Zero... Me ajuda? escrita por Melody Holy


Capítulo 1
Capítulo Único




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— O... o quê?

Zero estava surpreso, para dizer o mínimo. Que não tinha tato para situações sociais, não era novidade para ninguém, e as pessoas costumavam respeitar isso, não o procurando a menos que fosse estritamente necessário e o deixando quieto com Grandark. E isso não o incomodava, gostava da companhia da espada, assim como gostava também quando tentavam inclui-lo nas atividades mais corriqueiras possíveis. Era confortável.

Por isso, não sabia o que fazer ao ouvir o pedido tão estranho vindo da Paladina. Holy o encarava com aqueles olhos grandes brilhando e um sorriso esperançoso. De tantas pessoas melhores para aconselhá-la sobre aquilo, porque justo ele?

Quando Holy apareceu em seu quarto dizendo que queria sua ajuda, pensou ser para qualquer coisa, menos aquilo.

— Você pode me aconselhar? Você tá sempre falando com a Grandark, né, aí eu pensei que você podia me ajudar a fazer a Glória se abrir comigo.

— Ah... Ãh?

— Por favooor, Zero? Por favorzinho, eu não tenho pra quem recorrer.

Sendo como ela era, Zero sabia que nem se gritasse expulsando-a ou se a própria Grandark se mostrasse contra, Holy ainda insistiria até que perdesse a paciência e se rendesse a ajudar a garota. E se Zero era sua única opção, Holy devia estar ou desesperada, ou doente.

Nunca pensou que passaria por aquilo.

Apertou os lábios e deixou que Holy entrasse no quarto, se sentando na cama ao lado de Grandark e deixando que a garota se acomodasse. Gran lhe comentou que a garota devia estar perturbada para procurar sua ajuda para assuntos sociais. E bem, tinha que concordar.

— A Grandark vai dar a opinião dela também? – Holy ainda perguntou, se sentando sobre os calcanhares no chão limpo e o observando com expectativa.

Se a garota não me testar a paciência, talvez eu colabore

— Ela disse que vai adorar te ajudar.

Eu devia te dar uma passagem só de ida para Hades, criatura atrevida.

Zero manteve a inexpressividade, apesar de a ameaça de Grandark ser o bastante para sentir seu corpo estremecer. Holy pareceu satisfeita com a resposta e sorriu aliviada.

— Uffa, que bom. Então, eu ‘tava aqui pensando... E a Grandark sempre conversa com você, e todo mundo vê como você fica feliz com isso. E eu gosto tanto da Glória, poxa! Não é justo tudo isso!

Ignorou o comentário egocêntrico vindo da espada e concordou com a cabeça, preferindo não se aprofundar muito naquilo caso contrário era capaz que surtasse.

— Aí, eu sempre me pergunto o porquê de a Glória nunca falar comigo, nunquinha mesmo, e eu fico meio triste por isso, sabe? Poxa, eu sempre faço de tudo, mas ela sempre me ignora. Será que a Glória não gosta de mim? Assim, a Grandark gosta de você, deve ser por isso que ela se abre com você. Não é?

Lógico, eu amo o Zero. Só por isso que ainda não desisti dele por causa da incompetência dele.

O tom ríspido e irônico de Grandark o fez encolher levemente os ombros. O bom humor que Gran tinha antes de Holy aparecer ali parecia ter ido embora, e agora teria que lidar com aquele tipo de comentário e insulto. Não que não estivesse acostumado.

— É... Gran fala comigo.

— Viu? Mas aí eu não sei o que eu faço de errado. Eu tenho medo de ela nunca se abrir. Eu fico preocupada pra caramba, porque e se eu não estiver cuidando dela direito? Ou fazendo alguma coisa que ela não gosta? Se ela não me disser suas preferências, eu nunca vou conseguir fazê-la feliz!

Meu Santo Oz, essa criança está apaixonada ou o quê? Que preocupação idiota! Zero, diga para essa menina se tocar que não é correspondida.

— Ah... Gran diz que deve ter alguma coisa que você possa fazer para receber essas respostas. Você... sabe de alguma coisa que ela goste e que você possa fazer para agradá-la?

Zero! Não jogue a culpa das suas ideias imbecis em mim! Você é surdo ou o quê?

— Mas aí que está! Eu não faço ideia do que ela gosta! Passear, talvez? Um bom banho? Uma batalha? Eu não seeeei!!! – Holy fez cara de choro, a voz ficando manhosa enquanto ela parecia começar a ficar desesperada.

Francamente, Zero nem saberia o que fazer se Holy começasse a chorar ali. E Grandark com certeza só riria de sua desgraça e reforçaria como ele era incompetente. Não precisava daquilo.

— Há... Faz quanto tempo que se conhecem?

Se alguém perguntasse, nem Zero saberia dizer de onde estava tirando aquelas perguntas, mas Holy continuava agindo como sempre, então assumiu que não estava seguindo pelo caminho errado ao perguntar aquelas coisas.

— Hmm... – As bochechas infladas enquanto pensava eram fofas, e Zero concordava com os outros da Caçada quanto a isso, embora ele mesmo não soubesse muito bem o que achava ser “fofo”.  – Faz uns anos, já... – Ela respondeu, ainda pensando.

Anos e a garota não sabe nada sobre essa tal de Glória? Qual é o problema dela? Até você aprendeu a me agradar em poucas semanas!

Zero entreabriu a boca, meio surpreso com a ideia que Grandark lhe fizera ter. Holy, parecendo perceber sua surpresa, fez uma careta azeda, fazendo-o lembrar de como ela ficava quando comia algo com limão.

Não é à toa que a chamam de Lime.

Zero arregalou os olhos, e agradeceu por a máscara esconder todas as suas expressões, porque se a ideia que passou pela sua cabeça fosse confirmada, Holy realmente era alguém com problemas mentais, e não saberia esconder isso em seus olhos.

— Holy... – chamou com calma, vendo os olhos claros brilharem, ainda meio chorosos, em sua direção

— O quê? Teve alguma ideia?

Lá vem mais algum absurdo, né Zero?

— Não, só... Holy, a Glória... Quem ela é? – Apesar do seu tom hesitante, a Paladina sorriu como se não tivesse nada de errado, estranho ou pertubado em suas próximas palavras.

— Ah? Ora, a Glória é o meu martelo.


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