Quando as Máscaras Caem escrita por Luana de Mello


Capítulo 9
Nossa Vida




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— Tem certeza Marinette, nós podemos te levar até a estação ou posso te levar até Paris se preferir. — Claus insiste pela milésima vez, enquanto andava lado a lado da Dupain-Cheng.

— É sério Claus, não precisa se preocupar, eu posso ir até lá sozinha. — Marinette recusa novamente.

Desde que chegara naquele sábado pela manhã na universidade, estava sendo seguida para todos os lados pelo colega, e apesar dela garantir que não precisava de ajuda, ele não lhe dava ouvidos, o que causava uma onda de risos e piadas dos demais colegas que estavam junto a eles; não era segredo para nenhum deles que o Bernard nutria fortes sentimentos pela garota, o problema é que desde que o rapaz fora fazer um intercâmbio em Portugal, ele não soube nenhuma notícia da colega, e por isso mesmo tentava entender o que o pequeno bebê no carrinho que ela empurra significava. Talvez tenha lhe faltado coragem para perguntar, talvez o baque de vê-la depois de tanto tempo o tenha impedido de ligar os pontos, ou ele simplesmente não queria acreditar nos seus olhos; afinal antes que Claus deixasse o campus para receber mais uma qualificação no seu diploma, ninguém da sua turma ou da Mod’art, sabiam da gravidez dela.

— Por favor Marinette, deixa eu te ajudar! — Claus volta a pedir, e dessa vez segura o carrinho o parando de repente.

Essa atitude dele assustou tanto Marinette, quanto os demais colegas, por mais que soubessem dos sentimentos que ele demonstrava ter tão abertamente, nunca o tinham visto se impor de forma tão agressiva assim; e não só os adultos se assustaram, Hugo que estivera o tempo todo acordado naquela manhã, estava quase adormecendo com o embalar do seu carrinho em movimento, e com a parada brusca acabou se assustando e começou a chorar, para desespero da mãe.

— Ah meu amor, você se assustou? Calma meu príncipe, a mamãe já vai fazer isso passar. — Marinette rapidamente pega o filho para niná-lo, ignorando totalmente os olhos esbugalhados do colega.

Sem se importar com mais nada, a Dupain-Cheng aconchega seu filho nos braços e o embala e cantarola para acalmá-lo, nada a preocupava mais do que ver seus olhinhos verdes vermelhos por chorar, mesmo que soubesse que foi apenas por se assustar; o bebê permanece resmungando com suas esmeraldas fixadas na mãe, balbuciava reclamações se queixando para ela, suas mãozinhas gorduchas agarravam a blusa que Marinette vestia, e seu corpinho já mais firme nos seus quatro meses de vida, permanecia na vertical como sua mãe o segurava. Mas foi quando os olhos de Hugo captaram a imagem de mais uma   pessoa para quem podia fazer queixas, que ele desatou a fazer dengo, fez um lindo beicinho e enrugou seu narizinho e então suas reclamações ficaram mais altas; qualquer um que passasse por ali podia ver o bebê esticando os bracinhos e abrindo e fechando as mãozinhas.

— Marin! — ela escuta aquela voz afobada, sinal de que ele tinha corrido, e se vira para olhar Adrien chegando até eles com os olhos cheios de preocupação — O que houve? Ei, o que foi filhão, por que está chorando? O que aconteceu com ele, My Lady?

— Nada, ele só se assustou um pouco, já vai passar. — Ela passa o filho irrequieto para os braços de Adrien e ganha um beijo rápido nos lábios — Você não ia trabalhar o sábado todo?

— Terminei mais cedo e resolvi vir buscar vocês, tudo certo com seus trabalhos? Achei que podíamos comemorar, mais uma empresa quer comprar sua última coleção! — Adrien conta e depois vira seus olhos astutos para o grupo atrás dela, mais especificamente no rapaz moreno e alto que ele estivera de olho desde que avistara Marinette andando com eles — Desculpem, nem me apresentei direito, sou Adrien Agreste, marido da Marin!

Marinette teve a mesma reação dos seus colegas, mas rapidamente a escondeu, era certo que Adrien tinha feito aquilo por algum motivo, mas verificaria isso com ele depois, quando estivessem a sós em casa; já seus colegas não sabiam o que processar primeiro, a informação de que aquele à sua frente era o famoso Adrien Agreste, ou que sua colega estava casada com ele.

— Espera, espera um segundo aí, quando foi que você se casou Marinette? — Rosa, uma linda ruiva que era sua vizinha de quarto, pergunta histérica — E esse bebê? Quem é o pai?!

— Como assim, quem é o pai? Hugo é meu filho! — Adrien fala bravo, e como se quisesse enfatizar o fato, coloca o rosto do filho ao lado do seu, para mostrar a todos a semelhança.

— Você devia cuidar como fala as coisas Rosa, o que ela quis dizer é que Marinette nunca falou muito sobre sua vida, foi uma surpresa e tanto quando descobrimos que ela estava grávida e agora que já está casada, nunca a vimos receber uma visita além dos seus pais. — Dessa vez é Cecília quem se pronuncia, tentando acalmar os ânimos.

