True love escrita por Rose blu


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Olá, eu escrevi essa história especialmente para o jilytober de 2019 e escrever uma realidade alternativa onde Voldemort nunca existiu foi muito bom pra mim, eu amei tudo o que fiz com o James e a Lily e espero de verdade, que vocês gostem também :)



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[01 de setembro, 1991]

Lily terminou de ajeitar seus cabelos, deixando a escova sobre a penteadeira ao lado do espelho do quarto. A luz do sol entrava pela janela do quarto o iluminando por inteiro, não havia ninguém no quarto além da Potter. Ela se encarou no espelho vendo as pequenas marquinhas que a idade havia começado a deixar em si, achando que poderia agradecer por serem bem sutis ainda, os 30 anos haviam chegado bem mais rápido que ela imaginava, mas haviam sido tão perfeitos.

James Potter entrou no quarto cansado, era cedo ainda e o homem nunca gostou de acordar cedo, nem mesmo em seus anos em Hogwarts, onde sempre se tinha tanto para aprender e ver.

— Porque temos que acordar tão cedo? — O homem abraçou sua esposa por trás, depositando um beijo na lateral de sua cabeça e logo encarando a figura de ambos juntos no espelho.

Era assim que James e Lily Potter haviam sido nos últimos anos, duas pessoas juntas e que se amavam, um coração em dois corpos, existiam poucas coisas tão belas e puras quanto o amor deles e família que haviam construído, e não era a opinião de apenas uma pessoa, pergunte a qualquer um que estava no sétimo ano deles, bom, talvez não a Snape, eles eram um casal perfeito. Mas não eram assim porque não brigavam, mas sim porque se amavam, porque estavam dispostos a corrigir os pequenos erros de si mesmos e enfrentar os percalços que viessem.

— Porque o trem de Hogwarts não espera por ninguém. — A ruiva disse.

— Um único ano, ele não poderia sair um pouco mais tarde? O trabalho me cansa.

— James, olhe pelo lado bom. — Lily girou ainda nos braços do marido, passando os braços ao redor de seu pescoço. — Hoje em dia você cuida mais da papelada do que sai em missões.

— Se eu ainda saísse em missões como um auror, eu já estaria morto de cansaço, Lily. — Ele reclamou fazendo um pequeno beicinho que a Potter beijou.

— A idade chega para todos, não é mesmo? Talvez a nossa tenha vindo cedo demais.

— Você acredita que já se passaram quase 15 anos? — O homem disse encarando a foto que se mexia na mesinha ao lado da cama deles, nela, ambos sorrindo felizes no dia de seu casamento, depois voltou a encarar a esposa. — E a cada dia, eu te amo mais.

— Como eu não percebi antes que te amava?

— Porque daí não teria graça.

— Lembra do nosso primeiro encontro? — Ela indagou feliz.

— Como poderia esquecer, se aquele foi o melhor dia da minha vida. Bom, daí nos casamos e depois… — O homem se perdeu nas próprias lembranças.

— Eu já entendi. — Então a risada dela preencheu o quarto, os guiando para todos esses anos de lembranças.

 

***

 

[Dezembro, 1978]

— Isso não pode ser real, alguém me bate. Alguém me dá um tapa na cara para que eu acorde. — Sirius Black praticamente gritou no meio de uma das ruas de Hogsmeade.

— Para com isso Padfoot. É meio improvável, mas acho que é real. — Remus rebateu.

— Não pode ser real, aquele é o Prongs. — O Black apontou para o amigo que estava a alguns metros de distância. — E aquela é Lily Evans, a garota que ele é apaixonado há anos e eles estão, juntos?

— Talvez ela tenha perdido uma aposta. — Peter se pronunciou pela primeira vez, chamando a atenção dos amigos.

— Pode ser. — O Lupin concordou.

O que os três amigos não estavam entendendo, era como James Potter e Lily Evans pareciam estar em um encontro durante um dos passeios a Hogsmeade. Desde o começo do dia, Prongs estava um tanto estranho, risonho demais, quieto demais e distante demais. Em algum momento ele sumiu, até que aparecesse no meio da rua, de braços dados com a ruiva e brincando com a neve que caía do céu naquele exato instante.

