Era véspera de Halloween na BAU. Todos estavam realmente torcendo para uma noite sem monstros de verdade. Se tudo desse certo, em duas horas, eles iriam para casa se vestirem para a festa de dia dos mortos que Penelope iria dar em seu apartamento.

Hotch ficou feliz quando viu no relógio que era a última volta. Quando o ponteiro passou pelo doze, marcando cinco da tarde, ele largou a caneta, afrouxou a gravata e dispensou todo mundo.

Ele teria companhia essa noite e não seria Beth, uma vez que eles terminaram.

Derek pegou a mão da esposa e eles foram para casa. Pen e ele estavam casados há quase dois anos e estavam felizes por sediar mais uma festa por lá. Ela estava fazendo segredo de sua fantasia e ele tinha uma pequena e nefasta ideia do que seria.

— Feliz Halloween, Hotch. – Penelope gritou para o chefe antes de sair. – Divirta-se com Emily.

Hotch olhou para a técnica. Claro que ela saberia que ele e Emily estavam juntos. Mas ele estava feliz. Penelope era uma boa pessoa e só queria o bem para todos.

Chegando em seu apartamento, ele notou o post-it. Era a letra de Emily. “Entre e abra seu presente”. Abrindo a porta, ele ouviu barulhos da cozinha e Emily surgiu vestida de Marilyn Monroe, com direito a peruca loira, o clássico vestido plissado e saltos.

Na mão um bolo de morango escrito “feliz aniversário, senhor presidente” dava o toque final e sutil.

— Quando chegou aqui? – Ele estava excitado demais para perguntar qualquer outra coisa. – Você está linda!

— Eu cheguei esta tarde. – Emily soltou o bolo na mesa e o beijou. – Feliz aniversário, Hotch. Eu serei sua companhia para a festa dessa noite.

Hotch beijou Emily quase com fome. Ela ainda trabalhava na Interpol, mas estaria voltando para a equipe em alguns meses. Vestindo sua fantasia de Doctor Strange, ele acompanhou Emily até o carro, abriu a porta para ela e saiu.

Eles poderiam se divertir depois. Agora era a hora de contar a todo mundo que eles eram um casal.

Penelope desceu as escadas, vestindo uma fantasia completamente apaixonante e excitante para seu marido. Era igual a uma dançarina de cabaré, com meias rendadas, salto preto. Um casaco vermelho e amarelo com franjas e uma espécie de cartola realçavam suas curvas. O chicote em sua mão era o toque final.

— Onde a senhora acha que está indo assim, hein senhora Morgan? – Derek a abraçou por trás. – Nem pense em sair assim para todos os homens babarem no que é meu.

— Então como sugere que eu me vista? – Penelope sentiu algo a cutucar por trás. – Talvez você deveria me mostrar.

— Você vai me deixar em maus lençóis, Baby Girl. – Derek deu risada. – Há aquela fantasia de Super Girl que você usou no ano passado. Haverá crianças aqui.

Se aproximando lentamente de Derek, Penelope deu uma mordidinha no ouvido dele e sussurrou apenas para que ele ouvisse.

— Eu vou deixar essa fantasia apenas para seus olhos. – Penelope deu risada da expressão ansiosa de Derek e saiu para trocar.

Todo mundo chegou, mas convenientemente Hotch e Emily estavam atrasados. Rossi estava completamente vestido de mafioso, o que seria estranho se ele não usasse uma roupa e uma peruca cinza.

— Veio vestido de mafioso? – Penelope brincou. – Parece muito sarcástico.

— Não apenas mafioso, mas eu vim de “Fat Tony”. – Rossi proclamou e fez todos os presentes darem risadas. – Ele é um personagem dos Simpsons.

— Ainda sim, ficou bom. – Penelope sorriu. – E você gênio?

— Eu vim de Sherlock Holmes. – Reid anunciou. – Penelope, você sabia que ele foi um dos mais famosos detetives?