— Marinette e eu começamos a namorar ainda na escola, quando íamos começar a faculdade tivemos a surpresa da gravidez e devido uma série de problemas, Marinette teve que se esconder aqui até que tudo se resolvesse, e eu fui obrigado a me manter afastado dela, para sua segurança e do nosso filho. — Adrien conta a história combinada entre eles, mas antes de continuar, um sorriso maroto toma conta dos seus lábios — Quando Hugo nasceu, decidimos que iriamos morar juntos e já que no momento não era possível uma cerimônia religiosa, nos casamos apenas no civil.

Mais uma vez Adrien surpreende sua amada, Marinette não esperava que ele fosse inventar aquela parte sem consulta-la antes, e agora mais do que antes, ela sabia que precisariam conversar quando chegassem em casa; mas também não podia negar que a união do nome dele e a palavra marido, soava perfeitamente bem para ela, e a deixava boba apenas por imaginar-se falando isso. E enquanto todos os demais colegas a parabenizavam, Claus permaneceu quieto, os olhos negros fixos na garota de sorriso fácil a sua frente, se amargurando por não ter dito nada a ela, se maldizendo por ver suas chances irem todas por água abaixo, e pensando se poderia ter feito algo diferente para que a colega o notasse; para o Agreste que o observava de esguelha, aquela era mais que uma confirmação sólida, seu instinto felino não lhe enganara.

— Adrien, vamos para casa? Ainda tenho algumas coisas para arrumar antes do pessoal chegar. — Marinette pede, depois de perceber os olhares insistentes dele para Claus.

— Claro, My Lady! — Adrien concorda e com uma das mãos pega a bolsa dela, enquanto mantinha Hugo firme com a outra — Vamos levar a mamãe pra casa filhão?

Para o deleite dos papais corujas, Hugo dá uma gostosa gargalhada, transformando todas as colegas de Marinette em manteiga derretida; depois de se despedir de todos, a Dupain-Cheng segue o Agreste até o carro, recém adquirido do casal e muito bem-vindo para suprir as necessidades de sua pequena família, e enquanto ela acomoda Hugo no bebê conforto, Adrien trata de guardar o carrinho no porta malas, e logo que estão prontos, dá partida para saírem dali, quando ele guia o veículo para pegar a saída da interestadual, Marinette estranha, já que aquele não era o caminho de casa.

— Para onde estamos indo Adrien? — ela pergunta confusa.

— Eu disse que íamos comemorar. — O Agreste responde sorrindo.

— Mas Adrien, eu tenho mesmo que arrumar algumas coisas em casa. — Marinette contesta.

— Tudo bem Marin, nós só vamos almoçar fora, quando chegarmos eu te ajudo. — Ele responde sem se preocupar.

Vendo que Adrien não voltaria atrás quanto a isso, Marinette decide provoca-lo um pouco, apenas para mostrar que não esquecera o que ocorrera antes.

— Posso saber onde meu marido está me levando? — ela pergunta e tem que conter uma risada, quando vê Adrien corando.

Claro que o jovem papai sabia que ela tocaria no assunto, e sabia que teria que explicar muito bem o porquê dissera aquilo, ou a fúria da Dupain-Cheng recairia sobre ele, o que já sabia não ser algo muito fácil de resolver; suspirando alto, ele decide contar a verdade, mas só depois de provoca-la também.

— Tem um restaurante à beira da estrada que é muito bem recomendado, Nino quem me contou sobre ele, satisfeita minha esposa? — Adrien responde e dá a Marinette aquele sorriso que é capaz de fazer seu coração parar.

Apesar de estarem vivendo juntos há quatro meses, os dois ainda estavam adiando sua “vida romântica”, por assim dizer, todos as suas atenções estavam voltadas para o filho, e acabaram se deixando de lado por um tempo; por isso mesmo, essa pequena brincadeira entre eles, causou em Marinette um reboliço, e apesar de ter Adrien lhe declarando todos os dias o seu amor, era diferente ouvi-lo falando de uma forma que elevava o relacionamento dos dois.

— Agora é sério, por que você disse aquilo, Adrien? — Marinette pergunta, depois de fazer seus batimentos voltarem ao normal — Não estou brava, só quero entender.

— Ah Marin, vai dizer que não percebeu como aquele cara olha pra você? — Adrien pede, demonstrando todo seu desgosto com o que vira — É claro que eu fiquei com ciúme, ainda mais vendo aquele marmanjo dando em cima de você, e pior quando ele colocou a mão no carrinho do Hugo, quem ele acha que é pra chegar perto do nosso filho?!

Surpreendida pela revelação de Adrien, Marinette fica no primeiro instante em silêncio, processando a informação que ele lhe dera, só que mesmo se sentindo feliz por saber que o Agreste ainda sentia ciúmes dela, a Dupain-Cheng não acreditava que Claus a olhava de forma diferente; vendo que ela ainda não estava convencida do que dissera, pelo menos parte do que dissera, Adrien pega sua mão, enquanto mantinha a direção estável com a outra mão, leva até seus lábios e a beija.

— Marin, você tem noção de como é linda? Já se esqueceu a loucura que foi quando a edição especial da Agreste’s foi lançada? O tanto de gente querendo te ver e saber de você, eu achei que fosse enlouquecer. — Adrien fala, fazendo menção à revista que a Agreste’s lançou, do ensaio fotográfico dos dois.

