Abra Seus Olhos escrita por Lilindy


Capítulo 2
Capítulo 2 - Ajuda dupla


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura para todos!



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Sophie se aproxima do carro, batendo no vidro da janela do lado do carona no banco dianteiro.

— Por favor. Por favor.

O jovem rapaz sentado ali a encara, seus cenhos franzidos enquanto baixava o vidro da janela o mais rápido que podia.

— Tudo bem, fique calma. Está tudo bem, só nos conte o que aconteceu.

A garota abaixa as mãos, procurando estabilizar sua respiração. Ela assente com um gesto de positivo de cabeça, se afastando do carro com alguns passos. A porta do lado do carona se abre e não demorou para que a outra também fizesse o mesmo. Sophie se afastou mais um pouco do veículo, ficando novamente á frente dele. Seus olhos agora observavam os dois homens que esperavam uma explicação de sua parte. Eles estavam parados próximos ao carro, cada um perto de uma das portas.

A jovem enfermeira se põe a narrar sua situação. Enquanto falava, o vento bagunçava seus cabelos castanhos e encaracolados, eles estavam soltos e moviam-se de um lado para o outro.

— Aí eu desviei do carro e batemos logo em seguida. — Seus olhos azuis se alternavam entre os dois rapazes que apenas ouviam sua narrativa. — Eu desmaiei e quando acordei o carro estava todo destruído e meu irmão não estava mais lá.

Sophie tentava manter a calma durante sua explicação, ela podia vê as expressões sérias acompanhadas de cenhos franzidos e troca de olhares entre os dois ali.

— Eu passei a procurar por ele — Ela tira uma mecha cacheada da frente do seu rosto. — e foi quando um homem começou a me perseguir.

— Ele parecia está ferido, tipo como se estivesse sofrido algum tipo de acidente? — Questiona um dos homens, ele tinha um corte de cabelo mais curto acompanhado de um pequeno topete.

Sophie olha para ele enquanto o outro o lança um olhar de represália.

— É. Ele estava ferido. — Ela responde, lembrando-se do ferimento coberto pela camisa do homem, a ferida parecia séria. — Como sabia? — Foi a vez dela questionar, sua feição não escondendo sua dúvida.

O homem entreabre a boca enquanto pensava sobre a pergunta e sobre como respondê-la. Ele olha para o outro antes de voltar a falar.

— Um palpite, talvez.

A jovem ainda encarava o dono da resposta quando o outro lança mais uma questão.

— Moça, qual é o seu nome?

— Sophie Marshall. — Diz ela, ainda olhando para o rapaz de cabelos curtos. Ele, talvez desconfortável ou algo do tipo, alternava seu olhar entre ela e o outro.

— Sophie, me chamo Sam e esse é o meu irmão Dean. — Sam aponta para o irmão após apontar para si mesmo. — Acho que você devia vir com a gente. Levaríamos você para a cidade e...

— Não! — Exclama ela. — Não vou sair daqui sem meu irmão. — Sophie olha para Sam. — E se ele voltou para o carro?

— Você devia ir para algum lugar seguro. Eu e Dean voltaríamos aqui e procuraríamos o seu irmão. — Sophie tinha sua boca entreaberta e as feições franzidas com a preocupação e atenção que lançava sobre as palavras de Sam. O rapaz tinha um tom de voz calmo e tentava tranquilizá-la.

A garota olha de Sam para Dean.

— Não, eu não vou deixar meu irmão. Não vou sair daqui sem ele. — Sophie precisava saber onde seu irmão estava, precisava vê-lo novamente e ter a certeza de que Zack estava bem. Se algo tivesse acontecido a ele... Ela sentia uma pancada em seu estômago só de pensar no pior.

Sua resistência é sentida pelos dois irmãos á sua frente.

— Vocês poderiam me levar até meu carro? Por favor. — Sua voz sai quase em um sussurro, um pedido que não escondia sua preocupação enquanto olhava para Dean.

Ele olha para o irmão como se dissesse “Vamos ter que fazer isso mesmo?” Sam lança outro olhar como resposta, tal coisa logo se fazendo presente em forma verbal como resposta para Sophie.

— Claro, podemos. Vamos.

Um suspiro de alívio saiu dos lábios da jovem, eles a ajudariam. A levariam para o seu carro. Sophie viu Dean abrir a porta do lado do motorista enquanto Sam dá um passo para trás apenas para abrir a porta do lado do assento traseiro. Ele olha para Sophie e ela se adianta para entrar no veículo.

