A Namorada Do Papai escrita por Thay Paixão


Capítulo 23
A Nossa relação.


Notas iniciais do capítulo

Oiê pessoas como vcs estão? Quem diria que em tempos de isolamento social poderia ser difícil escrever?! É mais difícil se distrair! Ain!
Capítulo super dedicado aa pessoinhas que recomendaram a fic! Muito obg Halee e Lilo Stuart! Muito obg mesma! *_*
E tbm a Vivi Senna que tá sempre me cobrando postagem! Obg mesmo isso é incentivo tbm!
Boa leitura!



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Renesmee

 

—Isabella, apenas convença meu pai de que não foi nada demais. -Por que era tão difícil para ela fazer o que eu estava mandando?

—Eu não estou convencida disso, Renesmee. Você pediu uma ordem de restrição contra Jacob e quer convencer  o seu pai de que não foi nada demais?

—Isso foi ideia de Tanya, já disse! Ela achou que seria melhor porque ele estava tendo atitudes agressivas. 

—E não iria aceitar um término.

—Não. -Confirmei.

—E não aconteceu mais nada?

Suspirei. Eu tinha mesmo que ficar explicando as coisas a ela?

—Isabella, eu só quero que o meu pai fique tranquilo. É pedir demais?

Não houve resposta e me perguntei se ela tinha me ouvido. 

—Seu pai só quer o seu bem. -Ela disse antes que eu precisasse repetir. - Se mentir para ele estará fazendo mal a si própria.

—Eu sei disso. Jacob é possessivo e manipulador, ok? Terminamos e Tanya achou melhor pedir a ordem de restrição porque ele e Alec brigaram. Ele não tentou me machucar. Diga isso ao meu pai, o faça entender, antes que ele apareça aqui desnecessariamente.

Ouvi a respiração dela alta.

—Tudo bem, Renesmee vou tentar manter o seu pai na linha.

—Obrigada.

—Mas você está bem?

A pergunta era diferente, ela realmente queria saber a resposta.

—Sim. Consigo ver que o namoro com Jacob foi uma grande bobagem e agora preciso concertar tudo.

—Não se cobre demais, tem todo o direito de cometer erros.

—Pode ser… mas esse foi estúpidos demais. Eu… -me detive sem saber se queria compartilhar aquilo com alguém, contudo era Isabella do outro lado. Eu não me importava com o que ela pensava a meu respeito. - achei que podia controlar Jacob. Achei que eu estivesse no controle, só que agora, olhando a forma como as coisas aconteceram entre nós…

Parei no meio da frase, sentindo um nó repentino na garganta. Eu não precisava chorar, era tudo uma grande bobagem.

—Renesmee… não tem que ser forte o tempo todo, querida. Todos te amam por aqui e por aí também.

—Isabella, você não conhece a minha família, não é? - Brinquei.

—Já percebi essa inclinação a perfeição de vocês. Isso é tão errado.

—Tem dado certo.

—Não parece. - Ela me censurou.

 -Você quer que eu chore, me encha de doces, fique descabelada e me recuse a tomar banho? Desculpe, essa não sou eu.

—Então você está bem. - Concluiu.

—Mais do que bem. - Devolvi.

—Vamos convencer seu pai disso e ele vai ficar longe de Nova York.

—Obrigado. - Falei de modo polido desligando o celular.

 

Eu tinha que lidar com novos olhares na escola agora. E claro, o novo boato era que de "chifruda" eu passara a colocar chifres. ‘’Como ela tem coragem de trair o Black?’’ Achei melhor deixar a fofoca correr, não tinha disposição para limpar minha imagem. Eles que se danassem. 

Tanya estava estranha com tudo isso, me apoiou, não brigou, terminou com o Félix, e estava trabalhando muito, pelo menos era o que parecia já que eu não a via direito, quando via muito rápido - de manhã cedo ou tarde da noite- ela parecia cansada e o pior, mal vestida. Um pouco mais magra também.

Eu tinha meus próprios assuntos para me preocupar, com o término com Jacob meu trabalho no clube deveria ter acabado - algo que mal começou - e eu precisava ir lá para deixar isso às claras. Já eram quase oito da manhã o escritório deles deveria estar funcionando já.

Coloquei uma roupa de corrida, os fones de ouvidos, decidida a caminhar os poucos quarteirões  entre a minha casa e o clube. Tentei correr parte do caminho, mas mesmo uma corridinha leve me deixou cansada. Eu estava ofegante e suada quando cheguei a porta lateral do clube, o acesso dos funcionários.