O que os amigos não sabiam, é que aquilo já estava acontecendo a cerca de uma semana. Quando o Potter chamou a Evans para o passeio da semana seguinte a Hogsmeade e pela primeira vez, ela aceitou, deixando o garoto de boca aberta e sem saber como reagir, certo que desde que ele havia aparentado amadurecer e com o “incidente” com Severus, ambos foram se tornando cada vez mais próximos, nem que fosse apenas a ruiva respondendo aos “bom dia” do Potter, mas aceitar acompanhá-lo no passeio, isso era algo grande.

O moreno havia se preparado bem naquela manhã e ao encontrar a ruiva perto do portão do castelo, eles iniciaram uma bela tarde juntos, com direito a uma ida até a dedos de mel e risadas perto do três vassouras, então começou a nevar e quando perceberam, Prongs estava com a boca aberta tentando pegar flocos de neve com a língua e a ruiva o imitava, enquanto estavam de braços dados, no meio da rua, sem se importar com quem os visse, pois não deviam nada a ninguém naquele momento.

— A neve tem gosto de água, James. — A ruiva disse rindo e sentindo seu nariz gelado, já que a neve não parava de cair.

— Sim, não é o melhor gosto de todos, mas é legal. — James ainda continuava a se divertir com a neve, sem perceber que a figura ruiva o encarando um tanto encantada. — Você não acha?

— Acho. Eu amo a neve. — Lily disse olhando para o céu e fingindo que não estava admirando o Potter. — Seus amigos estão nos encarando.

— Talvez seja a reação esperada, não é todo dia que eu consigo um encontro com Lily Evans.

— Você fala como se fosse grande coisa.

— É uma grande coisa. — James disse segurando a mão da ruiva e encarando seus olhos verdes, ela não havia negado que era um encontro, a ruiva poderia não ter percebido, mas ele sim. — Prefere sair daqui? Está desconfortável?

— Acho que prefiro. — Então o Potter a puxou pela mão, enquanto sorria grandiosamente.

— Vocês deveriam parar de ficar olhando os outros na rua. — James gritou para os amigos.

— Faça se tornar comum você conseguir sair com Lily Evans, então não terei nada novo para olhar. — Sirius gritou de volta vendo o amigo se afastar com Lily.

— Sempre perguntei a Remus como ele era amigos de vocês três, bom, acho que vocês são mais legais do que eu imaginava. E o Sirius é claramente uma drama queen de primeira.

— Acho que somos como uma família. Cada um de nós precisava disso, Sirius precisava de uma família, Remus ver que não era fraco e Peter se sentir aceito, cada um de nós precisava de amor e com certeza, eu amo cada um dele. — James disse limpando a neve de um banco qualquer e se sentando.

— Vocês são uma bela família. — A ruiva disse se sentando e admirando uma parte de James que nunca havia notado antes.

— Acho que eles são uma das coisas que eu mais amo na vida.

— E quais seriam as outras? — A Evans perguntou hesitante, atraindo os olhos de James para si.

Então ele a encarava com as íris castanho esverdeadas por trás dos óculos e para Lily, ele parecia estar a vendo por inteiro, dentro de sua alma, seus pensamentos e seus desejos mais estranhos que nem mesmo ela entendia, naquele momento, ele parecia entender tudo, o que era completamente irracional, pelo fato de que era apenas um olhar. Mas o coração da ruiva bateu mais forte por um instante quando ele sorriu e ela teve vontade de sorrir também. Então o Potter desviou o olhar e tudo voltou ao normal.

— Meus pais, quadribol, música… — Ele passou a enumerar.

— E seria possível que eu me tornasse uma dessas coisas? — Lily falou e James voltou a encarar em choque.

— Evans…

Mas a ruiva se inclinou para beijá-lo antes que ele completasse sua frase, porque qualquer coisa que ele pudesse falar no momento, não importava tanto assim. Não era o primeiro beijo de nenhum deles, mas parecia ser o primeiro que valia a pena ser dado, parecia o começo de uma vida. As mãos do Potter foram parar nos quadris da ruiva como se a abraçasse e as mãos da ruiva foram até a nuca de James, e os cabelos dele eram tão macios quando ela imaginou. Suas bocas unidas parecia ser o próprio paraíso e ninguém precisava de ar.

