O que ela era para mim? escrita por CrisR


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Alô!
Eu como grande fã de Nalu que sou fiquei muito triste com o fim do mangá, por isso decidi escrever esta oneshot com o final que eu gostaria que tivesse tido :)

Espero que gostem!



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Natsu

 

Eu ouço a voz dela. Não sei o que se está a passar no mundo real, não sei qual é o plano dos meus amigos, mas sei que estão a fazer alguma coisa, e sei também que tem algo a ver com a Lucy. Não sei como mas ouço os pensamentos dela, ouço os desejos dela, está a pedir para lhe emprestamos o nosso poder. Lucy.

—Eu sozinho não consigo fazer isto, preciso de ajuda - Acnologia é demasiado poderoso, estou a ficar sem forças, mas eu confio, eu confio nos meus amigos, Gray, Erza, Happy e a Lucy, eu confio na voz dela!

Acnologia não se consegue mover, e instintivamente eu sei que foram eles, os meus amigos que fizeram alguma coisa. Agradeço e aproveito a oportunidade para reunir todo o meu poder de dragão, não iria desperdiçar a ajuda preciosa que os meus amigos me estavam a dar.

Os restantes dragon slayers unem o seu poder mágico ao meu, temos que conseguir, se queremos voltar a rir juntos, brincar, discutir, ir em aventuras juntos, precisamos derrotar o Acnologia. Falhar não é opção. Acerto e sei que consegui, sei que com a ajuda dos sentimentos dos meus amigos conseguimos derrotar Acnologia.

—Eu quero mais… mais sangue… mais destruição… mais lágrimas… Eu vou destruir tudo - Acnologia dizia enquanto caia

—Não consegues fazer tudo sozinho, é por isso que deves preservar as coisas que tens. Não sejas ganancioso. Tudo o que eu preciso é dos meus amigos, desde que os tenha ao meu lado, não preciso de mais nada - eu respondo-lhe a pensar em todas as pessoas importantes na minha vida.

—Percebo… tu és… o merecedor do título de “Rei” - ele diz enquanto desaparece.

—Rei? - eu digo a rir - Não muito obrigada - eu não quero saber de título nenhum.

Com a derrota de Acnologia o chão aos nossos pés começa a partir-se, e quando percebo estou a cair do céu! Choco contra alguém e imediatamente sei quem é, Lucy! É o cheiro dela, o cheiro que eu conheço tão bem.

Abro os olhos e vejo-a deitada por baixo de mim com o Happy, tinha lágrimas nos olhos, mas lágrimas de alegria.

Observo-a e sinto a alegria a crescer dentro de mim, nós vencemos! Vamos poder ir novamente em aventuras!

—Estou de volta - eu digo à loira com um enorme sorriso, estava feliz

—Bem vindo de volta - ela responde-me

Fico a observá-la e a pensar em tudo o que já passamos, no quanto crescemos, o quanto evoluímos, no quanto já perdemos e no quanto ganhamos.

Ela era a pessoa que me agradeceu sem eu saber o que tinha feito, eu simplesmente estava à procura de Igneel, e do nada uma loira agradeceu-me por eu não ter feito absolutamente nada e ainda me pagou o almoço! 

Ela era a pessoa que mesmo não fazendo parte da Fairy Tail não se calou a dizer quão maravilhosos éramos e o quanto gostaria de entrar, eu queria dizer-lhe que a levava comigo mas ela não se calava por um segundo.

Ela era a pessoa que foi arrastada por mim com um sorriso para poder entrar na guilda dos seus sonhos.

Ela era a pessoa que mesmo não conhecendo o Macao foi comigo salvá-lo, claro que se queixou o caminho todo, mas ela era assim mesmo. Ela veio por vontade própria e sei que voltaria a fazer o mesmo sem pensar duas vezes.

