Tinha sido uma longa viagem de ônibus até o parque de esculturas. Todos estavam cansados, inclusive a professora substituta, Sra. Moreau, que conduziu os alunos de volta para o ônibus.

Cada um foi para o seu assento e não tardou em dormir. Alya e Nino sentaram juntos, o que forçaria Marinette a sentar com Adrien. Era o plano perfeito para aproximá-los. Se eles tivessem entrado no ônibus. Mas não foi o que aconteceu.

Marinette tropeçou no caminho até o ônibus e caiu com o joelho na lama. Adrien prontamente foi ajudá-la a limpar a calça.

Lila viu a cena e um sorriso maldoso brotou no rosto.

Quando chegaram no ônibus, a professora Moreau questionou se estava faltando alguém, afinal, não conhecia a turma direito. Lila então insistiu que todos estavam ali, e o veículo partiu.

— Ah não! – Adrien exclamou assim que chegou no local para embarcar com Marinette e via o ônibus se distanciar cada vez mais.

— Eles foram sem a gente? – questionou sem acreditar – Ah, isso é tudo culpa minha! Se eu não tivesse caído e....

— Não, está tudo bem. – o loiro não tardou em dizer. Na verdade não estava tudo bem, mas não queria que Marinette pensasse que era culpa dela – Vou ligar para o Nino.

— E eu vou tentar ligar para a Alya. – pegaram os seus celulares, porém logo fizeram uma careta e trocaram olhares decepcionados. – Sem bateria.

— O meu também. Droga! – Adrien reclamou, olhando em volta. Já era de tardezinha, o local fechou assim que eles saíram, então não podiam pedir ajuda a algum funcionário do parque – O que acha de irmos andando até achar algum local com telefone?

— Ou a gente pode esperar um pouco. Talvez eles vejam que nos esqueceram e voltem.

— É, você tem razão. – os dois sentaram no banco que tinha na calçada e Marinette olhou para a sua bolsa de relance. Na pior das hipóteses, Ladybug estaria ali se precisassem. Só não contava que Adrien estava pensando a mesma coisa sobre Chat Noir.

Mas era arriscado revelar as identidades. Então, a hipótese estava fora de questão.

Se passaram longos minutos de silêncio total e preocupação. Os alunos e a professora estavam tão cansados, que sequer acordaram no meio do trajeto ou notaram a falta dos dois estudantes.

Adrien então, decidiu que seria bom seguir o seu plano. Só precisava convencer Marinette.

— Então... O que acha de irmos procurar ajuda agora? – estava de costas para ela, sentado em uma das pontas do banco. Assim como a azulada, sentada na outra e também de costas.

— Parece a nossa única opção. – deu de ombros depois de um longo suspiro.

Os dois levantaram e foram andando lado a lado. Não demorou muito para que chegassem em uma lanchonete. Adrien foi de cara pedir para usar o telefone.

— Só para clientes. – a mulher respondeu sem muita vontade.

— Mas nós estamos perdidos aqui e sem bateria nos celulares. – Marinette explicou e a mulher os lançou um sorriso irônico.

— Eu disse, só para clientes.

— Ok, então o que você vai querer, Marinette? – o loiro tomou a frente e pegou o cardápio – Uma porção de batatas fritas e um milk-shake?

— A-Ah, pode ser.

— Ótimo. – Adrien sorriu, puxando a carteira – Podemos usar o telefone agora? – colocou uma nota de dinheiro no balcão, que era o suficiente para pagar os seus pedidos.

— Como quiser. – a mulher forçou um sorriso e pegou o dinheiro. – No corredor à direita. Perto do banheiro.

— Obrigado. E pode ficar com o troco. – Adrien segurou a mão de Marinette, que corou levemente com o ato, e a conduziu até o telefone. O loiro fez menção de digitar, porém não lembrava do número do seu melhor amigo, muito menos de um dos seus colegas – Você lembra do número de alguém?

— Eu sei o da Alya.

— Ótimo. – deu espaço para Marinette, que discou o número e chamou. Depois que quatro toques, a chamada foi desligada. A azulada fez uma careta e tentou novamente. Chamada desligada novamente – Ué, que estranho.

— O que foi?

— A Alya está desligando a chamada.

— Será que é porque é um número desconhecido? – Marinette deu de ombros. O que ela e Adrien não sabiam, é que Lila Rossi estava no ônibus, desligando o celular de Alya, para o toque irritante não acordar a morena. Pobre Alya, estava tão cansada. Melhor a deixar dormindo.

— Ela não atende.

— Posso tentar ligar para a Nathalie. – parou para pensar – Não, melhor não. Meu pai surtaria e não me deixaria mais ir nas viagens da turma.

— Vou ligar para a minha mãe, então. Pode ser? – ele assentiu.

