, e explicou: - Só estou em choque. Nós, da terra, sequer imaginávamos vida fora de nosso planeta. Quem dirá planetas com seres conscientes e com uma inteligência totalmente avançada.

— Existem bilhões de seres por este espaço afora, a terra se poupa destes contatos conosco desde os primórdios. A nossa galáxia é uma pequena parcela de tudo o que existe.

— Imagino como tudo poderia ser diferente se soubéssemos.

Ayesha assentiu. Elas voltaram a mirar a paisagem.

— Você consegue se lembrar de quem é e o que aconteceu?

A terráquea enruga a testa, buscando fatos em sua memória que se mostram sem dificuldade alguma.

— Meu nome é Harriet Stark, eu sou de Nova York. Fica nos Estados Unidos.

— Vejo dentro de você, é uma das minhas várias habilidades. Já estive na presença de um humano comum antes, mas a sua genealogia é um tanto quanto curiosa.

Harriet respirou fundo e deu de ombros ao falar: - Não é como se o governo americano fosse me prender por isso... Eu fui mutada acidentalmente.

Ayesha indicou que ela poderia prosseguir.

— Estávamos desenvolvendo um projeto na terra para acoplar os genes de soldados e transformá-los em seres mais fortes e mais inteligentes. Eu era uma das cientistas envolvidas. Na realização do projeto, tive um contato com os raios vita e o soro da mutação, desenvolvido por outro cientista. Eles acabaram fundindo-se a mim, mutados pela radiação tóxica.

— E isto a permitiu jatos de energia pelas mãos? – Indagou curiosa.

— Entre outras habilidades. – Harriet mordeu os lábios em hesitação. Não sabia se podia confiar em um ser qual ela não sabia quais eram as morais. Talvez esse tipo de revelação poderia coloca-la em risco ou os outros humanos.

— Pude identificar a absorção de energia, durabilidade e força. Está correto? – Ayesha indagou, deixando a outra surpresa.

— Isso. – Soprou incerta. – A primeira que se manifestou foi a regeneração, meu corpo suporta qualquer tipo de ferimentos ou ameaças. Depois vieram os raios, daí descobrimos que meu metabolismo foi completamente reprogramado de uma forma que eu não envelheça, e então a absorção de energia – disse engolindo em seco, ao se recordar dos jatos de energia do Tesseract que eram atirados em sua direção e a dor que provinha da absorção da descarga desta energia para o seu corpo. Ela não percebia na hora, mas seu corpo se tornava mais forte a cada tiro.

— Isso é fantástico.

— Tem seus lados positivos. – Deu de ombros. E ao se recordar de um fato, indagou: - Por qual razão eu estava naquele casulo esquisito?

— Estava te despertando do coma. Seu corpo trabalhou durante anos para a conversação contra a ameaça do vácuo. A gravidade zero, temperatura extrema e corpos celestiais deveriam ter te matado, mas seu corpo lhe resguardou. A cápsula embrionária reativou os seus órgãos. 

— Por quanto tempo eu fiquei simplesmente vagando por lá? – Questionou ao notar seus cabelos que, antes estavam na altura de seus ombros, agora batiam na altura de sua cintura.

— Devido ao estado da sua preservação eu diria que de sol 3.650 a sol 4.380.

— O que isso quer dizer? – Soltou chocada.

— Ah sim, me esqueci que a contagem do tempo terrestre é diferente. – Ayesha ri descontraída e passa a mão no queixo pontudo, calculando mentalmente. – O ano de vocês é de 366 dias com 24 horas cada, certo? – ela indaga e a terráquea assente inconscientemente. A sacerdotisa aperta os olhos teatralmente e não demora a revelar: - Digamos que pode ser de 10 a 12 anos terráqueos.

— O que? – Harriet engasgou, pasma.

— Sim, infelizmente nós não costumamos visitar aqueles arredores por conta da temperatura do sol. Vênus está muito próximo do sol de seu sistema solar.

— Isso é loucura. Devo estar sonhando. – Murmurou chacoalhando a cabeça em negação.

