Marinette chorava descontroladamente nos braços de Luka. Este último conduziu a garota para a casa dela – que era logo na frente do parque –, visto que seu estado não era o dos melhores.

Ela não tinha dito uma palavra desde que entraram e Luka não pressionaria ela. Mas não podia negar que estava curioso com a situação, já que não tinha entendido direito o que a deixou dessa maneira. Mas ele tinha uma certeza: Ver Marinette assim, era de partir o seu coração.

— Obrigada. – ela sussurrou baixinho.

— Você não precisa me agradecer.

— Preciso sim. Parece que você estava no lugar certo e na hora certa. – deu um sorriso triste, parando aos poucos o choro.

— Talvez seja o destino. – deu de ombros, fazendo Marinette o encarar. Queria poder saber o que se passava na mente dela naquele momento.

— Talvez seja mesmo.

Ficaram presos ao olhar um do outro naquele momento e Luka desejava mais do que tudo, beijar Marinette. Mas ele sentia que não era o momento.

— Você... Quer conversar sobre o que aconteceu? – ela desviou o olhar – Se não quiser, tudo bem. – se apressou em dizer, não queria que ela se sentisse na obrigação de dar explicações.

— São muitas coisas. – suspirou pesadamente. Tantas que nem sabia por onde começar – Eu só... Estou muito cansada de todas essas responsabilidades. – abraçou o próprio corpo – Falando nisso, era para eu estar ajudando os meus pais agora. Como eu sou distraída. – levantou, pronta para sair, mas Luka segurou o seu braço delicadamente.

— Não é melhor ligar para os seus pais e avisar que você não está se sentindo bem? Posso fazer isso pra você se quiser. – Marinette sorriu e assentiu, não tinha condições de voltar para a festa e ver Adrien e Kagami juntos.

— Obrigada Luka. – Marinette procurou o celular, mas não encontrou – Pode usar o telefone da padaria enquanto eu procuro o meu.

— Tá bem. – assim que o garoto saiu, ela finalmente encontrou o aparelho e viu que tinha acabado de receber uma mensagem de Alya, mandando ela ligar a televisão urgentemente. Marinette entrou rapidamente no site da emissora pelo celular mesmo e quase teve um ataque ao assistir o noticiário.

— Eu sou Miracle Queen e eu não vou descansar até conseguir o que eu quero.— aquela definitivamente era Chloé como Queen Bee, e ao lado dela era... Volpina? Mas o que exatamente eram as duas? Um akuma e um sentimonstro? Ou Miracle Queen era apenas uma ilusão de Volpina? – Eu te avisei Ladybug, se você tivesse dado o meu Miraculous antes, tudo seria diferente. Mas graças ao Hawk Moth, agora eu tenho o meu Miraculous em tempo integral, assim como a Volpina.

— Paris verá quem é a mentirosa agora!— Volpina riu. – Ladybug, Chat Noir, estamos esperando por vocês!

Marinette deixou o celular cair e se escorou no balcão para não cair de vez no chão. Tikki encarou a sua portadora e quando abriu a boca para dizer algo, Luka apareceu e ela se escondeu.

— Eu avisei eles. Mas eles vão arrumar as coisas e já estão voltando, porque aparentemente a festa foi cancelada e... Marinette? O que aconteceu? – questionou ao ver o estado dela.

— Luka... – o garoto juntou o celular, bem na hora que a mensagem de Hawk Moth era transmitida.

— Você já trouxe vários aliados para me derrotar, Ladybug. Mas agora é a minha vez. Entregue o seu Miraculous, ou vou usar todos os outros para conseguir o que eu quero. A batalha dos Miraculous está prestes a começar e você, vai perder. — Luka bloqueou o celular e encarou Marinette, ainda sem entender.

— Eles... O M-Mestre... Eles pegaram... – Marinette não falava nada com nada, sua respiração estava descompassada. Ela estava tendo um ataque de pânico.

Luka rapidamente pegou um copo de água e entregou pra ela, mas não foi o suficiente.

— Marinette, pelo amor de Deus! – a segurou pelos ombros com delicadeza – Calma, vai ficar tudo bem.

— Não... Não vai. E-Eu... O Mestre... – a situação de Marinette só estava piorando e Luka não sabia o que fazer. – Remédio... Eu preciso.

— Remédio? Que remédio? Me diz que eu busco pra você. – ela não respondeu, estava respirando fundo, quase em um estado de choque. – Marinette? Fala comigo, por favor.

Foi então que Tikki saiu voando da bolsa dela discretamente e foi até a gaveta de remédios de Marinette. Em seguida, trouxe um comprimido para ansiedade, que a garota tomava de vez em quando, quando tinha ataques desse tipo.

— Aqui. – entregou pra ela, fazendo Luka saltar para o lado com o susto.

— O que é isso? – Marinette tomou o comprimido e bebeu o resto da água. – Espera... Você é um kwami? Tipo o Sass? – Tikki olhou para Marinette com culpa, não queria ter se revelado dessa maneira. Mas precisava ajudar a sua portadora, antes que o pior acontecesse.

— Tudo... Tudo bem. Obrigada, Tikki. – disse a azulada. – E sim, ela é a minha kwami. – Luka alternou o olhar entre as duas e apontou para Marinette, totalmente em choque.

— É claro! Você é a Ladybug! – piscou os olhos, enquanto Marinette sentava no banquinho que tinha atrás do caixa, se recompondo. – Faz todo o sentido. – agora parecia óbvio. Quem mais seria a pessoa perfeita para ser a Ladybug, se não Marinette?

