Paternidade escrita por LadyKannie


Capítulo 8
Como educar crianças?


Notas iniciais do capítulo

Oie! Voltei, faz um tempinho que não atualizo, né?! Na história o tempo também passou, como vocês devem ter percebido no capítulo anterior. Espero que gostem dos personagens também nessa nova fase. Boa leitura!



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— Inaceitável! Vocês foram expulsas do primário! — Mahina está brava e ela tem razão em estar. — Vocês quebraram o braço de um coleguinha, nós não criamos selvagens, nós resolvemos as coisas na conversa nessa casa e esperamos que vocês façam o mesmo.

Armin quer consolar as filhas, principalmente porque os olhos azuis de ambas estão cheios de água, as lágrimas ainda não derramadas, porém no momento elas não precisam de consolo e sim de um sermão. O que elas fizeram é muito grave, feriram um colega de sala, esse tipo de violência é inaceitável sobre qualquer circunstância, dessa vez elas não podem escapar de levar a bronca e um castigo apropriado, passaram de todos limites.

Jason observa tudo, está sentado em uma das banquetas ao balcão da cozinha com o celular em mãos, porém os olhos avermelhados não estão na tela e sim na conversa dos pais com as irmãs caçulas. Tem quase certeza que sabe o motivo das meninas terem cometido tal ação, apenas precisa de confirmação, o que espera no celular. Não será justificativa aceitável para elas terem espancado outra criança, mas fará seus pais não serem tão duros com elas.

— Meninas, nós estamos muito decepcionados com vocês, vocês entendem o quão errado foi o que vocês fizeram? — as duas acenam fungando, as lágrimas escorrem livremente por suas peles morenas. — Menos mal, mas isso não muda que a atitude de vocês foi selvageria, qual a explicação de vocês para isso. — nada que as meninas digam vai aliviar a barra delas, Armin está muito decepcionado.

Nalani e Nohi usam as costas das mãos tentando enxugar as lágrimas, no entanto a decepção nas palavras dos pais só faz elas caírem mais, agora não importa o porquê delas terem feito o que fizeram, na hora não sabiam que os pais se decepcionariam tanto. Elas não querem falar, estão envergonhadas de mais, no momento as duas tem certezas de que os pais nunca mais voltarão as olha-las com um olhar diferente de decepção.

— Nenhuma, papai. — Nohi responde baixinho, a irmã não consegue nem mesmo fazer isso. — Estavamos erradas, não vai se repetir, mamãe.

O biquinho que a menina faz ao falar parte o coração de Armin, até mesmo Mahina que costuma não se derreter fácil pelas expressões das filhas, sente o coração quebrar. Nenhum dos dois se sente mais capaz de continuar aquele sermão, que nem bem começou, Jason nunca precisou receber sermões como aqueles e as meninas também nunca precisaram, eles não tinham ideia de que se sentiriam tão mal enquanto falavam com as crianças.

— Subam para o quarto de vocês, desçam apenas na hora do jantar, depois conversaremos sobre o castigo de vocês. Subam e sem celular. — Armin usa sua melhor voz severa, mas não é muito bom nisso.

As duas meninas dão as mãos e sobem assim as escadas, a cena faz o coração dos pais se despedaçar mais e eles se mantém firmes para não chorarem junto com as duas.

— Vocês são péssimos nisso, achei que vocês iam acabar chorando mais do que elas. — Jason fala com um sorriso no rosto pálido quando finalmente se levanta da banqueta e se aproxima dos pais, traz o celular consigo e o entrega para o pai. — Para vocês, talvez ajude na hora de escolher o castigo. Estou saindo, vou até a casa do Claude, volto mais tarde.

— Ok, levanta o capuz para não tomar sol, querido. E cuidado. — Mahina diz, olha para o lado para fingir que não está emotiva.

— Já está anoitecendo, mãe... — o adolescente responde com um sorriso, porém ao ver o olhar do pai logo completa. — Mas eu vou tomar cuidado para não me expor ao sol.

O garoto puxa o capuz sobre os cabelos brancos e sai sorrindo, as irmãs exageraram, mas o motivo foi nobre e isso aquece o seu coração. Elas são boas garotas e vão se tornar mulheres gentis, isso é importante.

Quando Jason sai, Armin vê o que está na tela do celular do filho para entender porque ele o entregou e até mesmo saiu sem o aparelho. Mahina também se aproxima, não entendeu a ação do garoto, acredita que talvez seja algum artigo de métodos educativos para castigos. Porém ao ver que na verdade a tela mostra o app de conversas do filho se surpreende. O casal lê as mensagens, as lágrimas que conseguiram impedir de cair até agora vencem ao verem e entenderem o que motivou as filhas.

— Isso não justifica... — a mulher diz depois que consegue parar de chorar. — O que elas fizeram é errado, o menino não tem culpa.

— Concordo. O que sugere? — Armin pergunta enquanto lê as mensagens mais uma vez com um sorriso orgulhoso no rosto.

— A criança não tem culpa, mas os responsáveis por ele tem, sugiro que nos quebremos os braços deles. O que acha? — aquilo é algo que Mahina nunca irá tolerar, bullyings, mas por experiência sabe que a culpa é sempre dos pais.

— Ou nós podemos conversar amigavelmente com eles. — a esposa olha com descrença para o marido, que com um sorriso acrescenta. — E se nada mudar nós podemos quebrar os braços deles, temos que dar o exemplo para os nossos filhos.

Os dois olham mais uma vez para as mensagens:

Suas irmãs protegeram meu irmão 

Elliot e outros dois meninos atormentam o Isaac a semanas, ele sempre chega com as roupas rasgadas em casa e chorando, diz que eles dão apelidos para ele, coisas horrendas 

Meus pais já foram várias vezes na escola, mas nada resolveu 

Então diz para os seus pais não serem muito duros com elas 

— Que castigo vamos dar para elas? — Mahina pergunta depois de ler as mensagens pela décima vez. — Não consigo pensar em nada, nunca tivemos que colocar nenhum deles de castigo.

Armin pondera sobre isso, as meninas fizeram a coisa errada pelo motivo certo, então precisam de um castigo que as mostre que é errado bater nas pessoas, porém que não as faça se calarem diante de uma impunidade. Ser pai não é fácil por esses motivos, educar crianças, mas eles vão pensar em algo, mas por hora vão continuar transbordando de orgulho delas, sem que elas saibam é claro.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ter lido. Até a próxima!



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