Shut Up! escrita por Daniela Mota


Capítulo 36
3ª Fase: Cápitulo 6 - Missão B.O.I.O.L.A


Notas iniciais do capítulo

Oi, galera. Tudo bem? Capítulo novo saído do forno.Queria me desculpar por não pôr um PDV do Jasper ainda nesse capítulo, mas foi porque não deu mesmo. Colocarei no próximo, ok? Boa leitura. Por favor, não esqueça de comentar.



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Edward PDV


Cheguei a minha casa bastante tarde, considerando o horário que eu costumava chegar. Eu havia andado por aí durante horas, tentando me isolar de todo o resto, pensando, me questionando. Ali, no parque, sentado, esperando que o vento forte fizesse o milagre de levar todos os meus pensamentos embora. Mas o mesmo vento que os levou, os trouxe de volta. Na verdade, havia chegado à conclusão de que uma tempestade estava acontecendo dentro de mim, e não era uma simples tempestade. Um temporal daqueles que nem uma sombrinha, nem um guarda chuva, ou um sombreiro são capazes de proteger. Um daqueles que ficar em baixo de uma arvore pode ser a pior escolha já feita, principalmente se a coisa estiver realmente feia. Mas foi lá que escolhi ficar, e um raio havia me acertado em cheio. E eu havia ficado ali, intacto. Com a descarga elétrica se espalhando pelo meu corpo, mas sem cair no chão, sem ser definitivamente morto de uma vez só. Era inútil medir aquilo em meros volts. Não me importava se o raio havia produzido uma descarga de centenas ou de milhões de volts. Quem se importa com os volts, quando já se foi atingido? Já que eu estava imobilizado tendo toda a minha vida se passando pela minha mente, a todo tempo. Já que eu decidia que o tempo retrocedesse para que eu revertesse todo esse temporal. Já que eu lembrava que havia beijado dezenas de garotas, e mesmo não lembrando o nome ou o rosto de todas, sei que não tinha nenhuma me causou tais sensações, ou era mais bonita, incrível e sensacional que nem esta que sempre fez jus ao seu nome; Bella. Ao mesmo tempo em que eu implorava que essa descarga elétrica acabasse comigo logo de uma vez, implorava que o temporal acabasse. Que o raio voltasse pro seu lugar. Que eu tivesse escolhido um abrigo melhor que me impediria de ser atingido.

Só aí me dei conta do quão sentimental e melodramático eu havia me tornado depois que eu me apaixonei. O que eu ainda estava fazendo sentado no banco do carro inventando metáforas que complicavam ainda mais a minha dor? E por que diabos eu estava olhando justamente pro lugar onde eu e Bella nos beijamos por livre e espontânea vontade? Talvez espontânea demais. Talvez impulsiva demais. Talvez.

Balancei a cabeça atordoado, e tentei fazer um esforço pra ri da minha própria cara. Mas a peça que o destino havia me pregado não tinha nenhuma graça. Nem um pouquinho. Nem um pingo. Respirei fundo e tentei tirar o cinto de segurança, só aí notei que eu nem havia o colocado. Fiz certo esforço pra sair do carro. Afinal eu não poderia ficar ali pra sempre, imaginando coisas e tendo conflitos e dúvidas interiores feito um doente mental perturbado por vozes do além. E pensar que, dependendo do ponto de vista, antes eu era sortudo. O único diagnostico mais aceitável para pessoas que não se apaixonam não era totalmente coração de pedra, era, sem dúvida, sorte.

Pensar que eu podia me encontrar com ela pela casa me torturava. Definitivamente a parte de mentir pra ela não tinha sido a mais difícil. Mais difícil ainda era manter a mentira. Era ter que vê-la e quase jogar a toalha por causa de um simples olhar direcionado. Era ter que observá-la com o Jacob aos beijos. O que eu era? O maior otário já escrito. Mas ao mesmo tempo em que achava que havia cometido o pior erro da minha vida, também achava que era a única coisa boa que eu havia feito. Eu podia observar o quanto o Jacob a fazia feliz. O quanto ele era capaz de lutar por ela. Coisas que eu estava bem longe de conseguir. Seja realista, Edward. Você não é capaz de fazer alguém feliz. Não é capaz nem de se fazer feliz.

O irônico era que eu sempre rotulei Bella de fraca, mas o único fraco por aqui era eu. E pra falar a verdade, eu não estava a fim de ser forte.

Caminhei em direção à porta da frente da casa tranquilamente, mesmo tendo pressa pra me jogar na minha cama. Abri a porta, examinando o majestoso local que até hoje era um pouco difícil de acreditar. Devido a minha falta de observação, não pude notar antes o quanto aquele lugar era caro e devidamente decorado. Orlindo estava no sofá, em frente a LCD enorme que era quase do tamanho da sala. Mas a TV estava desligada, assim como ele. Onde estavam as piadinhas direcionadas a mim? Onde estava a sua afobação? Os seus gritos? Suas risadas espalhafatosas? Essas perguntas foram brevemente respondidas quando o Orlindo enfim me notou, respirando fundo e colocando a mão no coração.


