Se alguém perguntasse o que havia acontecido naquela noite, Jung Hoseok não saberia responder. Não fazia ideia se estava sensível demais por conta dos últimos acontecimentos ou se era outra coisa, mas de uma coisa tinha certeza: Sua relação com Kim Namjoon não seria mais a mesma depois daquela noite. Definitivamente não existiam palavras que pudessem descrever o quanto gostou de sentir as mãos grandes do Kim em seu corpo, seus lábios o beijando daquela forma desejosa, bem como seu calor misturando-se ao dele, as vozes contidas para que ninguém pudesse ouvir o que estavam fazendo no quarto de azulejos.

No fim do ato descansaram sobre o corpo um do outro, Namjoon envolvendo seus braços ao redor do corpo de um Hoseok exausto, que acabou dormindo no peito do Kim, onde foi enviado para o mundo dos sonhos mais uma vez.

Hoseok despertou dentro do sonho deitado no chão do pequeno cômodo com as paredes pintadas com o giz de cera. Os olhos pequenos correram o local lentamente, e então engoliu em seco, tenso. As paredes estavam desenhadas com silhuetas humanas e por breves momentos imaginou se tratar das personalidades de Park Jimin mais uma vez. No entanto, logo essa ideia foi descartada quando, a partir dos desenhos daquelas silhuetas, corpos começaram a surgir dali.

O primeiro a sair dali fez com que lágrimas acabassem escorrendo dos olhos de Hoseok, que levou as duas mãos aos lábios, surpreso. Os cabelos pretos estavam caídos graciosamente pelo rosto, os olhos escuros olhavam em volta daquele lugar como se estivesse assustado, os lábios volumosos estavam trêmulos, e as cicatrizes em seu rosto estavam saltadas naquele momento.

Kim Seokjin. O mesmo Seokjin que conheceu assim que chegou ao hospital psiquiátrico.

Hoseok sequer conseguia conter a emoção que sentiu ao ver o rapaz ali, aparentemente bem apesar de assustado, completamente o oposto do que estavam presenciando desde o dia em que aqueles pesadelos com Reila começaram. Iria chama-lo, porém a atenção de ambos foi tomada por mais uma presença que começava a surgir ali. Contemplaram juntos primeiro um braço, tão branco que parecia brilhar sob a luz fraca daquele cômodo, e que aos poucos foi tomando forma do lado de fora daquela parede. Os cabelos pretos e olhos minúsculos não deixaram dúvidas sobre quem era aquela pessoa, principalmente após a exclamação de Seokjin:

— Yoongi?! – Disse assustado, piscando os olhos delineados para o rapaz de baixa estatura que olhava para as próprias mãos sem entender direito, ao mesmo passo em que olhava ao redor, confuso.

— O que está acontecendo? – A voz rouca do pianista de fez presente, os olhos pequenos repousando em Seokjin finalmente.

Os dois se aproximaram um do outro, olhando em volta, porém não pareciam enxergar Hoseok ali, este que se manteve em silêncio quando mais uma pessoa começou a surgir a partir do desenho das silhuetas. O trio voltou os olhos para a parede atrás de Hoseok. Porém, diferente da tranquilidade com que Yoongi e Seokjin saíram, aquela pessoa parecia estar lutando para se libertar na medida em que o corpo era puxado para dentro da parede. Naquele mesmo instante Seokjin correu na direção daquela pessoa, tentando puxá-la para o lado de fora.

Quando finalmente conseguiu, os dois corpos foram de encontro ao chão, e apenas naquele momento Hoseok conseguiu identificar Kim Taehyung, ofegante, como se estivesse naquela disputa de forças há muito mais tempo do que imaginavam.

— Jin, que droga está acontecendo aqui? – A voz de Yoongi se fez presente mais uma vez enquanto o rapaz se aproximava, ajudando um Taehyung exausto a se levantar.

— Talvez... Seja a Reila de novo...— O rapaz engoliu em seco enquanto também se levantava, sentindo o corpo tremer. – Mas eu não consigo entender o porquê de estarmos aparecendo juntos assim...