Após todos já estarem no interior do carro, Dean dá partida, seguindo as orientações de Sophie até onde o carro dela estava.

 ***

 — Ele está aqui. — Aponta a jovem, indicando uma pequena ladeira de terra alguns passos á frente. Ela segue para lá, guiando Sam e Dean. Ambos tinham lanternas em suas mãos.

Ao chegar ao topo da ladeira, Sophie entreabre os lábios e enruga a testa. Estava desacreditada.

— Mas... — Ao chegarem, os dois irmãos se posicionam ao lado direito da garota. As luzes da lanterna percorrendo a área da ladeira abaixo. Não havia nenhum carro ali.  — Ele estava aqui. O carro bateu naquela árvore. — Sophie aponta para o tronco grosso mais abaixo. — Como é possível?

Disposta a verificar melhor aquela situação, a garota resolve descer a ladeira. Ela não era perigosa quando somente uma pessoa descia calmamente por ela. Ao alcançar a árvore onde seu carro havia batido, Sophie olha em volta ainda desacreditada com o que estava presenciando. Onde diabos estaria seu carro? Enquanto se indagava sobre sua atual situação, a enfermeira podia escutar murmúrios vindos da parte de cima da ladeira. Os irmãos cochichavam alguma coisa que ela não conseguia entender. Do que estariam conversando?

Sophie vira seu corpo na direção dos dois, elevando seu queixo para os olhar no topo da ladeira. As luzes das lanternas iluminavam a pele cor de chocolate de seu rosto assim como a luz prata do luar fazia.

— Eu sei que soa como loucura. — Fala ela, ciente de como aquilo parecia ser um devaneio de sua cabeça. — Mas eu bati naquela árvore. — Novamente Sophie aponta para o tronco, ela procurava demonstrar a maior convicção possível. Não queria que os dois pensassem que ela era louca, talvez eles já achassem tal coisa dela.

Será que era por isso que conversavam em sussurros?

— O carro estava arrebentado, não sei se alguém o levaria daqui. — Solta ela, gesticulando um pouco enquanto argumentava. Ela olha mais uma vez para a direção da árvore antes de focar sua visão sobre os irmãos.

Sam assente as palavras dela com um movimento positivo e rápido de cabeça antes de olhar em volta. Dean fazia o mesmo, movendo sua lanterna ao redor de onde estava. Sophie os assiste por alguns segundos.

— Por favor, acreditem em mim.

Os dois continuam averiguando a área ao redor antes que as luzes das lanternas fossem direcionadas novamente para a jovem mulher.

— Sophie escute, acreditamos em você, tudo bem? — Fala Sam. — E é justamente por isso que queremos tirar você daqui.

Sophie abaixa o olhar, volvendo o rosto na direção da floresta.

— Mas e o Zack? — Ela volta-se para Sam. — Possivelmente deve ter acontecido alguma coisa, eu preciso ir á polícia.

— Ótimo, vamos á polícia. Aliás, levaremos você á delegacia. — Dean se pronuncia. — Você deve vir com a gente, essa é a melhor forma de ajudar você e seu irmão.

Sophie fica em silêncio, encarando Dean e depois Sam, o último parecendo concordar com as palavras do irmão.  A garota morde o lábio inferior por alguns segundos enquanto pensava, virando o rosto para a floresta de forma breve.

— Tudo bem. — Solta ela após um suspiro cansado.

Sophie sobe a ladeira.

***

Mais uma vez o silêncio estava presente, fazendo companhia para a Marshall. Dessa vez Sophie estava no banco do carona, na parte de trás. Seu olhar cabisbaixo transmitia um misto de cansaço, preocupação e certo arrependimento.

— Éramos para estar na casa do nosso tio. — Diz ela, levando sua mão esquerda até o colar cor de prata que carregava consigo. Aquela altura, a jovem não se importava mais se dizia muito sobre sua vida pessoal á dois estranhos. Ela só queria desabafar. — Iríamos para a festa de aniversário dele. Toda a família estará presente na festa. Ele é nosso tio mais velho.  — Sophie aperta o pingente do colar, o envolvendo com a palma da mão. — Eu e Zack estávamos viajando juntos.

— Que bela viajem. — Solta Dean, irônico. Sophie teve que concordar. Ela levanta o olhar. — Antes do acidente, eu me chateei com ele. Zack é muito teimoso e por causa dele nos perdemos. A gente costuma se chatear ou ficar com raiva um do outro por motivos bobos.

