A Namorada Do Papai escrita por Thay Paixão


Capítulo 10
A confusão do meu namorado.


Notas iniciais do capítulo

Oiê gente! Já foram assistir As panteras? Não? Vcs precisam ir ver esse filme top *_*
Muito obg pelos comentários do cap anterior, tô indo lá responder!
Boa leitura ♥



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Isabella.

 

Passava das onze horas da noite quando Tanya chegou a casa de Edward. Renesmee estava no quarto com a tia, e eu abri a porta para ela.

—Bella. - Ela disse com um sorriso de desculpas vendo minhas roupas de dormir.

—Entre, Tanya. - Dei passagem.

—Tive uma reunião até tarde, depois tive que arrumar uma papelada para protocolar amanhã…

—Tudo bem, essas coisas acontecem. - Dei de ombro a guiando para a cozinha.

—Não, Bella, não está tudo bem. - Edward nos surpreendeu vindo das escadas com uma calça de moletom. O peito nu parecia tão forte, senti um impulso de passar as mãos por ali, mas nossa visitante não me permitiria isso.

Tenha modos, Bella.

—Edward, você sabe como é…- Tanya não parecia afetada pela semi nudez dele, com o olhos baixos caminhou em direção a sala.

—Sei, sei que não pode ser assim! Tínhamos coisas a resolver sobre Renesmee! - Ele disse duro a seguindo.

—Querem que eu a chame? -Ofereci.

—Não, ela deve estar dormindo. - Edward disse.

—Nós dois sabemos que ela não dorme antes da uma da manhã. - Tanya disse com desdém. Se sentou com elegância.

—Precisamos esclarecer alguns pontos. - Edward estava muito sério e rude.

—Eu vou estar lá em cima. - Falei dando as costas para eles.

—Bella. - Edward me chamou. - Fique, por favor.

Aquilo me pegou de surpresa, ele me queria presente durante uma conversa séria com a ex sobre a filha deles. 

Eu não sabia se queria participar, mas se era o que ele queria, eu estaria lá.

Me sentei ao lado de Edward e Tanta no sofá de frente.

Ela bateu os saltos de forma impaciente no chão.

—Felix de novo? -Edward soltou e a mulher corou.

—É diferente dessa vez. 

—Sim, a mulher dele está grávida agora. De novo.

—Edward, seja lá o que Renesmee te disse, ela está exagerando. Eu pensei melhor, do que me adianta ter um marido em casa? Sem ofensas. -Ela me olhou. -O tipo de relacionamento que tenho com ele é perfeito.

—Ser conhecida como a amante de um promotor não é perfeito. Você merece mais, porém não te chamei aqui para discutirmos sua vida sexual. Pode se envolver com quem quiser.

—Então…

—Renesmee está muito chateada. Acho que ela parece uma bomba relógio prestes a explodir. -Ele disse, um vinco se formou em sua testa.

—Ela está assim desde que terminou com o Riley. Eu tentei conversar com ela na época e entender o porquê ela queria terminar, mas você sabe que ela não me disse nada.

—Foi Riley quem terminou com ela, Tanya.

A frase dita por Edward levou surpresa a expressão dela.

—Isso não faz sentido. Ele estava completamente apaixonado por ela!

—Eu vi os dois juntos ontem. -Me meti devagar. -Acho que… ele estava pressionando ela para transar com ele.

—Aquela merdinha?! -Edward se enfureceu.

—Foi o que me pareceu. E ela é muito apaixonada por ele ainda, ele a tinha nas mãos. -Olhei para Tanya agora, mantendo uma mão no ombro de Edward para evitar que ele se levantasse e esbraveja-se.

—É pode até ser, mas tudo piorou quando Edward trouxe você.

—Não vire o jogo. -Edward a alertou.

—Não preciso disso, você sabe. Ela está muito mais agressiva desde que começou a namorar. Seu tempo com ela diminuiu também. Não estou te criticando apenas analisando os fatos.

—O que você sugere? Que eu termine com Bella e dedique todo o meu tempo a Nessie?

—Não seja ridículo, ok? Mas ter dito a ela que estava namorando alguém… especial, teria sido de ajuda.

—Deveríamos estar discutindo o porquê vocês duas brigaram, não se eu fiz certo ou errado com a minha vida.

—Devemos ser sinceros sobre tudo. Não é isso que você adora: sinceridade? Ah não, você prefere esconder as coisas e fingir que está tudo bem.

Edward e Tanya se encararam feio. Eu não fazia ideia do que estava se passando.

—Renesmee vai ficar comigo a partir de agora. -Edward disse depois de um tempo em silêncio.