— Sim. E eu estou com problemas. – pegou o celular em cima do balcão e ligou para Mestre Fu novamente, porém ninguém atendeu. – Eu acho que Hawk Moth pegou o Mestre. Isso é tudo culpa minha. – seus olhos estavam marejados novamente.

— Não foi culpa sua, Marinette. Mas você precisa manter o foco e consertar as coisas, como você sempre faz. – Tikki sorriu e abraçou portadora. O que deixou Marinette um pouco mais motivada. Mas ainda assim, seu coração estava em pedaços.

— O quê? Como assim?

— É uma longa história. Que eu infelizmente não tenho tempo pra contar. – ficou de pé, tentando manter a mente focada. Precisava deixar de lado todos os pensamentos sobre Adrien, Kagami e o peso das responsabilidades, para focar em salvar Mestre Fu. – Obrigada por tudo, Luka. Você é incrível, mas agora eu preciso salvar o Mestre.

— Ao menos me deixe te ajudar. – ainda não sabia ao certo o que estava acontecendo e ainda estava em choque por descobrir que Marinette era Ladybug, mas não queria deixá-la sozinha. Ao menos não nesse estado – Você pode me dar o Miraculous da cobra de novo.

— Não posso. Hawk Moth está com eles, ao menos eu acho. O único que eu tenho comigo é o da dragão.

— Me dá esse, então.

— Não. Agora que você sabe quem eu sou, é muito perigoso irmos para a batalha juntos. – Marinette com certeza não conseguiria se consertar pensando em proteger Luka, e imaginava que ele sentiria o mesmo.

— Mas você não pode ir sozinha.

— Eu não vou estar sozinha, vou estar com o Chat Noir. Ao menos eu espero. – depois do clima meio tenso que tinha ficado entre eles, tinha receio, mas não perderia a esperança no parceiro.

— Também concordo com você, Marinette. Mas você vai enfrentar a Queen Bee e a Volpina, sem contar que Hawk Moth e Mayura estão por aí e ainda podem chamar aliados. – disse Tikki. Nesse momento, uma ideia surgiu na mente de Marinette.

— Então vou usar o Miraculous do dragão.

— Vai chamar a Kagami?

— Não. – além de ser perigoso, estava fora de cogitação encarar a garota. – Quis dizer que eu mesma vou usar. Tikki, spots on! – se transformou, deixando Luka boquiaberto. Em seguida, colocou a gargantilha no pescoço e Longg surgiu. – Longg... Tikki, unify!

— Wow! – Luka exclamou maravilhado com o novo visual.

— Ok, foco. Eu preciso achar o Mestre. Mas também preciso distrair o Hawk Moth pra ele não achar que eu estou fazendo isso. Será que o Chat Noir pode me ajudar nisso? – puxou o comunicador, porém Luka segurou a sua mão.

— Você não ponde enfrentá-los sozinha. Vai precisar do Chat Noir.

— Mas quem vai localizar o Mestre?

— Ele ainda está com o celular?

— Não sei. Possivelmente.

— Então ao menos me deixe te ajudar nisso. Conheço um cara que pode rastrear o celular de quem ele quiser. – Marinette sorriu e entregou o aparelho para ele.

— Obrigada de verdade.

— Não precisa me agradecer. – também sorriu – Mas como eu contato você? – Marinette retirou um ponto da parte de baixo do cabo da espada, dada pelo Miraculous do dragão, e entregou para Luka.

— Isso é um comunicador. – retirou outro ponto do seu ioiô e colocou na própria orelha – Pode me contatar por aqui. Se ele sumir, é porque a minha transformação acabou.

— Tá bem. – foi até ela e depositou um beijo demorado na sua bochecha – Boa sorte, Marinette. – ela sorriu.

— Pra você também. – dito isso, subiu as escadas correndo. Sairia pela terraço, para não levantar tantas suspeitas.

Nesse meio tempo ligou para Chat Noir, porém o mesmo não atendeu. Um arrepio percorreu o corpo de Marinette, ela não queria ter que enfrentar Queen Bee – ou Miracle Queen – e Volpina sozinha. Mas se fosse necessário, o faria.

***

— Adrien já está em segurança no quarto dele, como o senhor pediu. – Nathalie anunciou.

— Excelente. Se certifique que ele não saía de lá. Não quero ele solto na rua, se a batalha de fato acontecer.

— Com certeza. – assentiu – Estarei pronta caso precise de mim.

— Não acho que vou precisar. Não quero você envolvida nisso mais do que deveria. – Hawk Moth virou na direção dela, estava preocupado com seu estado – Depois, eu quero que entregue o Miraculous. É melhor assim.

— Entendido. – Nathalie concordou, mesmo não satisfeita – Nesse caso não seria melhor chamar mais aliados?

— Primeiro vamos ver como as nossas aliadas se saem. Temos todo o tempo do mundo.

— Certo. – disse e saiu.

— Miracle Queen, como está e situação? – se comunicou com a akumatizada e sua nova aliada.

— Ladybug avistada, mas sem Chat Noir.

— Excelente. Vão e peguem o Miraculous dela, sozinha ela é mais vulnerável.

— Não se preocupe, Hawk Moth. Pode deixar com a gente.

Gabriel sorriu de lado ao ver o seu plano dando certo. Ele iria conseguir os Miraculous da joaninha e do gato, dessa vez, custe o que custar.