Paralelo 22 escrita por Gato Cinza


Capítulo 20
20




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Quitéria

Almoçar em companhia das irmãs sempre a deixava impaciente, ambas tinha o dom de irritá-la, não foi atoa que as apelidou de Rainha Má e Princesa das Trevas. Eram do mal, não importava a situação ou intenção elas sempre faziam coisas do modo que queriam pouco se importando com as consequências de seus atos. E havia vezes que ambas discordavam e a decisão de uma ia contra o da outra, causando uma guerra na qual nenhuma vencia ou pior, onde as duas se machucavam.

Desta vez, apesar de ser raro, Quitéria concordava com Malvina. A gêmea do meio foi demasiada precipitada e permitir que Elias contasse tudo para Elisabete sem uma preparação psicológica prévia, por que era obvio que sua companheira ia surtar.

Ela chegou ao hospital no fim da hora de visitação e teve o desprazer de encontrar o cunhado com Rafael nos braços. O filho tinha só dezesseis dias de vida, mas já dava para notar as características de sua linhagem, não sabia se ficava feliz ou preocupada com o fato do filho ter seu legado familiar. Havia sido seu óvulo á ser fecundado pelo material de Henry, que já tinha se autoproclamado padrinho e ninguém se atreveu a objetar.

— Cadê a Elle? – ela perguntou para ele que apontou para o banheiro de onde a mulher saia acompanhada de Dandara.

— Onde você estava? Por que demorou? – Elisabete interrogou, soando irritada.

— Precisei ir lá em casa, estava fedendo cebola.

Não era segredo que Quitéria não gostava de cebolas. Elisabete franziu o cenho, antes de soltar o ar que prendia de modo derrotado, pegar o filho nos braços e sentar-se na cama o ninando, enquanto pedia que Elias e Dandara atualizassem-na sobre as más noticias que vieram junto com as visitas do irmão. Então o jornalista contou sobre os segredos do avô que era chefão de uma máfia perigosa e que depois de sua morte quem devia assumir os “negócios” eram seus netos ali presentes. Felizmente – ou não – o testamento original de J. P. Figueroa sumiu junto com seu procurador que foi encontrado morto alguns dias depois.

— Está dizendo que veio chamar minha mulher para ser líder de uma quadrilha? – o tom beirava á uma ameaça.

— Mais especificamente uma subseção de uma organização criminosa que está na mira de agências de investigação de vários países e é alvo constante de outras máfias realmente sinistras – Dandara informou, escorada na janela – Quando o Seu João era chefe daqueles desajustados as coisas funcionavam melhor, mas nos últimos dez anos tudo está uma bagunça.

Quitéria estreitou os olhos ao questionar a irmã:

— E você se envolveu nisso por quê?

— Por que a sujeira deles respingou em nossa porta, irmãzinha.

— Por que você não vai levar meu sobrinho para o berçário enquanto Elle e eu conversamos com sua irmã? – Elias a interrompeu – Não precisamos de seus comentários para saber o quão ruim é a situação.

Dandara revirou os olhos, e para o espanto das duas mulheres, ela fez o que Elias disse sem hesitar ou brigar. As duas trocaram um olhar de espanto. Desde quando Dandara era obediente? Assim que ela saiu cantarolando baixo para Rafael que estava adormecido, o casal se voltou para o jornalista que tinha um sorriso satisfeito por não receber uma ameaça da enfermeira.

— Como fez isso? Dan nunca aceita ordens.

Ele abriu um sorriso divertido:

— Dona Amanda me ensinou a lidar com o temperamento instável de Malvina, se sobrevivi á ela sou capaz de sobreviver á Dan.

— Conhece minha mãe? – Quitéria perguntou surpresa.

— Sim, quando ela dava aulas de ioga na Nebulosa, através dela conheci Malvina e o fantástico mundo dos favores. Quando precisei pedi que ela mantivesse Elle em segurança.

Mais ou menos isso, Malvina tinha o sequestrado e obrigado ele a mantê-la “fora do radar” pelo fim de semana todo até que o amigo dela apareceu para resgatá-la. Foi a experiência mais assustadora que ele teve, o pior foi que ninguém percebeu nada tanto os colegas de faculdade, quanto os amigos ou a família, era como se ele tivesse apenas tirado um fim de semana para descansar sozinho. Essa foi a versão que ela mandou que ele contasse, de algum modo todos já pensavam que era isso e ele teve que manter a farsa.

Ele nunca esqueceria o momento em que o sequestro finalmente acabou, pouco antes de sua sequestradora subir na moto e partir com seu amigo, ela segurou-o nos ombros e como uma versão de hipnose de vampiro disse:

“Fico te devendo um favor, se precisar sair do radar algum dia desses dê um grito de socorro que virei á você, ou melhor, pense em mim que eu te acharei”.