Num time perfeito a porta foi aberta e uma garota de vestido amarelo saiu. 

—Bom dia, sabe se o escritório já está aberto? - Ela se assustou comigo, a maquiagem um pouco borrada, ela parecia prestes a chorar. Ou que tinha chorado. - Ei, está tudo bem com você?

—Eu… preciso ir pra casa. - Falou baixo.

—Ok… está sozinha? -Ela deve ter tido uma noitada e tanto.

 -Sozinha…

—Tem algum amigo seu lá dentro? - indiquei a porta, para que entrássemos.

—Não! - Ela segurou meu braço com força. - Só quero ir pra casa.

—Quer que chame um Uber para você? 

—Não precisa, eu… - ela mexeu na pequena bolsinha tirando o celular, suas mãos tremiam. Olhei mais atentamente para ela,o cabelo bagunçado, a roupa desalinhada e amassada, a forma nervosa como digitava no celular, a as pernas que pareciam tremer.

—Ei, você pecisa ir ao hospital. - Falei de repente ao notar sangue em sua roupa.

—Eu preciso ir para casa! - Ela disse um pouco mais alto.

—Olha, deixa que chamo um carro para você, ok? - Peguei meu celular. Ela começou a andar em direção a rua e a seguir.

—Mãe… mãe aconteceu algo horrível… - ela começou a chorar no telefone. - Desculpa mãe…

—Onde você mora? - Ela tampou o ouvido tentando falar com a mãe, me dando as costas. Mais sangue na barra do vestido.

—Eu não sei, mãe… não lembro. A Vanessa estava comigo, mas depois todo mundo sumiu! Eu não sei mãe! Tem uma garota aqui. - Pela primeira vez ela pareceu me olhar direito. Acenei com o celular para ela, indicando que ainda queria seu endereço.

Pareceu como um estalo na minha cabeça. Quando ela me olhou nos olhos e a encarei de volta, eu entendi tudo.

Ah não, o que tinha acontecido com ela naquele clube?

Isabella

 

—Edward, você precisa acreditar na sua filha; se ela diz que está bem,  ela está bem.

—Você foi a primeira a dizer que Renesmee não estava bem! Por que mudou de lado? - Ele disse sem nem se quer me olhar, concentrado como estava em juntar suas coisas.

—Por que ela me disse. - Dei de ombros. Eu não era boa naquilo.

—Bella, aquele cara veio aqui, comeu conosco, dormiu com a gente, e estava fazendo mal para minha filha! Bem debaixo do meu nariz!

—Sei que está com raiva, Edward, mas não vai adiantar de nada você ir lá agora!

—Posso ir quebrar a cara dele!

—Não fale como o garoto de dezoito anos que você não é. - Bufei. - Renesmee e Tanya já resolveram tudo, e Renesmee te garantiu que ele não encostou um dedo nela.

Edward parou com uma mão na mala. Caminhou de costas para a cama se jogou lá de costas, as mãos tapando o rosto.

—E que tipo de pai eu sou no meio de tudo isso? - Ele disse com a voz abafada.

—Edward…

—Que tipo de pai eu sou se não percebo quando minha filha precisa de mim? Que não vê que o namorado dela é um merda? Ela e a mãe dela tiveram que resolver tudo sozinhas!

—Edward… -Me aproximei dele na cama, tentando tirar sua mão do rosto, ele resistiu. -Você é o tipo de pai que da todo o apoio que a filha precisa e merece. Esse momento foi dela e da mãe, Edward. Não faz de você menos pai.

—Eu nunca vejo quando algo está fazendo mal a ela, Bella.

Ele tirou as mãos do rosto e pude ver que ele estava chorando.

—Mas você sempre está lá por ela. Renesmee não está te cobrando nada agora, Edward.

—Mas eu estou. -sussurrou.

 

Foi difícil. Foi uma grande droga convencê-lo a dar um espaço para a filha e a mãe dela e tive que usar a cartada "momento entre mulheres"  para manter ele aqui. Por fim ele aceitou, mas ainda estava muito pra baixo. Passava os dias com o violão, escrevendo canções. Tentei dar o máximo de espaço para ele -todo o espaço que meu pequeno apartamento permitia- mas já estava a ponto de explodir com ele.

Eu contava os dias para a pós produção do filme acabar e não ter nada que prendesse Edward em Los Angeles, porque certamente não era por mim que ele ainda estava ali.

—Vamos sair para jantar? -ele me perguntou uma noite.

