kiss you, kiss me escrita por StardustWink


Capítulo 1
capítulo único.


Notas iniciais do capítulo

Eu quero que heizuha vire canon logo, e estava NECESSITADA de algo bem fluffy com eles, então acabei escrevendo essa fic para saciar minha vontade.

Bem curtinha, só para depositar um pouco do meu amor por esse casal em algum lugar :) Espero que gostem!



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Não era para ter acontecido assim.

 

Eles estavam discutindo como sempre, por um assunto que Kazuha nem se importava mais em lembrar. E ela estava tão frustrada, cansada de pensar que seus sentimentos nunca passariam pela cabeça teimosa de Heiji e querendo que ele calasse a boca de uma vez por todas, que sua reação fora instantânea.

 

Quando percebeu o que estava fazendo, suas mãos já seguravam o rosto dele com força, seus lábios pinicavam com a pressão que restara neles, e o garoto a estava encarando como se a mesma tivesse crescido uma cabeça extra ou coisa parecida.

 

Então, claro, Kazuha tinha recorrido à coisa mais sensata para se fazer naquele momento. O que, nesse caso, se traduzia em correr direto para sua casa e se trancar em seu quarto, não esperando para ver uma possível reação por parte dele.   

 

O mais engraçado era que Heiji não fizera nem menção de se mover enquanto ela fora embora. Ele só ficara lá, parado feito um idiota, a vendo ir como se seus pés estivessem presos ao chão.

 

A garota riria daquilo se não estivesse com vontade de chorar.

 

Mas, depois de passar quase uma hora pensando em como ela havia estragado uma amizade de anos e anos, Kazuha tinha se resignado a se encolher no canto do cômodo, olhos no omamori que descansava em sua escrivaninha, e a aceitar sua realidade aos poucos.

 

Ela queria poder ligar para Ran — ou para qualquer um, na verdade – mas a tamanha vergonha de suas ações a impediram de fazer algo além de se fechar, não querendo nem pensar em contar a alguém o que acontecera. Quem faria aquilo do nada? Ela não era que nem Heiji, que se movia por instintos. Certamente uma garota como ela não deveria sair por aí beijando pessoas do nada sem permissão.

 

...Mesmo que fosse o garoto que ela amara desde que se conhecia por gente, talvez por até mais tempo, antes mesmo de saber direito o que era amor. Mesmo que ela estivesse com cada vez mais medo de perdê-lo para sua própria covardia.

 

Ela teria explodido e feito uma besteira dessas uma hora ou outra, não?

 

Comprimindo os olhos, a garota tentou ignorar as vozes lá de baixo, mesmo que conseguisse reconhecer muito bem quem acabara de bater na porta. Felizmente, seu pai estava em casa, e ela tivera o tempo de insistir para não deixá-lo subir naquela noite. E parece que ele respeitara seus desejos, pelo que os rastros de conversa que conseguia escutar lhe diziam.

 

Kazuha não era mais uma criança, obviamente. No dia seguinte, quando ela já tivesse chorado tudo que devia e lamentado o suficiente o estado das coisas, ela o encararia de frente e pediria desculpas por fazer algo que não devia ter feito.

 

Amanhã, ela ouviria qualquer rejeição que ele poderia dizer. Mas não hoje. Ela não conseguiria manter sua compostura na frente dele se fosse hoje...

 

Finalmente, as vozes pararam lá embaixo, e a garota pôde respirar aliviada. Se sentia mal por jogar tantas coisas diferentes para cima de Heiji no mesmo dia, mas não é como se ele não a arrastasse para todos os tipos de casos medonhos semanalmente também.  

 

...Ainda assim, ela iria a qualquer lugar se fosse para passar tempo com ele. E talvez fosse impossível pensar em voltar à essa rotina de antes agora...

 

— Idiota. Para de se fazer chorar. – Ela xingou a si mesma, pressionando os olhos para tentar impedir que mais lágrimas se formassem. Se ela continuasse pensando naquilo, ficaria desidratada até o fim do dia. Kazuha tinha de tentar se distrair...

 

Aparentemente, seus pensamentos conturbados eram distração o suficiente, porque ela só percebeu o vulto em sua janela quando ele fez menção de entrar.