— Você está exagerando, as pessoas queriam era ver você! — Marinette contesta vermelha.

Mesmo querendo dar vários exemplos das vezes que sentiu ciúme dela e ela nem notou, Adrien se concentrou em estacionar o carro, contaria para Marinette mais tarde, quando reunisse provas do que dizia; assim ele desceu do carro, e da forma mais cavalheiresca que existe, abriu a porta do passageiro para ela, e antes de pegar Hugo no banco traseiro, roubou da Dupain-Cheng um beijo mais demorado do que antes, matando a saudade dos lábios que não tocava direito desde a manhã. Com o filho em um dos braços, e Marinette segurando sua outra mão, Adrien entrou no restaurante com o maior dos sorrisos, estava radiante demais e parecia que seu rosto iria rachar de tanto que sorria; mas era compreensível, afinal aquele era seu primeiro programa em família, somente os três. Não que não gostasse quando os sogros ou seu pai os iam visitar e passavam um tempo com eles, mas desde que Hugo nascera, ele e Marinette nunca puderam fazer nada assim, estavam perdidos na correria que era estudar, trabalhar e aprender a ser pais, sem falar em suas obrigações como Ladybug e Cat Noir; o tempo que sobrava depois disso era utilizado para descansar e aproveitar momentos com o filho, coisa que os dois nunca se cansavam de fazer.

— Mesa para dois, por favor. — Adrien pede para o maître — O senhor teria uma cadeira para bebês?

— Certamente, me acompanhem, por favor. — O homem pede e indica o caminho, solicito.

O jovem casal foi guiado a uma das mesas com maestria e prontidão, assim como a cadeira para bebês foi providenciada rapidamente para Hugo, e logo que o filho fora acomodado e ficara entretido com seu chocalho, os papais sentaram-se e se ocuparam de ler o menu; mas como acontecia desde que os dois se conheceram, e agora que estavam juntos com mais frequência que antes, Adrien logo se distrai da tarefa e foca seus olhos em Marinette, a observando silenciosamente, memorizando cada traço do seu rosto e cada expressão que ela fazia inconscientemente.

— Gostaria de olhar a cartilha de vinhos, senhor? — um garçom se aproxima, o chamando a realidade.

— Obrigado, mas hoje vamos passar. — Adrien agradece.

Por mais que tenha descoberto há algumas semanas que realmente gosta de vinhos, não iria tomar nada enquanto estivesse dirigindo, e também por que sabia que Marinette não poderia acompanha-lo por estar amamentando, pelo menos não sem fazer alguma preparação antes; vendo o que Adrien tinha feito, ela ergue seus olhos dos pratos que lia atentamente, para verificar se não tinham nenhum ingrediente que pudesse fazer mal a Hugo, e sorri gentilmente para ele, daquela forma que expressava todo seu amor por ele e o fazia subir as nuvens. Depois de fazerem os seus pedidos, e de Marinette solicitar de forma tão polida e educada, se poderiam aquecer a papinha de feijão e batatinhas que ela trazia para Hugo em uma bolsinha térmica, o que foi atendido prontamente, os dois aguardavam seus pedidos com uma conversa agradável.

— Então o contrato foi fechado? — Marinette questiona.

— Sim, nunca pensei que eles aceitariam as condições tão rápido. — Adrien conta entusiasmado — No final do mês teremos um desfile para apresentar a nova coleção.

— Mas isso é ótimo, Adrien! Quantos projetos serão apresentados dessa vez? Fiquei sabendo essa semana que a Lorena estava com um novo trabalho por terminar. — Marinette se empolga com a novidade.

— Você não entendeu My Lady, os novos acionistas querem fazer um desfile apenas com as suas criações. — Adrien conta e Marinette até esquece a colherada que levava até a boquinha de Hugo — Fausto acha que conseguiremos mais patrocínios pra você e os demais designers assim, isso sem falar que foi praticamente uma exigência dos acionistas, que fosse um desfile apenas da Désir.

— Mas isso é injusto com os outros designers! — Marinette reclama indignada, como Adrien já esperava que fizesse — Desculpe Adrien, mas eu não posso fazer isso, não vou passar por cima do trabalho duro de todos os profissionais que estão no Agreste’s a tanto tempo, eu sei melhor que ninguém o quanto todos que trabalham ali são talentosos, se querem o meu trabalho, vão ter que aceitar o dos meus colegas também!

— Sabia que você diria isso, My Lady! — Adrien conta sorrindo para ela, estava mais do que obvio o quanto se orgulhava do senso de ética e profissionalismo de Marinette — Por mais que Fausto ache uma boa ideia, eu avisei que você não faria se fosse assim, e como o voto final é meu e do meu pai, nós dois decidimos que será uma trabalho de exposição de todos os designers da Agreste's, então lançamos a proposta de aniversário da empresa, você vai receber na segunda os detalhes do projeto, Sophia vai te passar tudo.

— Isso é bom, eu nunca conseguiria trabalhar pensando que passei por cima do trabalho de outros. — A Dupain-Cheng finalmente relaxa sua postura — Sophia me disse ontem que estava recebendo instruções de Marrie, sobre uma reunião dos designers para essa semana, seria isso?