— Sei do que está falando. — Fala Sam sorrindo brevemente, achando graça daquilo. Se Sophie pudesse ver, notaria o olhar de Dean para o irmão. Era como ele dissesse “Como é que é?” O outro apenas ignora os cenhos franzidos de Dean ao lançar tal expressão para ele.

A garota olha para o pingente que sua mão envolvia. Ele também era prateado e tinha forma oval, era do tipo onde se podia guardar uma foto dentro. E Sophie havia feito tal coisa. Na parte de dentro havia uma foto dos dois irmãos. Zack a abraçava de lado e os dois estava sorrindo para a foto. Sophie sentiu seu estômago afundar e o coração apertar dentro da caixa torácica quando a ideia de perder o seu gêmeo vem á mente. Ela passa os dedos sobre o rosto de Zack na fotografia. Sophie adorava aqueles cabelos encaracolados que ele tinha, tão semelhantes aos dela. E de fato, os gêmeos faziam jus ao termo. Tinham o mesmo tom de pele, a mesma cor de olhos e até alguns traços de personalidade eram parecidos.

— Eu só o quero de volta. — Declara Sophie, sentindo um nó em sua garganta enquanto seus olhos pareciam querer marejar.

Ela não podia se permitir chorar ali, na frente deles. Mas estava difícil. Um fungado faz Dean olhar para Sophie pelo retrovisor da frente.

— E se eu não vê-lo nunca mais? — A voz dela já estava embargada e duas lágrimas teimaram até cair de seus olhos.

— Sophie. — A voz de Sam a faz erguer o rosto para encará-lo. Ele havia virado o torso para trás e agora a olhava.  — Nós vamos descobrir o que aconteceu com seu irmão. — Uma pausa. — Eu te prometo.

A garota limpa os olhos marejados a fecha o pingente após assentir as palavras de Sam.

— Obrigada. — Com um pigarro, a jovem tenta limpar a garganta. Ela volta sua atenção para a estrada.

Sua observação do lado de fora não demora muito já que o som de estática do rádio ligando chama tanto sua atenção quando a de Sam e Dean. As estações vão passando sozinhas até parar em uma estação aleatória, uma música qualquer tocando ali.

— Mas o quê... Um dos dois ligou o rádio? — Questiona ela, tentando amenizar aquela situação com uma resposta lógica vinda um dos dois rapazes.

— Não. — Fala Dean.

Um ruído abafado interrompe a música que tocava. Aos poucos o ruído torna-se alto o suficiente para abafar a melodia por completo. As três pessoas presentes no carro focam seus olhares na direção do rádio quando uma voz rouca declara:

“Ela é nossa.”

Sophie sente seu coração pular uma batida enquanto sentia o tom sombrio presente naquela voz masculina e grave.

“Ela é nossa. Ela é nossa.”

— Gente, o que é isso? —Indaga a jovem, sua voz já demonstrando seu medo.

Nenhum dos dois responde e isso fez com que Sophie sentisse mais medo ainda.

Tal sentimento se intensificou quando a garota, ao levantar o olhar, avista uma figura feminina parada no meio da estrada. Ela usava calças jeans e uma camisa bege lisa. Seu rosto era inexpressivo enquanto o corpo estava machucado em diversas áreas, sangue manchava o tecido de sua camisa. Sophie tinha os olhos arregalados ao encarar a figura.

— Ok. Se segurem. — Avisa Dean, afundando o pé no acelerador.

— O que você está fazendo?! — Exclama a garota, se corpo agora já mais inclinado para frente, suas mãos apoiadas sobre a parte de cima do banco único da frente. — Você vai bater nela!

Os olhos azuis de Sophie mantinham-se sobre a figura feminina á frente enquanto que Sam se mantinha firme em seu lugar. Os dois irmãos também encaravam a garota no meio da estrada.

O Impala 67 avança rumo à figura feminina e Sophie estava certa de que Dean cometeria um assassinato ali mesmo.

Ela errou em seu julgamento.

A garota á frente do veículo some ali, na frente dos olhos da Marshall e dos Winchester. Seu corpo, antes sólido aos olhos de Sophie, se dissipa em uma fumaça negra quando o carro choca-se contra ele.

Como se houvessem sincronizado tal movimento, o trio olha para trás ao mesmo tempo. A garota havia sumido.

Sophie se afasta um pouco, indo mais para trás, enquanto ainda olhava para a mesma direção em busca da figura feminina.

