Neo Kalos escrita por Sir Naponielli


Capítulo 3
Capítulo 3: O Pedido de Uma Mulher


Notas iniciais do capítulo

Foi lançado a algum tempo no meu blog, finalmente trago à vocês do Nyah Fanfiction, que é quase meu lar ancestral nesse mundo de fics. Espero que gostem e comentem coisas a serem arrumadas quanto a questão ortográfica e quanto a questão gramática, pois não fiz uma revisão nesse antes de postar.



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A mata densa mal permitia a entrada de luz, árvores de tamanhos variados se entrelaçavam nos mais diferentes níveis. Os poucos raios de sol que trespassavam pelas copas das árvores causavam um efeito bonito de luzes, em filetes, cortando a escuridão.

Xavier, no entanto, não parecia ligar para tal beleza, e se mostrava preocupado com outras coisas. Seus olhos passeavam inquietos pelo cenário ao seu redor, a procura de quaisquer movimentos por entre a grama que crescia debaixo das árvores ou nas galhas altas desses titãs com folhagem verde.

Com passos lentos e visivelmente inseguros, ele vai atravessando uma pequena trilha, talvez feita por pessoas que passaram ali anteriormente a ele. As vezes uma brisa passava levantando as folhas diversas, e o som de seu farfalhar fazia com que o rapaz recuasse alguns passos rapidamente, e se virar para os lados procurando de onde o barulho veio, normalmente sem muito sucesso.

Sim, ele estava com medo, algo ali o perturbava, embora muito provavelmente fosse apenas a falta de costume. Os olhos de Xavier passeiam atentamente por cada coisa que lhe parecia fora de lugar, sejam galhos, ramos, cipós ou mesmo as pedras de maior tamanho que apareciam no caminho, estas cobertas por musgo e líquen.

O jovem para e olha para o alto, frustrado com algo.

— COMO RAIOS EU SAIO DAQUI!? – ele grita com toda força possível.

Algo parece responder sua questão.

O baque de um objeto caindo lhe chama a atenção, e Xavier se vira para a fonte do som. Pequenos objetos, algo como coquinhos, caiam uns sobre os outros, e acabavam rachando, revelando assim seu interior podre. O rapaz se aproxima do local de onde os coquinhos estavam caindo, e olha para a copa do que parecia ser uma palmeira.

Um pequeno macaco, de cor verde vívida em sua maior parte, pegava alguns dos frutos dos cachos da palmeira e os batia no tronco desta, e, quando ele parecia não gostar do que percebeu, jogava os objetos na pequena pilha que havia se formado abaixo dos vários metros de planta.

O hábito peculiar chama a atenção do jovem treinador, que olhando para cima, em direção ao ser, se aproxima sem prestar atenção no caminho que percorria. Nisto, um tropeço foi inevitável.

Cambaleando de um lado a outro, e com total falta de equilíbrio, o jovem acaba por se chocar contra algo de tamanho considerável. Com isso o rapaz por cair sentado no chão. Xavier olha para cima num gesto reflexivo.

Alta, formosa, e claramente com raiva, uma loiríssima mulher ali se punha, de pé,a reclamar do sujeito no qual havia trombado. Palavras de baixo escalão saiam pelos lábios rosados que se distorciam em movimentos largos. A moça com suas longas pernas pisoteava as plantas do entorno em fúria, parecendo não importar com os espinhos de algumas plantas, que furavam o jeans colado que usava. O momento de estresse logo passa, e sob o olhar confuso e perplexo de um jovem, a mulher respira fundo, expira e então fecha os olhos, a pele bronze ainda com um avermelhado decorrente da raiva, e suor escorrendo da testa ao queixo, e do queixo caindo para a camiseta amarela.

Xavier se levanta do chão com certa cautela, e bate em suas roupas, para tentar tirar um pouco da terra e folhas que ali poderiam ter grudado. A moça, por sua vez, abre os olhos e, encarando o rapaz, começa a falar.

— Você por acaso não presta atenção no seu caminho? – com uma voz aveludada, mas firme. – Você poderia realmente ter me machucado. Estava com a cabeça nas nuvens por acaso?!