—Justo. Ela prefere você, sempre preferiu.

O tom magoado de Tanya não me escapou.

—Não quer conversar com ela? -Me meti. 

—Não, Isabella…. As coisas que eu disse a minha filha essa manhã ainda estão pesando sobre ela, é melhor esperar ela esfriar a cabeça.

—O que você disse a ela? - Edward latiu.

—Pergunte a ela. Renesmee também tem sido muito dura comigo, ok?!

—Nada justifica…

—Acho que muita coisa justifica, Edward. Fizemos mal a ela. Eu sei que eu fiz. Renesmee é uma adolescente mimada e egoísta, e eu simplesmente parei de me importar com uma garota que não dá a mínima pra mim.

Isso não estava certo.

—E agora quem é a adolescente, você? - Edward debochou.

—Já priorizei demais Renesmee, e só ganho ingratidão. Agora eu serei a primeira pessoa da minha vida. 

Tanya se levantou, senti que eles falaram e falaram, e não resolveram nada.

Eu também não sabia qual era o meu papel por ali, o que eu poderia dizer para ajudar?

Meu corpo todo ficou ansioso com aquilo, enquanto eu pensava o que fazer.

Tanya se despediu de mim em voz baixa e seguiu para a porta, Edward a acompanhou. Eles conversaram por lá em voz baixa, eu não consegui acompanhar nem me importei.

—E esse é um dia atípico na minha vida. - Edward brincou ao voltar a sala. Sentou ao meu lado, pegando minhas mãos entre as suas. - Desculpe por você ter que passar por isso.

—Essa é a sua vida, Edward. Por favor, não me mantenha de fora nem tente escondê-la de mim.

—E o que acha de tudo isso?- Ele parecia divertido, mas eu podia ver a ansiedade por detrás da pergunta.

Tentei colocar com cuidado o que eu estava pensando.

—Edward, eu não vou dar minha opinião sobre a sua família. Não é certo. Mas eu estou decepcionada com você.

Aquilo o chocou e ficou bem claro.

—Desde que nos conhecemos, ficou muito claro que sua filha era parte fundamental da sua vida. Então você… me escondeu dela.

—Bella…

—Shi… - o calei com um dedo em seus lábios. -Eu acho que até entendo, você assumiu muita responsabilidade cedo demais, e agora que sua filha teoricamente já cresceu, não precisa do seu cuidado constante…

—Você está entendo tudo errado.

—Eu acho que entendi tudo certo. Por favor me deixa falar.

—Eu não quero que você fale se vai terminar comigo. - Ele disse com um sorriso nervoso.

—Eu não vou. - eu não tinha certeza sobre isso. - Eu não quero.

Mudei para algo mais real.

—Foi muito gostoso esses dias só a gente. - Mordi o lábio com a lembrança. -Ma a vida real chega, e eu quero fazer parte da sua vida real. Das comprar no mercado, das contas a pagar, e inevitavelmente dos problemas familiares. Você virou completamente as costas para sua filha pelos os dias em que eu estive aqui.

—Isso não é verdade…

Arregalei os olhos para ele.

—Edward, eu estou aqui com você todos os dias desde que cheguei aqui, e você trocou poucas palavras com ela pelo telefone.

Ele ficou em silêncio.

—Não podemos viver numa bolha. Eu quero você, e quero tudo que vem com você. - Sussurrei segurando seu rosto em minhas mãos. Ele fechou os olhos com meu toque.

—Eu amo você. - Ele disse, aquela frase me aqueceu. Tudo ficaria bem, se ficarmos juntos.

—Eu também amo você. Muito. Então por favor, seja sincero comigo.

—Eu sou!

—Por que não disse que morou com Tanya? -Aproveitei que comecei e deixei fluir o que me atormentava.

—Morrar com Tanya… - ele disse vagamente.

—A mãe dela a expulsou de casa por conta da gravidez. 

—E ela foi morar comigo e com os meus pais. - Ele completou.

—Por que não me disse isso?

—Bella, eu não pensei que isso fosse de importância para você.

—Tudo sobre você é importante para mim.

—Por que exatamente você tocou nesse assunto?

Mordi o lábio desviando o olhar, eu não queria que Edward soubesse o tamanho da minha insegurança.

—O que Tanya é exatamente para você?

Ele pareceu surpreso com minha pergunta.

—Não precisa me responder agora, pelo visto você precisa pensar bem nisso… - tentei me levantar, as mãos dele ante no meu colo, deslizaram.

Edward me deixou sair sem resistência, e eu temi o que isso poderia significar.

ok, Bella, você não precisa pensar isso agora.