Ela era a pessoa que em vez de cumprir com o seu trabalho, se preocupou em melhorar a relação entre o pai e um filho, desvendando e oferecendo a prova de amor que o pai tinha escrito para o filho.

Ela era a pessoa que quando se falava em chaves douradas ficava gananciosa e fazia tudo o que estivesse ao seu alcance para a conseguir, até ir numa missão class S que não tinha permissão para fazer.

Ela era a pessoa que chamavam de princesa apesar de eu nunca entender o porquê. Porque de princesa ela não tinha nada, falava alto e muita vezes não tinha classe nenhuma, e também nunca vi nenhuma princesa a andar com tão pouca roupa. Ela discutia, berrava, lutava como todos nós na guilda o fazíamos, chorou por achar que era a causa da destruição da guilda, quando tenho a certeza que se tentassem raptar outra pessoa ela seria a primeira a se chegar à frente para resgatar essa pessoa de volta. Foi ela que permitiu que eu vencesse o Gajeel dando-me fogo para eu me reabastecer. Quando voltou a casa do pai eu pensei o quão parva ela tinha sido, depois de tudo o que tinha dito sobre a Fairy Tail, iria desistir? Foi com um sorriso que percebi que não, a Lucy não desistia, fazia as coisas da forma dela.

Ela era a pessoa que fazia tudo pelos seus amigos e pelas suas chaves, até abrir não sei quantos portões só para provar que tinha razão, que não era um crime se preocupar com os amigos.

Ela era a pessoa que a ver a tristeza de uma amiga a ser possuída e a atacá-la, não ficava chateada, pelo contrário, dava-lhe mais forças e vontade de ajudá-la.

Ela era a pessoa que se achava fraca, e que as pessoas que não a conheciam também pensavam o mesmo, mas eu sabia a verdade, ela era forte! Só precisava de acreditar mais nela, e provou isso quando derrotou o Bickslow e quando foi a voz dela que nos alcançou a todos para trabalharmos em conjunto. A novata tinha mais garra de Fairy Tail que muitos de nós, se não tivesse sido ela provavelmente teríamos demorado muito mais tempo a unir-nos.

Ela era a pessoa que se juntou à batalha contra o exército mágico do governo para ajudar a Erza a ficar com o Jellal. Esse foi outro dia que ela provou ter mais poder do que aquele que ela pensava, onde a sua força e vontade de tratar as suas chaves como algo mais do que ferramentas, lhe fez ganhar mais amigos.

Ela era a pessoa que tinha tido o poder de me acalmar quando vi que os nossos amigos eram uma lacrima, e acalmar-me quando eu estava a pegar fogo não era uma tarefa fácil, mas ela era a calma da minha natureza selvagem.

Ela era a pessoa que mesmo sendo claramente mais fraca que o inimigo se recusou a fugir, recusou-se a deixar-me ao meu destino, recusou-se a abandonar a nossa aventura juntos, porque como ela disse, tudo era mais divertido quando estávamos juntos. Foi a pessoa que entrou em desespero quando Acnologia nos ia atacar, e a única que eu senti que precisava de assegurar que iríamos ficar bem. Eu tinha-a a trazido para a Fairy Tail, tinha ajudado-a a cumprir o seu sonho, sentia-me na obrigação de a proteger, de lhe mostrar que ter confiado em mim não tinha sido um erro. Quando voltamos e soube da perda do seu pai, senti-me triste por ela, apesar de terem feito minimamente as pazes. quando ela feita louca decidiu atacar um grupo de bandidos completamente sozinha, eu sei que ela queria ter melhorado muito mais a relação com o pai. Perder essa oportunidade foi um choque, e quando disse que não conseguia chorar porque talvez não sentisse nada pelo pai senti-me na obrigação de a ajudar a entender que não era verdade, se havia alguém que se preocupava com outras pessoas, essa pessoa era ela. Quando eu e Happy a fomos chamar para uma nova aventura eu ouvi-a chorar, e apesar de continuar triste por ela, sabia que ela estava finalmente a deixar os seus verdadeiros sentimentos se apoderaram dela.