— Sim, meu pai e eu decidimos que seria bom lançar a coleção de aniversário no desfile, vai ter mais mídia e vai deixar o evento maior do que já é. — Adrien explica e então se retesa inteiro, chegara na parte difícil da conversa — Mas tem uma condição para os acionistas terem aceitado tudo numa boa, Marin.

A voz tensa dele, a postura defensiva e os olhos angustiados só podiam significar uma coisa, Adrien estava para dizer algo que ele sabia muito bem que Marinette relutaria muito para aceitar, se aceitasse.

— O que eles pediram dessa vez, Adrien? — ela pergunta direta, já adivinhando que vinha alguma bomba.

— Eles querem que nós dois sejamos os modelos principais do evento. — Ele conta tudo de uma vez, e como se aguardasse um golpe, fecha os olhos, esperando a explosão dela.

Não que Marinette fosse violenta ou escandalosa, o caso é que durante esse curto período que os dois passaram a viver juntos, o Agreste descobriu que sua joaninha odiava ser obrigada a fazer algo, odiava trabalhar sob pressão; e era exatamente o que os acionistas estavam fazendo, se aproveitando da imagem dela na empresa e usado sua fama para ter mais lucros e chamar mais atenção para o evento, obrigando assim, Marinette a concordar com seus termos. Mas mesmo que a jovem mamãe quisesse muito mostrar o quanto se irritara com a diretoria, não podia fazer isso ali, muito menos perto do filho; desde que sua imagem se tornara pública, ela entendera que haviam certos cuidados a se tomar, e tudo que fizesse poderia atrapalhar a imagem da empresa, de Gabriel e Adrien.

— Não existe outra alternativa? — ela pede contrariada.

— Infelizmente, eles alegam que seu nome traria mais prestigio e atenção para o evento, o que nós temos que concordar que é verdade. — Adrien justifica.

— Se não há o que fazer. — Ela se dá por vencida a contra gosto.

No momento que Adrien suspira aliviado por sua “vitória” rápida, seus pedidos também chegam, desviando a atenção da Dupain-Cheng do seus recente problema, que ela já sabia instintivamente, poderia lhe trazer muita dor de cabeça; pelos próximos minutos, os dois se concentram em suas refeições, perdidos em suas próprias preocupações. Marinette pensando em como faria um bom trabalho, sem que seu nervosismo e sua falta de experiência na área a atrapalhassem; já Adrien se preocupava em como sua noiva seria vista, afinal se Marinette tinha roubado a atenção só pelo pequeno ensaio que fizera meses atrás, como seria agora que ela seria vista por vários olhos, olhos que cobiçariam e invejariam o que era seu. Não precisava ser um leitor de mentes, para saber o que tanto incomodava o Agreste naquela hora, a perna que não parava de tremer no lugar e os lábios crispados, era o medo de que Marinette ganhasse mais admiradores do que já tinha, e ele também começava a se irritar com os acionistas; mas essa emoção era tão controversa a outra que sentia no momento, que nem mesmo ele estava se entendendo, era certo que começava a se morder de ciúme com a ideia de outras pessoas colocarem os olhos em Marinette, mas também sentia um grande prazer por poder mostrar para todos a garota fantástica, a mãe exemplar e a mulher linda e estonteante que ela era.

— Adrien, que horas você marcou com o Nino, a Alya e a Chloé? — Marinette o chama a realidade.

— Combinei deles chegarem às seis, o resto do pessoal eu marquei mais tarde. — Ele responde de imediato, deixando de lado suas preocupações.

— Ótimo, temos muitas coisas pra conversar só com os três. — Ela fala séria.

Precisavam acertar com os amigos, os horários das suas rondas, e como os três tinham dito no dia em que Hugo nascera, eles estavam ajudando o casal a cumprir suas obrigações como os heróis de Paris, tomando conta do afilhado; o que deixava a dupla bem mais tranquila, já que tinham pessoas de confiança com o filho, e que conheciam o segredo, e por isso mesmo saberiam o que fazer em uma emergência, como Marinette e Adrien ressaltaram em diversas vezes em suas reuniões, a prioridade sempre seria a segurança de Hugo, não importando o quanto Ladybug e Cat Noir estivessem precisando de auxilio, e por isso mesmo eles bolaram uma escala de plantão. Sabiam que nem sempre poderiam contar com Gabriel para tomar conta do neto, principalmente nessas épocas, quando ele quase sempre estava viajando a negócios, e mesmo que significasse que seu time ficaria mais fraco sem os três amigos, preferiram priorizar Hugo, que ficaria aos cuidados dos três; e assim surgiu a escala de plantão deles, duas vezes por semana, Nino, Alya, e Chloé ficavam responsáveis pelo afilhado, enquanto os pais saiam para patrulhar as ruas de Paris, já que com os anos eles passaram a não só defender a cidade de Hawk Moth, também a defendiam de todos os tipos de bandidos.