Marinette ligou para Sabine e explicou toda a situação. A mulher ficou preocupada e prontamente ligou para a escola, que estava tentando ligar para a professora. O problema é que o sinal era um pouco ruim na estrada, mas estavam tratando de resolver a situação o mais rápido possível.

— Só nos resta esperar.

— Bem, vamos comer então. – sorriram um para o outro e sentaram em uma mesa qualquer. A garçonete, diferente da atendente, foi muito simpática e não demorou para trazer os pedidos. – Quem diria que isso iria acontecer logo com a gente?

— É, eu sei. Na verdade, a culpa foi minha.

— O quê? Claro que não. – Adrien segurou a mão dela, que estava em cima da mesa, fazendo Marinette o encarar com as bochechas levemente rosadas. O loiro, sentiu uma sensação estranha e acabou afastando sua mão. – A culpa é do pessoal que nos esqueceu. – riu um pouco nervoso. – Mas tudo bem, tudo vai ser resolvido em breve. – sorriram um para o outro.

Marinette colocou algumas batatas fritas dentro da bolsa discretamente, para Tikki. Enquanto Adrien colocava dentro de sua camisa, para Plagg.

Os dois começaram a comer e conversar.

A azulada consegui agir normalmente com ele, o que era muito bom e um progresso bem grande na sua relação.

Depois que terminaram, decidiram sair na rua. Embora já estivesse escurecendo, viram que havia uma movimentação aonde estavam – que parecia ser o centro da cidade.

— O que será que é isso? – Adrien questionou, maravilhado com as luzinhas penduradas, música e algumas pessoas dançando.

— Algum festival, talvez?

— Quer dançar?

— O quê? – se surpreendeu com o pedido – E-Eu... Hã...

— Vem. – o loiro segurou a mão dela e a puxou para o meio das pessoas. Em seguida, começaram a dançar a melodia animada, que fazia os dois sorrirem. Diferente da primeira vez que dançaram juntos, Marinette não estava nervosa, e sim muito alegre. – Você realmente dança tão bem quanto cozinha. – relembrou, fazendo Marinette rir.

— Obrigada. Você também dança bem. – fez uma reverência. Adrien riu e agradeceu da mesma maneira.

— O que acha da gente tentar ganhar algum prêmio? – apontou para as barraquinhas.

— Não sou muito boa nesses jogos, mas podemos tentar.

— Relaxa, também não sou bom. – balançou as mãos no ar – Mas pode ser divertido. – deu de ombros. Não tinham nada a perder de qualquer foram, já que não podiam fazer nada a não ser esperar o ônibus voltar para busca-los.

— Claro. Vamos então.

Após decidirem, os dois foram em várias barraquinhas e perderam em quase todas. Contudo, conseguiram um prêmio ou outro e muitas risadas. O que, com certeza tinha valido a pena.

— Isso foi incrível. – Adrien disse enquanto se afastavam da multidão com um sorriso no rosto – Obrigado.

— Eu é que agradeço. – encarou Marinette, que sorria para ele. Sabia que ela era bela, mas naquele momento parecia mais ainda.

Ter sido esquecido pela professora naquela cidadezinha junto com Marinette, não parecia tão ruim agora. A companhia da azulada era extremamente agradável.

Aquele era um dos melhores momentos da vida de Adrien. Tudo tão natural, divertido e livre de preocupações. Queria poder passar mais tempo assim com Marinette, a garota que sempre fazia ele esquecer seus problemas.

— Você é incrível, Marinette. – ela corou. Queria mesmo retribuir o elogio, contudo, era difícil. Estava nervosa com a aproximação dele. – Se me permite... – a garota franziu o cenho confusa. Sem pensar muito, Adrien se inclinou e beijou Marinette, que se surpreendeu com o ato. Segundos depois ela retribuiu, se surpreendendo ainda mais por não ter desmaiado.

Por mais que inusitada, aquela tinha sido a viagem perfeita de ambos.

Eles se afastaram com um sorriso e assim que o loiro abriu a boca para falar algo, o ônibus da turma encosta do lado e buzina. Os dois se sentiram aliviados e o garoto puxou a mão da azulada para irem de volta para o veículo.

Depois de muitas desculpas, explicações e preocupações dos amigos, Marinette e Adrien sentaram juntos no lugar que deveriam ter estado antes e dormiram assim que o ônibus partiu. Estavam cansados da tarde incrível e inusitada.

— Olha, eles são tão fofos! – Alya cutucou Nino e sussurrou, apontando para Marinette que dormia com a cabeça escorada no ombro de Adrien, e este último escorado na cabeça dela.

— São mesmo. – o namorado concordou com um sorriso. Alya então, puxou o celular e registrou uma foto. – O que está fazendo? – ela sorriu.

— Foto pro casamento.