Venha Comigo. vol 4: Presente escrita por Cassiano Souza


Capítulo 7
Lembre-se


Notas iniciais do capítulo

Olá, após tanto tempo um novo capítulo é sempre bom, não é mesmo? Então aqui estamos nós, e espero que ainda se lembre dos pontos importantes, pois agora coisas ganharão respostas, ou mais perguntas. BOA LEITURA!



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Seus olhos, se abriram vagarosos e cansados, e a sua mente, despertou pesada e desnorteada, como em uma ressaca. Grace, encarava estranhando ao ambiente turvo e frio, do cômodo de onde estava, sobre uma maca, onde seus braços e pernas se mantinham contidos, por firmes amarras.

— O que é isso?! - Perguntou descrente, a si mesma, onde lagrimas escorriam lhe pela face, imediatamente. – Socorro! - gritou desesperada.

Mas, nenhuma resposta foi dada, além, do enorme silêncio ao seu redor, quase ensurdecedor. Um imaginário claustrofóbico tomava conta de sua mente.

— Isso não pode estar acontecendo! - Continuou em prantos.

— Ah, você se despertou! - Disse uma voz masculina, gentil, dentre as trevas da porta da sala. – Que bom, fico feliz por isto. Bem, ao menos por enquanto.

— Quem está aí?! - Indagou apreensiva e impaciente. – O que quer de mim? Tire-me daqui! - Fitava o vulto no breu.

— Acalme-se, não quero machuca-la, e nem seria capaz de... Tocar em um ser tão belo. - Deu um passo à frente, se revelando até a clareira de luz, da lâmpada sobre a maca.

Grace, encarava amedrontada. Porém, ao que seria a apenas um homem, trajado em trajes militarmente superiores soviéticos, e de um chamativo penteado composto por seus brilhosos e sedosos cabelos verdes, extremamente verdes.  

— Você não é deste mundo. - Disse a médica, amedrontada.

— Você não é deste tempo.

— Mas o seu nome... - Tentava lembrar. – Verum-1!

— 2! - Corrigiu estranhando. – Último e único sobrevivente do meu povo. Me apresento eu, vindo do império sulista Mendacai. - Terminou pesaroso, a apresentação.

— Mas isto está errado!

— O mundo está errado. - Encarou sério para Grace. – O que há com a minha história?

E Grace pensou, mas, não conseguia responder:

— Eu não sei. - Chacoalhou a cabeça. – Me lembro de você, mas...

Verum-2 encarou desentendido. Grace prossegue:

— Mas a minha cabeça dói, as minhas lembranças estão erradas, e... Eu me lembro de você! Mesmo nunca... Tendo o-visto.

— Ora, deve estar se confundindo. - Disse, sentando-se a uma cadeira ao lado. – É natural que a sua mente se embaralhe, o processo está avançando, e não há formas de reverter. Sinto muito.

— Desculpe, mas do que está falando?

E o homem, apenas mira para os ombros da ruiva:

— O seu lobo frontal cerebral, logo estará comprometido. Mais cedo ou mais tarde, você morrerá.

Grace, arregalou os olhos, não esperava tal noticia, em um tom tão passivo. O homem termina:

— Não morrer literalmente! Mas, você, a sua essência... Irá embora.

— Miserável! O que fez comigo?!

— Nada de erado, e nada de nada.

— Disse que eu estou morrendo!

— Eu lhe resgatei! Perambulava com o resto dos meus homens, como os tais inconscientes que são, como um morto vivo.

— E então se importou?! Por que se importaria?! Seu aproveitador!

— Nem quando estava frente ao inimigo fui tão insultado. Por que tanto me julga?

— Eu... Eu não sei. - Pensava distante. – Acho que é fácil de acreditar em uma mentira, quando você só conhece uma verdade.

— Alguém disse coisas ao meu respeito, e você não consegue se recordar. Está prestes a ser possessa por um parasita de adestrar cavalos, e algo em você, me chamou a atenção.

— Do que está falando?! Como possessa?!

— As dores em suas costas e cabeça, você sente, não sente?

Grace confirma conformada com a cabeça. O homem prossegue:

— Esteve ao todo duas semanas caminhando, dia e noite. Até, retornarem ao meu pelotão.

— Os zumbis! - Concluiu perplexa.

— Não são zumbis!

— Armas, monstros! É isso que são, eu vi acontecer! E é isso que quer... Mais guerra, mais sofrimento, mesmo vendo e vivendo em uma que mais parece um inferno!

— Não seja ridícula!