Depois do almoço tranquilo, e de Adrien insistir que pagaria a conta sozinho, mesmo que achasse lindo o fato de Marinette ser independente pra tudo, esse era o único ponto que ele não abria mão; eles finalmente rumaram para casa, com Hugo dormindo profundamente no bebê conforto, e a Dupain-Cheng apreciando a paisagem rural mais linda que já tinha visto, que até agora não tinha notado naquela região que estivera tantas vezes nos últimos tempos, e enquanto a paisagem ia mudando diante dos seus olhos, sua mente ia criando várias e várias peças, idealizando coisas para seus próximos trabalhos, inspirada pelos arredores de Boulogne-Billancourt. Assim que chegaram em casa, os dois Kwamis que até então permaneciam quietos, fingindo ser apenas brinquedos do pequeno bebê, sobrevoam os portadores animados pelo dia que estavam tendo; Hugo fora levado para o seu quarto, e depositado com todo carinho em seu berço, e antes que se dedicasse aos preparativos da noite, Marinette ainda permaneceu bons minutos admirando o filho. Adrien por sua vez, ficara a todo vapor no andar de baixo, organizando o que via pela frente, como prometera a sua Lady, e quando ela se junta a ele, os dois colocam em pratica suas habilidades e o trabalho de equipe mais bem feito de Paris; com paciência, dedicação e esmero, a organização da primeira reunião de turma que ocorreria em sua casa, ficou pronta antes das cinco da tarde. Os dois então sentaram-se no sofá da sala, olhando tudo satisfeitos, cada detalhe da decoração simples que fizeram, tudo nos seus devidos lugares; não tendo mais nada por fazer, Marinette decide subir e ir se arrumando, enquanto Adrien decidiu por ficar assistindo algumas aulas que seus professores disponibilizaram, e já estava quase no final da atividade, quando a campainha tocou.

— Já vai. — Ele fala alto, quando volta a tocar insistente.

— Por que demorou tanto pra abrir essa porta, Adrien?! — a primeira a se pronunciar é Chloé, ao mesmo tempo que ela praticamente invade a casa como um furacão — Cadê meu afilhado?

— Eu estava estudando, Chloé. — Adrien responde a amiga revirando os olhos e se volta para a porta, recebendo Nino e Alya — E Hugo está dormindo no seu quarto, e você não deve acordar ele antes da hora, dinda!

— Fala cara, tudo bem? — Nino o cumprimenta.

— Tudo bem Adrien, onde a Mari está? — Alya também passa como um furacão.

— A Marin está terminando de se arrumar, Alya. — Ele responde e se dá por vencido, aquelas duas sempre seriam daquele jeito — Sentem-se, daqui a pouco ela já desce, você nem tente sair de fininho Chloé!

— Você é um chato Agreste, não acredito que não vai permitir que eu veja o meu afilhado! — a Bourgeois reclama indignada.

— Não exagera Chloé, a gente também quer ver ele, mas se o Hugo ainda está dormindo, não tem o que fazer. — Alya fala resignada.

— Vocês duas deviam tomar algum calmante, não é como se a Mari ou o Hugo fossem fugir pela janela. — Nino brinca e acaba descontraindo a todos.

Eles engatam em uma conversa de como tinha sido a semana de cada um, todos tinham novidades, e estavam mais do que ansiosos para compartilhar com seus amigos, e só aguardavam a hora que a dona da casa aparecesse, para dividir as notícias; o que não demorou muito, dez minutos depois que os três chegaram, Marinette voltou a sala totalmente pronta, e como se fosse algum tipo de feitiço, Adrien se viu mais uma vez encantado por ela, que vestia um vestido preto rodado, uma sapatilha nos pés e nos lábios o mesmo batom vermelho que usara em sua formatura, e para completar o pacote e embebedar ainda mais o Agreste, o perfume que exalava dela era inebriante, o aroma que ele mais adorava.

— Desculpem a demora pessoal, estava trocando o Hugo. — Marinette fala e abraça cada um deles.

— Mari do céu, que linda que você está! — Alya como sempre, atenta aos detalhes — Esse é um dos vestidos da sua última coleção?

— Sim, é um deles. — Marinette concorda e apesar de não querer, dá a voltinha que Alya sinalizava para ela fazer — Tudo bem Chloé, Nino?

— Eu quero saber por que Hugo não veio junto? — Chloé pede impaciente.

— Ele ainda está dormindo Chloé, se eu o acordar agora, seu sono da noite vai ficar todo desregulado. — Marinette explica sorrindo.

Era divertido ver como a Bourgeois, que se dizia ser imune a qualquer bebê, era toda um grude com Hugo, dava até para dizer que ele a tinha bem presa em suas mãozinhas gorduchas.

— Agora vocês vão contar o que estiveram se mordendo pra falar? — Adrien pergunta assim que Marinette senta-se ao seu lado, mostrando que nada passava despercebido por seus olhos de gato.

— Cara, você não perde uma! — Nino comenta e ri da perspicácia do amigo — Alya e eu decidimos que é hora de juntar as escovas de dentes, semana que vem nos mudamos pro nosso AP.

— Nossa, que notícia maravilhosa, meus parabéns! — Marinette abraça Alya e em seguida Nino — Você cuide bem da minha amiga, Nino!

— Pode deixar chefia! — Nino brinca e bate continência pra ela, fazendo mais graça ainda.