Tive que passar pelo quarto de Renesmee para chegar ao de Edward, a porta estava entreaberta, e ouvi a conversa dela com a tia.

Preferi me fazer presente, eu precisava manter a cabeça ocupada longe de Edward.

—Ainda acordadas? - Comentei pondo a cabeça para dentro.

—Não, nós dormimos de luz acessa e conversamos durante o sono. - O tom de Renesmee foi cortante.

—Pode entrar Bella, não ligue para minha sobrinha, ela está de mau humor. -Rosalie disse da cama fazendo uma careta para a sobrinha que estava deitada em seu colo.

—Não quero incomodar. - Eu tinha a esperança de que o momento com Renesmee na boate poderia ter aberto a janela da amizade para nós, mas parece que não.

—Minha mãe já foi? - Ela me perguntou.

—Sim. - Fiquei sem jeito parada do lado da cama.

—Tanya… - Rosalie torceu a língua. - Senta, Bella. Acho que você pode me contar por uma perspectiva melhor o que aconteceu entre Renesmee e Riley.

Olhei para Renesmee em busca de ajuda. A menina bufou.

—Ele queria voltar, eu não. Dei uns amassos com ele, Isabella nos flagrou e me salvou de ter que dar um fora nele. E é isso, eu já disse. - Ela pontuou bem a última frase.

—Isso. - Concordei, sabendo que aquela era uma história bem editada.

—Ele é um ogro, não te merece. Você é boa demais para ele. -Rosalie disse.

—Sou boa demais para qualquer um. - A menina suspirou. - Pode sentar.

Me ofereceu.

—Não ouvi os gritos de Edward e Tanya, foi tudo muito civilizado? - Rosalie manteve sua atenção nos cabelos da sobrinha, que ela trançava de modo frouxo.

—Foram frios, eu diria. - Como todos vocês me parecem.

—Não vai demorar para Félix amolar a minha mãe ao ponto dela quebrar, de novo. E dessa vez eu não vou estar lá para juntar seus pedaços.

—Não seja assim com a sua mãe, relacionamentos são complicados. - Rosalie censurou.

—Não foi difícil para você terminar um relacionamento de mais de dez anos com o tio Emmett em algumas horas. - Renesmee alfinetou.

Os olhos da minha cunhada ficaram marejados, ela estava mais afetado que parecia.

—Ele me enganou, Ness. E no fundo… eu estava me preparando para terminar com ele há tempos.

—Então por que ficaram noivos? - A menina se afastou da tia para sentar. Ficamos as três na grande cama da adolescente, em posição de lótus.

Rosalie respirou fundo, o nariz ficando vermelho anunciava o choro preso.

—Porque eu queria que desse certo. Eu queria estar errada, mas os sinais de que Emmett não queria filhos estavam lá todo esse tempo! Mas ele nunca foi claro, então é culpa é dele!

Ela estava exaltada agora, e ficamos quietas esperando que ela organizasse os pensamentos para falar.

Quando falou o tom estava mais magoado do que com raiva.

—Eu sei que foi difícil para ele ter que ser o homem da casa tão cedo. Sei do que ele abriu mão para priorizar o bem estar da mãe e das irmãs.

—Isso não justifica ele não querer ter filhos. - Renesmee zombou. A cutuquei.

—O que?- sussurrou para mim, eu indiquei sua tia que tinha desviado o olhar para o mural de fotos da adolescente.

—Eu sempre gostei de estar no controle, fui a irmã mais velha, ajudei minha mãe e as babás a cuidarem dos meus irmãos, mesmo a gente não tendo uma diferença de idade grande, e sempre sonhei em ter a minha casa, os meus filhos. As minhas empregadas, a minhas babás... e desde que conheci Emmett foi assim, um relacionamento onde eu estava no controle. O relacionamento perfeito, onde eu tomava as decisões e ele seguia de bom grado. Nunca passou pela minha cabeça que ele não quisesse as mesmas coisas que eu, quando eu sempre fui tão clara sobre tudo!