Grace encarou calada, tentando compreender.

— Não quero guerra, não quero sofrimento. - Defende-se o sujeito. – E não, não quero usar ninguém!

— Então porque fez o que fez? Se chama aqueles homens de “seu pelotão”, é completamente responsável!

— Sou, mas por falta de escolhas. - Olhou distante para o escuro. – Só assim, poderei dormir em paz. - Voltou o olhar para Grace. – Não há outra forma.

— Por quê? O que houve?

— Coisas, mas coisas... Que você não precisa saber.

— E o que quer de mim?

— Aquilo que há por de trás de você.

— Não seja enigmático, estou cansada de enigmas, e não há nada, nada por de trás de mim.

— Você não estava entre aqueles seres miseráveis só por estar, havia algum objetivo. - E assim, revelou uma chave, retirada de seu sobretudo. – Há energia Artron nisto.

— Me devolva!

— Me explique!

— Se explicar os seus planos.

E Verum-2, apenas encarou sério, respirando impaciente.

— Bom. - Começou ele. – Este seu mundo é um fim de mundo, por assim dizer, e mesmo assim, por outro lado, eu encontro rastros de energia temporal ao seu redor, e principalmente, ao entorno de sua chave.

— E daí? É igual a mal cheiro, se não usar desodorante, até as roupas se impregnam.

— Não tente ser engraçada, pois de mim, não há mais humor.

— Então por que o cosplay de Coringa?

Verum-2 fecha a cara:

— É, está certo, vou tentar de outra maneira. - Suspirou cansado, encarando firme para os olhos da humana. – Diga, de onde veio esta energia, há mais a caminho?

E Grace, demora em responder, desviando o seu olhar:

— Eu não sei.

— E há mais?

— Eu não sei.

— E você é uma boa mentirosa?

— Eu... Eu... - Gaguejou no mesmo instante.

— Ótimo. - Sorriu. - Já sei o que fazer. - Se levantou da cadeira, deixando Grace ainda sozinha sobre a maca.

— Volte! - Exigiu. – Esta chave não é qualquer chave! Se manuseá-la da forma errada... Coisas terríveis poderão acontecer!

— Certo, aguardarei ansioso. - Cruzou a porta.

— Volte! Me devolva!

Grace, exigia e gritava, não suportaria a ideia de que a chave da TARDIS teria sido levada, por um desconhecido e suspeito sujeito, que ela nunca havia tido alguma confiança ou empatia. Mas, enquanto ouvia os passos distantes do indivíduo em partida pelo corredor, ouviu também, um forte zumbido em sua cabeça, seguido, de fortes pontadas em sua coluna, onde por fim, em gritos doloridos acabou desacordada.

***

A TARDIS, rodopiava louca vórtex a dentro, cambaleando e girando descontrolada, enquanto, chicoteada era, por raios e mais raios, pelos confins temporais. O alerta vermelho soava estridente, e os castiçais não cessavam em piscar escarlates. O Senhor o Tempo, tentava contornar a situação, e botões e alavancas puxava, enquanto o humano Gordon, tentava se manter de pé, agarrado ao console, e enquanto o outro alienígena, o de cabelos verdes, se segurava nas ferragens, gargalhando intenso.

— Senhor?! - Chamou Gordon. – Tem certeza de que sabe pilotar este negócio?!

— Sim! - Clicava rápido em vários botões, que sopravam faísca. – Nunca é como um passeio de trem, mas nada é perfeito!

— Tem carteira de habilitação?!

— Tenho!

— Verdade?

— Não! - Se seguraram para não cair. – Matava todas as aulas. Mas você, do que se lembra?

— Deu um tiro em minha cabeça! Como um psicopata! - Porém, Gordon com a sua testa intacta estava.

— Paradoxo! - Colocou, e puxou uma alavanca.

— “Paradoxo”?! Explique!

— Paradoxo, é um evento pré-determinado ou não, que sempre existiu ou irá existir, e que não precisa de um ponto inicial, pois ele mesmo em si já gerou o que ele seria. Entendeu?

— Não! - Negou atônito, enquanto a nave continuava a tombar.

— Ora, você é o pai do brigadeiro, um dos homens mais importantes do meu passado, e que em vários momentos salvou a minha vida! E se você é pai de um cara que salvou a minha vida e eu matei você, você não fez esse outro humano, e ele não me salvou, e se ele não me salvou... Eu não matei você! Apenas, em uma linha alternativa de tempo que coexistiu por milésimos de segundos, e que já se auto-desintegrou!