— Parabéns aos dois, vão ver como faz a diferença ter o seu próprio canto! — Adrien também felicita o casal, contente por mais essa conquista dos dois.

— Tá legal, tá legal! Agora é minha vez né? — Chloé chama atenção dos quatro para si — Eu estou namorando.

— Mentira, quem?! — Marinette e Alya falam ao mesmo tempo, empolgadas.

— O Kim. — Chloé conta e como se fosse outra pessoa, seu rosto enrubesce e ela fica toda tímida.

Alya e Marinette a abraçam ao mesmo tempo, e então as três fazem algum tipo de dança esquisita, coisa que só elas poderiam entender, enquanto Adrien e Nino faziam troça dela, dizendo que até que enfim ela cedera; logo após parabenizarem a amiga, eles engataram em uma conversa sobre seus futuros, suas profissões e seus próprios planos, também falaram sobre como se organizariam nos próximos dias de ronda, até mesmo discutiram os possíveis esconderijos de Hawk Moth, coisa que deduziam após analisarem as áreas de ataque dos Akumatizados. Seguiram conversando entre eles, compartilhando bons momentos, com bons amigos; a conversa animada entre os cinco fluía tão bem, que nem viram o tempo passando, apenas se deram conta quando a campainha voltou a tocar, os fazendo lembrar-se que não seriam somente eles àquela noite. Alya se prontifica para atender a porta, Marinette a segue para receber os demais ex-colegas e Adrien vai até a cozinha buscar mais bebidas e petiscos; assim todos os seus companheiros de escola se acomodam em sua sala, cada um mais animado que o outro, afinal era a primeira vez que visitavam a casa dos dois ex-colegas que mais renderam assunto para eles nos últimos tempos, os olhos de todos dançavam para todas as direções, admirando e analisando os detalhes e a decoração do lugar, e um dos pontos onde seus olhos mais se detém, é no mural da lareira repleto de fotos da pequena família.

— Que linda que é a sua casa, Adrien! — Sabrina é a primeira a falar, sendo tão espalhafatosa, quanto aprendera a ser com Chloé — Têm um charme incrível.

— Obrigado Sabrina! — Adrien agradece, e então passa um dos seus braços pela cintura de Marinette, que voltara a sentar-se ao seu lado — Mas a casa é nossa, e só está impecável assim, graças a minha Marin, que transformou esse imóvel comum em um lar para nós três!

— É realmente uma casa incrível, e a vizinhança parece ser bem agradável também. — Mylene comenta fascinada.

— Sim, temos bons vizinhos e o bairro ficou bem perto do trabalho e da casa dos nossos pais, no fim todos ficaram contentes. — Marinette conta, feliz pela intervenção involuntária de Mylene.

Mesmo que não fosse intencional e que não tivesse sido feito com nenhum pingo de maldade, o comentário despreocupado de Sabrina tinha irritado Adrien, que odiava com todas as forças, todas as vezes que encontravam os ex-colegas e estes agiam como se ele e Marinette não estivessem juntos, como a garota acabara de fazer; odiava aquele tratamento que lhe dispensavam, como se não estivesse em uma relação, como se não tivesse sua própria família. Por mais que ainda ouvissem alguns comentários sem noção, e algumas vezes até mesmo algumas piadas de mal gosto, a conversa com seus amigos estava sendo boa e divertida, todos tinham coisas para compartilhar e outras para se orgulhar; isso até em dado momento da noite, Alex ir atender a porta e voltar com Juleka com ela, que havia se atrasado, e seu irmão aparecer logo atrás das duas, e com ninguém menos que Lilá a tira colo. No instante que os dois foram vistos, um clima tenso se instaurou imediatamente na sala, as conversas e risadas sessaram e pareceu que todos congelaram no lugar; Adrien cerrou o maxilar irritado e Marinette retesou os ombros, e ninguém presente era capaz de respirar, eles somente acordaram do seu transe, quando a babá eletrônica em cima da mesa de centro começou a piscar e um choro agudo foi ouvido pelo aparelho, fazendo os papais rapidamente se porem de pé, e sem se importar com quem estava ali ou não, correram escadas acima, em busca do filho.

Quem ficara na sala, estava ainda em um estado catatônico, incapazes de processar o que estava acontecendo, ainda mais quando a descarada Lilá sentou-se em um dos pufes como se tivesse sido convidada e estar ali fosse a coisa mais natural do mundo para ela; ninguém era capaz de dizer qualquer coisa a ela, mas também sabiam o quanto a presença, tanto dela quanto de Luka, poderiam acabar com a noite de todos. Apesar dos olhares hostis e nada hospitaleiros de Nino, Alya e Chloé, os dois permaneceram onde estavam, enquanto Juleka se desculpava baixinho com os colegas a um canto, tinha sido seguida por Luka e Lilá estava espiando na esquina, só aguardando uma oportunidade para se infiltrar, seus sussurros só terminaram, quando Adrien e Marinette desceram as escadas trazendo Hugo consigo; o pequeno bebê roubou instantaneamente as atenções de todo mundo, e principalmente dos três que eram seus padrinhos, e assim que seus olhinhos verdes avistaram esses últimos, Hugo soltou alguns gritinhos, festejando vê-los e os deixando bobos por serem reconhecidos no meio de tantas pessoas.