—Está me convidando para sair ou constatando que não temos o que comer?

—Um pouco dos dois. -Ele disse coçando a cabeça e ele ficava tão malditamente fofo fazendo aquilo!

—Tanto faz. Vou pôr um casaco. -Deixei o notebook de lado.

—Bella… eu sei que tenho sido um idiota, ok?

—Que bom, Edward. -Ironizei.

—Eu não sabia como lidar com isso.

—Você se fecha! Sempre que você não sabe como agir, você se fecha! Já pensou que pode falar comigo como se sente? Claro que não, você gosta de se fechar e fingir que eu não existo!

—Eu não estava fingindo que você não existe! 

—Ótimo, agora nós vamos brigar!

—Eu só te chamei para jantar e você começa a criar um grande caso sobre isso!

—Não é sobre isso! É sobre você se fechar sempre que tem um problema! Eu estava aqui o tempo todo o seu lado! 

—Agora você quer o que? Os parabéns? A minha filha precisava de mim e eu não pude ver isso!

—E a culpa é minha? -Gritei de volta. 

—Eu não quis dizer isso. -Disse baixo.

—Edward, sua filha tem dezoito anos. Deixe que ela lute as próprias batalhas, e quando se ferir ela sabe para onde voltar. Dessa vez ela só quis o colo da mãe, e tá tudo bem.

Edward estava sacudindo a cabeça antes que eu tivesse terminado de falar.

—Você não entende como é, não tem filhos.

Aquilo foi a gota d' água.

Magoou e muito.

—Se a minha opinião não conta para você, porque eu não tenho filhos, então não temos que ficar juntos.

Se eu não estivesse com raiva teria rido da cara dele. A boca se escancarou formando um ‘’O’’.

—Você está distorcendo as coisas! Eu estou tentando me explicar aqui!

—Então você não disse que porque eu não tenho filhos não entendo?

—Disse. Mas não foi assim!

—Não tem outro jeito de ser! 

—Bella, eu só… eu sei que tenho problemas para falar como me sinto e, me fecho quando tenho um problema.

—Sim. -Confirmei seria. 

—Me desculpa. Eu tenho tentado…

—Você não tem tentado. - O interrompi. -Você se fechou completamente como se eu nem ao menos estivesse aqui com você.

—Eu sei, eu sinto muito.

—E agora você acordou bem, conseguiu se entender e resolver suas questões? Eu não mereço isso, Edward, ficar lidando com as suas merdas. Eu queria que você conversasse comigo. Me deixasse te ajudar! Você prometeu que seria diferente! - Eu estava deixando toda a frustração sair por mim. Afinal eu a estava guardando por dias.

—Eu sei que tenho muito a melhorar, acredite em mim, eu sei. 

Bufei.

—Eu também, reagi ao seu silêncio com mais silêncio.

—Somos uma dupla silenciosa.

—Não devemos ser. Desculpe por… pelo silêncio. E por insinuar qualquer coisa.

—Qualquer coisa, o que? - Eu não o deixaria se safar tão facilmente.

—Por dizer que você não me entendia por não ser mãe. 

—Edward eu realmente não entendo desse ponto de vista, não preciso que você nem ninguém me lembre disso. Só que acho que estou começando a entender a sua filha, e se ela diz que quer espaço, é melhor você o dar. 

—Eu sei, você tem razão. Me desculpe por ser um idiota.

—Está desculpado. Agora me leve para comer. - Estendi a mão para ele que a pegou no mesmo instante.

Eu odiava quando Edward fazia aquilo: se fechar em suas dúvidas. E pra completar ele ainda tinha jogado a cartada "você não tem filhos". Agora, enquanto ele brincava sobre se tornar um cantor, enquanto bebiamos e aguardavamos nossa comida no restaurante italiano, eu via a forma como ele parecia mais leve, feliz, seus olhos brilhantes, o sorriso, os toques em mim… era outro homem na minha frente.

—Você está muito quieta. Ainda é sobre a nossa briga? -Ele perguntou em voz baixa se inclinando para mim.

—Estou tentando entender você. -deixei toda a frustração que eu sentia sair em minha voz. -Hoje mesmo você estava tão quieto… me afastando. E agora…

—Eu não estava afastando você, meu amor. -ele disse com a voz mansa. -Eu estava tentando lidar com as minhas dúvidas.

—Me afastando. 

—Mas vezes acho que jogo muita coisa em cima de você. -Confessou. -Você é tão jovem, tem tanta coisa pra viver… e de repente eu jogo os meus problemas de pai de uma adolescente em cima de você.