Então a ruiva se soltou bruscamente do rapaz, o deixando confuso e com uma estranha sensação de perda.

— Os óculos atrapalham. — Então ela puxou a armação de seu rosto a deixando ao seu lado no banco, o puxando novamente para o beijo.

James Potter nunca esteve tão feliz quanto no momento que finalmente beijou a garota por quem era apaixonado há anos, enquanto Lily Evans nunca se sentiu tão certa quanto agora que beijava o último garoto que já pensou que beijaria.

 

***

 

[Fevereiro, 1979]

— Venha. — Lily disse puxando James pela mão pelos corredores de hogwarts.

— Para onde exatamente estamos indo? — James perguntou desviando de algum aluno da lufa-lufa que ele não conhecia.

Ambos corriam contra o mar de pessoas do corredor que andavam na direção oposta a eles, mas não se importavam de ter que desviar de tantas pessoas que pareciam estar irritadas pelo jovem casal estar correndo tanto.

— Lily?

— Você verá quando chegarmos. — Ela apenas disse com um sorriso enorme no rosto.

— Não temos aula agora? — O Potter questionou.

— Calado.

Até que ela parou bruscamente, fazendo com que o Potter quase batesse em suas costas, não entendendo nada, o garoto apenas encarou a nova namorada sem entender.

— O que aconteceu?

— A Minerva tá ali na frente. — Ela disse voltando a andar, agora devagar, ainda guiando o namorado.

— Quem diria, Evans? Você como a monitora chefe correndo pelos corredores e fugindo do olhar atento da Minnie. — James zombou, agora balançando suas mãos unidas andando ao lado da ruiva.

— Fala como se não fizesse isso sempre. Bom dia, Minerva. — A ruiva disse sorrindo ao passar pela professora.

— Bom dia, senhorita Evans. Olá para você também, senhor Potter. — A senhora respondeu por cima dos óculos encarando as mãos dadas deles, a garota achou por um momento ter visto a sombra de um sorriso vindo dela.

— Bom dia, Minnie. Você fica esplêndida com esse chapéu, ele é novo? — O Potter perguntou passando a mão pelos cabelos e sorrindo.

Então o casal seguiu seu caminho até um local que James não sabia qual era, mas achava que não importava, estava com Lily, certo? Ele poderia ir até o fim do mundo com aquela garota. Como era possível amar tanto alguém assim?

Certo que James sabia o que era o amor, ele amava seus pais, muito. Assim como amava Sirius, Remus e Peter como a irmãos, eram parte da família dele. Também amava jogar quadribol e a grifinória, mas nada disso parecia amor de verdade ao ser comparado ao que ele sentia pela mulher segurando sua mão esquerda.

— Estamos indo para a quadra? — Ele indagou ao perceber que estavam saindo do castelo.

— Não, mas é bem perto dela. Você vai ver quando chegarmos, eu acho que vai gostar. — A mulher parecia verdadeiramente animada, o puxando para além do treino da sonserina que acontecia naquele momento.

— Não seria mais fácil se você me falasse?

— Não seria mais fácil se você parasse de fazer perguntas e apenas viesse comigo? Porque eu acho que sim.

— Você as vezes é meio má, Lírio.

— Lírio? — Ela perguntou se virando para ele e parando.

— Senti que você precisava de um apelido. Sabe, você chama os meninos pelos apelidos e nós somos prongs, moony, padfoot e wormtail. Você precisava de um também. — O homem a puxou para si, abraçando seu corpo. — Gostou?

— Eu achei ele perfeito, Jay. Obrigada. — Então ficando na ponta dos pés para alcançar seus lábios, James e Lily iniciaram um beijo.

E ele começou calmo, cheio de uma promessa que nenhum deles percebeu antes, mas que pareciam sempre fazer, a de que não deixariam o outro.

— Mas e aí, vamos ver o que você queria me mostrar? — O Potter disse ao se separar dela.