— Ai meu Deus, Marinette! — Chloé se adianta e passa a frente dos outros dois — Como ele cresceu, eu só fiquei dez dias sem te ver, como pode ter mudado tanto, hem amor da dinda?

— Cara, cada dia que passa, esse moleque fica mais parecido contigo, Adrien. — Nino comenta e deixa Adrien cheio de si.

— Por que ele estava chorando Mari? Está tudo bem? — Alya pergunta, preocupada com o bem estar do afilhado.

— Não é nada, Hugo só descobriu que não gosta de acordar sozinho, ele tem feito isso nos últimos dias. — Marinette explica e o passa para o colo de Chloé, antes que ela tivesse um ataque por não pegar o bebê.

— Vocês três vem sempre aqui? Pareceu que ele já conhecia vocês. — Ivan questiona, observador.

— Claro que viemos cara, somos os padrinhos dele. — Nino responde sem rodeios.

— Sei que disse isso na outra vez, mas ele é muito fofinho Marinette, e parece um anjinho com esse cabelinho loiro. — Rosita se derrete inteira olhando para Hugo.

— Eu nem consigo acreditar que vocês já têm um filho, parece que foi ontem que estávamos todos na mesma sala de aula. — Max fala abismado, ainda não tinha caído sua ficha.

— É verdade que você vai lançar mais um trabalho para a Agreste’s, Marinette? — Nathanael questiona, para participar da conversa também — Vi um anúncio hoje de manhã.

— Pelo visto, meu pai não quis perder tempo. — Adrien responde ao olhar interrogativo que a Dupain-Cheng lhe lança — Acho que segunda, toda Paris vai estar sabendo.

— Sim Nathanael, o lançamento será mês que vem, vamos fazer até mesmo um desfile. — Ela conta, e se levanta para buscar na cozinha um dos potinhos com frutas picadas de Hugo — Essa semana pretendo começar a criação de alguns modelos.

— Mas não é difícil conciliar a faculdade, o trabalho e ser mãe? Isso sem falar que tipo, vocês estão meio que casados agora, não é? Isso é mais uma coisa para cuidar, como você vai dar conta de tudo, Marinette? — Sabrina mais uma vez pergunta algo sem notar que o que acabara de fazer, poderia trazer problemas.

— É pra isso que eu também estou aqui, Sabrina. — Adrien responde sério, já tinha pego Hugo dos braços de Chloé e o acomodara em seu colo para alimentá-lo — É minha obrigação como pai, dividir os cuidados com Hugo, com a casa e o que mais for necessário, e como marido da Marin também, tenho o dever de dar apoio a ela, de ajudar em tudo que ela precisar, é isso que significa estar casado com alguém!

A resposta ácida de Adrien, faz com que todos se calem imediatamente, cada um mais incomodado com o que fora dito, era nítido que nenhum dos seus ex-colegas tinha se acostumado a ver os dois como um casal, e menos ainda como pais, e por isso mesmo não notaram que dizer coisas como: ser pais na adolescência, deve ser difícil ser mãe nova, e como é complicado ter um relacionamento; Adrien e Marinette não precisavam ouvir isso, eles sabiam muito bem de tudo, sabiam quando iam a algum lugar com Hugo e as pessoas a volta os olhavam penalizadas, ou quando ela tinha que parar em algum lugar para amamenta-lo, o olhar de crítica sempre estava presente, sempre por que eles eram muito novos ou por que não tinham a responsabilidade necessária para ser pais, não importava onde fosse, de cem palavras de incentivo, dez eram sempre de crítica.

— Seria bom se todos os pais e maridos, pensassem como você Adrien. — Mylene comenta, para apaziguar os ânimos.

— Eu realmente fui abençoada, Mylene. — Marinette afirma, e seus olhos azuis se fixam carinhosamente em Adrien, que sorria abobalhado para Hugo, que fazia inúmeras gracinhas pedindo suas frutinhas — Adrien é o melhor pai para Hugo, e o melhor marido para mim!

A declaração de Marinette, dita de forma tão aberta e sincera, fez com que Adrien ficasse imediatamente corado, afinal ele não esperava que a Dupain-Cheng fosse dizer algo assim na frente de tantas pessoas, visto que ela sempre fora muito envergonhada; o que ele não viu por estar alimentando o filho, foi o olhar desdenhoso que Luka lançava aos dois, nem o deboche descarado de Lilá, e por isso mesmo Marinette exaltou Adrien na frente de todos, e acabou irritando os dois que simplesmente levantaram-se furiosos e foram embora. Apesar de todos os problemas e imprevistos, a noite terminou bem, e depois do jantar ainda tenso e cheio de olhares preocupados, todos foram embora para suas casas, deixando um silêncio reconfortante pela casa; assim que terminaram de limpar a cozinha, e depois de por Hugo novamente na cama, Adrien e Marinette foram para o seu quarto se preparar para o próximo dia.

— Foi bem cansativo, não? — Adrien questiona, enquanto vai arrumando os travesseiros na cama.