— Essa praga maldita está aprontando alguma coisa...— Yoongi deixou escapar, voltando os olhos para Taehyung. Hoseok estava, no mínimo, surpreso pela nova face de Yoongi que estava vendo ali. Afinal, o último contato que teve com o rapaz no mundo dos vivos não foi muito agradável. – Quem você acha que ela vai prender aqui dessa vez?

— Namjoon e Hoseok ainda estão lá fora...— Jin respondeu, e então sua atenção foi tomada novamente por outra aparição em uma parede diferente.

Ao contrário de Taehyung, a pessoa saiu de forma tranquila da parede, caminhando em passos lentos e com a cabeça abaixada. Estava em pé, com os cabelos pretos cobrindo-lhe o rosto, até que de repente seu corpo foi ao chão com tudo. Yoongi piscou várias vezes em surpresa, correndo na direção do corpo do rapaz enquanto Jin o ajudava a fazer com que se sentasse.

— Misericórdia... É o Jungkook... — Jin comentou consigo mesmo, vendo a expressão um tanto surpresa do Jeon, que não parava de olhar para as próprias pernas.

— Eu estava conseguindo andar... Hyung, eu estava conseguindo andar antes, por que agora... — O rapaz começou a chorar, levando as duas mãos ao rosto enquanto era abraçado por um Seokjin que tentava confortá-lo.

Aquela cena partiu o coração de Hoseok em vários pedacinhos. Queria tentar se aproximar e tentar ajudar os seus companheiros de hospital, mas estava mais do que claro que eles não conseguiam vê-lo.

Naquele momento Taehyung voltou os olhos para Jungkook pela primeira vez, lacrimejando, e então se aproximou do rapaz mais novo que apenas naquele momento percebeu a presença do outro ali. O Jung até mesmo sorriu ao ver a forma como Taehyung o abraçou carinhosamente, aninhando a cabeça de Jungkook contra o seu peito enquanto tentava acalmá-lo. Eles realmente tinham muito apreço um pelo outro.

Sequer estava encontrando tempo para processar toda a informação e tentar descobrir o que aquilo tudo significava, pois a todo o momento seus pensamentos eram interrompidos pela aparição de mais um de seus colegas. Naquele momento, ao seu lado, mais uma pessoa começava a surgir das paredes. Uma pessoa que fez Min Yoongi arregalar os olhos imediatamente.

O pianista correu na direção do rapaz que assim que saiu da parede sentiu o corpo fraquejar, sendo segurado pelo Min antes que fosse de encontro ao chão. O rosto gordinho e lábios volumosos denunciavam a identidade de Park Jimin. A presença do rapaz fez um arrepio subir pela coluna de Jung Hoseok, lembrando-se dos últimos episódios que envolveram o rapaz.

Yoongi estava ocupado falando com um Jimin que parecia estar desacordado, enquanto Taehyung e Seokjin estavam ocupados tentando acalmar Jungkook que estava com uma crise de choro no momento. Era um momento bastante comovente, porém, que foi interrompido por um barulho alto que ecoou por todo o cômodo.

Os seis voltaram os olhos para a direção de onde o som vinha, mais especificamente de uma das paredes onde havia uma porta desenhada com giz de cera, esta que aos poucos estava tomando a forma de uma porta comum e normal novamente. Hoseok engoliu em seco enquanto olhava para aquela direção, e imaginava que os outros rapazes que estavam ali estivessem tão assustados quanto estava naquele momento.

Foi quando a porte foi aberta abruptamente, revelando uma figura que era mais do que conhecida para todos os ali presentes.

— Namjoon! - Seokjin exclamou primeiro que Hoseok, um enorme sorriso brotando em seus lábios. No entanto, o Kim não respondeu, voltando os olhos para outro ponto do quarto.

— Hoseok... Finalmente te encontrei! - Namjoon sorriu, fechando a porta e se aproximando do rapaz que até então estava em silêncio. - Esse maldito sonho está uma loucura!

— Namjoon...— Hoseok comentou, piscando diversas vezes sem entender. Ele não tinha escutado Seokjin? Não tinha visto as outras pessoas que estavam dentro daquele cômodo.