Ela era a pessoa que me provou o quão pronto estávamos para lutar neste novo mundo que continuou a crescer sem nós. Mostrou o quão poderosa estava, apesar da derrota que não tinha sido culpa dela. Quando pediu desculpa por ser fraca e nos ter desiludido o meu coração partiu-se, ela ainda não tinha entendido que a verdadeira força dela não era andar ao murro a toda a gente? Ela tem outro tipo de força, a força de crescer face às dificuldades!

Ela era a pessoa que tinha voltado ao passado só para tentar salvar os seus amigos, era a pessoa que se tinha protegido a si mesma, e que eu tinha visto morrer e sentido uma parte de mim a morrer com ela. Apesar de ser outra Lucy, a Lucy era a Lucy, vê-la morrer foi demasiado doloroso, uma parte do meu coração foi arrancada, e quando ela pediu para ver a marca que infelizmente já não carregava, ainda me doeu mais. Mesmo com todo o seu sofrimento a sua preocupação era a guilda, os seus amigos. Quando mais tarde ela me abraçou e agradeceu, eu só queria agradecê-la de volta, sem ela não tínhamos conseguido parar o horrível futuro que nos esperava.

Ela era a pessoa que ficou sozinha contra toda a Tartaros, e que mesmo assim não desistiu e não sucumbiu ao desespero. Foi aquela que mesmo com grande sacrifício nos salvou a todos, sacrificou uma das suas amadas amigas por todos nós e só por isso ela já era especial. Tê-la deixado sozinha foi a parte mais dolorosa, mas eu precisava de treinar, precisava de encontrar a força que necessitava para a proteger. Eu fui fraco, se eu tivesse conseguido fazer mais, ela não teria que ter passado por tudo o que passou.

E agora era a pessoa que me tinha salvo, quando fiquei com um buraco no corpo eu senti a magia dela, senti a magia quente dela a entrar no meu corpo, não sei o que ela fez mas sei que foi ela, o cheiro, a magia, o sentimento, era tudo dela, eu conhecia-a melhor que ninguém, e sei que tinha uma parte dela dentro de mim. Contra Acnologia eu sei que ouvi a voz dela, sei que é graças a ela que consegui acertar e derrotar Acnologia.

Ela era a pessoa que tinha virado o meu mundo do avesso, era a pessoa que mais tinha crescido, que mais se tinha esforçado e das que mais tinha perdido. Ela era a Lucy, a minha Lucy.

—Natsu - ela abraçou-me e eu abracei-a de volta.

***

—ESTÁS NO MEU QUARTO! - ela gritou, ainda não percebo porque fica sempre assim. - Porque é que estão no meu quarto? - ela perguntou chateada

—Porquê? Porque de um momento para o outro desmaiaste em cima de mim e eu trouxe-te a casa.

—Eu bebi assim tanto? - ela perguntou triste. Se tinha bebido muito? Meu Deus como é que esta mulher não se lembra do estado em que estava?

—Hummm… Sabes Lucy… - Happy começou

—Não lhe contes... - eu pedi ao Happy, já sabia que a loira ia ficar envergonhada

—O QUE É QUE EU FIZ? - ela perguntou entrando em pânico. Vejo na cara dela que está a lembrar-se de tudo, e eu fico com vontade de rir da cara dela, ela era mesmo uma pessoa especial - Eu nunca vou conseguir casar.

—Mas vais conseguir trabalhar não vais? - não sei porquê começa a chorar, o que é que disse de errado?

—O que aconteceu? - eu perguntei preocupado com ela

—Dói-te a barriga? - perguntou-lhe o Happy

—Não… - ela diz ainda a chorar - Eu só me lembrei de algumas coisas, e não consigo parar de chorar - e de um momento para o outro atira-se aos meus braços. Abraça-me forte e continua a chorar - Se eu nunca vos tivesse conhecido, Happy e Natsu, eu não seria quem eu sou hoje - de onde vinha aquilo tudo? - Obrigada! Muito obrigada - ela diz entre lágrimas.