— Nunca pensei que aqueles dois viriam de penetra. — Marinette concorda e vai estendendo a manta sob os lençóis — Pobre Juleka, estava toda envergonhada.

— Pelo menos nenhum dos dois ficou mais que vinte minutos, e não causaram grandes problemas. — Adrien comenta.

Sentindo sua cabeça exaurida com tantos acontecimentos em um mesmo dia, Adrien separa seu pijama e segue para o banheiro, precisava de um banho bem morninho, para conseguir relaxar; enquanto se lavava vagarosamente, ele ia pensando em todos os problemas que tivera, desde a descoberta de mais um admirador de Marinette, que o Agreste suspeitava que poderia se tornar uma grande dor de cabeça, até as piadas de mal gosto dos seus ex-colegas, e a repentina aparição de Luka e Lilá, que provavelmente tinham o intuito de atrapalhar a reunião. Todo o dia foi tão estressante, que estava até mesmo lhe rendendo uma leve dor de cabeça; mas apesar disso, fora bem proveitosa essa noite, puderam passar um tempo com os amigos, e ele principalmente pode ver Marinette sorrindo, e isso para o Agreste, era o ponto mais importante. Assim que deixa o chuveiro e volta para o quarto, encontra Marinette deitada na cama, lendo um livro que parecia ser muito interessante para ela, as pernas esticadas e uma das mãos repousando na barriga; mas o que mais chamou a atenção de Adrien, não foi o livro e nem o fato de o quarto estar em meia luz, mas sim a linda camisola de seda e renda que ela vestia, adornando lindamente seu corpo esbelto. Já fazia muito tempo que Adrien não a via vestida assim para dormir, afinal desde que Hugo nascera, Marinette sempre optou por usar pijamas confortáveis e simples, para tornar a amamentação mais fácil; a surpresa foi tanta, que ele chegou até a parar na porta do banheiro, sentindo suas pernas ficando bambas.

— Marin? — Adrien a chama e vai se aproximando da cama — Posso apagar a luz?

— Ah sim, esqueci de apagar o seu lado. — Marinette levanta-se envergonhada.

Tinha ficado tão entretida com sua leitura, que nem notara quando o barulho do chuveiro parou, para que pudesse se cobrir e apagar as luzes, mas agora já era tarde, Adrien já tinha seus olhos fixos nela; o fato é que a Dupain-Cheng ainda não se sentia confortável com seu corpo, para vestir essas roupas de dormir, mas hoje decidira experimentar o presentinho especial que Alya lhe entregara escondido antes de sair, claro que não era sua intenção permitir que Adrien a visse, por que mesmo com ele lhe dizendo todos os dias o quanto era linda, a jovem mamãe não estava convencida disso. Vendo o que ela faria, Adrien segura sua mão gentilmente, queria poder olhar para ela, nem que fosse só mais um pouco.

— Deixa eu te olhar mais um pouquinho? — ele pede suplicante.

— Não Adrien, eu só vesti pra experimentar o presenta da Alya, mas nem ficou bom em mim, segunda vou na loja devolver. — Marinette responde, tentando se esconder do olhar penetrante dele.

— Claro que ficou bom! — Adrien afirma resoluto — Você ficou linda Marin! Por que insiste que não?

— É que eu engordei muito, Adrien! E além disso, o modelo não fica bom para mim. — Marinette inventa uma desculpa e tenta se afastar novamente.

— Marinette, você é a mulher mais linda que já vi, não existe como alguma peça de roupa não ficar boa em você! — Adrien afirma e se aproxima dela, acaricia seu rosto corado, então a vira gentilmente para o espelho de corpo inteiro para que se visse, a abraçando pelas costas — Veja como você está linda, como é possível que você não consiga ver o quanto é deslumbrante?

Ver aqueles olhos verdes faiscando no espelho atrás de si, aquela voz rouca ressoando em seus ouvidos, e causando vários arrepios em sua pele, fazendo pequenos pulsos de eletricidade percorrer seu corpo inteiro; aquela sensação foi aumentando, crescendo em seu interior, tornando sua respiração pesada e sofrida, como se o ar não fosse suficiente para preencher seus pulmões. Sentir os braços desnudos de Adrien, tocando sua pele deixava uma sensação abrasadora, e quando ele a virou e trouxe para mais perto de si delicadamente, e a beijou com calma, apreciando e acariciando seus lábios com os dele, igual na noite da formatura dos dois; e então Marinette se dá conta de algo que não tinha percebido ainda, só haviam duas coisas que mudaram nesses meses, seu amor por Adrien que aumentara cada vez mais e mais, e o fruto desse amor que nascera mais os dois, o restante permanecia igual. Os dois ainda eram os heróis de Paris, mesmo que não soubesse disso na época, e ainda eram jovens com toda uma vida pela frente, apesar de todas as responsabilidades em seus ombros, ainda eram um homem e uma mulher começando sua vida juntos; foi nisso que a Dupain-Cheng pensou quando deixou seus receios de lado e deu vasão aos sentimentos que vinha reprimindo, e então não pensou em mais nada, quando os beijos ficaram mais intensos, os carinhos mudaram e só isso já não foi suficiente, e para acabar com a necessidade crescente em seu ser, se entregaram novamente um ao outro.


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