— Hoseok? - Jin comentou, franzindo levemente o cenho e assim como Yoongi, voltando os olhos para o local onde Namjoon estava olhando, sendo seguido pelos outros três. - Namjoon, amor, não tem nada ali...

— Namjoon, você não está vendo eles? - Hoseok perguntou novamente, apontando para o quinteto que estava encarando Namjoon com certa incredulidade, principalmente Seokjin. O rapaz mais alto franziu o cenho e voltou os olhos escuros para onde o Jung apontava.

— Quem eu deveria estar vendo aqui? Hoseok, o que está acontecendo?— Namjoon voltou os olhos para o Jung sem entender, enquanto Jin caía aos prantos naquele momento, sendo amparado por um Jimin que já havia recuperado a consciência.

— Estão todos aqui, Namjoon... Jin, Yoongi, Jungkook, Jimin e Taehyung.— Hoseok explicou, percebendo o Kim tencionar o maxilar ao ouvir o nome de Seokjin. - Por algum motivo eles não podem me ver, mas eu consigo vê-los e ouví-los.

— Jin?— Namjoon voltou os olhos para onde o quinteto deveria estar, e no mesmo instante Seokjin se afastou de Jimin.

— Namjoon-ie! Sou eu, eu estou aqui! — Jin disse ao se aproximar de Namjoon para fitá-lo mais de perto. Hoseok abaixou levemente a cabeça incomodado com aquela situação, mas transpassou as palavras de Seokjin para Namjoon. - Céus, eu fiquei tão preocupado com a situação toda com a Reila e com o que vocês estavam fazendo!

Namjoon ouviu atentamente as palavras de Seokjin para si, e então fechou os olhos, suspirando pesadamente, em seguida voltando-os para Hoseok mais uma vez. A expressão no rosto do Jung não o agradava em nada, era nítida a forma como parecia incomodado com aquela situação, o que de fato era compreensível, levando-se em consideração o que haviam feito minutos antes de caírem no sono. Mas não podia simplesmente mentir para si mesmo, estava muito feliz por estar interagindo com o Seokjin de antes mais uma vez, tanto que não conseguiu conter o sorriso no rosto.

— Você está bem? Eu fiquei tão preocupado com você, eu ainda estou tão preocupado com você! — Namjoon exclamou, mordendo o lábio inferior de leve.

— Estou bem, Nam. Todos nós estamos, na medida do possível. — Jin respondeu e a mensagem foi transpassada por Hoseok. Namjoon assentiu mais aliviado, fechando os olhos para pensar. Não estavam todos ali por acaso, com certeza havia algum motivo por trás da decisão de Reila de unir todos daquela forma. E, pelo tom de voz que Seokjin usava consigo, ele parecia estar são, assumindo então que os outros meninos também estivessem.

— O que você acha? — Namjoon perguntou a Hoseok, que suspirou pesadamente e deu de ombros. - Eles parecem bem para você?

— Sim... Principalmente Jimin, ele parece uma pessoa normal, sem aquela perturbação das personalidades.— Hoseok respondeu, olhando para o Park que estava agora ao lado de Yoongi.

— Jin...— Namjoon chamou pelo rapaz, que logo se colocou a ouvir. - Se a história que você me contou sobre a Reila for verdade, isso significa que vocês estão presos, certo?

— Exatamente.— Jin respondeu e Hoseok transpassou. - Mas parece que ela apenas aprisionou o nosso lado mais são, o nosso lado mais racional e que mais estava tendo progresso no tratamento psiquiátrico. Na verdade... É uma característica da Reila pegar coisas de valor das pessoas para conseguir o que quer.

— Como você sabe tanta coisa dessa desgraçada, Jin? — Foi a vez de Yoongi falar, franzindo o cenho. Hoseok fez questão de transpassar a mensagem para Namjoon, e antes que Seokjin tivesse tempo de responder, o mais alto se pronunciou.

— Porque Jin é primo de Sooyoung Reila.— A voz grossa de Namjoon ecoou alto demais naquele quarto, o que fez com que todos, incluindo Jung Hoseok, olhassem para ele incrédulos.