O rapaz simplesmente tenta negar movimentando sua cabeça de um lado a outro. Ele queria ter dito algo, mas acabara por perceber que sua boca parecia não seguir os seus comandos. A mulher pareceu não se importar com o que o rapaz tentava dizer.

— Se eu ainda fosse um blackbelt… – a mulher resmunga. – Ei, garoto. – ela de repente para e se vira para o jovem. – Já que nos encontramos aqui quer dizer que existe algum destino entre nós, e você vai me ajudar com o que eu preciso! – ela proclama num tom autoritário.

O rapaz parece desesperar-se.

— Como assim, moça?! Te ajudar com o quê? Eu nem te conheço! – ele fala num tom visivelmente alterado por algum tipo de pressão que ele mesmo desconhecia.

A mulher franzi o cenho e fica com a tez obscurecida, como se pensasse em algo, mas logo parece encontrar a resposta para qualquer que fosse o problema.

— O problema é não nos conhecermos, certo? – ela pergunta, num tom sério. – Meu nome é Nova, gosto de pokémons exóticos e viajar em busca de novos ares. E você, qual o seu nome? – pergunta.

— X-Xavier… – o outro responde, meio intimidado.

— Muito prazer em te conhecer, Xavier. E então? Já nos conhecemos o suficiente? – ela pergunta divertidamente, mas com um brilho perigoso no olhar.

O rapaz acena com a cabeça, como se dissesse sim repetidas vezes. Parecia que um certo medo daquela mulher já estava se instalando no pobre coração do rapaz.

— Pois então. – já começa a mulher. – Eu preciso de sua ajuda para encontrar isto! – e tira de um bolso da sua calça um papel, com o desenho realista de um inseto elegante, uma borboleta. – Um Vivillon! E não é um Vivillon qualquer, e sim um super raro Vivillon com padrão “Fancy”! Tem suas asas majoritariamente num tom rosa suave, e nas pontas destas uma variação de cores que passeiam entre tons de verde, roxo, vermelho e branco! Ele é lindo! – grita como se estivesse falando do seu astro favorito.

O jovem fica meio sem entender o que estava acontecendo, e murmurava coisas como “okay” e “tá bom”.

— Vamos lá! Levante daí e já procure! Não perca tempo! – diz ela batendo palmas na direção do garoto, mas de modo similar a quando alguém quer afastar algo com o barulho considerado irritante.

O garoto se levanta num susto, como se a própria existência da moça lhe causasse tensão e com pressa pôs-se a caminho da estranha nova missão que havia recebido: achar um Vivillon raro…

...

As escarpas das árvores relavam na pele do rapaz, que tentava se movimentar da forma mais adequada ao ambiente em que estava. Ali por onde ele passava em tal momento a mata era mais densa e mais disforme, colaborando com o infortúnio do jovem para gerar maior tormento que o esperado, e dificultar a busca pelo raro inseto colorido que buscava.

Embora Xavier não entendesse o por quê dele estar seguindo o pedido da mulher, ele estava fazendo o seu melhor, evitando criar quaisquer ruídos desnecessários para não assustar e afastar os seres viventes da região. Mesmo quando algo raspava em si e lhe feria ele engolia a dor e seguia no silêncio.

Não tarda e os sinais de presença de vida animal se mostram nítidos. O chiar de insetos, as arfadas de pequenos quadrupedes e o guinchar de macacos traziam “música” para o local. Logo mais cores e formas vivas e variadas entram no campo  de visão do rapaz, que se via diante de uma clareira; um espaço aberto dentro de uma floresta tão fechada.

Na clareira várias criaturas brincavam umas com as outras, se jogando, dançando e exprimindo sons dos mais diversos tipos. Muitas delas eram do tipo inseto, com exuberantes borboletas de um tom escuro e olhos avermelhados, as Butterfrees e valentes zangões listrados em amarelo e preto, com grandes ferrões lanças em seus membros, os Beedrills encenando com muita graça uma espécie de show dos ares. Lagartas verdes e amarelas, Caterpies e Weedles, comiam frutas e folhas suntuosas, e algumas acabavam por se ajeitar próximas ao tronco de uma árvore, para serem então tomadas por um brilho forte e ressurgirem como casulos serenos e esverdeados e casulos amarelados e intimidadores. Alguns Vivillons de diferentes cores e padrões voavam mais alto, numa dança aérea sincronizada, e suas formas anteriores, os Spewpa e os Scatterbug, respectivamente uma espécie de casulo coberto por algo similar a seda e pó e uma lagartinha cinzenta de jeito engraçado, jaziam numa área mais afastada, num local cheio dos fios de seda criada por estes.