‘’Quando sua mãe estava grávida de você, eu passava horas planejando seu quarto, seu chá de bebê, suas roupas… tudo! Eu realmente quis ficar grávida naquela época. Eu fui muito burra! Naquela época mesmo Emmett estava sempre atento ao meu ciclo, eu tomava remédio, um que tinha pausa e eu menstruava antes da próxima cartela. Quando eu parei de tomar, porque queria um bebê, minha menstruação atrasou e ele surtou. SURTOU.  De uma forma que eu não tive coragem de dizer que tinha suspendido o remédio, e voltei a tomar direitinho, e imaginei que ele estava certo de surtar, afinal estávamos na faculdade, os meus pais já tinha que lidar com Edward tentou um bebê, e precisariamos da ajuda financeira deles, Emmett talvez não gostasse disso. "

"Eu inventei desculpas e mais desculpas para a atitude dele daquela vez. E mergulhei de cabeça na gravidez de Tanya, participando de cada avanço seu ainda na barriga. - Ela parou para olhar com carinho para a sobrinha, agora seus olhos estavam banhados em lágrimas.- Edward se estressava comigo as vezes, porque eu queria ir a todas as consultas. Mas no final nós dois estávamos curtindo muito tudo aquilo."

—Muito mais que a minha mãe. - Renesmee sussurrou muito baixo, eu só ouvi pois estava muito próxima a ela. Se Rosalie ouviu, fingiu que não.

—Ele me confessou que fez a vasectomia daquela vez, quando a minha menstruação atrasou. Ele não queria filhos, e não queria que eu o convencesse a ter depois.

—Ele não tinha o direito. - Falei.

—É, ele não tinha o direito de me manter ao lado dele nessa situação, sabendo que não era o que eu queria. 

—O que ele disse para justificar? - Renesmee perguntou.

—Que me ama demais, não suportaria me perder, nem mesmo para uma criança dele.

—Nossa, o tio Emmett é doente. - ela assobiou.

—Ele diz que podemos superar, que se eu realmente quiser ter filhos tudo bem, podemos adotar. Ele só não quer se envolver nisso. -A cara dela foi de profundo nojo.

—E o que você vai fazer? - Perguntei. As duas me olharam como se eu fosse demente.

—Mandei ele sair do apartamento, e deixei claro que está tudo acabado entre nós. - Rosalie disse sem inflexão na voz.

—Está certíssima tia!

—Sinto muito que as coisas sejam assim, Rosalie. - Falei.

—Não sinta, Bella. Ele vai se arrepender todos os dias por ter me feito de boba.

—O papo tá ótimo gente, mas meu pai disse que eu tenho que ir a escola a amanhã, então… - Renesmee nos dispensou.

—Posso dormir aqui? - Rosalie pediu.

—Se fizer cafuné, pode todos os dias. - A menina a abraçou pelo pescoço.

—Boa noite meninas. - Me despedi me levantando, pensando em como encararia Edward.

—Boa noite, Bella. - Rosalie.

—Boa noite. - Renesmee disse baixo.

Será que Edward já estaria no quarto? Será que eu deveria procurar um quarto de hóspedes?

O quarto continuava vazio e silencioso, nem sinal do meu então namorado. 

Eu estava agitada demais para dormir, e precisava de uma amiga, na verdade precisava da minha mãe. Mas eu não queria envolver Renée nisso.

Peguei meu celular ligando para a única pessoa que me ouviria sem julgamentos. Isto é, o que eu acredito.

Angela atendeu no quarto toque.

—Bella! Eu estava falando de você agora! - Tinha uma música de fundo.

—Você está na rua?

—Não, estou na cama, vou abaixar a musica… pronto!

—Com quem você estava falando de mim?

—Com ninguém em especial… vamos, me diz sobre você! Como está a vida de casada?

—Não estou casada!

—Morando junto, a mesma coisa… vamos me conte tudo!

Vasculhei minha mente algo menos direto para falar com Angela.

—Fui revelada na internet, pensei que você estivesse surtando sobre isso.

—Isso! Na verdade não, tem muita coisa acontecendo por aí no mundo dos famosos, você é peixe pequeno. Mas acho que você deveria postar uma foto oficial para seus fãs não ficaram ressentidos com você.

—Ok… - e agora?

—Bella? O que está acontecendo aí?

Angela era minha amiga desde a infância, ela me conhecia bem, não me julgaria, e com certeza teria algo bom para me dizer…

—Que porra Isabella! Esse cara te bateu? Te machucou de alguma forma? Eu sabia que ele era perfeito demais, ele é um maníaco não é? Tente ficar segura, vou chamar a polícia…

—Angela! não, não é nada disso! Não surta!

—Seu silêncio me faz surtar. - Ela disse de volta a sua calma habitual. - Então, ao que devo a honra da sua ligação?

Respirei fundo e joguei tudo.