— Ah. — Então um rubor surgiu nas bochechas da ruiva e ela parecia envergonhada ao encarar as árvores ali perto. — Eu só queria te mostrar as árvores. Sabe, falta menos de um mês para o fim do inverno, então as flores estão começando a desabrochar e as folhas das árvores nascendo novamente, aqui tem uma vista bonita de tudo isso.

— Queria me mostrar a vista?

— Sim. — Ela estava envergonhada com isso, agora achando algo bem bobo para se dar tanta atenção.

— Bom, a vista é realmente linda. Obrigado por me mostrá-la.

Naquele momento James Potter teve uma certeza, ele amava aquela garota. Ele se casaria com ela e quando tivesse sessenta anos estaria junto a ela envergonhando os netos em um almoço de domingo, enquanto veria a família que formaram juntos e tudo seria perfeito, porque ele era capaz de morrer por ela, mas sabia que isso não seria preciso, que ele tinha a certeza que tudo daria certo.

— Eu também acho linda e sabe… — Ela tentou começar, mas ele a interrompeu.

— Eu te amo. Talvez fosse ache cedo para falar isso, mas amo. — O homem confessou pela primeira vez.

— Também te amo, James. Muito. — A ruiva respondeu sorrindo, antes que eles voltassem a se beijar.

 

***

 

[Novembro, 1979]

O sol ainda estava se pondo, iluminando todo o jardim em que estavam, logo as estrelas apareceriam para contemplar aquele momento perfeito.

Uma música calma tocava ao fundo, enquanto Lily estava com a cabeça repousando no peito de James enquanto ambos dançavam, tudo era perfeito agora, no momento após ela se tornar Lily Potter.

A pequena cerimônia que aconteceu em pleno outono, em um jardim durante a tarde havia ocorrido como nos sonhos de menina de Lily, mas agora, ela não se casava com o príncipe encantado de algum livro, casava com James, sua versão meio maluca e engraçada de um príncipe. Sirius que havia sido escolhido como o padrinho havia chorado discretamente a maior parte do tempo, mais ainda do que Marlene, que havia sido a madrinha, os pais de Lily e de James agora conversavam em algum canto alegres por seus filhos estarem casados com quem amam, Sirius bebia animado com Remus e Peter estava na mesa de doces. Todos estavam felizes pelo belo casal que agora estava na pista de dança.

— Eu não acredito que estou dançando com Lily Potter. — James disse de repente, atraindo a atenção da ruiva para si.

— Então acho melhor ir se acostumando, porque irá passar boa parte de sua vida dançando com Lily Potter. — Ela sorriu para ele e seus olhos verdes pareceram brilhar por um instante.

— Realmente o sonho de toda uma vida.

Então a música acabou, mas eles não param de se balançar, continuavam presos ao seu próprio mundinho. Porque nada jamais seria capaz de quebrar isso.

— Eu gostaria de fazer um discurso. — Sirius falou alto, chamando a atenção de todos. Tinha uma taça de champagne na mão e estava rodeado por Remus e Peter. — Na verdade, nós gostaríamos.

— Bom acho que eu vou começar. — Remus começou tímido, porém ele tinha um sorriso no rosto, que encheu os corações de James e Lily de alegria. — Eu, Sirius e Peter conhecemos o nosso digníssimo noivo de hoje no nosso primeiro dia em hogwarts. Ele tinha esse jeito meio babaca e egocêntrico que te faz pensar “quem ele acha que é?”, mas então você percebe, que ele é uma das melhores pessoas que você pode ter na vida.

— Ele também pode ser gentil, atenciosos, companheiro e o apoio que você precisava, porque embaixo daquele garoto de 11 anos, já tinha esse cara incrível. — Sirius continuou o discurso. — Então ele conheceu Lily, agora, Potter. A garota de cabelos ruivos e olhos verdes que o fez suspirar por sete anos. A monitora, ótima em poções, com uma língua afiada e um jeitinho única, parecia na visão de todo mundo, inalcançável para aquele que era só o popular cabeça oca.