–Edward, meu doce de leite, tenho uma confissão bombástica pra te fazer. Eu pensei em deixar pra confessar no meu leito de morte. Gostou do trocadilho? Leito e leite, e... – ele percebeu que eu não tinha achado graça e continuou – Mas acho que merece saber 100 anos antes. E cheguei à essa conclusão não por sua beleza, mas por sua beleza. Peraí, me embolei. – ele riu alto consigo mesmo, feito um louco – Ai, ai... Eu quis dizer tristeza. Sabe que tristeza não é uma das minhas marcas, então não gosto de ver ninguém triste. Tem que ser alegria ontem, hoje, agora, pra sempre! Viva ao mundo colorido! – ele ergueu as mãos e eu revirei os olhos.


–Pode me dizer qual é sua confissão de uma vez, por favor? – pedi, atordoado. Eu só queria me mandar pro meu quarto.


–Você... Pedindo por favor...? Desse jeito eu me derreto toda! – ele riu, enquanto me soltava uma piscadela – E não é mesmo que meu docinho mudou? Ficou tão educadinho. Ai, ai... – ele parecia tentar desviar do assunto a todo tempo. E isso fez com que eu não subisse as escadas de uma vez. Se ele estava enrolando pra contar, era porque era realmente uma confissão bombástica. Ele encarou a minha estatua e suspirou, apontando pro canto do sofá, indicando que queria que eu me sentasse. Então era uma longa história? Sei que ele podia aprontar pra cima de mim, vim com as viadagens de querer me agarrar e afins. Mas realmente parecia que ele queria me contar algo sério. Com esse pensamento, me sentei, o encarando. Ele fez menção de proferir algo, mas nenhuma voz saiu.


–Então... Sobre o que quer me contar? – perguntei, aspirando por uma resposta.


–Sobre as fotos que, na verdade, eu não vi problema nenhum. Achei super sensacional você vestido de fada. A fada mais sensual que eu já vi na vida. Arrasou! – ele riu um pouco, e cruzou as pernas, enquanto balançava inquietamente o pé.


–Como sabe das fotos...? – questionei com o olhar e ele me lançou um olhar como se fosse tudo aquilo fosse óbvio. Aquilo me deixou confuso. – Você nem estuda mais, quem te contou?


–É que... Ah... Como posso dizer isso? Hm, é que... – ele parecia pensar – Ah, doce de leite... É que, de alguma forma, faço parte dessa história. – ele observou as unhas, enquanto observava a minha reação pelo cantinho do olho. Devo admitir que eu estava ainda mais confuso a essa altura.


–Como assim faz parte dessa história? – ergui uma sobrancelha – Ajudou a Bella?


–Não estou falando da Jabucréia da Bella. – ele revirou os olhos – Você por acaso é cego, doce de leite? Não foi a Bella, foi o Jasper que aprontou pra cima, pra baixo, pros lados, pra todas as direções com você. Ui, isso ficou estranho.


–O Ja-Ja-Jasper? – gaguejei ridiculamente. Pisquei os olhos duas vezes, atônito. – Mas... Por quê? – a pergunta saiu num fio de voz. Ele era meu irmão, e eu não esperava isso dele. Nem um pouco. Saber que tinha sido a Bella era mais agradável. Tinha mais cabimento, mais motivos, mais lógica.


–Eu o recriminei quando vi que ele tinha pegado um pouco pesado. Mas fui eu que encontrei as fotos no lixo e mostrei a ele. Eu que contei que você que tinha nos mandado pra aquela boate cheia de jabucréias. – ele respirou fundo – Mas no fundo, eu o entendo. Conseguimos aguentar algo até certo ponto, mas tem uma hora que cansamos. E eu não estou falando de sexo, safadinho.


–De que diabos está falando? – quase gritei, confuso.


–Quer que eu desenhe? Só desenho se for no seu corpo. – ele riu e eu neguei com a cabeça. – Ai, que sem graça isso... Estou falando que você nunca foi o irmão que ele mereceu. Você era o único irmão homem que ele tinha, mas nunca lhe deu a atenção e o apoio que ele merecia. Ele era o caçula, poxa. – ele fez beicinho – Ao invés disso estava ocupado saindo com amigos, pegando mulheres. Logo depois que ele cresceu, a sua única preocupação era que ele virasse um homem, para que não te envergonhasse. Até um plano você armou. O forçou a fazer coisas. Eu estaria do seu lado se não tivesse sido tão cruel com ele. Escolher o que seria, era uma escolha dele, e você o privou disso. – ele parecia estar sendo sincero – Colocar as fotos foi uma forma indiferente de mostrar o quanto você o envergonha, ou envergonhava. Sendo tão hipócrita.


–Mas... Não foi a Bella... Não foi a Bella! Ela jogou as fotos no lixo, ela se livrou delas. – era a única coisa que eu conseguia dizer baixinho, feito um louco sendo perturbado por vozes do além.


–Pelo amor de Deus, amorzinho! Eu estou contando que seu irmão virou um rebelde terrorista e você só sabe falar em Bella, e Bella, e blahblahblah? Você e ela por acaso estão... – ele fez cara de safado – Mas ela não tá com aquele descendente de índio sensual? Ah, sempre soube que ela era uma danadinha. Colocou um par de chifres naquele gostoso. Estão fazendo sexo safado casual? Agora entendo porque anda se isolando, rola altas sacanagens no seu quarto né? Hmmm – ele riu alto e eu neguei com a cabeça – Entendo, entendo. Na verdade, eu não entendo. Nunca fiz isso. – ele revirou os olhos e riu sem humor.