— Sim, querido. – Penelope revirou os olhos e sorriu, entregando a ele um de seus drinques com gelo em forma de olho. – JJ, você está linda.

JJ deu uma reverencia falsa para Pen. Ela veio vestida de noiva fantasma. O vestido branco tinha pequenas gotas de sangue e a maquiagem dela era assustadoramente perfeita.

— Will veio de noivo cadáver. – JJ revelou rindo. – Disse que toda a noiva precisa de um noivo.

— Feliz Halloween. – Penelope caiu nos braços de Derek, vestido de cowboy. – Hey, Hot Stuff.

— Moça, você é uma linda garota. – Derek havia entrado no personagem. - Cê é casada?

— Talvez. - Penelope deu uma risada fofa. – Mas meu marido não é ciumento.

— Então eu vou laçar você. – Derek a pegou nos braços e a levou para fora da cozinha e a deixou no sofá. – Posso ter um beijo seu?

— Quantos quiser. – Penelope recebeu um beijo avassalador e ouviu a porta abrir. – Vocês finalmente aparecem.

— Desculpa, pneu furado. – Hotch disse, sabendo que eles provavelmente já sabiam que era uma desculpa.

— Pois é. – Penelope virou os olhos para os dois. – Já tivemos alguns pneus furados antes de casar e agora.

Hotch não respondeu a aquilo. Afinal, eles eram adultos e sabiam o que faziam.

— Bem, está na hora. – Penelope passou uma taça para Emily e Hotch. – Estou feliz de todos estarmos aqui e diante do nosso altar, me sinto abençoada. Eu vou começar.

Penelope retirou uma foto de dois adultos e colocou no altar.

— Minha mãe E meu pai. Saudades. – Ela sentiu Derek por uma mão em seu ombro. – E esse era meu gato Simba e sua tigela de refrigerante. Era um gato meio estranho.

— Essa é minha irmã, Rosalyn. – JJ colocou a foto de sua irmã falecida. – Ela sempre teve vontade de conhecer Paris, não deu, mas espero que isso a ajude.

Colocando uma miniatura da torre Eiffel ao lado da foto, JJ sentiu o coração ficar mais leve.

— Você disse que poderíamos trazer mais de um. – Reid observou Penelope arrumar o altar.

Ele tirou uma foto de Maeve e a colocou em silencio, seus amigos também em silêncio.

— Nicolas Tesla. – Reid colocou a foto do cientista. – Eu espero que ele esteja inventando coisas maravilhosas do outro lado.

— Sargento de segunda classe Daryl Janssen. -  Rossi colocou a foto do companheiro ao lado das outras. – O perdemos naquele dia.

— O que são esses ingressos? – Derek estava curioso.

— Ingressos para os Cubs – Rossi deu uma risadinha. – Janssen adorava os Cubs.

Hotch então se aproximou do altar e colocou uma foto de Haley no altar e Emily sorriu para a lembrança singela de seu quase noivo.  

Foi em silencio que ela também colocou a foto de sua mãe e sentiu a mão de Hotch na dela. Ela nunca contou a ninguém sobre o falecimento.

— Este é meu pai. – Derek colocou uma foto de seu falecido pai. – Ele gostava de charutos, então toma. Aliás, Rossi. Meu pai era muito fã dos Cubs também. Acredito que ele e o sargento Janssen iriam a um jogo juntos.

— Eles decidem quando chegar lá. – Rossi brincou.

— E nós aqui, somos abençoados por estarmos todos juntos. – Penelope respondeu e todos brindaram. – Alguns mais que os outros.

Todos sorriram e olharam para Hotch e Emily.

— Ah vamos pessoal. – Penelope os viu olhar para ela. – Nós sabíamos que eles estavam juntos. Era só uma questão de tempo.

Aquilo gerou uma onda de risadas entre todos. Eles beberam, jogaram conversa fora e foram para casa com a certeza de serem felizes.