—Você sabe que tem essa filha do Edward uma adolescente meio problemática que me odeia bem ficou claro que ela meio que me odeia quando ela me empurrou quando eu estava de patins no parque o que eu quero dizer é que ela é bem problemática e agora eu acho que toda a família dele é bem problemática e a mãe dela tem esse namorado abusivo que é casado e ela é amante dele e ela tá achando tudo muito normal e a Renesmee surtou por conta disso e está muito chateada com a mãe e veio morar aqui com o pai hoje e eu não sei como vai ser os próximos dias e ainda teve esse namorado dela super babaca que com toda certeza só quer transar com ela e ainda tem a Rosalie irmã do Edward está você conhece que está se separando no noivo…

—Ok , querida. Respire. E onde você se encaixa em tudo isso?

—Você entendeu o que eu disse? - Me surpreendi.

—Sem as vírgulas, os pontos, e toda a conjugação correta, não fez muito sentido, mas eu peguei o teor principal, que é: nada disso é sobre você.

—Mas tudo isso tem a ver com o Edward!

—Então o Edward tem que se encarregar disto, não você.

—Angela…

—Bella. Amiga do meu coração e alma, me ouça. Eu já entendi tudo. Sabe quando vemos um filhotinho de cachorro, ou gato? filhotes em geral?

—Sim…

—E a  gente quer levar para casa e cuidar e proteger do mundo. Bom, Edward e a ‘’bagagem’’ dele é a droga de uma caixa cheia de filhotinhos abandonados, você é a criança trazendo para a casa e eu sou a mãe responsável que diz ‘’livre-se dessa merda’’.

—Isso soa horrível, minha mãe no mínimo me ajudaria a achar um lar para os filhotes. - Resmunguei.

—Ótimo, então você entende que não tem que abraçar o mundo.

—Angela, você não entendeu…

—Você não entendeu. Foi assim com Mike, e com cada ‘’peguete’’ que você teve. Você quer abraçar o mundo do cara e ajudar, mas isso não é certo. Edward tem uma filha, uma ex, uma família complicada, não você. Você é uma autora em ascensão, com seu livro sendo adaptado para o cinema! Para o cinema! Esse não é o momento para esse tipo de drama, Bella. Deixe que Edward resolva as merdas dela.

—Parece fácil falar. - Suspirei.

—Pode parecer fácil mesmo, porque eu não estou ai, não estou vivendo esta merda. Então venha para Los Angeles curtir seus personagens ganhando vida! Você viu a foto do elenco caracterizado que te mandei?! Está tudo ficando tão real! E eles estão tão empolgados, você tem que vir ficar com eles!

—Depois do meu aniversário. - Prometi.

—Se essa gente não der para você uma festa que presta eu juro que…

—Boa noite,Ang, eu te amo.- Falei desligando sem esperar sua resposta. Era mais fácil conversar com alguém quando esse alguém falava o que você queria ouvir.

Por que Angela não me dizia ‘’Sim amiga, você está certa, tente resolver os problemas da família Cullen’’?

Jessica teria me dito exatamente isto.

E era tão boa amiga, sempre dizia o que eu queria ouvir, que agora estava de casamento marcado com meu ex namorado.

Uma preciosidade de amiga.

Deixei o celular no silencioso e fui deitar, se Edward em suas conjecturas achasse melhor ir dormir longe de mim, ele que procurasse um quarto.

E se ele ainda gostar de Tanya?

A pequena e insegura Bella Swan sussurrou no meu consciente me impedindo de dormir.

 

 

Eu senti a cama afundar ao meu lado, o cheiro dele me invadiu.

Seus braços me circularam  puxando meu corpo para seu peito, minhas costas colada nele.

Edward cheiro meu pescoço e mesmo se eu estivesse dormindo, tinha certeza de que aquele contato me faria aquecer.

—Bella, amor? Está dormindo?

Se eu estivesse dormindo teria acordado imediatamente com o contato do seu corpo no meu.

—Hum… - resmunguei para parecer que eu acordava naquele momento, não queria que ele soubesse que não consegui dormir sem ele.

—Podem conversar agora ou é uma hora muito ruim?

—Sim vamos conversar. - Sussurrei  tentando me virar para olhar para ele. Ele me manteve presa no lugar.

—Fica assim por favor. É mais fácil para mim falar assim.

Relaxei o corpo junto ao dele. Se era melhor para ele assim, seria assim.

—Eu pensei muito no que você disse, e em como me sinto em relação a Tanya e tudo.

Ele pareceu respirar fundo.

—Eu não queria ter que reviver isso, não pensei que precisava te contar essas coisas que já passaram e não queria.

—Eu não quero te forçar a nada, Edward. -O interrompi. -Mas para fazer dar certo o que temos precisamos ser reais, sem muros, sem máscaras, e sem meias verdades.

—Eu nunca conheci alguém assim, que realmente me quisesse por inteiro. Acho que por isso estão meio perdido… -ele soltou uma risada nervosa no final.