Mas o que o deixava admirado era o fato de que ali estava aquilo que procurava. Sim, estava ali. Num voo diferenciado por sua altura e esplendor, num ponto onde os raios de luz solar pareciam se convergir mais do que o normal, como se as luzes se focassem em um único sujeito, ali estava um Vivillon de padrões ricos e refinados, passando por várias cores e tons, mas se sobressaindo o vivo verde de suas asas.

O Vivillon “Fancy” se sobressaia em relação aos demais pokémon da área em todos os quesitos imagináveis. Era claro quem era o soberano da floresta, e todo soberano que se preze tem sua guarda especial, e com este raro espécime não era diferente. Uma série de macacos de pelos em verde, azul e vermelho se situavam em torno do Vivillon, como se assegurassem o perímetro e resguardassem sua majestade em segurança máxima.

Xavier logo se viu numa situação complicada, sabia que estava enrascado. Como pegar tal criatura sem sofrer retaliação de tantos outros seres ali presentes? O rapaz só conseguiu pensar em uma resposta: distração.

Pegando duas esferas multicoloridas de sua bolsa, ele se afasta um pouco da clareira e aperta um botão localizado ao centro de cada uma, fazendo com que elas se abram e liberem um raio luminoso que se condensa em duas criaturas; um Charmander e um Zigzagoon.

— Iri, Goon, preciso que me ajudem. – diz solene Xavier. – Mais a frente existe uma clareira com um grande grupo de pokémons. Quero que vocês façam ataques próximos a cada grupo de criaturas e instaurem o pânico, não importa como. Mantenham-se em movimento para não sofrerem com alguma sorte de contra ataque. Eu tenho algo para pegar ali enquanto vocês causam o distúrbio… E quando eu pegar esse algo, lhes darei um sinal. Quando ouvirem o sinal, e ele será claro, vocês fogem dali. Vocês entenderam alguma coisa? Espero que sim.

O Charmander balança a cabeça repetidas vezes, e o Zigzagoon grunhi, ao menos parecia um aceno de confirmação.

— Eu não achei que eu fosse começar a falar feito um doido tão cedo… – sussurra o jovem, quase inaudível.

O rapaz logo então se posiciona atrás de um arbusto na borda da clareira, e espia pra ver a situação. Ele olha para os seus pokémons e acena para eles, e as duas criaturas correm em direções opostas. Não tarda e algo começa a ocorrer ao centro do local. Um monte de frutas que estava rodeado por pequenos insetos tem seus componentes voando pelos ares, fazendo uma chuva de polpa e sumo cair no grupo de criaturas que antes estavam felizes, então esbabacados e por fim que ficariam furiosos com um peludo ser que aparecera ali.

Os macacos que serviam de guarda foram logo ver do que se tratava a comoção, mas um deles, de cor verde, foi surpreendido com uma golfada de brasas no topo de sua cabeça, fazendo com que ele gritasse e batesse as patas no “topete” que tinha, queimando-as também e por consequência começando a se debater, o que chama a atenção dos outros macacos  que se dividem entre cuidar do aliado caído e procurar a nova ameaça, logo avistada na forma de um lagarto laranja.

O caos estava plantado.

Xavier de seu esconderijo procura o Vivillon que motivou suas ações, e não tarda em o fazer. Confusa com a situação, a criatura dava voltas no ar, indo para lá e para cá, sem ter noção de pra onde deveria ir. O rapaz de azul sabia que sua oportunidade estava ali, naquele momento em que os macacos e os insetos estavam distraídos perseguindo dois malfeitores escorregadios.