— Sei que é muito para se absorver de uma vez só. – Disse Ayesha. – Deve estar faminta. Vou pedir para meu povo lhe arranjar alimento e em seguida que tal você ir repousar por um tempo em um dos nossos quartos luxuosos?

—x-

Harriet virava de um lado ao outro naquela enorme cama dourada. Os tecidos sedosos de cor também dourada em nada ajudavam a sua mente parar de trabalhar.

O quarto super espaçoso era um tanto que exagerado, comparado aos quartos da terra. As paredes eram neutras em um tom branco-gelo e detalhes em dourado destacavam-se. Os únicos móveis presentes eram a cama e um tipo de poltrona em um formato estranho.

Ela não conseguia parar de pensar nas pessoas da terra. Seu irmão Howard, seus amigos Steve e Peggy, e o grande amor de sua vida, James.

Como deve ter sido o desfecho daquela batalha?

Teriam eles ganhado?

Estariam procurando-a até hoje ou fora dada como morta ou desaparecida?

Como estariam neste exato momento?

Seus olhos ficavam facilmente molhados ao se recordar dos fantasmas de seu passado. A tortura, a ira, o mal. Ela achava que ia acabar morrendo naquele cativeiro e quando finalmente é salva, acaba sendo transportada para o espaço.

Quem diria?

Pensava consigo, ainda dera sorte desse povo hospitaleiro tê-la abrigado e cuidado dela. Não sabia como funcionavam as coisas no espaço, mas imaginava que, como em qualquer lugar, havia os seres cobertos pelas trevas que poderiam querer fazê-la algum mal.

Os soberanos a resgataram.

E com este pensamento positivo ela forçou seus olhos se fecharem e sua mente ficar vazia. Para que, finalmente, pudesse descansar.

Não muito longe dali estava Ayesha reunida com o conselho Soberano.

— Estamos incomodados pelos recursos que foram gastos, suma sacerdotisa. Fez o resgate da humana às escondidas, não pensando nas consequências de tal ato. Aquela criatura não é honrosa para ser ajudada por nós.

— Tolos. São o que todos vocês são. – Disse Ayesha.

— Como ousa? – Um dos membros se ergueu, ameaçando avançar.

— Basta, Félix! – Uma outra ordenou, fazendo com que ele voltasse ao lugar. Agora, direcionando sua palavra à sacerdotisa, indagou: - Você vê potencial neste ser, Ayesha?

— Quando notarem o que eu irei criar com ela o ódio de vocês se dissipará.

— Vai convertê-la para nossos genes?

— Não, meus queridos. Ela é um passo para a evolução. Será mais poderosa e mais inteligente que todos nós. Será capaz de destruir os Krees[5].

— Como a humana aceitará simplesmente destruir toda uma raça? Não vai contra a moral dos terráqueos?

— Ela não tem que aceitar.

 

 GLOSSÁRIO

 

[1] Pontos de saltos são portais espaciais transitórios, eles transportam o indivíduo de um ponto do Universo a outro.

[2] Inteligência artificial dos soberanos.

[3] Energia cósmica caracteriza-se por uma vasta e ilimitada fonte de energia proveniente do Espaço; Pode ser encontrada em diferentes tipos de corpos celestes como asteroides, cometas, estrelas, meteoroides, satélites, buracos negros, entre outros; É o que abastece a vida no Universo.

[4] As baterias Anulax estão entre as fontes de energia mais poderosas do universo e são muito caras. Apesar de aparentemente pequenas, a quantidade de energia delas é ilimitada, podendo alimentar uma frota de naves inteiras cada uma ou ser usada como fonte de explosivo de alto dano. Os soberanos usam isso como um gerador de energia em seu planeta.

[5] Os Krees são uma raça humanoide de extraterrestres que criou um vasto império intergaláctico.


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Notas finais do capítulo

Olá caros leitores, yes I'm back!!
Antes de tudo, UM FELIZ 2020 À TODOS!!
Espero que consigam realizar tudo o que almejam neste ano com muita saúde, paz e alegria!!
Cá está o segundo capítulo da segunda temporada de Vênus, prometo que não vou demorar tanto assim para atualizar o próximo! Espero que gostem/aproveitem/se divirtam!
Beijos de luz, vejo vocês depois.

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