 

— O qu--? – Ela tentou murmurar, levantando num pulo e já em posição caso um ladrão estivesse prestes a invadir seu quarto – justo na casa de um policial, ironicamente – mas suas mãos caíram ao reconhecer a mão que afastou a cortina.

 

— Heiji--! O-o que você tá fazendo aqui? Eu disse que não queria--! – Ela começou, sua voz não saindo direito pelo tamanho nervosismo, dando passos instintivos para trás para ficar longe do garoto que tinha rapidamente pulado a janela.

 

— É, eu percebi isso quando seu pai me barrou na entrada, então vim por outro jeito. – Ele comentou, rosto de quem estava a ponto de chamá-la de idiota como de costume. O que era estranho, porque o que acabara de acontecer entre ambos fora definitivamente fora do comum.

 

— E-eu não quero falar com você. Nós não podemos ter essa conversa amanhã? – Ela pediu então, olhando desamparada enquanto ele se aproximava. Por todo o conhecimento de Akido que ela tinha, não achava que teria forças para ir contra Heiji naquele momento. Ele não poderia pelo menos esperar que ela se recuperasse...?

 

Pelo visto, essa era a última coisa que poderia estar passando pela cabeça dele. O jovem deu mais dois passos largos, quase a prensando contra a parede, segurando os pulsos das mãos que ela levantou por instinto para afastá-lo.

 

— Não. – Foi a última coisa que ele disse antes de beijá-la.  

 

Ele era todo instinto com pouca experiência, trombando seu nariz no dela e colocando um pouco de pressão demais no beijo. Mas, para quem mal sabia de onde aquilo tinha surgido, e estava no momento prensada na parede de seu quarto pelo corpo quente de seu amigo de infância e possivelmente amor de sua vida, aquele provavelmente se tornara o melhor dia de seu ano inteiro.

 

Kazuha tinha perguntas demais para fazer quando ele finalmente se afastou, mas o olhar intenso que Heiji a dirigiu em seguida pôs todas elas de volta em sua boca.

 

— Idiota. – Ele murmurou, encostando os braços ao redor do rosto dela na parede, rosto pincelado levemente de vermelho. – Por que você saiu correndo daquele jeito?

 

— P-por que...? – Ela piscou, momentaneamente confusa. – Talvez por que você ficou parado sem fazer nada, até depois que eu fiz menção de ir embora?

 

O rubor do rosto dele se intensificou, e ele desviou os olhos.

 

— Eu precisava de um tempo para pensar. Você me pegou de surpresa.

 

— Ah, peguei é? O suficiente para fazer o grande detetive Hattori Heiji ficar sem ação por tanto tempo? – Ela arqueou uma sobrancelha, instantaneamente caindo de volta para as rotinas de implicações.

 

— Isso não é um caso qualquer. É você. – Ele murmurou. Ela sentiu o rubor se intensificar em sua pele, pega de surpresa pela frase; não achara que ouviria algo assim partindo de Heiji. Mas, também, ela tinha sim acabado de ser beijada por ele, então aquele bem podia ser um universo paralelo que ela fora parar sem perceber.

 

— H-heiji, o que...?

 

— Eu só... – Ele desviou os olhos novamente, parecendo hesitante. Kazuha tentou procurar seus olhos, cativada com esse lado envergonhado que ele raramente mostrava. Ela nem precisaria que ele explicasse o que diabos fora aquele beijo se ele fosse ficar a elogiando e ficando tímido daquele jeito.

 

...Ok, talvez aquilo não fosse verdade. Ela queria sim ouvir dele o motivo do beijo.

 

— Heiji? – Ela tentou de novo. Dessa vez, ele pareceu se dar por vencido.

 

— Eu tava tentando encontrar um momento melhor pra falar pra você, mas sempre acontecia alguma coisa, e aí no meio de uma briguinha de nada você vai e... – O garoto admitiu finalmente, levantando seus olhos aos dela, a fazendo piscar. – Droga, Kazuha, foi sua culpa!

 

M-minha culpa? Por causa disso eu achei que você não tinha gostado! – Ela rebateu, estreitando os olhos, e ele pareceu se irritar mais.