Hoseok não soube o que dizer naquele momento, bem como os outros meninos também não faziam ideia de sequer como reagir aquela nova informação. Kim Seokjin era primo da menina que estava assombrando e infernizando sua vida naqueles últimos dias, bem como estava infernizando a vida de seus colegas psiquiátricos que eram mais próximos de si. Yoongi até mesmo chegou a abrir a boca, mas Taehyung foi mais rápido:

— Que porra é essa?! Você é primo desse capiroto? Por que nunca nos disse nada?!­— Seu tom de voz estava alterado, indicando que estava nervoso. Seokjin apenas abaixou a cabeça brevemente.

— E iria adiantar se eu dissesse alguma coisa sobre isso? Reila não vai parar até ela conseguir o que ela quer! — Jin se pronunciou, respondendo em um tom de voz também elevado.

— E o que caralhos ela quer, afinal?! — Yoongi voltou a falar, fuzilando Jin com os olhos pequeninos.

— Eu não sei! Se eu soubesse provavelmente não estaríamos aqui!

Hoseok apenas observava a discussão entre os cinco ter início depois daquela informação lançada tão de repente por Kim Namjoon, que encarava o Jung com curiosidade no olhar, querendo saber o que estava acontecendo.

Por breves momentos Hoseok se encostou à parede levando as mãos às têmporas e Namjoon se aproximou, os olhos escuros do Kim um tanto preocupados para o rapaz que estava apenas tentando pensar no que fazer e no que tudo aquilo significava. O Jung voltou então os olhos pequenos para o homem mais alto ao seu lado.

“Em breve não estarei mais aqui”

“Irás ouvir o conto”

“Através de meu sangue”

“Através de meu povo”

O local ficou em um silêncio ensurdecedor de repente e Jung Hoseok engoliu em seco ao ouvir aquela voz infantil que o assombrava todos os dias. Viu Namjoon franzir o cenho ao seu lado, e o Jung mais do que depressa entendeu que ele estava tentando decifrar aquelas palavras. Como o próprio Kim dissera anteriormente, Reila se comunicava com letras de músicas, bastava descobrir de qual música se tratava aquelas palavras.

E como em um estalo, Namjoon arregalou os olhos.

— Creek Mary’s Blood.— Comentou baixinho, e então continuou. - Vagando na estrada do horizonte. Seguindo o rastro de lágrimas?

Aquilo saiu mais como uma pergunta do que como parte de uma melodia em si. Hoseok não conhecia a letra das músicas que Reila cantava, então dependia completamente de Namjoon naquele momento. Ouviram Reila cantarolar brevemente, como se sua voz estivesse embargada pelo ritmo da música.

“O homem branco chegou”

“Avistou a terra abençoada”

“Nos preocupamos, vocês tomaram”

“Vocês lutaram, nós perdemos”

— O homem branco chegou... ­— Hoseok murmurou para si mesmo, franzindo o cenho na medida em que tentava relacionar aquilo com o que Reila estava lhe mostrando naqueles últimos dias. E mais do que depressa sua mente o levou para o dia em que Chimchim o levou até a sala da direção do hospital, onde pegou os documentos que pertenciam à Sooyoung Reila. Os olhos então se arregalaram, o rapaz olhou para Namjoon que o encarava sério. – Namjoon, o homem branco...

— Park Seo Joon.— O Kim completou, e então fechou ambas as mãos em punho e trincou os dentes, raivoso. – A minha hipótese estava certa... Aquele desgraçado fez alguma coisa com ela... Você sabe o que isso significa, Hoseok?

— Que precisamos voltar naquele galpão, com urgência. — Respondeu firme, vendo Namjoon assentiu com igual firmeza, apesar de suspirar brevemente pelo nervosismo. Agora que conhecia a história do rapaz e como as coisas que estavam dentro daquele galpão o afetavam, teria uma abordagem diferente quando fossem até lá novamente. – Mas antes disso... Reila! — Hoseok olhou para cima, o cenho franzido e olhos levemente cerrados. – Você prendeu os nossos amigos aqui para garantir que iríamos resolver esse caso, não é?