–Hã... Preciso ir. Obrigado pela informação. – não conseguia deixar de olhar estranho pra ele. Ele era mesmo um ser humano bizarro.


Levantei do sofá e fui direto pra cozinha, buscar um copo d’água. O bebi calmamente, e durante isso, observei Alice entrar em casa, com uma sacola preta em mãos. Ela veio correndo até Orlindo que abriu um sorriso enorme e um tanto pervertido. Ela sentou ao lado dele e antes que olhasse em volta, me escondi. Não queria espiar o dialogo daquelas duas pessoas eufóricas de personalidades distintas. Mas parecia questionável o Orlindo não a tratar assim como tratava as outras garotas.


–Lindo... Tenho uma surpresa pra você. Na verdade vai acabar sendo uma surpresa pra nós. – ela falou, erguendo as mãos pra cima, empolgada. Ele retribuiu a empolgação, e pegou a sacola, como uma criança que acabara de receber o presente que pediu durante um longo tempo aos pais.


–Uau... É de onça? – ele ergueu uma sobrancelha, e ela concordou, rindo – Onde conseguiu isso?


–Oras, Lindo. Eu comprei na sex... – ela esticou a cabeça, e acabou por me ver ali, espiando. – Peraí... Edward? – Ela arregalou os olhos e eu segurei firme o copo nas mãos, para que ele não escapasse. Eles dois se entreolharam e começaram ri, e por vários segundos me perguntei o que aqueles dois estavam aprontando.


–Estou a ajudando com o cu... – ele introduziu, mesmo eu não pedindo uma explicação. Uma risada explodiu deles dois e por um segundo me perguntei o que era tão engraçado – Quis dizer, clube de moda que ela tem no colégio.


–Ok. Vou subir. – falei, pondo o copo na pia e me retirando do recinto subindo as escadas.


–Peraí... Edward! – Alice chamou e eu me virei para ver o que ela queria. – Seu pai quer falar com você, o mais breve possível. – ela avisou, e eu assenti. Falaria com o meu pai depois. Agora não estava com cabeça pra isso.


Me joguei na cama, exausto. Não era um cansaço de um dia inteiro de trabalho, era o descanso da mente, dos pensamentos ruins. Era o descanso dos flashbacks, dos arrependimentos. É como se a cama, de repente, houvesse se tornado o meu refúgio. Saber que havia sido meu irmão que havia aprontado comigo não era apenas um alivio por não ter sido a Bella. Era frustrante saber que ele tinha motivos o suficiente para fazer isso com o seu próprio irmão. Enterrei a minha cabeça no meu travesseiro, dando um grito abafado. Eu simplesmente não suportava toda aquela situação que eu estava passando. Não suportava ver minha garota nos braços de outro, sendo que eu mesmo permiti. Não suportava ser alvo de piadinhas de todos aqueles que um dia me vangloriaram. Não suportava mais me sentir sozinho. Não suportava lembrar o quanto fui um idiota com todos à minha volta, inclusive com minha própria família. Eu só estava cheio, de tudo.


Emmett PDV


Marchei pelo corredor feito um soldado. Era muito divertido se sentir imponente como um soldado. Eu precisava mesmo ser um soldado pra defender o meu amigo Edward. Além de ser um soldado, eu era feliz. O jantar com a minha Vic havia sido muito bom, e quando eu digo bom, eu quero dizer que foi muito bom. A cada dia eu tinha mais certeza que achara a mulher da minha vida.

Parei na frente do quarto do meu amigo. Antes de entrar, tentei pensar numa abordagem que não o deixasse mais abalado. Afinal ele tinha sido humilhado na frente de toda a escola, de todas as gostosas lideres de torcidas – que não me atraem mais, porque eu amo a Vic – A vida do meu amigo estava uma merda, peraí... Chamar de merda seria um elogio.

Girei a maçaneta e observei a figura deprimida deitada, com o travesseiro na cara, por um momento achei que ele chorava feito um maricas, ou tentando um suicídio. Odeio suicídio, acho que esse crime merecia pena de morte aos que o praticavam. Enfim, algo me dizia que o lance com a Bella não havia dado certo, mesmo eu tendo os visto ontem com aquelas caras safadas de pessoas quando querem se comer. Pensei também em fazer uma abordagem simples, o chamando pelo nome, mas não queria lembra-lo que ele se chama Edward. Porque Edward tá totalmente fodido.


COCORICOÓOOOOOO. – imitei identicamente o berro de uma galinha, ou será cacarejo? Peraí, quem cantava era o galo. Ah, odeio ficar confuso! Não importa, isso não foi suficiente pra ele tirar a cabeça do travesseiro. Mas eu sabia que ele estava acordado, já havia vindo no seu quarto mais vezes checar se ele estava aqui. – COOCOORICÓOOOO.


–Galos só cantam às 5 da manhã. – ele enfim me deu atenção. E mesmo sendo um protesto, me senti melhor com isso. Mas ele tava mal pra caralho. Olheiras fundas e cara de poucos amigos. Falou, Emmett, a piadinha do poucos amigos é uma coisa que não deve falar, pode ser até engraçado, mas não vai melhorar a situação precária em que o Edward se encontra.


–Eu sei que eles cantam às 5 da manhã. Não tem problema, sou um gato, não um galo. – me achei só um pouquinho. Sempre me acho pouco, às vezes acho que eu deveria me achar mais. Mas pra isso eu teria que me perder antes.