—Bella, eu nunca fui incentivado a falar essas coisas. Como me sinto, como me senti com algo que aconteceu… nunca. Meus pais sempre me deram condições boas de vida e me cobraram resultados. Não ir bem em uma prova, não me sair bem em um recital… sempre foi tratado como "onde está o erro? Trabalhe nisso e corrija." Não me lembro de conversar com meus pais sobre nada emocional. 

Fiquei em silêncio sem saber o que dizer.

—Quando eu conheci Tanya, eu me apaixonei por ele.

Gelo desceu pelo meu estômago e se alojou no meu intestino. Era isso, esse "envolvimento sem sentimentos" que ele pregava era uma grande mentira.

—Seu jeito divertido, sua transparência, sempre dizia o que pensava mesmo que isso a colocasse em apuros com os professores e até mesmo colegas. Eu me apaixonei por ela e por um milagre ela se interessou por mim. Então nos envolvemos - ele estava editando- e quando a mãe dela impôs um aborto eu disse que ela iria morar comigo. Eu queria a minha própria família e estava em êxtase por conseguir.

—Não foi assim para Tanya?

—Não. -Ele ainda estava magoado, eu podia sentir pela inflexão da palavra. 

—Eu não era o bastante para ela. Renesmee não era o bastante. O que movia e talvez ainda nova Tanya, é a rixa com a mãe, a necessidade de provar para Sasha que ela pode ser um grande mulher sem a ajuda e influência dos pais.

—E por isso vocês não deram certo?

—Eu não sei. -Sussurrou.

—Você ainda gosta dela, Edward? -a pergunta veio baixa, minha voz quebrada.

—Não, Bella! -Ele me apertou mais forte. -Eu amo você! Sim eu fui apaixonado por ela, mas isso teve mais a ver com o garoto carente que eu fui do que com um sentimento genuíno. É totalmente diferente do que eu sinto por você. 

—O que nos leva…

—Eu fui irresponsável com Renesmee nos últimos dias. Eu vou ser melhor, prometo, só não desiste de mim.

—Não vou. -Prometi. Tentei me virar e dessa vez ele permitiu. Na penumbra do quarto, eu podia ver seu rosto parcialmente, ele estava tenso. Acariciei suas feições, desfazendo o franzido da testa, circulei seus lábios finos desejando senti-lo nos meus.

—Eu tô com você, ok? Não precisa esconder nada de mim. -Ele assentiu de olhos fechados. Puxei seu rosto para mim, finalmente eu podia beijar e amar ele.

 

 

Eu sabia que Renesmee entrava antes das oito da manhã no colégio, por isso acordei cedo para fazer o café da manhã, já que Edward tinha dispensando seus empregados para termos mais privacidade. Isso acabava hoje.

Fui a padaria e comprei pães, fiz omelete, café e suco. Coloquei leite na mesa, e algumas frutas cortadas. Eu teria que acordar Edward, mas esperava que as outras duas aparecem para o café, já que teoricamente Rosalie deveria ir para o trabalho.

—Ai meu Deus! É como acordar na casa da minha mãe! -Rosalie me surpreendeu chegando com uma camiseta escrito "eu amo Shaw Mendes" e um jeans justo demais para ela, claramente roupas da sobrinha.

—Bom dia, Rose.

—Muito bom dia, cunhadinha! -Ela me deu um beijo estalado na bochecha.

—Está de bom humor. -Elogiei.

—É o ar livre de ser solteira. -Ela respirou fundo erguendo os braços de forma teatral. -Eu não sei o que é isso há muito tempo!

—Você está realmente bem? -Perguntei duvidosa.

—É como ter uma farpa no dedo, Bella: quando você tira, a dor para.

Eu não quis comentar, mas se a farpa fosse grande precisava de pontos. Eu já havia sofrido com uma na infância.

—Bom dia. -Renesmee resmungou se sentando a mesa completamente vestida para a escola. A maquiagem leve de tia e sobrinha eram perfeitas.

A mais nova começou a mexer no celular, enquanto a mais velha se servia.

Pigarreei chamando a atenção.

—Eu fiz um suco, comprei uns pães… você gosta certo? Pode pegar o que quiser.

Falei doce.

A menina me olhou arqueando as sobrancelhas perfeitas em forma de desdém. Ah não…

—Eu queria comer um bolo hoje. Acho que perdi a fome.

Lá vamos nós.

—Não seja ridícula, Ness. Bella fez o café, de boa vontade não é sua empregada.-Rosalie disse dura e a menina bufou. -Seja grata e coma se não quiser passar fome.