— Então um dia ela apareceu com ele em um passeio a Hogsmeade. — Peter começou a falar, um pouco nervoso, mas feliz pelos amigos. — Porque eles são o mais completo oposto e ao mesmo tempo são iguais, são o que eu e os outros marotos veem como almas gêmeas. Pessoas gentis e alegres, que estão sempre dispostas a amar e ajudar os outros, não mereciam ninguém menos do que um ao outro.

— Um brinde, a James e Lily Potter. — Disseram os três em uníssono, bebendo o champagne em suas mãos e levando todos os convidados ao mesmo, deixando até um James com algumas lágrimas nos olhos.

— Posso falar algo também? — James falou dando um beijo na testa de Lily e indo em direção aos amigos e abraçando um por um. — Mesmo que seja tão difícil superar o que vocês falaram.

— Você pode até tentar, mas infelizmente, o nosso foi impecável, então se esforce. — O Black disse rindo junto ao amigo.

— Esposa. — O Potter disse encarando Lily. — Era isso que eu queria falar, esposa. Porque se todos olharem para a mulher ruiva com um vestido branco e uma coroa de flores, irão ver Lily Potter, o amor da minha vida e agora minha esposa. Eu te amo, a muito tempo, desde que te vi para ser mais exato.

“Eu te amo” a ruiva falou sem som para o agora, marido. Aquilo tudo havia virado uma sequência de declarações lindas e perfeitas. As estrelas a muito haviam se instalado no céu quando James Potter voltou até sua esposa e a abraçou, então a vida seria assim? Uma sequência de declarações e momentos de felicidade? Ela sabia que não, mas sabia que eles teriam muitos desses momentos.

— Me desculpe não fazer um discurso como você no dia do nosso casamento. — Lily falou enquanto a música voltava a tocar e James a guiava para mais uma dança.

— Você não precisa.

— Mas eu te amo, ok? Não quero que jamais duvide disso.

— Eu nunca duvidaria. — O Potter falou sincero. — Agora, se não se importa, eu irei beijar você, ok?

— Ok.

Então os Potter se beijaram sobre a luz das estrelas, que contemplavam os recém casados.

 

***

 

[Setembro, 1980]

James arrastou pelo que pareceu a quinta vez, a mesma poltrona pelo pequeno cômodo, o sol já estava quase se pondo e a testa do Potter pingava de suor, se sentia tão cansado e só queria que isso tudo acabasse logo. Uma música trouxa tocava em um aparelho que pertencia a Lily e que ele nunca aprendeu o nome, enquanto a ruiva o encarava da porta do quarto.

— Gosta assim? — Ele perguntou novamente para a esposa e a viu pensar por um momento.

— Eu não tenho certeza ainda, James… É só que…

— Mas olhe por este ângulo. — O homem a interrompeu. — A poltrona fica perto do berço, mas não encosta e fica próxima o suficiente da janela para que a brisa chegue a você quando estiver aberta, mas não perto o suficiente para que seja um perigo quando Harry subir nela e podemos por aquela luminária da sua mãe do lado.

James cruzou os dedos para que ela finalmente achasse que estava bom, os Potters estavam pelo que pareciam para ele a horas, arrumando o quarto que agora era de Harry. O pequeno havia nascido a apenas duas semanas e nesse tempo havia dormido em um berço no quarto dos pais, mas agora, finalmente estavam deixando o quarto do menino do jeito que sonhavam e Lily parecia empenhada demais a deixá-lo perfeito.

— Acho que você tem razão, está perfeito.

— Obrigado, Merlin. — O homem disse se jogando na poltrona que já não arrastava mais.

— O que acha, Harry? Gostou do seu novo quarto? — Lily perguntou ao menino que estava em seu colo brincando com suas mechas ruivas.

Como se soubesse que estavam falando com ele, o menino apenas sorriu e olhou para o lado, claro que ainda no colo de sua mãe, não tinha uma grande visão do cômodo, mas os pais sabiam que ele aprovava. James encarava aquela cena com devoção, sentado na poltrona e com o rosto entre as próprias mãos e os cotovelos apoiados nos joelhos era a melhor cena que ele já viu na vida.