Eu olho para o Happy e ele acena a cabeça em sinal de que este é o momento certo. Abraço-a de volta.

—Lucy - eu chamo - há uma coisa que te quero dizer - ela olha para mim

—Estás muito perto - ela diz com vergonha

—Lucy - eu digo a olhá-la fixamente - quando eu parti e te deixei sozinha, eu quero pedir desculpa, eu não sabia que ias ficar sozinha, não sabia que tinhas sacrificado a Aquarius, não sabia de nada disso, senão tinha-te levado comigo. Não te levei porque eu precisava de encontrar uma forma de ficar mais forte, para poder proteger todos os nossos amigos e a ti. - ela olha-me com lágrimas - Durante o meu treino algo não estava bem, sentia-me triste, sentia que faltava uma parte de mim. Apesar de estar com o Happy sentia alguma solidão, tinha saudades, saudades de toda a gente, saudades tuas. Sempre que conseguia cumprir algum objetivo olhava em meu redor à tua procura para ver o teu olhar de orgulho, mas nunca estavas lá, sentia-me destroçado. Um dia encontrei o Gildarts, e perguntei-lhe o porquê de eu me sentir assim angustiado. Ele riu-se na minha cara e disse que só eu sabia a resposta àquela pergunta, que teria que procurar dentro do meu coração por uma resposta, que tinha que me perguntar a mim mesmo, o que é que tu eras para mim. Prometeu-me que quando eu conseguisse responder a essa pergunta que toda esta minha dor ia desaparecer. Andei dias e dias a pensar, o que é que tu eras para mim? És minha companheira, és minha amiga, és a minha colega de equipa, mas mesmo a dar essas respostas eu continuava a sentir-me sozinho. O que és para mim Lucy? - ela murmura o meu nome - Acho que finalmente sei a resposta. Quando te vi no estádio, e me levaste para tua casa e vi o quão sozinha te tinhas sentido, acho que percebi. 

—Natsu - ela voltou a dizer num murmúrio

—O que és para mim? És a Lucy - eu digo-lhe - és a minha Lucy. Não sei explicar mas essa resposta para mim chega-me. És tudo aquilo que eu quero ao meu lado para sempre, eu prometo-te Lucy, que nunca mas nunca mais te irei abandonar, és a minha Lucy, nunca mais nos vamos sentir sozinhos na companhia um do outro - ela está envergonhada, e eu também me sinto um pouco assim - diz-me só uma coisa - ela olha curiosa - tens medo de mim? - ela ficou confusa - eu sou o E.N… - ela segura o meu rosto com força e olhou-me intensamente. Nunca me tinha apercebido daquele intenso olhar castanho que ela tinha.

—Tu és o Natsu - ela diz firme - Eu ouvi-te murmurar que não eras dragão nem demônio, que eras Humano! Repete, o que eu te estou a dizer - ela exigiu

—Eu sou… Natsu - eu respondi

—Com mais convicção - ela disse

—Eu sou o Natsu - eu respondi de forma firme e segura

—Tu és o Natsu - ela respondeu com um sorriso - és o meu Natsu.

Estávamos próximos, eu sabia o que queria fazer com ela, e se eu ser o Natsu dela significava o mesmo que ela ser a minha Lucy, então acho que não vou ser espancado se o fizer. Cortei a pequena distância entre nós, e beijei-a nos lábios. Fecho os meus olhos e ela fecha os dela, e mais uma vez sinto a magia dela, a magia dela a percorrer o meu corpo todo, e sei que nunca mais me vou sentir sozinho e angustiado. Sei finalmente que a resposta que eu procurava estava ali, o que ela era para mim? Era a minha Lucy!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado =)



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