—Posso passar no Starbucks. 

—Vai tomar o café da manhã aqui e agora. E agradece a Bella por ter feito.

Rosalie tomou o celular da mão dela com violência.

—Ei!

—Depois do café te devolvo. Agora…

Renesmee pegou um copo e se serviu de leite.

—Renesmee Carlie. -Rosalie advertiu.

—O que? Eu já tô me servindo! 

—Agradeça a Bella!

—Não precisa, Rose…

—Precisa sim. -Rosalie me olhou. -Agora.

Renesmee revirou os olhos, terminou de se serviu do leite e então me direcionou o olhar de maior desdém que podia.

—Obrigada, Isabella.

—Não há de que. -Respondi. -Vou acordar o Edward.

Anunciei.

—Edward acordando antes do meio dia? E a alma de artista dele? -Rosalie brincou de boca cheia.

—Não precisa, ele me mandou uma mensagem de bom dia muito autoconfiante. Está acordado. 

Renesmee nos mostrou o celular, onde em uma conversa com o pai tinha o bom dia dele junto de uma foto onde ele estava muito elegante.

Como alguém podia ser tão bonito? Aquele maxilar perfeitamente quadrado era uma tentação.

—Por que ele te mandou uma foto de bom dia? -Rosalie perguntou.

—Ele disse que é para eu ver "o quão lindo ele é".

Renesmee revirou os olhos, mas tinha muito humor Ali.

—Ah o frágil ego dos homens… -Rosalie resmungou se servindo.

Fiquei de pé sem saber se deveria ir chamá-lo.

—Sente-se, Isabella. Vai criar raízes aí.

Renesmee decidiu por mim e me sentei.

Ela ficou mexendo na comida, colocou uma pequena quantidade na boca e levou um século para mastigar.

Por favor, que Rosalie repare nisso.

Fiquei olhando discretamente para Rosalie, arregalando os olhos e indicando a mais jovem com a cabeça. Ela me olhou sem entender.

Eu teria que ser mais clara.

—Você como sempre tão pouco, Renesmee?

Perguntei olhando bem para minha xícara de café.

—Não sinto muita fome. -Ela deu de ombros sem se importar.

—Ah eu queria ter sido assim na sua idade, eu comia por três! Era uma guerra com a balança, eu e o meu peso!

Rosalie fez uma careta. Não era bem isso que eu pretendia.

—Eu sei, eu vi suas fotos adolescentes. Você era bem…Cheinha. Ainda mantém a bunda!

—Renesmee!

As duas riram.

—Existem distúrbios que fazem as pessoas comerem muito, ou não comerem quase nada. Tipo ansiedade e essas coisas. -Falei pegando um pedaço de pão.

—Ah Bella eu sou muito ansiosa! Esses dias a minha chefe falou " Rosalie você não vai acreditar!' e eu " conta!" E ela respondeu: "depois te falo" Eu não consegui trabalhar o resto do dia pensando no que seria!

—Ah eu odeio quando a Jane faz essas coisas! Só pra me deixar ansiosa!

As duas se lançaram num assunto sobre as pessoas fazerem suspense e eu me perguntei se elas faziam alguma ideia do que era sofrer de ansiedade. Era algo sério, não ficar curioso sobre um segredo!

—Bom dia, como a minha cozinha está florida hoje! -Edward se anunciou, vestia uma calça de moletom, sem camisa. Os cabelos bagunçados e o rosto alegre. Era ridículo que só a imagem dele já fizesse borboletas sobrevoarem o meu estômago.

—Bom dia para as minhas tulipas vermelhas. -Edward beijou o topo da cabeça de Renesmee e então me deu um selinho demorado.

—E bom dia para a Rosa cheia de espinhos. -Ele soltou um beijo no ar para Rosalie que lhe retribuiu com uma careta.

—A noite foi boa, né? -Ela devolveu.

—Maravilhosa como sempre. Apesar de Emmett estar me enchendo de mensagens perguntando sobre você.

—Eu não quero saber dele. Espero que já tenha se mandado do meu apartamento.

—Que eu me lembre o apartamento é de vocês.

Edward disse calma se servindo.

—Eu quero ele fora, Edward. Não importa, eu quero e ele vai se mandar.

Edward deu de ombros.

—O que vai fazer hoje, pai?

—Que bom que perguntou linda. -Ele piscou para ela. - Bella e eu vamos fazer comprar no supermercado…

—Ah eu adoraria ver você no supermercado! -Rosalie riu.

Edward franziu a testa, mas deixou passar.

—E quando você voltar da escola, vamos ver a doutora Zafrina.

—A pediatra? -Renesmee o olhou incrédula.