A cada momento que ele via Lily com Harry no colo, ele sabia que agora eram três, que seu amor com Lily gerou uma coisa tão linda e perfeita quanto aquele bebê. Era sua família, ele não era apenas James Potter agora, ele era o marido de Lily Potter e pai de Harry Potter, havia feito algo realmente significante de sua vida e isso era tudo o que importava.

— Você vai ficar apenas olhando a gente? — A ruiva o tirou de seu transe.

— Eu apenas…

— Estava percebendo o quanto ele é perfeito e como tudo isso parece surreal e não parece que merecemos tanta felicidade assim? Porque é assim que eu me sinto.

— Você merece isso. — O homem se levantou e foi até a esposa, depositando um beijo na testa de seu filho e segurando na cintura de Lily. — Já eu, acho que nem se viver mil vidas farei algo bom o suficiente para ser merecedor de tudo isso.

— Nós dois somos merecedores disso, Jay. Você principalmente. — A ruiva depositou um beijo na bochecha do marido, então um na outra bochecha e um na ponta do nariz. — Só por nos amar, por decidir mudar já que me ama e não surtar junto comigo desde que soubemos da gravidez.

— Não se iluda comigo Lily, ainda tenho muito o que mudar até não ser o mesmo babaca de hogwarts.

— Mas já é um bom começo o que está fazendo. — James se abaixou para alcançar os lábios da esposa, começando um beijo gentil em que cada movimento era tudo um para o outro.

— Eu te amo, Lily Potter.

— Eu também te amo, James Potter. — Lily sorriu feliz com aquele momento da mais plena paz.

— A senhora gostaria de dançar comigo ao som desta bela música trouxa que eu não faço ideia do nome? — James ofereceu a mão a ela e fez uma pequena reverência, tornando tudo encantador aos olhos da mulher apaixonada.

— Claro, senhor. Apenas me permita deixar Harry no berço.

— Não, vamos dançar junto a ele.

James segurava firme a cintura de Lily que por sua vez, tinha Harry em seu colo, então com um sorriso no rosto, James guiou a esposa para uma dança lenta e talvez sem sentido algum, mas nenhum dos Potters se importava com isso, eles estavam bem ali, ao som de uma música lenta qualquer e tudo estava perfeito.

Harry gargalhou no colo dos pais, gostando do que achava ser uma nova brincadeira, enquanto seus pais alternavam os olhares entre ele e o parceiro. A noite já havia chegado, mas ela estava apenas começando naquela pequena casa cheia de vida em Godric’s Hollow.

 

***

 

[Abril, 1985]

— Caraminholas na cabeça, Potter? — Lily disse ao ver que James estava a alguns minutos apenas a encarando na cama.

Alguns minutos atrás, seu marido entrou com um animado Harry em seu colo no quarto que Lily estava enquanto se recuperava. O menino estava em festa, todos os natais pelos quais já passou não pareciam nada para ele no momento, ele encarava a mãe na cama com um sorriso enquanto tentava escalar para chegar até seus braços.

— Apenas encarando a minha família. Posso vê-la? — Ele falou tímido.

— Claro que sim. James e Harry, conheçam por favor, Violet Lily Potter, a sua filha e sua irmãzinha. — Lily falou no mesmo momento que uma lágrima escorreu do olhos de James e Harry finalmente conseguiu ver o rosto da menina.

— Ela é bonita, mamãe. — Harry disse feliz estendendo a mão para tocar na bochecha da irmãzinha.

Após cinco anos do nascimento de Harry, haviam descoberto que Lily estava grávida novamente e cada momento foi uma novidade. Como Harry iria reagir com isso? Ele queria deixar de ser filho único? Como contaria a James? Eles enfrentariam mais essa mudança?

Então James sorriu e a girou no colo pela casa feliz com a notícia, Harry sorriu e não parou de repetir que queria que fosse uma menina, então a barriga de Lily cresceu e eles decidiram que se fosse uma menina ela se chamaria Violet, e o mundo estava bem.

A menina havia nascido a menos de meia hora, mas estava mais desperta do que nunca, seus olhinhos tão pequenos eram castanho esverdeados como os do pai, porém os poucos fios que ela tinha na cabeça eram ruivos e ela parecia ter tantas sardas quanto Lily, evidenciando que ambos os filhos eram parecidos com os pais.