Esperou por uma resposta que não veio nem com um sim e nem com um não, mas com um breve cantarolar que fez o Jung respirar fundo.

— Quando tudo isso acabar, eu quero que liberte eles, todos eles. — Pediu, o tom de voz saindo tão firme quanto antes.

A porta atrás deles por onde Namjoon entrou da última vez voltou a se abrir e os dois a encararam, Hoseok um tanto receoso. No entanto, precisava confiar de que Reila iria cooperar com eles daquela vez. E foi com isso em mente que Jung Hoseok segurou firmemente no pulso de Kim Namjoon, puxando-o para o lado de fora daquele cômodo. Deu uma última olhada para trás, por cima dos ombros, encarando os seus companheiros psiquiátricos uma última vez antes de sair por completo e ser tomado pelo escuro novamente.

“Vagando pela estrada do horizonte”

“Seguindo um rastro de lágrimas”

“Uma vez já estivemos aqui”

“Onde nós vivemos desde que o mundo começou”

“Desde que o próprio tempo nos concedeu essa terra”

Foi com esses últimos sussurros de Reila em sua mente que Hoseok abriu os olhos, levantando-se para se sentar na cama enquanto encarava as paredes de azulejos brancos que indicavam que estava novamente em seu quarto. Puxou o ar com certa força para dentro dos pulmões, abaixando a cabeça e encarando o próprio corpo nu que estava coberto até a cintura por breves momentos, em seguida voltando os olhos para o corpo de Namjoon ao seu lado, parcialmente nu, que começava a se remexer, despertando. O Kim voltou os olhos para o Jung ainda deitado, sentando-se ao seu lado no momento em que notou o rosto sério do rapaz para si.

— No que está pensando? – O mais alto perguntou, ouvindo o rapaz suspirar pesadamente e instintivamente encostar a cabeça no peito alto de Namjoon, que o recebeu e levou uma das mãos grandes aos cabelos escuros de Hoseok, afagando-os.

— Que isso tudo é uma grande loucura... – Deixou escapar dos lábios trêmulos, passando os braços ao redor do corpo de Namjoon. – Você... Vai ao galpão comigo hoje à noite?

O Jung ergueu os olhos para o Kim ao seu lado, que deixou um longo suspiro escapar. Conseguiu sentir a tensão nos músculos de seus braços, o que era mais do que compreensível.

— Eu... Vou tentar. Mas eu não sei se consigo entrar ali de novo. – Namjoon respondeu em um fio de voz, abaixando a cabeça brevemente enquanto Hoseok sorria.

— O implacável Kim Namjoon também tem seus medos, eu realmente estou surpreso. – O Jung ralhou, deixando um sorriso escapar quando Namjoon se afastou visivelmente irritado.

— Vai se foder, Jung. – Namjoon se levantou da cama sob os risos de Hoseok, que voltou a se deitar por breves momentos enquanto se permitiu observar o homem à sua frente. O Kim usava apenas a camisa do uniforme do hospital para esconder as cicatrizes que não gostava de exibir, e agora procurava a roupa íntima e a calça que acabaram jogando para um canto qualquer do quarto em meio ao calor do momento.

Aquilo fez Jung Hoseok sorrir brevemente, ao mesmo tempo em que um aperto surgia em seu peito. Imaginava o que aconteceria com os dois quando tudo aquilo finalmente terminasse e as coisas voltassem ao normal. Mais especificamente, estava pensando o que iria acontecer quando Kim Seokjin voltasse ao seu estado normal de consciência.

Porém, afastou aqueles pensamentos da cabeça quando Namjoon jogou para si as roupas que estavam jogadas ao chão com um sorriso sapeca nos lábios.

— Vista-se princesa, precisamos tomar café antes de pensarmos em fazer qualquer coisa. – O Kim piscou para Hoseok, que acabou rindo e rolando os olhos em escárnio antes de se levantar para começar a se vestir.

Aquela deveria ser a menor das suas preocupações, mas simplesmente não entendia o porque daquilo o incomodar tanto.