— O que foi isso? — Lança ela, exasperada. Seu rosto voltando-se para frente e encontrando a face de Sam por alguns segundos antes dele virar o rosto.  — O que foi isso? — Seu tom de voz aumenta ao notar que os dois não diziam nada e não pareciam nada assustados por terem visto uma mulher se evaporar ali, na frente deles.

— Sophie, se acalme. Vai dar tudo certo. — Diz Sam. Ele parecia estar esperando alguma coisa. Dean se mantinha calado, o olhar focado á frente.

Isso até o motor do carro falhar.

— Acho que você foi otimista demais, Sammy.

Dean leva o veículo até o encostamento da estrada, suas tentativas de fazer o carro voltar a funcionar falham miseravelmente. Sophie vê o Winchester mais velho parar com suas tentativas e direcionar o olhar para o irmão.

— Eu acho que eles não vão deixá-la ir.

— O quê? — Pergunta a garota, olhando para os dois. O que diabos aqueles dois sabiam?

Os dois irmãos mantém a troca de olhares por mais alguns segundos antes de saírem do carro. Sophie os segue.

— O que está acontecendo? Vocês viram o que ocorreu há pouco, não pode ser possível. Primeiro foi o homem que me perseguiu e agora essa garota.  — Diz ela depois de sair do veículo.

— Bom, — Começa Dean, ele estava de frente para o porta-malas e agora usava a chave para abri-lo. — vai por mim, isso é bem real.

Sophie olha para ele de forma rápida antes de apoiar o lado esquerdo de seu corpo no carro. Como ele podia falar aquilo de forma tão natural? Não o assustava ter visto o que viu minutos antes? A garota leva seus olhos até Sam, ele averiguava o ambiente ao redor antes de olhar para trás, para onde a figura feminina estava antes. Ele parecia querer verificar que tal mulher não os pegasse de surpresa ou algo assim. Sophie franze os cenhos, quem eram aqueles caras?

  O irmão mais novo se aproxima do porta malas quando Dean o abre de vez.

A jovem se desencosta do carro e se aproxima dos dois, seus olhos voltados na mesma direção que Sam tinha olhado dois minutos antes. E então ela vira o rosto para o porta malas.

— Ah, eu... — Sophie mantinha o olhar na mesma direção. Sam olha para ela enquanto Dean ocupava-se carregando suas... armas. O porta malas estava cheio delas entre outras coisas. — Eu agradeço muito a ajuda, mas acho que posso me virar sozinha. — A garota se afastava aos poucos, não queria ficar mais ali, com eles.  Dean volve sua atenção para Sophie segundos depois.

— Sophie, espere. — Sam se aproxima.

— Sério, só me deixe ir. — Fala ela, se afastando mais um pouco.

— Não, me escute. — O Winchester dá mais alguns passos até ela. A garota sente seu coração acelerar com a aproximação, o que eles queriam fazer com ela?

— Só fiquem longe de mim. — Fala ela ainda andando para trás, queria sair dali o mais rápido possível. Talvez devesse correr.

Ela se vira, dando as costas para Sam. Ok, aquilo foi um decisão estúpida já que eles poderiam atirar nela a qualquer momento. Mas o que ela poderia fazer?

— Não foi por coincidência que achamos você. — Disse Sam, fazendo Sophie parar de andar.

— O quer dizer? — Questiona ela, ainda de costas.

— Não estávamos procurando por mulheres perdidas na estrada, se é o que pensou. — Fala Dean, sendo sarcástico. Ele se aproxima e para ao lado do irmão. — Já estávamos aqui antes. Estávamos caçando.

A jovem se vira para eles.

— Caçando? — Uma expressão de dúvida e estranhamento invadindo seu rosto. — Caçando o quê?

Sam abre a boca e parecia procurar palavras para responder a questão dela.

— Fantasmas. — Solta Dean, sendo direto e sem rodeios fazendo o irmão lhe lançar um olhar repreensivo.

— Dean, não pegue leve com ela. — Diz Sam, irônico, enquanto o mais velho troca um olhar com ele antes de voltar ao carro.

— Vocês... — Sophie leva uma das mãos até a cabeça. — Vocês são loucos. Eu pedi ajuda a dois loucos.

— Ah é? — Fala Dean, mais atrás. Ele olha para o interior do porta malas antes de se voltar para Sophie. — Tão loucos quanto uma mulher que some do nada no meio da estrada? — A garota não responde, só o encara. Era sério que ele queria que Sophie acreditasse naquilo? Dean dá de ombros. — Você sabe muito bem o que viu.