— Mas agradeça a mim, Doutor. - Disse Verum-1, ainda segurado nas ferragens.

— Bem, se não morrermos todos vaporizados pela sobrecarga dos motores, pode deixar, talvez eu pense em seu caso.  

— Mas esse para- ...paradoxo, ele é bom ou ruim? - Indagou Gordon.

— Para nós? Ótimo! Para aquele que brinca comigo? Péssimo! Se sentiu provocado como eu queria, e assim, já temos as coordenadas necessárias para continuarmos a busca!

— Ok, certo. Mas disse que o motor poderia estar em sobrecarga. Não há nada de ótimo nisso!

— É, nada nunca é perfeito, ainda mais sobre mim! Mais cedo ou mais tarde, no futuro da TARDIS, o paradoxo feito hoje poderá me trazer a algo de terrível.

— Como?

— Esqueça isso, história para outro dia! Segurem-se rapazes!

O Doutor, então digitou as comandas, e logo, a máquina do tempo emergiu vórtex afora, materializando-se num enorme e vasto armazém, repleto de caixas de madeira e metal. Onde logo, o típico ranger da porta azul se escutou, e os três tripulantes saíram afora, tossindo por conta de uma negra fumaça, devido as irresponsabilidades do piloto.

— Vivos, sempre vivos. - Diz o Senhor do Tempo, tossindo.

— Então recorde do que eu lhe disse. - Avisa Verum-1.

— Sonhar é tão bom. - Ironiza o Doutor, e Verum-1 permanece calado.

— Aqui é frio! - Concluiu Gordon, esfregando os seus braços. – E perigoso. Tem armas, muitas armas. - Disse, olhando envolta, e observando os símbolos nas caixas.

— 30º abaixo de zero, no meio do severo inverno Russo. Vai de novembro a março. Já interferiu em tantas batalhas ao longo da história! - Disse o Senhor do Tempo, se dirigindo para a janela, uma das enormes janelas do ambiente. – Algum armazém militar, à beira de mais uma cidade em desgraça. - Comentou, desconsolado, fitando a paisagem gélida e desoladora do horizonte, onde, uma cidade enorme se encontrava, conturbada pela guerra.

Sons de bombas e disparos podiam ser escutados.

— Aquela é Stalingrado. - Revelou Verum1. – E apenas a 1 quilometro de distância de nós.

— Lá agora... Pessoas perdem as suas vidas. - Lamentou o Senhor do Tempo, absolutamente pesaroso. - Correm para dentro de prédios, se escondem por de trás de escombros, e de outros cadáveres, e... São pegas uma hora ou outra. 

— Exato. E por isso devo destruir Verum-2, por isso devo detê-lo, me vingar, evitar que ele traga dor ao cosmos, da mesma forma que me trouxe. - Tremeu determinado. – O matarei no primeiro momento.

— Não. - Negou convicto. – Preciso dele vivo, preciso de informações, e apenas ele, pode as-oferecer! Grace pode estar viva, e se ele tem algo com os mortos... Ele vive. Até ele pode ajudar.

— Ora, então esta é a sua estratégia?! Pedir “vamos conversar”, e esperar que um ser diabólico o-atenda?!

— Sempre funcionou. - Avisou sério.

— Mesmo? - Riu. – Mesmo quando viu pessoas que confiaram em você morrer em sua frente, mesmo quando soube que elas se arriscaram por você, mesmo quando soube que amigos seus morreram enquanto tentavam se exibir para você?!

E o Doutor, permaneceu calado, e completamente desolado, em seu olhar e alma. Ouvir aquilo, e ainda mais de um ser capaz de ver o passado de toda a sua vida, era como confirmar a ele a sua maior dúvida, de que, ele não era um homem bom, e de que, ele era um monstro, tanto, quanto os seus maiores inimigos. Tanto quanto os Daleks, tanto quanto os Cybermans, tanto quanto o Mestre. 

— Doutor, já é hora de evoluir, e acordar para o campo de batalha que se tornou o universo. - Terminou Verum-1, partindo para os caixotes de madeira. – Às vezes, eu acho que você é só um homem apaixonado, é sempre tão cego. - Abria os caixotes.

— Bem, vamos parar com isto. - Pediu Gordon. – O Doutor lhe ajudou, Verum, você deve a ele, e você sabe disso.

Verum, permaneceu calado. Gordon continua:

— Então, se o Doutor acha melhor ele se dirigir ao inimigo, ele se dirigirá ao inimigo. - Determinou convicto. – E você e eu, vamos ao ponto G do inimigo, direto aos seus planos, deter os seus planos, descobrir as finalidades deste local. Sem recursos, o que é um soldado? Nada. Devia saber.