 

— Se eu não tivesse gostado eu não teria vindo aqui mesmo depois de seu pai me expulsar da sua casa! – Heiji rebateu novamente, e Kazuha finalmente se calou porque... Sim, era verdade. Por que eles estavam discutindo e não falando do que acabara de acontecer, mesmo?

 

—... Você tem razão. – A garota engoliu em seco, desviando os olhos para baixo. As suas mãos, que haviam caído para repousarem nos ombros dele, apertaram o tecido de sua blusa. – O que isso faz da gente, então?

 

— Você não consegue deduzir isso por si mesma? – As sobrancelhas dele franziram mais, a distância mínima entre ambos retomando a tensão do quarto agora que tinham parado de discutir. Kazuha mordeu seu lábio inferior e sentiu quando o olhar dele caiu para sua boca por um instante.

 

—... Talvez eu precise de uma ajudinha? – Ela não sabia por que ainda estava tentando falar quando o que mais queria era que as palavras cessassem, mas ela tinha mesmo o mau hábito de falar quando nervosa. - Uma prova mais concreta?

 

Ele bufou, provavelmente pescando a implicância que ela deixou escapar com a última frase, mas aí ambos já estavam próximos demais para que uma resposta fosse necessária.

 

Heiji beijou-a novamente, dessa vez tomando cuidado com o ângulo para que seus narizes não trombassem de frente um ao outro de novo, numa intensidade que era ao mesmo tempo suave e passional, a fazendo apegar-se ainda mais contra os ombros dele pela fraqueza repentina de suas pernas...

 

Só que aí a porta abriu, seu pai já entrando e falando alguma coisa sobre o que exatamente o garoto dos Hattori tinha feito para deixá-la daquele jeito, e Kazuha fez a coisa mais sensata a se fazer naquele momento.

 

Ela o empurrou em direção ao chão, rosto colorido num tom intenso de escarlate. Heiji estava a meio caminho andado de uma reclamação quando percebeu o que acontecera, suas costas se endireitando numa velocidade impressionante ao ver quem entrara pela porta.

 

O homem encarou o garoto caído no meio do quarto, sua filha encostada à parede, e franziu a testa.

 

— Espero que vocês tenham se entendido agora. – Ele comentou, colocando as mãos nos quadris, direcionando em seguida um olhar beirando o assustador ao garoto no momento sentado no chão do quarto de sua filha. – Se você a fizer chorar outra vez, ser praticamente da família não vai ser o suficiente para te salvar de mim, garoto.

 

— U-uh, certo.

 

— Ótimo. – Ele assentiu para si mesmo, encarando os dois por mais um momento antes de fechar a porta. Kazuha sabia que iria ser atingida por um alvoroço de perguntas assim que ficasse a sós com seu pai novamente, mas ela também tinha quase certeza que ele estava prestes a ligar para o pai de Heiji para contar o que – finalmente! — acontecera.

 

De qualquer forma, aquela cena somada ao fato de Heiji ainda estar sentado no chão, endireitado como ela raramente o via e com o rosto assustado foram demais para ela resistir. Em segundos, Kazuha já estava caindo em risadas enquanto apoiada à parede.

 

— Quê-? Do quê você tá rindo? – Heiji pareceu se irritar novamente com isso, se atrapalhando em sua pressa para levantar enquanto ela não parava de rir.

 

— Seu rosto! Eu nunca te vi tão assustado na minha vida! – Ela conseguiu dizer entre risos que tentava abafar com suas mãos, e pôde ouvir Heiji resmungando antes que mãos afastassem as suas com leveza, seu corpo se colando ao dela como duas peças de quebra cabeça se encaixando.

 

Ele beijou o sorriso que ela não conseguia tirar dos lábios, uma mão cálida repousando em sua bochecha, e Kazuha se pegou pensando que talvez não fosse tão ruim assim seguir seus instintos de vez em quando. 

 


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Notas finais do capítulo

meus bebês ♥ shinran já é canon mas não se beijou ainda, será que heizuha consegue tomar a dianteira quanto à isso? wwww acho que só o Gosho para nos dizer.

Enfim, obrigada por lerem e até mais!



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