O jovem retira da bolsa uma esfera bicolor, em vermelho e branco, e com este objeto em mãos corre em direção ao monarca dos ares, por um caminho com poucos obstáculos. Logo, a distância entre o caçador e a caça era próxima.

A borboleta percebe a aproximação do outro, e tenta escapar, mas Xavier não hesita e num arremesso digno de um lugar numa partida de basebol, ele lança a esfera contra o inseto, que não consegue reagir a tempo e é sugado para dentro do objeto após ser envolvido por uma série de luzes fortes.

O suor escorre pela testa do rapaz que saca outra bola já pensando no pior, cujos olhos não sabem se encaram a esfera trepidando ao chão ou os pokémons que pareciam ter notado algo estranho ocorrendo. Um brilho leve toma conta do objeto em questão e um pequeno barulho mecânico estala e preenche os ouvidos do jovem, que sorri largamente em presença dessa cena. Ele corre rumo a pokébola, a retira do chão e a guarda em sua mochila com rápidos movimentos, e segue em alta velocidade para um caminho entre as árvores na borda da clareira, gritando:

— CORRE NEGADA! SEBO NAS CANELAS!

As criaturas de cor laranja e marrom que distraiam os seres da clareira então se colocam a correr para fora dali, se voltando mata adentro.

O arfar de sua boca era audível no meio daquele espaço inóspito no meio do coração da mata. O rapaz cansado vestido em azul estava parado com as mãos no joelho, respirando com dificuldades. Ele havia corrido muito. Fugir daquele grupo de pokémons não tinha sido uma tarefa fácil. Quantos obstáculos não teve de passar para poder despistar aquelas criaturas? Eram demais para serem contados. Definitivamente depois de tantos galhos, espinhos, troncos, raízes e entre outros, o rapaz não poderia estar nada além de exausto.

Após alguns minutos tentando regular sua condição, o jovem se põe a olhar o entorno, em busca de compreender a locação em que está. Com pequenos passos ele anda por entre algumas árvores, na tentativa de achar alguma pista que possa o levar a encontrar seus dois parceiros, que se separaram dele durante a fuga da clareira.

Não tarda muito para ele noticiar algo estranho acontecendo. Um faixo de mato não muito grande se mexia como se algo estivesse ali, tal como estava. Uma lagartinha cinzenta e com cara de assustada, com um colar de “pelo” e três fiapos saindo do topo da cabeça.

O rapaz trava. Sabia que aquela criatura era um scatterbug, e que possivelmente era uma daquelas que estavam na clareira, ou menos tivessem uma ligação. O pokémon também para, e encara o rapaz, e numa velocidade lenta e constante, vai abrindo a pequena boca.

— Bichinho filho da mãe… Não grita… – sussurra Xavier entre dentes, enquanto pensa num curso de ação.

Um chiado começa a ser ouvido, indo aumentando gradualmente, acompanhando a abertura da boca do pequeno animal. O rapaz se desespera, e age impulsivamente seguindo a primeira coisa que conseguiu pensar.

Metendo suas mãos em sua bolsa, ele a abre com certo desajeito e pressa, e do mesmo modo retira uma esfera, uma pokébola, de dentro dela, e a arremessa no Scatterbug, que logo é envolvido por uma forte luz e absorvido pra dentro da bola, que se fecha, cai no chão com um baque surdo, e balança algumas vezes, até que um *clique* pode ser ouvido. Com uma captura bem sucedida, o chiado é interrompido.

O rapaz suspira em alívio, mas não fica parado a espera de qualquer coisa que possa ter ouvido o chamado do pequeno pokémon, saindo então dali de forma ligeira após pegar a esfera que no chão estava.

    …

Após um certo tempo, que Xavier supunha ter sido algo próximo a uma hora, seus pokémons que haviam se separado dele o encontram próximos a uma grande árvore seca e retorcida. Assim Xavier se senta junto a relva e cuida de si e dos pequenos, dando-lhes alimento e cuidados, tanto para estes que estavam em fuga pela floresta quanto ao novo membro.