Ele seriamente pensou que aquela garota era perturbada de todas as maneiras possíveis. Então, quando seu avô morreu e tudo ficou uma bagunça, incluindo sua irmã que decidiu se rebelar na pior hora possível, ele se pegou pensando nas palavras da sequestradora. Uns dias depois que a irmã fora expulsa de casa e ele já não sabia o que fazer, eis que ela aparece encostada ao seu carro quando ele saia do trabalho. Se foi destino, coincidência ou algum feitiço estranho ele não sabia, mas sabia que ela tinha reaparecido quando ele precisava.

Quitéria observou o cunhado e se perguntou se ele tinha noção do inferno na qual estava se metendo ao se envolver com a complexa rede de trapaças e mistérios que era o Fantástico Mundo das Trocas de Favores onde não existiam segredos, apenas verdades e mentiras que se emaranhava num amontoado de teorias alucinantes de conspiradores com imaginação fértil e tempo para desperdiçar com um monte de coisa nenhuma que os levava á ter uma morte prematura.

Sua família materna peregrinava naquele mundo fantástico com a naturalidade que centenas de anos moldaram em puro instinto de defesa. Se Elias não tomasse cuidado, ele não chegaria vivo aos trinta anos. Não. Quitéria inclinou a cabeça, avaliando-o, pelo pouco que sabia do cunhado podia se assegurar que ele chegará vivo aos trinta, a questão era... Em que estágio de loucura ele estará? Quanto ele terá sacrificado para sobreviver? Ainda haverá algo de humano nele ou será apenas uma casca vagando á esmo em busca de uma centelha de esperança?

Ela sorriu. Quando é que as pessoas aprenderiam que não se pode ter tudo? Quando ficariam satisfeitas com o que tinha e cuidariam disto para nunca perdê-lo? Estavam sempre querendo mais, corrompendo o que já tinham em busca de algo inalcançável. O seu povo levou Eras de erros e perdas até aprender que não podiam ter mais do que lhes foi dado, que não podiam tomar o que não lhes pertencia e que deviam cuidar daquilo que veio á eles de bom grado. Será que Elias imaginava que a troca de favores era um pacto demoníaco onde ele recebia o que era tirado de outra pessoa?

Ela franziu o cenho, teria que perguntar para a irmã onde é que seu acordo com o cunhado colocava Elle. Lembrava que a irmã só ficou na cidade por que Elle cobrou-lhe um favor, o que será que Elle tinha dado á Malvina que a fez mudar toda sua agenda para quitar sua dívida? Com certeza ia falar com a irmã e logo.

— Mavis te devia algo e você a cobrou. Onde é que Dan entra nisso, elas tem a politica de uma não se meter na vida da outra.

Elias suspirou constrangido, antes de responder:

— Confundi as duas. Antes do casamento de vocês eu procurei por Malvina para poder contar á ela a razão por qual pedi proteção para Elle, já que vocês estavam prestes a se casar achei que ela devia saber onde estariam se metendo. Eu sabia que eram gêmeas, mas não que eram três e acabei falando com Dandara, mas em minha defesa quando eu a chamei de Malvina ela se virou e agiu como se realmente fosse Malvina. Depois que contei tudo que notei o erro, quando ela surtou. Quero dizer, Malvina é má e tudo mais, só que ela tem um lado zen que faz a maldade parecer natural.

Quitéria entendia bem do que ele estava falando. Conseguia ver a reação de ambas as irmãs naquele caso. Enquanto a Trevosa exporia toda a situação ao mundo e, sem remorso ou hesitação, desaparecido com a família Salles-Figueroa da face da terra sem deixar rastros, a gêmea Má teria acalmado os ânimos, reparado o que podia ser arrumado e destruído qualquer ponta solta que os colocasse em perigo...

— Espera – ela não conseguia ver o ponto que causou tanto impacto na enfermeira – Eu conheço minhas irmãs e sei que um relês caso de mafiosos se esgueirando entre minha família não levaria Dan á um surto de raiva. Sem ofensa, Jornalista, mas lidamos com o submundo criminoso á muito mais tempo que você. O que foi que você falou para ela que não me contou?

Elias notou o uso do pronome “nós” e quase questionou se ela também era uma “Intercessora” como Malvina se referia á si mesma em relação aos seus acordos e favores, mas achou que era melhor não saber, sua irmã naquela família perturbadora já lhe deixava angustiado, se sentiria melhor crendo que apenas as cunhadas da irmã eram criminosas.

O que ele ainda não havia dito, o que causaria na sua irmã um choque:

— Suas irmãs estão investigando os negócios de minha família, alianças e contatos. Desculpe Elle, mas não tem outro modo de contar isso.

— Contar o que?

— Para a idade dele, o vô era saudável. Tinha um coração forte. O infarto dele foi provocado.