—Sim, você precisa de um check-up.

—Eu não deveria ir a um médico de adulto?

—Ela acompanha você desde que nasceu!

—Mas eu não sou mais uma criança!

—Pode ir ao pediatra até os dezoito. -Rosalie disse. -Ou até fazer sexo e precisar de uma ginecologista.

—Ok, isso não está em jogo aqui. -Edward disse subitamente nervoso e foi a vez da filha rir.

—Tenho mesmo que ir a escola?

—Sim, você tem. Te pego às três.

Renesmee assentiu tomando um pouco de achocolatado.

Seria um dia interessante.

 

Fazer compras de supermercado com Edward era um evento engraçado.

Ele corria para a parte dos enlatados e comidas congeladas, e claro doces e salgadinhos.

Eu tive que trazê-lo a vida real a saudável.

—Como eu vivi todo esse tempo sem você?- ele dizia enquanto eu enchia o carrinho de verduras.

—Deixando que outra pessoa tomasse conta da sua alimentação. -Revirei os olhos. -Quer mesmo que eu vá ao médico com você e Renesmee?

—Claro, vai ser ótimo. Talvez Tanya não consiga ir, tem uma audiência uma hora da tarde e pode acabar se estendendo.

—Eu não estou substituindo Tanya, Edward. -Falei séria.

—Claro que não! Da onde você tira essas idéias?

Da minha insegurança, pensei.

O supermercado estava cheio e ficamos um bom tempo na fila conversando e trocando alguns beijos.

Mais tarde fui com Edward buscar Renesmee no colégio. Um lugar grande e espalhafatoso, onde vi mais meninas com o mesmo uniforme de colegial digno de filme… adulto.

—Por que eles colocam esse uniforme? -Perguntei.

Edward riu.

—Acredite se quiser, mais os alunos que escolhem o uniforme.

Renesmee já estava na frente da escola, ao lado da mesma menina que conheci no central park, que havia sido legal comigo, Jane. Não vi sinal de Bree em parte alguma.

Ela se despediu da amiga e adentrou no banco de trás.

—Tanya me mandou uma mensagem pedindo desculpas, que não poderá nos encontrar na pediatra. —Disse com uma voz afetada.

—Por que isso não me surpreende? -Edward resmungou manobrando o carro.

—Renesmee. -Chamei a atenção da garota criando coragem. -Minha agente diz que devo movimentar minhas redes sociais com fotos minha, já que a amiga da Alice me "expôs." Você poderia me ajudar?

Meu coração bateu rápido enquanto eu aguardava sua resposta.

Ela levantou a cabeça que estava voltada para o celular.

—Claro Isabella! Vai ser legal. -Disse abaixando a cabeça para digitar de novo.

Edward me lançou um olhar e um sorriso.

Bom poderíamos começar a dar certo.

Caminhamos juntos para a clínica através do grande estacionamento, o dia estava um pouco encoberto, mas alguns raios do sol apareciam por entre as nuvens, hora sim, hora não.

—Minhas garotas ruivas. -Edward disse de repente.

Sua filha e eu o olhamos interrogativamente.

Ele puxou uma mecha do meu cabelo para mostrar os tons em vermelho no sol.

—Ah sim. Ele fica meio vermelho no sol. -noda comparado ao ruivo natural de Renesmee e o cobre dele.

—Humpf. -Ela resmungou olhando meu cabelo.

A pediatra Zafrina, uma mulher alta de feições fortes e alegre, ficou muito feliz em rever a antiga paciente.

—Não gosta da falta de cor na sua marca d' água. -A mulher disse. -Pode apontar uma leve anemia.

A cara de Edward já estava apavorada.

—Não se apavore, papai. -Dra. Zafrina tentou tranquilizá-lo. -vou pedir alguns exames.

Renesmee fez caras e bocas se queixando das agulhas.

—Prometo que só será furada uma vez. 

—Sei, vocês me furam uma vez e tiram mais de dez tubinhos de sangue.

—Será que você vai desmaiar? -Edward brincou.

—Você desmaia quando vê sangue? -Perguntei falando pela primeira vez.

—Sim. -ela fez um biquinho muito parecido com o do pai.

—Eu também. -Murmurei ausente.

Edward ficou incumbido de trazer a filha amanhã cedo para fazer os exames. Eu saí dali satisfeita, me sentindo parte daquilo. Renesmee podia não gostar de mim, mas sua tolerância era bem vinda


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Notas finais do capítulo

Palavra do dia: Edward. menino carente, ou pai irresponsável?
Vejo vcs nos comentários e redes sociais, bjs :*