–Ah, claro. Galos miam e gatos cacarejam. – ele revirou os olhos e eu dei de ombros.


–Vamos sair desse quarto, cara! Está um dia lindo e surpreendente. O sol está incrível e os pássaros estão todos piando. – falei e revirei os olhos – Pássaros piam ou berram...?


–Foi mesmo uma noite boa ontem, não? – ele falou, passando os dedos no cabelo que estava ainda mais bagunçado que o normal. Eu apenas assenti. Contar o quanto a minha noite foi maravilhosa o deixaria ainda mais abalado. Viu como sou bom com palavras? – Fico feliz por você, cara. – ele tentou sorri.


–Queria dizer o mesmo, cara. – suspirei e encarei a sua expressão horrível e entupida de angustia – Na verdade, não vim aqui pra falar o quanto meu jantar com a Vic foi bom. Nem o quanto eu beijei ela. Ou que transamos até não conseguirmos mais. – ele revirou os olhos – Sério, achei que não tinha mulher no mundo que aguentasse meu apetite sexual, mas ela... Uau! É uma mulher furacão.


–Pode me poupar da sua vida sexual? – ele pediu.


–Ah, cara. Esqueci o quanto isso te deprime. Afinal, tem quanto tempo que você não dá uma afogada no ganso? – ele revirou os olhos – É a mesma coisa que transformar biscoito em rosquinha. – ele ergueu as mãos, certamente empolgado com as minhas explicações – Eu prefiro aquele termo que inventei, aquele... Dá uma catirobada na catiriba. Ou então chupita no chupói. – ele me ignorou completamente, denunciando que não se aliviava a tempo e estava pertinho de se tornar uma bicha enrustida. Ele não parecia preocupado com isso, na verdade parecia que iria chorar a qualquer momento. Aquilo era bizarro pra caralho. – Cara... Soube das fotos... Não se importe, fadas não são criaturas tão aboioladas. – tentei conforta-lo, mas pareceu não funcionar – A quem eu estou tentando enganar? Você tá fodido.


–Muito obrigado, cara. – ele disse, encarando o chão.


–Não me leve a mal, não nasci com o dom de confortar as pessoas – deu de ombros – Sabe o que dizem... Não se pode ser bonito e confortador ao mesmo tempo.


–Tudo bem, prefiro até que não fale sobre o assunto. – ele falou baixo, parecia exausto, mas talvez fosse apenas tristeza. E essa merda de tristeza estava começando a me contagiar.


–E quanto à Bella? – lembrei, na esperança que ele se animasse um pouco, afinal ele era apaixonado pela minha irmã. Ele apenas deu de ombros, não parecia querer falar sobre o assunto. Que cara mais sem graça! – Não estavam conversando no chão do corredor? Parecia que estava dando tudo certo...


–Deve estar com o namorado uma hora dessas, já que abri mão dela. – ele suspirou que nem um boiola. Levei uns segundos pra digerir a informação. Não, eu não havia comido a situação pra precisar digerir, mas a Vic havia me ensinado que usamos essa palavra quando uma situação é difícil de ser aceita. Era incrível como aquela mulher me fazia um homem intelectual.


–VOCÊ O QUE? – ergui as mãos pra cima, não aceitando a situação – QUE BOIOLÃO!


–Boiolão? O que você queria que eu fizesse? Magoasse ela mais 10 vezes? Deixasse que ela ficasse me defendendo do destino que tracei? Fizesse-a estragar o namoro com um cara que parece saber o que é melhor pra ela? Eu não tenho a mínima capacidade de fazer alguém feliz. Prefiro dormir. – ele bufou e eu senti vontade de soca-lo até a morte.


–Seu boiola! – quase gritei, ainda indignado. Parece que ele havia escolhido o seu discurso em uma legião de mulheres chifrudas mal amadas. – BOIOLA! BOIOLA! BOIOLA, BOIOLINHA, BOIOLÃO! QUEM? EDWARD! É O BOIOLA! UM CULLEN BOIOLA! LALALALA LALALALA! – ri alto, enquanto cantarolei a música divertida que havia criado em tão pouco tempo. Se era arriscado provocar um cara com cara de poucos amigos? NÃAO. – BOIOLA! MAIS BOIOLA QUE O ORLINDO! BOIOLA, BOIOLA! ERA UMA VEZ UM CULLEN BOIOLA QUE ABRIU MÃO DA GAROTA QUE ELE SE APAIXONOU. POR QUE? PORQUE ERA UM BOIOLA. LALALALA!


Observei ele piscar algumas vezes e alguma coisa me dizia que ele estava muito a fim de levantar e me socar até eu calar a boca. Mas eu não liguei, queria que ele se tocasse que já estava na decadência, estava à um passo de virar uma mona louca. Talvez até pior que o Orlindo, imagina só... OH MEU DEUS!


–LALALALA BOIOLÃO BOIOLA BOIOLINHA, EDWARD É UMA FRUTINHA! – cantei o lema, ainda arrasando na minha dancinha universal que servia pra qualquer ritmo no mundo. – LALALALA BOIOLÃO BOIOLA BOIOLINHA, EDWARD É UMA FRUTINHA!


–Cala essa boca, porra! – ele protestou, irritado. Podia jurar que o olho esquerdo dele tremia de ódio.