— Quando eu achei que o meu coração já estava cheio, quando achei que você e o Harry já preenchiam tudo. Ela fez questão de chegar e me mostrar que eu estava absolutamente errado, porque eu já amo tanto a Violet. — James disse pegando Harry no colo e se sentando ao lado da esposa, depois depositando um beijo na testa de cada um dos amores da sua vida.

— Somos uma bela família, não acha? — A ruiva perguntou.

— Com certeza acho.

— Eu posso segurar ela, mamãe? — O pequeno Harry perguntou tímido interrompendo os pais, não que fosse um problema.

— Claro que pode meu amor, mas vamos ter que ter cuidado, ok? Sua irmãzinha ainda é muito pequeninha.

— Sente-se ao lado de sua mãe, Harry. — James disse encarando os três.

— Agora ajeite os braços como te ensinei antes.

Harry se preparou e Lily com cuidado entregou a menina nos bracinhos do filho mais velho, tanto ela quanto James cuidavam ao menor sinal de que o menino estava com algum dificuldade, mas ele parecia saber o que fazer. Ele segurava a irmã com cuidado e afeto, havia treinado bastante com o gato como a segurar e sorria feliz ao saber que, mesmo que já tivesse seus pais, agora tinha mais alguém no mundo, Violet, sua irmãzinha.

— Ela é tão leve e pequena, tenho medo de quebrar ela, papai.

— Você não irá, está segurando ela muito bem. — James estava emocionado, então se inclinando para frente, deu um beijo rápido em Lily.

— Eu não me importo que você seja uma menina, nós vamos jogar quadribol quando você crescer e eu posso te mostrar a coleção de carrinhos trouxas que a nossa mãe me deu e eu prometo te levar pra brincar e te proteger quando a mamãe brigar conosco por estarmos cheios de lama. — O menino disse de uma única vez, como se fosse um juramento.

— Harry… Você não pode prometer ensinar a sua irmã fazer coisas errad…

— Deixe ele, Lírio. — O mais velho dos homens Potter interrompeu a esposa. — Ele está apenas sendo irmão mais velho, não está fazendo nada de mal.

— Poderia ser para sempre assim, nós quatro juntos, felizes e bem. — A ruiva falou acariciando o rosto do marido e sentindo a barba por fazer dele pinicar sua mão.

— Enquanto estivermos juntos estaremos bem, e eu garantirei que seremos felizes.

— Como pode prometer algo que não sabe se vai conseguir cumprir?

— Eu te amo, Lily. Assim como amo Harry e Violet e a agradeço por tê-los me dado e eu vou passar o resto dos meus dias me esforçando para que se sintam felizes e amados. — O homem se inclinou beijando novamente a esposa e quando se separaram, ele encarou Harry e Violet.

— Tenho certeza que já nos sentimos felizes e amados, todos nós. — A ruiva completou.

Então ambos ficaram assim, encarando os filhos enquanto Harry brincava com os dedinhos gorduchos de Violet e a menina ria para o irmão, então o que antes eram três, haviam se tornado uma bela família de quatro pessoas.

***

[01 de setembro, 1991]

James sorriu e acariciou o rosto de Lily, sabendo que a amava da mesma forma de quando estavam em Hogwarts, quando casaram e quando tiveram cada um de seus filhos. Mal podiam acreditar que tanto tempo havia passado e novamente eles estavam prestes a viver mais uma coisa maravilhosa.

— Mamãe, papai! — Os gritos podiam ser escutados em cada canto da casa, a voz de Violet quebrava o tão comum silêncio.

— Violet, me espera. — Harry gritou também e logo o barulho de passos na escada se fez mais presente.

As figuras de ambos os Potters passaram correndo pela porta, Violet estava corada pelo esforço, a pequena se agarrou nas pernas do pai e sorriu, logo Harry foi até a mãe e a abraçou.

— Já está na hora, eu quero ir também papai. — Violet disse, logo sendo pega no colo por James.

— Você não pode ir agora, Vi. Não é a hora ainda. — Harry disse encarando a irmã e sentindo a mão de sua mãe em seus cabelos bagunçados.

