Nuclear escrita por Lucas


Capítulo 5
Bestfriends


Notas iniciais do capítulo

Olá! Espero que gostem deste capítulo, será o último de apresentações por enquanto, então no próximo capítulo já começarão as interações e explicações.
E eu estou me empenhando bastante em postar nos dias e horários previstos.
Espero que gostem de verdade, eu amei, os personagens são bem cativantes.



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CHAPTER FOUR

 

Central da S.H.I.E.L.D, Nova Iorque, Estados Unidos. Março, 2020.

Virginia Stark ainda era chamada pelo seu apelido de Pepper, e seu sobrenome Potts. Apesar de ter se casado com Tony, esse ainda era o seu “nome artístico”, todos da S.H.I.E.L.D a conheciam por este nome. E agora, mais pessoas ainda a conheciam. Ela fora a mulher que colocou Nick Fury maluco com a ideia de um novo projeto.

─ Os vingadores surgiram em tempos de crise. Essas crianças que achamos podem ser usadas como nossa forma de poder contra Shadow. Poderiam ser nossa esperança.

Nick Fury concordou, disponibilizando todos os recursos que ela precisaria, desde pesquisas a agentes. Natasha Romanoff foi basicamente a maior ajuda que Pepper teve. Portanto, começou a comandar esse projeto com elas. Elas eram duas mulheres ─ ruivas ─ que assumiram o comando de um dos maiores projetos da S.H.I.E.L.D no momento.

A primeira recrutada fora Lexa Jones Parker, filha de Peter Parker, talvez esse fosse um dos motivos para ela ter concordado. O segundo foi Jackson Cameron, recrutado pela própria Natasha, que recebeu relatos de uma criatura feroz no meio da Escócia. Wanda Maximoff estava no caminho para recrutar Michael Valentine, um filho de um cientista famoso, que aparentemente ouvira sobre o projeto e se voluntariou. Bruce Banner, O Incrível Hulk, estava na França, procurando por Tobin O’Hara, uma estrela do futebol que aparentemente teria sido a única a sobreviver ao ataque feito em um estádio. Jin-Hee havia sido trazida por Doutor Estranho, Stephen a achou facilmente, e ela concordou em fazer parte do projeto, a fim de entender as coisas que estavam acontecendo com ela mesma.

No total, foram mais de dez bombas nucleares disparadas, não sabiam ao certo quantas pessoas afetadas iriam encontrar, mas T’Challa, O Pantera Negra, soube de um filho de um wakandano perdido em Paris, e fez questão de ir com Okoye procurar por ele. Visto que recentemente ele fizera contato com Wakanda, tentando buscar por seu pai.

E assim, o time de super heróis estaria quase completo.

Apartamento de Hallorann-Ramírez, Paris, França. Novembro, 2019.

─ Que droga! ─ Heath exclamou, quando soube da notícia de que nem seus pais, nem os de Marisol. ─ Vamos ter que passar o Natal sozinhos então?

─ Não sozinhos, vamos estar juntos. ─ Sol sorriu docemente com seus lábios avermelhados.

─ É verdade.

Heath Lopez-Hallorann nem se lembrava de quando ele e Marisol Ramírez ─ Sol ─ se tornaram melhores amigos, parecia que desde sempre. Cresceram vizinhos, sempre brincavam juntos, e quando tornaram-se maiores, compartilharam e cultivaram de uma amizade maravilhosa. Lembrava-se de quando revelou para todos que era homossexual, a primeira pessoa que soube foi Sol. Ela lhe mostrou um apoio total, dando-o coragem de ser quem era.

Os dois se completavam, defendiam um ao outro com unhas e dentes, afinal, eram quase como irmãos. Por isso que dividiam um apartamento juntos, em Paris. Os dois conseguiram bolsas para estudar na Universidade de Paris. Heath ficou com o curso de Artes Visuais.

Marisol, por outro lado, sempre foi uma pessoa totalmente política, levantando suas bandeiras por todo e qualquer lugar que passasse. Por isso, seu curso era o de Ciências Sociais, no qual era uma aluna nota dez, considerada um gênio.

Desde pequenos, ambos sofreram preconceitos. Marisol, por ser pobre e ter vindo da Colômbia. Heath, por ser negro, pobre e posteriormente por ser gay. Seus pais sempre trabalharam muito para conseguir suprir suas necessidades básicas de vida e saneamento, por isso, os dois tinham uma gratidão imensa aos seus progenitores.

A felicidade de ter conseguido a bolsa na Universidade de Paris só não foi maior da felicidade que sentiram ao descobrir que o outro iria também. Então, se mudar foi uma tarefa difícil, dizer tchau, mesmo que fosse por pouco tempo, era uma dor se separar de seus pais. Mas eles foram, olhando para trás, mas também pensando no futuro.