–Não vou calar a boca até tomar uma atitude de homem. Traça a Bella! – ele parecia surpreso. Vai ver que esqueceu como se traça. – Pega ela de jeito! Para de ser o boiola que desiste no segundo ato. Corre atrás! Ou vai ficar chorando que nem um boiola? Foda-se o papo “Seja feliz com outra pessoa”. É ela que você quer e precisa, não ver isso, caramba? É você que ela quer e não aquele membro da tribo fu. – ri com a minha piada genial. Como eu não havia pensado nisso antes? – É RIDICULO VER ISSO ACONTECENDO, SABIA? A minha história e a da Vic é bem mais complicada. E nem por isso eu fiquei preso o dia todo dentro de um quarto feito um boiola covarde. Eu fui lá e me declarei pra ela. Mesmo sabendo que ela podia negar, mesmo sabendo que podiam nos separar, mesmo sabendo que tudo podia dar errado. Mesmo assim! Sabe o que eu aprendi com o amor além de belos palavrões? Aprendi que não importa se a garota tem a perna maior que a outra, ou a voz de taquara rachada, dança semi nua numa boate, ou não tem nenhum tostão no bolso, ou tem um namorado, ou foi machucada constante vezes por você, ou te odeia, ou tem olhos afastados demais, ou fala muitos palavrões, ou gosta de sopa... – parei, já bastavam os exemplos, diminui meu tom de voz e continuei – Foda-se tudo aquilo que te impede de ficar com ela. Motivos pra desistir tem muitos, mas se parar de contá-los e correr atrás... Vai ver que tudo vale a pena, mesmo que ela te dê um chute daqueles.


Fiquei assustado com meu próprio discurso, mas procurei não demonstrar isso. A Vic disse que isso faz com que eu fique mais inteligente. Ai, a Vic é tão demais... Enfim, saiamos do assunto Vic – que é muito interessante – e voltamos ao meu amigo boiola. Ele parecia surpreso, e parecia pensar. E mais... Ele parecia mais feliz. Por um momento pensei o quanto seria bom se eu o ajudasse a conseguir a sua garota. Eu podia passar meus conhecimentos de garanhão pra ele, não tudo, mas com 1% ele já conseguia conquistar a Bella. É, eu sei, sou demais. Só precisava achar um jeito e um nome bem criativo.

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–Isso foi um tanto... Motivador. – ele ergueu uma sobrancelha, me atrapalhando de pensar. Agora acho que eu teria que recomeçar. – Não achei que era bom nisso.


–É a segunda coisa que sou bom. A primeira é bom de cama. Mas nunca poderá confirmar isso, mas pode perguntar à Vic. – me gabei um pouquinho e tentei ver a lâmpada engraçada que todos viam no desenho quando tinham uma ideia revolucionária. Fiquei surpreso ao observa-la tão acesa e magnífica. Eu deveria anular o fato de ser a lâmpada do quarto de Edward? SIIM. – Então agora iniciaremos uma nova missão – ri, sorrateiro e empolgado– Missão B.O.I.O.L.A.


–Que viadagem é essa? – ele bufou, irritado. Que cara burro!


–Como você é burro, cara! Depois ficam falando que o burro sou eu. – revirei os olhos – Bella Olhará Internamente O Louco Apaixonado. E quando digo internamente, falo de sentimentos. Tem que mostrar pra ela o que sente, ao invés de falar. Tem que dizer algo inusitado, que faça com que ela se emocione de tão doce que será. Tem que fazer com que ela sinta que mudou, provando isso com atitudes também. E adivinha, o garanhão das mulheres vai te dar uma aula, e tem que prestar atenção, por que ela será seguida por uma prova que deve passar pra ganhar a sua recompensa e um 10 do seu professor Emmett. E ainda deixo você usar o meu Barney tamanho gigante pra treinar! A Alice tem umas perucas no quarto, você pode vestir ele de Bella, e... Deu certo quando treinei pra falar uma coisa com a Victoria. O Barney atua muito bem, vai ser como se tivesse na frente dela.


–Ah meu Deus... – ele gemeu, por algum motivo. Vai ver estava com tesão.


Edward PDV


Eu não podia acreditar que estava na frente de um Barney tamanho gigante. Aquele dinossauro boiola roxo parecia implorar por um soco. Pelo menos, pela primeira vez na minha vida, eu descontaria a minha raiva em algo que fala, mas não tem sentimentos. Se eu dissesse isso ao Emmett, ele rebateria dizendo que ele tem e nós discutiríamos pelo o resto dos tempos. O cara estava estranhamente empolgado com essa história de missão B.O.I.O.L. A que havia inventado.

O mais ridículo não era eu me rebaixar àquela situação decadente de precisar que o Emmett me ajudasse, não que ele não fosse um bom amigo, mas por ele ser totalmente sem noção e eu estar tendo a sensação que estava prestes a pagar o maior mico da minha vida. E mais, tinha plena consciência que talvez tudo isso não fosse me ajudar em nada.