E Verum-1, concordou emburrado.

— O Doutor tentará entender o inimigo, e convence-lo a parar. - Prosseguiu Gordon. – Mas se por acaso formos realmente bobos e nada gerar nada... Então ok, medidas sem orgulho serão tomadas.

— Que seja. - Dispensou Verum-1, retirando duas metralhadoras Berezin UB do caixote. – Eu era mestre de guerra, se quiser saber.

Mas, se auto acrescentando a tensão local, logo, a mochila nas costas do humano manifestou o seu fantasmagórico e gélido brilho, e as suas confusas e distantes vozes, provindos da intrigante esfera de vidro:

— Prosseguir, seguir, frente, em frente, direita, partir.

— Não pretende dar ouvidos a isto, pretende? - Indagou o homem de cabelos verdes.

— Pode destrinchar toda a minha vida só olhando para a minha cara, não é? Então, bem, compreenderá a minha carência em temor.

Verum, nada nega ou confirma, apenas, concede uma arma ao humano, e parte corredor afora, sorrindo malicioso.

— Já vai tarde. - Avisa Gordon. – Mas é mesmo, vou com ele. Vida cruel.

— Ainda está com aquilo? - Questiona o Senhor do Tempo, e Gordon, toca em um de seus ouvidos, confirmando com a cabeça. – Muito bem. Olhos abertos, boca fechada, e mães rápidas. Tente ficar vivo, e seja esperto e inteligente. - Orientou o gallifreyano. 

Porém, sorrindo conformado, nenhuma despedida deu o humano, além, de bater continências, e retirar a esfera de seu esconderijo.

O Doutor, entretanto, permaneceu calado, observando o humano cruzar a porta, e o silêncio da culpa jogada em sua cara pesar sobre os seus ombros. Mas, após a conformidade da vista esfumaçada da janela, logo também se retirou. Enquanto na vista gélida da vidraça, uma enorme torre de comunicação piscava.  

***

A neve, caía vagarosa, soprando dançante pela brisa, e brincalhona pelo frio. O seu bafo, manchava a vidraça, e o seu reflexo, mirava cheio de contemplação para cima, para os céus acinzentados. O homem de cabelos verdes e trajes militares superiores, admirava o clima, e o sorriso gêmeo no vidro, parecia duplicar a sua felicidade.

— A neve aqui... É tão branca! - Sorriu. – Em Mendacaium era rosa. - Disse, consigo mesmo. – Ou vermelha às vezes. - Disse triste. – Brincávamos de guerras de bonecos de neve, ou de guerras de bolas de neve, ou de... Bem, tudo sempre se resumia em guerra.

Desviou pesaroso, o olhar contra a janela:

— Parece que o mundo nos cobra a brutalidade, a cegueira da consciência. - Tornou a olhar para o céu. – Por quê?

Mas, logicamente, o sentido da vida nada lhe disse.

— Bem, acho que sou apenas um idiota. - Comentou conformado. – Cobaia de guerra, desde a minha terra, até toda a vida. Mas, é isso mesmo que ela nos faz.

E palmas, foram escutadas, da porta da sala, e seguidas, de um comentário gentil:

— Bem filosófico, adorei!

— Quem é você?! - Questionou o homem de cabelos verdes, se virando depressa, e se deparando com um estranho homem cabeludo, de sobretudo também verde.

— Ah, não se importe comigo. Sou apenas o Doutor, um Senhor do Tempo irritado, cansado, e estressado. Em busca de respostas.

— Não sei quem é, e nem em como posso ajudar. Como chegou até aqui?!

— Usando o meu dispositivo sônico, e rastreando fontes de calor. Está bem frio, e onde tem calor... Tem alguém se aquecendo.

— Está brincando, é alguma piada do Vassili?!

— Não, mas seria bom para o seu próprio bem se fosse.

— Você disse Senhor do Tempo, e em busca de respostas.

— E você disse cobaia de guerra. - Se aproximou, encarando farpante, um ao outro. – Cobaias não tem vermes zumbis, não tem depósitos de armas, e nunca, jamais, em hipótese alguma, roubam amigas de Senhores do Tempo.

E o homem de cabelos verdes, apenas ergueu o queixo, em um suspiro desafiador. O Doutor, manteve o seu olhar sério.