— Mas eu…

— Você ainda é muito nova, minha florzinha. Mas logo será a sua vez, eu te prometo. — A voz de Lily veio como a apaziguadora, como sempre quando se tratava da família Potter.

— Mas daí o Harry vai estar quase saindo, eu quero ir junto com ele. — Violet era insistente, uma das muitas coisas que havia puxado do pai.

— Mas se você for, quem vai cuidar de mim e da mamãe? — A outra era com certeza a proteção por quem amava, que vinha também de Lily, então quando seu pai disse isso, a menina se agarrou ao pescoço dele prometendo ficar ali e cuidar deles.

— Acho que precisamos ir. — Lily disse encarando a família, era a última vez em um bom tempo que teria os três junto a si na maior parte do dia. — Arrumou suas coisas, meu amor?

— Sim mamãe, eu estou tão animado. — O sorriso que ele abriu aqueceu cada cantinho do coração dos pais. — Finalmente conhecerei o campo de quadribol e eu e Ron conheceremos o castelo inteiro.

— Então não podemos deixar ele esperar muito, vocês tem um longo caminho pela frente, mas sete anos é muita coisa, irá amar. — James disse colocando a filha no chão e se abaixando na altura do filho mais velho. — Logo estarei vendo seus jogos de quadribol e torcendo por você.

— E se eu não for bom? Podem existir apanhadores melhores do que eu.

— Então você irá levantar a cabeça e tentar novamente, porque os Potters não desistem se quiserem algo. É uma escolha sua, meu filho. — James disse trazendo o sorriso de seu filho de volta ao rosto e vendo seus olhos verdes brilhando de alegria, igual como sempre acontecia a Lily.

 

Logo os Potters chegaram a King’s Cross, Violet estava no colo da mãe, Sirius e Remus vinham sorridentes e James empurrava o carrinho junto a Harry, mas assim que o menino viu a caravana de ruivos que eram os Weasleys, ele reconheceu o melhor amigo a distância, então após alguns cumprimentos, Ron e Harry atravessam a passagem juntos, com seus sonhos e esperanças de bons sete anos.

Antes do que James e Lily esperavam, eles abraçaram seu filho o desejando boa sorte e o assistindo entrar no enorme trem que eles esperavam que o levasse até o lugar que ele pudesse viver tantos momentos lindos como ambos, Violet ainda estava agarrada as pernas de James e acenava para o irmão mais velho, sabiam que ela sentiria saudades de tê-lo ali para brincar com ela, Sirius segurou as lágrimas após seu abraço em Harry e ele e Remus se sentiam como se fossem pais de Harry também. A Potter também viu uma garotinha com cabelos cacheados armados um tanto perdida, pode por um momento se ver nela, provavelmente também era nascida trouxa, esperava que ela se saísse bem também, que também encontrasse pessoas que a ajudassem em seus anos em Hogwarts.

Cedo demais o trem de hogwarts partiu, deixando aos pais a visão de Harry acenando para eles da janela do trem, poderiam dizer que seus corações estavam apertados por deixar seu filho ir, mas não, sabiam que ele estaria bem, não havia nada para se preocupar. Violet acabou por pedir para ir junto a Molly Weasley para a toca por uma noite, fazendo com que os pais cedessem e quando seus amigos tiveram que partir, estavam apenas os dois em uma estação já não tão cheia assim.

— Quem diria… Que no final seria novamente nós dois em King’s Cross? — Lily disse abraçando James e recebendo um beijo em sua testa.

— Quem diria que voltaríamos aqui para trazer nosso filho? — Ele questionou.

— Eu diria. Desde que voltamos de lá pela última vez, soube que traríamos alguém aqui, só não pensei que seria tão tranquilo e que estaria tudo bem estar só nós dois aqui.

— Eu te amo tanto, Lily Potter.

— Não mais do que eu te amo, James Potter.

— É o que veremos.

Então beijando a esposa, James sentiu como se houvesse fechado um enorme ciclo de sua vida com Lily, já a mulher, sabia que esse aquele longo beijo era apenas o começo de um ciclo bem maior que ainda os traria muita alegria.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler



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