— Sim, você já disse isso. Alguém o matou e fez parecer que foi natural.

— Vocês sabem que foi – Quitéria apontou.

— Foi o papai – ele confessou num sussurro temeroso – Nosso pai matou o vô.

O silêncio no quarto se tornou palpável. Elisabete empalideceu, enquanto os olhos claros buscavam freneticamente uma expressão brincalhona no rosto do irmão mais velho, qualquer coisa que indicasse que ele estava apenas brincando, que estava mentindo, que seu pai não... seu pai não faria algo assim, não.

— Você está errado – ela sussurrou, a voz quebrada quase se afogando nas lágrimas que ela se esforçava para controlar.

— A equipe de suas irmãs está investigando – ele contou á Quitéria que entendia sobre o quão meticulosas eram as irmãs quando se tratavam de xeretar a vida alheia e desencavar segredos.

Quitéria conhecia a Divisão Omicron onde Dandara enquadrava, ela esteve com eles uma vez quando a gêmea se ausentou depois do nascimento de Artur, mas a equipe de Malvina era outro nível. Ela tinha uma vaga ideia de quem trabalhava com a irmã. Oliver era um deles ela tinha certeza, mais de uma vez ela tinha presenciado a ligação da gêmea com o inventor como se um captasse a necessidade do outro – nem ela e nem Dandara que eram gêmeas tinha aquela “habilidade”, claro que nenhuma delas era o Elo e Quitéria sabia que apenas membros daquela Divisão eram capazes de criar elos psicoemocionais com seus consortes. Se qualquer membro da Divisão Psi estava investigando aquilo, então não havia erro. Eles nunca erravam.

— Por que seu pai faria isso? – ela questionou, dando tempo para Elle recuperar do choque – Ele é rico.

— Poder – Elias respondeu num tom que indicava sua vergonha por dizê-lo – O pai ansiava por isso á anos e do nada o vô resolve que Elle e eu, dois jovens que tem seus próprios interesses e nem sabiam da existência dessa vida mafiosa, ganha todo o poder que ele ambicionou por anos e para qual vinha se preparando desde os dezoito quando foi iniciando na máfia. Sem o vô no caminho e sem o testamento para prova-lo não havia quem o impedisse de assumir.

Quitéria franziu o cenho á medida que compreendia.

— Por que agora? Supondo que você está á par disso desde a morte de seu avô, por que veio atrás de Elle agora?

— Por que Rafael é tão herdeiro quanto Elle e Elias – quem respondeu foi Dandara entrando no quarto – E o seu sogro maquiavélico pretende usa-lo como garantia de mais alguns anos no poder assim que se livrar dos herdeiros atuais e virar guardião legal barra avó do século.

Os olhos das duas mães saltaram dos orbes, indo da enfermeira para o jornalista que lançou um olhar de advertência para a recém-chegada. Dandara tinha filtro, das três irmãs ela era quem mais controlava o que dizia, apesar de na maioria das vezes só falar o que pensava de mais cruel, só que no momento ela tinha escolhido jogar pelas regras de Malvina e dispensar o cuidado com as emoções alheias.

— I-i... Não – Elisabete arfou, tentando inutilmente se controlar – Está... não... não...

— Sim, minha querida – o tom de Dandara soou delicado, mas o olhar era tão frio quanto seria se ela estivesse lidando com alguém desprezível – André Figueroa, seu pai, é um assassino frio que matou o próprio pai e não hesitará em matar os filhos para tirá-los do caminho.

— Dana, chega! – Quitéria exigiu quando Elisabete começou a estremecer, entre as lágrimas de horror.

Dandara revirou os olhos enquanto se aproximava da cunhada e segurava sua mão. Elisabete fungou algumas vezes, parando de chorar e sentindo-se sonolenta.

— Você pode descansar agora um sono sem sonhos e quando despertar receber mais uma dose da realidade assombrosa de sua família ou pode aguentar mais um tempo e ouvir toda a verdade de uma vez.

Elisabete piscou com força, encarando a cunhada cuja voz parecia um veludo perfumado roçando sua pele e dando conforto. Quitéria tentou protestar, mas não conseguiu emitir nenhum som tão pouco se mexer, impaciente com a eficácia dos talentos da irmã, sorveu ar e se obrigou a relaxar. Enquanto ela se libertava daquele domínio desagradável, a mulher decidia-se.

— Eu quero saber – a voz estava trêmula, então pigarreou e tentou novamente – Eu aguento a verdade, contem-me.

Dandara sorriu, voltando a ficar em pé no momento em que a irmã se liberava do silêncio e a olhava com raiva, recebendo em troca um sorriso inocente.

— Conforme nossos informantes descobriram – ela continuou á falar – A máfia de seu avô tem ligações com uma organização quase secreta chamada de CW, eu sei o nome é tosco, mas o que importa é a especialidade deles.