Heath encontrou um emprego como garçom para ele e também um de garçonete para Sol, e incrivelmente, pagavam-lhes bem. Bem o suficiente para conseguir alugar um apartamento perto da Universidade e para nunca faltar comida. E neste ano, até para comprar uma árvore de natal. 

─ Vamos montar? ─ Sol perguntou, vindo de seu quarto com uma caixa de enfeites de natal.

Heath se despertou de seus pensamentos sobre os dois, ele sempre se perdia ao tentar lembrar do momento certo em que havia se tornado melhor amigo dela.

─ Sim ─ ele sorriu feliz, indo na direção dela.

Divertiram-se muito montando aquela árvore de natal, se divertiam com quase tudo. Era uma coisa legal, ter uma colega de apartamento tão divertida como Sol, uma confidente para todos os segredos. Uma melhor amiga.

Biblioteca da Universidade de Paris, Paris, França. Dezembro, 2019.

Marisol era realmente um exemplo de aluna, indo parar na biblioteca basicamente em qualquer momento da sua vida. E naquele momento, não seria diferente. Leitura e livros eram sua paixão, ela amava estudar. Uma menina prodígio que ama estudar, parece perfeito.

Ela ouviu seu celular tocar e o sentiu vibrando em seu bolso da calça jeans. Rapidamente, e de forma desastrada, tirou o aparelho de seu bolso, deixando-o cair no chão, atraindo atenção de literalmente todos os olhares da biblioteca. Don’t stop me now tocava, inundando a biblioteca. Marisol era realmente uma fã de Queen. Ela pegou o telefone do chão rapidamente e o atendeu.

─ Alô? ─ Sussurrou, se escondendo dos olhares com a mão. ─ Heath? Estou no meio da biblioteca.

─ Oh, desculpa ─ a voz da outra linha falou. ─ Estou no parque, tomando um ar. Depois passo aí e vamos pra casa pedir comida chinesa?

─ Claro ─ ela sussurrou novamente. ─ Ok, está todo mundo olhando pra mim, mande mensagem quando estiver vindo. Beijos, te amo.

─ Beijos ─ foi o que Heath teve a oportunidade de dizer antes que Sol desligasse a ligação.

Heath estava estranho, tinha passado basicamente o mês inteiro trancado no quarto, saindo somente para trabalhar nos sábados. Os dois conseguiram conciliar as férias do trabalho com as férias da Universidade, sendo assim, poderiam descansar mais, porém, as vezes, oportunidades de ganhar dinheiro aparecia e eles não podiam recusar essas ofertas.

Uma vez, quando eram pequenos, Heath lhe disse que tinha o poder de prever o futuro através de desenhos. Sol nunca esquecera disso, nem nunca esqueceria. Ela achava que era bobeira de criança, mas o jeito que os olhos negros a encararam, lhe fazia pensar se seria verdade ou não.

Um dia, enquanto Heath estava em um encontro com seu namorado, Sol resolvera fazer uma faxina no apartamento e vira um desenho jogado na cama do melhor amigo. O desenho exibia Heath e seu namorado, aparentemente brigando. E quando ele voltou para casa, contou que haviam terminado o relacionamento, porém, ele não parecia nem um pouco triste com o ocorrido.

No último mês, ele ficara trancado no quarto, desenhando, dia e noite, às vezes até sem pausa nenhuma. Ela estava preocupada com ele, por isso ficou        feliz ao saber que ele estava no parque. Aparentemente, ele ficaria bem. Poderia ser só uma fase, mas Sol ainda não estava certa do que estava acontecendo ao amigo.

Marisol se levantou, indo até um corredor de livros, procurando onde estava o exemplar que precisava, ao achar, sorriu. Seus dedos tocaram no livro e a estante começou a tremer.

─ Que porra… ─ ia começar a dizer, quando ouviu gritos e passos desesperados.

Ela saiu do corredor e sentiu o chão inteiro estremecer, fazendo-lhe cair no mesmo. Tentou se levantar, mas não conseguia. Sentiu o desespero tomar cada pedaço de seu corpo, estava tremendo. De repente o teto alto da biblioteca parecia se romper, criando rachaduras. Ela olhou para cima, tentando se levantar em uma tentativa falha. O teto se rompeu completamente, enterrando Marisol.

Parque Le Bois de Vicennes, Paris, França. Dezembro, 2019.

A tarde estava calma, Heath sentou na grama verde coberta por geada e ficou apreciando a vista do lago e inúmeros barquinhos que nele pareciam dançar. Estava frio, por isso usava um casaco branco. Ele ainda sentia a dor de cabeça que sentira o mês inteiro. Estava tendo visões. 

Os papéis e canetas lhe revelavam imagens terríveis, explosões, mortes, corpos. Heath sentia estar enlouquecendo. Então resolvera passear no parque que era perto da Universidade, e descansar por ali.