Suspirei e observei Emmett adentrar o quarto, tendo em mãos perucas e um estojo de maquiagem. Sentei na poltrona enquanto observava a cena bizarra a minha frente, e me dei conta que não havia metáfora no mundo a que eu pudesse comparar àquilo, diante dos meus olhos. Ele colocou o estojo de maquiagem na cômoda, e continuou com a peruca em mãos, colocando-a em Barney. A peruca podia até se assemelhar à cor do cabelo da Bella, mas não era igual a ele. Era mais curto e um pouco bagunçado. Por um tempo me perguntei por que Alice colecionava perucas no seu quarto. Mas deixei essa dúvida pra lá ao observar com descrença o Emmett ajeitar a peruca e passar cuspe para arruma-la. Em seguida ele pegou o estojo de maquiagem, e, sem jeito, pegou um batom rosa choque e passou naquilo que o Barney tinha que eu não ouso chamar de lábios.


–Eu te amo,você me ama, somos uma família feliz! – o Barney falou e Emmett se assustou, borrando todo o batom, e fazendo uma bagunça na cara do patético dinossauro. Seria uma cena engraçada, se não fosse lamentável.


–Ops... Não é pra atuar agora, cara. – ele se comunicou com o Barney, logo em seguida se pôs a limpar o estrago que havia feito.


Observei o trabalho de Emmett ainda sem acreditar no que ele estava fazendo. A sombra da cor vermelha que passou no Barney o deixou ainda mais patético. Se isso era possível? Sim. E o lápis de olho que veio em seguir? Pior ainda. Enfim, ele terminou a sua linda maquiagem digna de um maquiador profissional. E isso é mesmo uma grande ironia. Estava uma merda.

Emmett encarou o dinossauro por alguns segundos, e colocou a mão na cabeça, como se lembrasse de algo. Em seguida desforrou a sua cama, e, amarrando o lençol no Barney, bancou o estilista. E no final tudo aquilo resultou na maior viadagem que eu já havia visto; Um Barney travesti.


–NOSSA, OLHANDO DE LONGE DÁ PRA CONFUNDIR COM A BELLA! – ele parecia mesmo acreditar nisso, pois estava embasbacado.


–Realmente, separados por uma extinção. – ironizei e ele riu alto, certamente não percebendo a ironia.


–Obrigado, amigo. Sei que trabalho muito bem. – ele sorriu, levemente satisfeito – A aula vai começar agora, aluninho. Sei que você queria que fosse comigo, mas eu tenho uma reputação a zelar. Não posso fingir que sou a Bella.


–Agora? – protestei.


–Sim. – ele deu tapinhas nas minhas costas, me levantei e em seguida ele sentou na sua poltrona e pegou um caderno e uma caneta. Na certa querendo anotar o meu avanço.


–O que quer que eu faça? – perguntei, mesmo temeroso com a resposta.


–Se declare pra Bella. – ele apontou pro Barney.


–Isso não é a Bella, é um dinossauro de brinquedo gigante. – bufei.


–Não, meu caro amigo... Essa é a Bella. Isso é o que você quer que ele seja. – ele riu com a frase ambígua que havia falado – Quero te ajudar, por isso, faça um esforço.


Eu o devia isso. Ele realmente estava se esforçando – do jeito estranho dele – pra que tudo desse certo pra mim. Eu ao menos deveria tentar. Nossa... Desde quando eu dou valor ao esforço das pessoas?


–O que eu digo pra esse... Pra Bella? – ergui uma sobrancelha. Encarei com desdém a figura bizarra a minha frente.


–Seus sentimentos, meu caro. Tudo o que sente por ela. Tudo. – ele parecia sério, enquanto me orientava.


–Tipo? – questionei, confuso.


–Vamos logo, para de fazer perguntas! Teórico do caralho! – ele deu um ataque, já impaciente.


Respirei fundo, controlei o riso e fiquei intacto à frente daquela criatura bizarra.


–Bella, eu... – não conseguia imaginar aquela coisa como a Bella, como consequência, não consegui terminar a frase. Simplesmente não saia. Dei um riso abafado.


–Diz que ama a Bella! – ele quase gritou.


–Não consigo! – fui sincero.


–Não pode dizer que não consegue sem tentar, droga! É esse o seu problema. Confie mais em você, no Barney... Quero dizer Bella. – ele revirou os olhos - Confia na paixão que existe entre vocês dois. – respirei fundo, revirando os olhos. Concentrei-me ao máximo.


–Bella, eu... te... amo...? – saiu mais como uma pergunta, e eu quase me soquei por isso.


–Está perguntando, caralho? Tenha certeza dos seus sentimentos, coloca tudo pra fora! – ele incentivou.


–Bella, eu preciso de você. – dessa vez minha voz saiu mais audível e clara, mas não convincente.


–Acho que nem você se convence disso, amigão. – ele suspirou, cruzando as pernas e começou a escrever algo no caderno – Achei que tinha certeza do que sentia, ô boiolão. Tava quase chorando que nem um maricas quando eu entrei no quarto.


Se Emmett me chamasse de boiola mais uma vez, eu juro que o enforcaria. Juro.


–Eu estava mentindo quando disse que eu não precisava de você. – Emmett parecia anotar – Eu preciso muito de você, eu quero você. – suspirei.


–Mais emoção! Mais emoção! – ele parecia dirigir um filme, enquanto escrevia.