— Quase secreta? – Elias a interrompeu, ele não sabia disso.

— Existem muitas ramificações, filiais por vários lugares do mundo e cada um desses pequenos grupos recebe um nome, o de seu avô é tido como Máfia Sulista, o que não faz sentido vez que moramos no litoral leste.

— Ele veio do Sul – Elle informou – O vô nasceu no sul, ele veio para cá depois que a vó morreu quando o pai era adolescente.

— O vô começou os negócios lá com um primo da vó, só que as coisas ficaram ruins quando a vó foi pega em fogo cruzado. Não temos mais parentes no sul por que ou estão mortos ou por que desapareceram ao longo dos anos.

— Humpf! – Dandara bufou – Eu me peguei só com o que importa no momento e não tive tempo ainda para conhecer a maravilhosa história de uma família do crime e seus métodos de se livrar dos inimigos. Voltando ao que importa, o quase é pelo fato de que se fosse realmente secreta seria vista como uma lenda urbana ou organização de teoria da conspiração. Essa CW está metida em todo tipo de tráfico que vocês imaginarem, desde bugiganga falsificada á gente e centenas de pontos de comércio.

— Meu avô traficava pessoas? – Elle perguntou horrorizada.

— Ainda não li todo o arquivo, são cinquenta de quatro anos de crimes, é muita coisa. Contudo, a especialidade dos Sulistas são drogas e armas. Isso não quer dizer que nunca tenham feito coisa pior, como matar o chefe para assumir o lugar.

Por um breve momento ninguém disse nada, Elias e Quitéria olhavam irritados para Dandara que falava como se estivesse contando sobre o último capitulo de sua série favorita.

— Por que o vô faria isso? – Elle perguntou – Deixar para nós algo que nem sabíamos que existia?

— Ele não confiava no pai – Elias respondeu de prontidão – Coisas bem ruins tem acontecido nos últimos dez anos.

— Que coisas?

— Coisas que Mavis está investigando – Dandara cortou a resposta do jornalista – Como o paradeiro do testamento que não estava com o procurador do Seu João e algumas pessoas que desapareceram recentemente que como Elias estava metendo o nariz n’algo que não lhe diz respeito.

— Nossa prioridade é manter vocês em segurança – Elias disse – Se o pai estiver tão maluco quanto sabemos que ele está, é fácil que ele virá atrás do Rafinha.

— Ainda não acredito que ele faça algo assim, meu pai... nosso pai... Ele nunca.

— Elle, seu pai sabe o que nós estamos fazendo e em última estância você e seu filho são uma apólice de seguro, um escudo.

Quitéria apertou a mão de Elle.

— E você? – a jovem mãe questionou ao irmão – Disse que estão garantindo minha segurança e a sua?

— Carol está de olho nele.

— Carol? – Quitéria franziu o cenho – Carol de Carolina Licanço? Essa Carol?

Os dois assentiram. Elias com um ligeiro rubor no rosto, a policial era perigosamente sensual ainda mais tendo aquele ar de fragilidade que a tornava quase inocente. Infelizmente ela era focada no trabalho e não gostava de misturar as coisas, ao mesmo tempo em que flertava com ele de modo tão insinuante que ele precisava de longos banhos gelados depois de uns minutos de conversa com ela.

Quitéria se colocou em estado máximo de alerta. Se tinham arrastado Carol para aquele caso então o problema era mais grave do que a irmã fazia parecer. Carol era “a pessoa” que os caras maus chamavam quando precisavam se livrar dos outros caras maus. Buscou o olhar da irmã que se fazia de distraída olhando para fora, pela janela.

O que Dandara estava escondendo dela? Será que Elias sabia o perigo que ele estava correndo? Carol gostava de brincar de policial, qualquer um que a olhasse pensava que a morena era capacho, que seguia ordens sem questionar e que não era capaz de disparar um tiro nem que fosse para se salvar, por que ela definitivamente era a delicadeza em forma de gente e sempre falava sobre o tio policial que a criou e a inspirou para ser uma agente da lei. Toda a história dela se resumia á isso, a bela e doce mulher que entrou para a polícia por que queria que o tio policial se orgulhasse dela.

A verdade era que seu tio era delegado de polícia numa pacifica cidade minúscula onde o pior crime que acontecia era uma briga de parentes depois de algumas cervejas, nos fins de semana.

Quitéria suspirou com resignação. Pelo modo com que as coisas andavam, ela teria que fazer exatamente o que lutou anos para que não acontecesse. Ela teria que assumir seu legado ou se incluir nas táticas das irmãs.

— Bem, agora que não há mais segredos para expor, deixemos Elle descansar – Dandara disse se virando para eles – Vamos, todos para fora.

— Dan!

— Nada de Dan, crianças, eu sou a enfermeira aqui e digo que já abusamos muito da saúde dela. Fora.


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