***

Mas, pelos corredores das instalações do inimigo, Gordon e o seu companheiro, prosseguiam conforme as mensagens da esfera, que ditava detalhes e detalhes, de por onde ir ou não. A peça, os resguardava dos perigos do caminho, onde cadáveres, ou talvez vivos inconscientes, entorpecidos por os parasitas em suas costas, perambulavam em guarda e marcha.  Assim, possibilitando o seguro caminho ao centro do mal, e as costas dos seres, que logo, eram baleados por os dois, exterminando o parasita.

No entanto, após a travessia, logo onde queriam estar, estavam. Um alojamento gigantesco, dentre os muitos das instalações, estava ao seu redor, e centenas de homens possessos pela besta de tentáculos. Todos, enfileirados, e prontamente de olhos fechados.

— Maldito, Verum-2! - Berrou Verum-1, enquanto Gordon, admirava atônito, respirando apavorado.

— Isso é...

— Uma fatia de uma tropa, uma pequena fatia, dentre as muitas. - Fitou a Janela, observando outros possíveis alojamentos.

— Terrível, queria dizer.

— O fim do mundo, o fim de seu mundo, assim como foi ao meu.

— Mas por quê? Qual o sentido em tanta maldade por parte do seu inimigo?!

— Da mesma forma que os seus.

— Não. Hitler é um louco, um suicida, ou em outras palavras, um mostro. Mas, ele tem ideologias, loucas, mais ainda ideologias. Ele tinha um embasamento no que acreditar, teve motivações. Mas já o seu inimigo... Quais são as dele?! Destruir mundos porque se acha superior? Não faz sentido algum!

— E por que não? - Encarou frio para Gordon.

— Porque todo ditador quer algo que possa encher as mãos no final, não destroem por diversão! Tudo é estratégico, tudo é em busca de um “bem” maior.

— Então supõe que eu minta, ou que eu esteja blefando?

E o humano, engole a seco:

— Não, nada disso. Apenas que... Sobre o que seria essa batalha?

E Verum-1, apenas mira o seu olhar à esfera:

— Por que acha que ela nos trouxe até aqui, para exatamente aqui, este alojamento?

— Ora, para... Resolver. - Tentou o humano, crer. – Só não sei o que exatamente.

— Para parar Verum-2, quebrar os seus braços, apagar o seu fogo. - E se voltou para um enorme maquinário cheio de botões e cabos elétricos, ligados até a enorme fiação, que partia para fora, até, a torre de sinal ao lado de fora.

— Mas como seria isso?

— Já enfrentei estes seres em minha terra. Havia desespero e caos, e a cada morte ou descuido de um dos meus, eles ganhavam mais um. Porém, até parasitas de adestrar cavalos tinham os seus pontos fracos. - Se aproximou do maquinário, e o humano encarou amedrontado. – Poderíamos danificar os sistemas de aquecimento, e detê-los pelo frio, mas não seria tão confiável. Porém, há algo melhor, se manifestam com sons, ondas eletromagnéticas, e interferências de rádio.

— E fará algo? O que fará?  

— Conheço uma frequência, e ela pode matar eles.

— Mas são pessoas! - Berrou Gordon, encarando envolta. – Alguns podem ainda estar vivos. Não pode fazer isso!

— E quem irá me impedir? - Sorriu. – O covarde? O homem bobo e pateta? Não seja ridículo!

Mas Gordon, logo suspirou determinado:

— Sim, eu vou.

 


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Notas finais do capítulo

Não vou explicar novamente o que foi a batalha de Stalingrado, pois já expliquei sobre ela ao longo dos capítulos anteriores. Mas saiba que ela foi uma das mais sangrentas batalhas já travadas na história, onde o objetivo alemão era destruir este forte ponto industrial soviético, e enfraquecer o inimigo.
O inverno russo já interferiu realmente e muitas batalhas ao longo da história russa, e a batalha de Stalingrado foi uma delas, lá em 1943.
E a localização deste local onde os personagens estão seria em algum lugar atrás da cidade de Stalingrado, e atrás do rio Volga, que é o riu que passa por de trás da cidade, e que ajudou em evitar ataques em “pinça” alemães.
E o nome da arma citado é o nome de um armamento soviético real da época.
Mas então, sobre o capítulo ou a história, o que acharam ou estão achando? É curioso? É tenso? É adormecente? Loucura demais? O quê? Quais as teorias málicas?
E sobre o próximo, vai demorar um pouco, pois será um capítulo difícil de escrever, e estarei sem tempo. Mas haverá se Deus quiser um futuro para a trama, e será um bom futuro, já que sei como acaba.
OBRIGADO PELA LEITURA!



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