Concentrei-me e tentei imaginar Bella à minha frente. Talvez eu conseguisse, não poderia ser tão difícil. Escupi Bella à minha frente. Eu sabia de cada linha, ou curva do seu corpo. Sabia aquele castanho que preenchia a íris dos seus olhos e que se assemelhava a cor dos seus fios de cabelo longos e brilhantes. O quanto seu rosto era bonito. Sua sobrancelha bem desenhada acima dos seus olhos que eu acho que já citei. Os seus cílios grandes e curvados. O nariz afilado e a boca levemente rosada. Imaginei as curvas do seu corpo que eu havia notado pela primeira vez quando a vi trocando de roupa. O quanto sua pele era alvinha e clara. É, eu estava viajando. E não me importava com isso. Ela estava ali, na minha frente. Os olhos curiosos, esperando por algo que eu não havia ensaiado, mas sabia o que diria.


–BELLA, EU AMO VOCÊ, E VOU LUTAR POR VOCÊ. PORQUE EU SEI QUE VALE A PENA. SEI QUE É O QUE EU QUERO, PORQUE É A ÚNICA GAROTA QUE ME FAZ SONHAR DE OLHOS ABERTOS E DE OLHOS FECHADOS. A ÚNICA GAROTA QUE ME ARRANCA UM SORRISO INVONLUTÁRIO E FAZ COM QUE MEUS OLHOS BRILHEM. A ÚNICA GAROTA QUE ME DEIXA SEM AR, E ME FAZ RESPIRAR FORTE TAMBÉM. A ÚNICA GAROTA NO MUNDO QUE EU ME APAIXONEI PERDIDAMENTE. E A ÚNICA PELO O QUAL FARIA UMA LOUCURA COMO ESTA. – parei pra respirar, depois de dizer as palavras bem rápido e um tanto alto, já que ela estava na minha frente.


–Fale mais devagar, não está narrando um futebol. Pareça seguro de si, faça com que as palavras a convença, a faça quase suspirar e abraçar a insanidade. Para que nesse momento ela te veja como o único homem do mundo pra ela. Faça-a acreditar que não é um teórico do caralho, que está disposto a tudo por ela. – ele disse e eu ergui uma sobrancelha, assustado.


Peguei no cabelo de Bella e enrolei nos dedos delicadamente. Enquanto olhava no fundo dos olhos castanhos.


–Já contei várias mentiras na minha vida, mas a minha maior mentira foi dizer que não preciso de você. Cada partezinha de mim necessita de você. Eu só queria que fosse feliz, mesmo não sendo comigo. Eu deveria ter me lembrado antes que não seria uma tarefa nada fácil. Sabe por quê? Porque eu te amo, Bella. E não é pouco. – sorri pra Bella à minha frente, dessa vez devidamente seguro.


–Eu te amo, você me ama, somos uma família feliz. – ela disse e eu sorri.


–BRAVO! BRAVO! – Emmett aplaudiu – QUASE CHOREI, NOSSA! NÃO FALEI QUE O BARNEY ERA DEMAIS? FOI LINDO! LINDO! AGORA VAMOS PARAR ANTES QUE ISSO PARTA PRA PORNOGRAFIA. EU ESPERAVA QUE NÃO LEVASSE TÃO A SÉRIO A PARTE DE IMAGINAR A BELLA A SUA FRENTE. MAS FAZ PARTE... QUERO AVISAR QUE MEU BARNEY NÃO É UMA BONECA INFLÁVEL. E QUE DEVE SE DECLARAR PRA BELLA ASSIM COMO FEZ AQUI. MAS TEM QUE SER INUSITADO, SURPREENDENTE.


–O que devo fazer? – questionei, e balancei a cabeça, tirando a Bella que eu havia criado de foco.


–Sei lá, já te ajudei o suficiente. – ele deu de ombros e voltou a anotar.


Fiquei curioso com o que tanto ele fazia naquele papel. Tentei ver, mas ele escondeu atrás das costas. Tentei pegar de qualquer jeito, mas ele não cedia. Por fim me joguei por cima dele, tentando pegar o caderno que havia passado de curiosidade à desafio. Tentava puxar o caderno enquanto ele fazia de tudo pra tira-lo do meu alcance. Ele começou a protestar, enquanto eu tentava pegar o caderno. Depois de tantos esforços, a poltrona acabou virando com nós dois.


–Bem vindos ao clube, amigas. – observei Orlindo em pé à frente da porta, ele estava com uma mão na cintura e ria alto sozinho.


–Nós não... – falamos juntos e Orlindo encarou o Barney travesti erguendo uma sobrancelha e outra mão na cintura – Droga! Não é o que está pensando! – falamos juntos de novo – Para de me imitar, cara! – falamos juntos mais uma vez e eu sai de cima dele, irritado com o que a situação parecia. Orlindo se divertia.


–Ah, claro. A sincronia nas suas vozes é outra coisa que te denunciam. Mas não se preocupem, amigas. Eu não conto pra ninguém, se toparem um exótico ménage a tróis. – ele colocou o dedinho na boca.


–Eu sou homem, sua bicha do inferno! – Emmett bufou, chateado. Bem feito pra ele que me chamou de boiola dezenas de vezes.


–Ahan, eu vi. – ele lhe lançou uma piscadela nada sutil.


–AH, EU VOU MATAR VOCÊ, SUA BICHA! – ele levantou furioso, e a bicha percebendo que ele tava falando sério, saiu correndo com as mãos pra cima e ele correu atrás dele.