O mais velho deixa seus olhos sobre a jovem por mais um segundo antes de olhar para o irmão e voltar sua atenção para o porta malas. Sam volve seu olhar para Sophie, ela podia vê a expressão preocupada no rosto dele.

A garota olha para uma direção aleatória, inspirando fundo, tentando por a cabeça no lugar. Ela podia sentir o olhar de Sam sobre si enquanto expirava o ar dos pulmões.

— Nós achamos que se trata da família Miller. — Inicia ele, fazendo Sophie o olhar de relance. Sam se aproximava com cuidado. — Essa família morreu aqui, nesta rodovia, dez anos trás. — Sam dá mais alguns passos até ela.

— Por favor, pare. — Ela não queria ouvir mais nada daquela loucura. Seus olhos fugindo do rosto do outro.

— No aniversário da morte deles, a família assombra esse lugar. — Sophie finalmente olha para Sam. Sua face não indicava que estivesse mentindo, ou talvez ele fosse um ótimo ator. — E é por isso que estamos aqui, Sophie. Estamos aqui para pará-los.  

— E quanto ao meu carro? Devo acreditar que esses fantasmas o fizeram sumir? — Solta ela, um tanto incrédula e com uma mínima pontada de cinismo.

— Loucuras maiores já ocorreram, huh? — Fala Dean, voltando à conversa, batendo de leve no ombro do irmão. Ele olha para Sophie com um sorrisinho nos lábios, uma tentativa de trazer humor á situação enquanto respondia a pergunta dela.

— Quer saber? Eu cansei disso. — A garota gesticula um pouco. — Eu vou sozinha até a polícia. — Diz ela, balançando a cabeça negativamente enquanto ri mesmo que não tivesse humor nenhum para tal coisa. Aquilo tudo era loucura.

Ela se vira, seguindo em frente.

— Olha, sem querer ser insensível, mas acho que você não irá muito longe sozinha. — Diz Dean, o tom de voz mais alto devido á distância entre eles.

Sophie parou mais uma vez.

— Como assim? — Ela indaga, já temendo alguma explicação louca da parte dele.

— Nosso plano A era tirá-la daqui. E é claro que isso não foi possível graças à família da estrada. — Explica Dean enquanto Sophie vira o torso para encará-los.

Eles pareciam tão certos do que estavam falando.

— Sophie... — Sam volta a andar, se aproximando dela novamente. — Estamos falando a verdade. Os Miller não vão a deixar sair dessa estrada.

Ela morde o lábio inferior mais uma vez naquele dia, pensando enquanto virava seu corpo por completo na direção deles.

— Vocês parecem tão convictos disso tudo. — Diz ela, assustada. Mais uma vez um nó formava-se em sua garganta e seu coração começa a bater um pouco mais rápido. Era tudo verdade?

— Estamos falando sério. — Afirma Dean e ela olha para ele.

As expressões de Sophie fazem Sam a lançar mais um dos seus olhares preocupados. Ele solta um suspiro rápido.

— Todo ano os Miller acham alguém para punir pelo o que aconteceu á eles. — Sophie leva seus olhos até o mais novo. — E nesse ano, essa pessoa é você.

— Mas... Mas por que eu? Eu não fiz nada. — Fala ela, defendendo-se, sem compreender.

— Isso não importa Sophie. — Responde Sam. — Alguns espíritos só veem o que querem ver.

Sophie olha para um ponto aleatório, um pensamento surgindo em sua mente logo depois.

— Então essa família levou meu irmão? — Sam não disse nada, só lhe lançando um olhar mais preocupado. Talvez aquilo fosse um sim. — Oh céus!

A garota sente seu estômago afundar depois de cogitar tal possível fato. O que os Miller poderiam fazer com seu gêmeo?

— Sophie, escute, nós estamos aqui para ajudar. Está bem?

Outro nó formando-se na sua garganta, o medo tomando conta de seu corpo e a inundando com os piores pensamentos negativos que existiam sobre como Zack estaria agora. A ansiedade dificultava sua respiração. Ela inspira fundo, segurando o choro.

— Mas para isso, antes você tem que nos ajudar.

Dean olha de relance para o irmão. Sam sempre tinha mais calma que ele nessas situações. O mais velho lança um sorriso singelo, fechado e discreto para animar Sophie.

 A garota une as sobrancelhas ao franzir os cenhos.

— Ajudá-los? Como?

 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Qualquer erro de português, coerência ou algo do tipo, podem informar.
Bjus, Lili ♥



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