Sua calma se desfez quando o lago começou a criar vida própria, era estranho, ele parecia estar furioso, atacando os barcos contra a superfície. O chão começou a tremer sob seus pés, certamente algo não estava bem. Ele sentia a necessidade de correr até a Universidade e encontrar Sol, mesmo que caindo por algum tempo.

Os dois andavam meio distantes por conta das previsões que Heath tinha. O negro nunca contara para a amiga, mas ele era um mutante, possuía o gene X. Herdou-lhe de sua mãe, mas guardara esse segredo por muito tempo. Esse era o motivo de ter suas visões. Deixando seus pensamentos de lado, correu até a Universidade, e olhou a biblioteca onde Marisol se encontrava ser totalmente desmoronada, não entendia o que estava acontecendo. Só sabia que deveria procurar sua melhor amiga.

Correndo para o prédio que havia sido destruído, correu para os escombros, seu peito subia e descia, no ritmo de sua respiração acelerada. Ele encontrou Marisol presa debaixo de uma coluna de mármore branco que compunha o teto da biblioteca. Fazendo força, conseguiu retirar o escombro de cima de sua amiga, e a fez se levantar e recuperar a consciência.

─ É uma bomba… ─ Ela estava fraca, um filete de sangue saía de sua boca.

─ Vem, Sol ─ o menino a pegou, fazendo-a segurar-se em suas costas, ele carregaria ela, mesmo que fosse para outro país. Ele carregaria ela. ─ Para onde vamos?

A menina murmurou algo sobre a Universidade possuír um abrigo anti-bombas. E ela falou também para não respirar a poeira. Realmente, mesmo quase morta, a garota era um prodígio. Heath seguiu todas as instruções da menina.

Eles ficaram no abrigo até sentir que havia tudo acabado, e então ele correu com ela para o hospital. E viu o caos. Pessoas mortas, queimadas, esmagadas, viu até uma mulher com um pedaço de metal atravessando a cabeça. 

Marisol aparentemente havia sofrido uma concussão grave na cabeça, que a fez perder parte de sua memória. Toda sua raiz, seu passado foi tirado da garota. Ela também possuía um braço torcido, uma perna quebrada e diversos arranhões. Mas em nenhum momento, Heath saiu de seu lado. Afinal, é isso que melhores amigos fazem. Ficam do lado um do outro. Até o fim.

Hospital Saint-Louis, Paris, França. Março, 2020.

Marisol estava quase pronta para receber alta. Felizmente, o governo fancês indenizara todo mundo que fora afetado pela bomba nuclear, além de pagar por despesas médicas. Sol foi uma das únicas sobreviventes, juntamente com Heath. Ela ainda estava presa no hospital, como tinha sobrevivido, queriam que a qualidade de vida e saúde dela estivessem em perfeito estado. Por isso eram super cuidadosos com tudo.

Heath sempre a esperava do lado de fora, porque queria ter certeza de que tudo ocorreria bem. Ele somente precisou de uma desintoxicação. Mas, sentia seu corpo diferente, ele estava tendo visões mais intensas e vendo coisas que não conseguia explicar. E seus desenhos agora eram mais vívidos, era como se realmente o que ele desenhasse sairia do papel.

─ Olá ─ um homem negro cumprimentou Heath. ─ Você é Heath Lopez-Hallorann?

─ Sim ─ o menino se levantou, vendo o homem, e uma mulher negra careca que estava atrás dele, em estado de alerta. ─ Por quê?

─ Preciso que você venha comigo. ─ O homem falou, firme. ─ Estou devendo alguns favores para seu pai.

Ao ouvir falar de seu pai, Heath sentiu um arrepio. Não tivera notícias de seus pais, nem dos pais de Sol, ao que tudo indicava eles haviam morrido. Afinal, as bombas atingiram vários lugares da Europa. Não se sabia ao certo quem exatamente havia morrido e quem havia sobrevivido. Estava tudo um caos.

─ O que você sabe sobre meu pai?

─ Robert foi um grande amigo meu. Eu realmente preciso que você venha comigo.

Heath pensou muito, ele sabia o nome de seu pai, então poderia ser verdade. Ele não tinha mais nenhum objetivo, depois que a Universidade foi destruída e o governo não sabia como proceder. Ele precisava de algo para se sentir útil, e a depressão que estava desenvolvendo não ajudava nisso.

─ Não vou sem Marisol. ─ Foram as palavras que saíram da sua boca. ─ E quem é você?

─ Sou T’Challa. O Rei de Wakanda.

Aquelas palavras fizeram todos os pelos de Heath se arrepiarem.


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Notas finais do capítulo

Espero muito que tenham gostado!
A partir de agora, a história vai realmente começar a andar, muito obrigado a todo mundo que está acompanhando.
Até o próximo capítulo, ou comentários.
Beijinhos.