Enfim observei o caderno em cima da cama, que havia sido motivo de mais alvoroço, e o peguei. Escancarei a boca ao notar o desenho medíocre feito de palitinhos, feito um menino que acabara de entrar na escola. Quem dera fosse um desenho comum, o cabeção estava desenhando pornografia enquanto eu me declarava pra Bella e achava que ele anotava meu desempenho. Mas parece que ele desenhava o dele, já que, a boneca parecia com sua namorada. O que eu deveria esperar? Aquele era o Emmett.

Ouvi a bicha escandalosa gritar horrores, e tapei os ouvidos, tentando me concentrar. 2 minutos depois Emmett voltou feito um foguete pro quarto e fechou a porta, a trancando. Ele parecia ter visto um fantasma, ou coisa parecida. O questionei com o olhar. Peraí, ele saiu correndo atrás do Orlindo e depois fugiu dele?


–O que foi, cara? – perguntei, enquanto o observava assustado.


–Or-or-orlindo... – ele pôs a mão na cabeça – Ele sabe fazer voz de homem. Ele tem uma voz grossa, mano! Eu ia bater nele... Mas do nada ele virou homem e ia meter a porra em mim se eu ficasse lá. Ele disse com a voz grossona “Quem vai matar quem agora?” Isso é... Completamente inusitado e incomum. Será que ele sofre de algum transtorno da bicha louca?


Por um momento refletir... Inacreditável. Essa palavra me dava uma ideia.


–Emmett, já sei como matar dois coelhos com uma cajadada só. – abri um sorriso sorrateiro, aflorando ainda a minha ideia antes de enfim contá-la.


–Não entendi essa do coelho na cajada. – o inteligente revirou os olhos, confuso.


–Senta aí que vou te contar meu plano. – pedi.


–Só se prometer que não vai tentar abusar sexualmente de mim outra vez. Edward, o estrupador.


(...)


Assim que saí da secretaria – onde fui buscar as chaves que o Emmett pediu que Victoria conseguisse para mim – Andei pelo corredor, procurando pela minha garota. Sentiu o pronome possessivo? Devo admitir que o Emmett me motivou pra caramba, e eu estava pouco me importando se tudo desse errado. Observei os alunos me encararem com desdém e sussurrarem piadinhas de mau gosto, confesso que ri até de uma delas, e apertei a mão do carinha que a havia feito. Ele me encarava surpreso. Por que não pensei isso antes? Mas agora eu já tinha uma tática pra solucionar as coisas ruins que estavam me acontecendo, e esse plano incluía a Bella. Mas... Onde ela estava? Felizmente a achei, mas, infelizmente estava com o Jacob. Por um momento decidi jogar a toalha e desisti de todo o plano que havia pensado. Mas valia a pena. Mesmo que o Jacob decidisse me socar. Mesmo assim.

Cheguei mais perto dela, e ela me notou ali, fiz menção de que queria falar com ela, e ela começou a falar com o Jacob, que em seguida me olhou com raiva. O que era uma conversa, pareceu virar uma discussão. Observei-a apenas dando de ombros, enquanto ele parecia cuspir as palavras na sua cara. Não demorou muito e ela veio até a mim, no caminho Jacob tentou puxar o braço dela, mas ela o puxou de volta e continuou andando em minha direção. Ela me encarou por alguns segundos, questionando o porquê de eu querer falar com ela.


–Lembra quando eu disse que não precisava de você? Foi a maior mentira da minha vida. Agora que aprendi o significado, acho que posso dizer essas palavras. – suspirei, observando o seu sorriso, não me demorei pra falar. Era de impulsão que eu precisava. – Eu te amo. – dei um meio sorriso, enquanto a observava. Infelizmente, Jacob também ouviu nossa conversa e tenho certeza que ele iria intervir. Mas, antes, pedi. – Vem comigo? – ela assentiu.


–Diz pra ele, Bella! Diz pra ele quem é que você ama e precisa. – Jacob se meteu, sua voz estava entupida de raiva. Bella não parecia num dilema, ou um conflito interior. Ela apenas me encarou, os olhos brilhando tanto quanto os seus dentes que eram exibidos num sorriso enlouquecedor.


–Já não é completamente óbvio?



Continua...



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Notas finais do capítulo

Repararam que a missão L.O.V.E era pra transformar o boiola em homem? LOVE daria a ideia de algo relacionado a amor, certo? Já a missão B.O.I.O.L.A é relacionada a amor, mas parece de BOIOLA. Não me surpreende que o Emmett que tenha titulado às duas missão. Que confusão!
Falando em Emmett, foi muito divertido escrever o PDV dele, ele é mesmo uma comédia, nem preciso me esforçar muito pra escrever a parte dele, já que sou super sem noção, posso inspirá-los também nos meus amigos, se me faltar inspiração.
Comentem, por favor. Seu comentário pode ser decisivo pro prolongamento da fic. Sabe quantas pessoas têm essa fic nos favoritos? 100! Sabe quantos leitores a fic tem registrados? 130! Sabem o quanto isso me assombra ao saber que nem 10% dos que a tem como favorita não se dão o trabalho de comentar? Estou com sérias duvidas quanto a duração da fic. Isso quer dizer que ela pode terminar em 4 capítulos, mas também pode terminar em 9. Não sei ao certo.
Enfim, até a próxima. Xoxo.
PS: Sério, comentem, faltei aula pra ter tempo pra escrever o capítulo, já que eu dou aula a tarde toda aos pirralhinhos. Tenham pena de mim, pelo menos.



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