Durante o manejo e aplicação de remédios e curativos nos dois que fizeram tanto durante os eventos da clareira, o rapaz não pode deixar de notar algo que não havia observado antes em um de seus companheiros. O Charmander tinha algumas manchas de cor um pouco mais escuras que o resto de seu corpo ao longo de suas costas. O rapaz não havia prestado muita atenção as criaturas que com ele estavam, mesmo no trato anterior, antes do ocorrido recente. Ele começava a entender eles como os companheiros que realmente são, e por tal se pôs a prestar mais atenção neles.

“ Isso me parece meio anormal… O que será que pode ser? ” pensa intrigado o rapaz, que logo deixa de lado o pensamento, se preocupando então com achar a mulher que havia lhe dado aquela missão.

Xavier retorna seus pokémons para suas respectivas esferas, para então prosseguir com sua busca pela pessoa que havia lhe feito aquele pedido. Por entre galhas e vinhas, escoriações e arranhados, o jovem segue sua procura.

Já no que parecia ser o meio da tarde, talvez próximo do fim, ele encontra Nova, a mulher para qual teve de fazer aquela infernal busca por um Vivillon. Ao final de tudo, ela estava num local próximo a algumas árvores frutíferas, agachada encarando com uma careta um ser amarelo com algumas marcas de queimadura. Profundas marcas de queimadura…

— Erh… Nova? O que está fazendo? Por que está encarando um- – o rapaz para sua frase na metade, e ao olhar para o animal, ele pareceu ter uma revelação. – EU CONHEÇO ESSA WEEDLE! – por fim ele grita.

A mulher para por um instante de olhar para a criatura e se volta para o jovem.

— Foi você que causou as queimaduras nessa lagarta? – questiona com imensa seriedade.

Xavier sente seu rosto esquentar e ficar rubro de vergonha.

— Sim, fui eu… – responde quase murmurando.

A mulher suspira, como se estivesse encarando um caso perdido.

— Pois fez bem. – diz ela para o rapaz.

O rapaz, que esperava por uma repreensão ou algo mais severo, fica sem reação.

— Hã? Quê? – confuso, o rapaz fala após alguns segundos.

Nova se levanta e, tirando uma pokébola de suas vestes, ela a aposta para a Weedle, que é sugada para dentro da esfera que logo é retornada para o lugar de onde foi retirada.

— Eu disse que fez bem. – a mulher repete. – Bem feito pra essa criatura que veio roubar minha comida enquanto eu estava distraída. Mas bem, conseguiu pegar o Vivillon? – ela pergunta enfim sobre o principal assunto que tinham a tratar um com o outro.

Xavier acena com a cabeça em afirmação, e retira uma pokébola de sua bolsa, e a entrega pra mulher, esta que encara por alguns segundos a bola bicolor e a guarda em um dos bolsos de seu jeans.

— Não vai abrir e verificar se eu peguei realmente? – o rapaz pergunta, meio encabulado.

A mulher inclina um pouco a cabeça e sorri de leve.

— Não vou, eu confio em você. – ela diz de forma suave. – Aliás, lhe peço desculpas. Depois que me acalmei percebi que não era certo eu ter te mandado fazer isso pra mim, mas aí já era tarde demais. – solene.

O mais jovem tira seu boné e o segura em frente ao peito, e baixa a cabeça de modo que ela ficasse um pouco inclinada para um lado, e coça a mesma, meio sem jeito.

— Não precisa se desculpar… O que ocorreu já está no passado… – fala da melhor maneira que pôde.

Nova coloca suas mãos nos bolsos de sua calça, e olha para o céu, ou ao menos ao pouco que era visível por entre as copas das árvores.

— Já está ficando tarde… – ela observa. – Você deve estar indo pra Santalune, não é? Sabe como sair da floresta? — interroga ela ao mais novo.

— Realmente eu me dirigia pra lá… Mas sendo sincero, eu não sei o caminho se for partir do ponto em que estamos. — ele replica.

A mais velha então abre um sorriso largo, e diz:

— Perfeito! Eu estou residindo em Santalune faz um tempo, e sei como sair daqui. Você não se importa de me acompanhar, né?

— Nem um pouco. – e ajeita a bolsa que carrega.

Assim, ambos partem daquela parte da floresta, conversando e, com isso, conhecendo mais um ao outro.


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