Então esse era o ponto.

A gente parecia estar andando em círculos, sempre voltando a isto.

Edward estava preocupado em estar me sobrecarregado com coisas que estavam muito longe da minha realidade 

—Achei que tínhamos acertado que seríamos sinceros um com o outro.

—Eu fico com medo de estar empurrando você numa direção completamente contrário e a qualquer momento você vai decidir que é demais e irá me deixar.

Peguei sua mão grande que estava no meu rosto fazendo carinho. Beijei seus dedos.

—Eu escolhi você. E você e tudo que vier junto dentro do pacote. Edward, eu quero dividir minha vida com você e quero que você compartilhe a sua vida comigo. Se em algum momento for demais… eu vou te dizer. Mas eu quero isso. Quero você. E logo agora que parece que Renesmee me aceitou você decidiu me jogar para escanteio.

Brinquei no final.

—Me perdoe. Acho que eu preciso conversar com a minha psicóloga. - fez uma careta.

—Você precisa. - me inclinei na mesa depositando um beijo estalado em seus lábios. As coisas estavam bem, por hora.

A notícia caiu sobre nós da pior maneira possível, pela televisão. Estávamos no escritório da produtora do filme confirmando a agenda de divulgação que começaria logo depois dos feriados de fim de ano, então janeiro, e alguém tinha deixado a TV ligada no mudo. Quando vi a foto de Tanya seguida da legenda "advogada acusada de assassinar promotor é presa"  dei um grito.

Corri para eu mesma ativar o volume.

A jornalista da CNN falava: " Tanya Danali, advogada de muito prestígio no ramo criminal, político e até familiar, foi detida como a principal suspeita pelo assassinato de Joham Williams, promotor de justiça. A secretária de Williams tinha confirmado que na noite do homicídio a advogada tinha estado no escritório com o Sr. Williams a portas fechadas e os dois pareciam muito alterados. A Sra. Danali teria saído aos prantos de lá. A então secretária também disse que ficou além do expediente, saindo depois do senhor William e quando foi para o estacionamento, viu o momento em que o carro da Sra. Danali estava saindo. Em seguida ela viu o corpo do promotor ferido a bala no chão"

—Como isso… -Comecei a balbuciar.

—É a mãe da filha do Edward? -Angela sussurrou.

—Sim… -Olhei para Edward sentado num dos pequenos sofás. Ele parecia petrificado. O celular dele estava tocando.

—Edward… seu celular. -Falei me aproximando. Ele pareceu despertar do transe. 

—É a Nessie. Oi filha. -Ele atendeu. -Calma filha. Você está sozinha em casa? Fique aí até sua tia chegar então. Assim que puder estarei aí.

—Onde foi todo mundo? -Sussurrei para Angela.

—Terminamos de conciliar a agenda, eles saíram para dar privacidade.

—Edward.

—Renesmee está em pânico. -ele disse se prostrado a minha frente. - a polícia chegou dando voz de prisão para Tanta enquanto as duas estavam almoçando!

—Então Tanya está mesmo presa?

—Sim, mas eu não posso acreditar que ela matou mesmo esse homem! Preciso ir para Nova York.

Assenti muito nervosa para falar.

—Você vem comigo, não é? 

—Claro.

—Vou ver um voo para vocês, enquanto isso podem ir se preparando. -Ang tomou a frente.

—Obrigado, Angela. 

Ela sacudiu a cabeça.

—Estou aqui para essas coisas. Vão logo, vou por vocês no próximo voo para Nova York.

Ela nos empurrou em direção a porta.

—Renesmee te disse alguma coisa sobre como isso aconteceu? 

—Ela não está entendo nada. Está no apartamento esperando Rosalie, muito abalada com a forma como tudo aconteceu com a mãe. Disse que algemaram ela! 

—Que horror! -Eu não conseguia imaginar a chique, madura, altiva, Tanya Danali reagindo a voz de prisão para justificar ser algemada.

—Você conhece esse homem que estão dizendo que ela matou?

—Não, eu não conheço muitas do meio social ou de trabalho de Tanya. Não importa, eu não acho que ela seria capaz de matar alguém.

Assenti mesma nervosa, eu não sabia se Tanya era ou não capaz de matar alguém.


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Notas finais do capítulo

Desvendamos o problema da Tánya! Agora lanço a questão... Ela matou ou não matou??
Podem vir me cobrar cap nas minhas redes sociais e no whatsapp gente kkkkk isso me ajuda a escrever. Bjssss