Broken - Jikook escrita por BustyOwl


Capítulo 2
1. Sinais indicadores




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 JEONGGUK

Devia ter visto os sinais naquela manhã. Eles não eram enormes, mas eles estavam lá. Eu quase tinha escorregado e me matado saindo do chuveiro — ok, que foi um sinal grande, gigante, mas os outros eram muito pequenos. Não consegui achar o pé esquerdo do meu sapato favorito de couro. O cordão que ele tinha me dado escorregou do meu pescoço e o pingente se espalhou pelo chão do quarto. E quando ele apareceu, vinte minutos atrasado, Gureum não parava de latir para ele... Como se meu cachorro soubesse que 1º de março seria um dia infame que eu viveria.

Tomando um assento em sua nova Mercedes azul meia-noite, ele não disse nada quando saímos da casa de praia. Seus dedos estavam quase brancos, com ele agarrado ao volante. A palma da sua mão descansava sob os lábios, algo que ele tinha feito centenas de vezes em nossos três anos juntos, mas somente quando ele estava realmente preocupado ou chateado.

— Gyeom? — Toquei sua perna e ele pulou como se tivesse esquecido que estava sentado ao lado dele.

Seus olhos castanhos claros vieram para mim, me reconhecendo — Sim?

— Você esta bem? Parece que vamos a um funeral, e não a um casamento. — Brinquei, sorrindo. Ele balançou a cabeça e pegou minha mão.

— Estou bem.— Ele beijou a palma da minha mão. — Coisas de trabalho. Espero que possamos fazer as nossas rondas e sair de lá antes que seja tarde demais.

Acenei, olhei para trás para fora na praia quando nós dirigíamos. Yugyeom — ou Gyeom como eu o chamava — era o proprietário e fundador das revistas Classe e Rebelde. Foi a razão pela qual nos conhecemos, na verdade. Ele participou de uma das minhas exposições e amava a minha fotografia. Tinha dito a ele que não seria contratado por qualquer empresa ou marca; eu gostava de ser um freelancer. Pintava e fotografava o que eu queria o que importava para mim. Ainda havia algo sobre Kim Yugyeom. Não importa quantas vezes sem rodeios neguei seu pedido ou ignorara seus e-mails, ele nunca desistia. Afinal de contas, não importava o que Kim Yugyeom queria, ele trabalhava até que era dele. Eventualmente, eu concordei em fotografar sua capa de primavera. Era para ser uma capa, mas três anos mais tarde, eu era um fotógrafo contratado e seu noivo.

— Bem-vindos ao Château Rouge — o manobrista disse quando chegamos a uma mansão fechada. Enquanto Yugyeom falava com ele, fiquei olhando para a paisagem decorada; tudo estava em azul e verde, lindo. Projetado na grama verde pura estavam as iniciais J & J, e em torno delas estava uma pequena orquestra, apenas para os convidados que estavam chegando.

Só quando saí do carro eu fui capaz de ver o que tinha que ser a cereja do bolo: como se essas pessoas precisassem provar que tinham dinheiro, tinha mesmo pavões andando por aí.

Eu olhei para Yugyeom.

— O quê? Ele olhou para mim, confuso.

Eu apontei para tudo: — Sério? — foi tudo que consegui dizer.

—Você faz parecer como se não tivesse visto pessoas ricas antes. Deveria ter usado o terno vermelho que escolhi para você. — Ele franziu a testa e pegou a minha mão enquanto caminhávamos em direção aos lugares para os convidados. Este foi outro ponto em que eu deveria ter visto os sinais, mas novamente, eu estava cego por ele. Ainda me lembro como a mão fria dele estava quando eu a segurei. Quando nós nos misturamos com o resto da elite de Seoul durante a hora do cocktail, me senti como se eu estivesse no meio do círculo ártico em uma sunga.

— Uau, ela é linda — sussurrei quando a noiva caminhou até o altar, a maquiagem impecável ao ponto de sua pele brilhar. O cabelo macio, negro brilhou e seu vestido sem alças em forma de coração se apegou a ela em todas as curvas. Olhos negros cheios com lágrimas, e ela segurava suas rosas firmemente, andando devagar e sempre. Por um rápido segundo pensei que eu vi seu olhar em nós.

Espero que eu fique tão bem quanto ela no dia do meu casamento, pensei, nunca tirando os olhos dela enquanto ela fez seu caminho para a frente.

Passou em um borrão. Em um momento o pastor estava dizendo algo e em seguida, Yugyeom já não estava mais segurando a minha mão.

— Jieun — ele gritou, movendo-se para o centro do corredor.

Ela olhou em direção a ele, olhou para seu noivo e então de volta para Yugyeom. Meu Yugyeom. O que...

— Não, Ji. — O que... é...isso?

— Jieun — Yugyeom gritou para ela. Pare! Minha mente girava.

Mas, para meu horror, ela soltou as mãos do noivo dela e correu em direção a Yugyeom. Eu não conseguia respirar. Fiquei atordoado, derrubando a minha cadeira.

— GYEOM! — Eu gritei.

Mas eles já estavam correndo... de mãos dadas.

Por este ponto, todos começaram a comentar. Aqueles em torno de mim se afastaram, permitindo que todos vissem o rapaz que tinha sido abandonado. Eu sabia que a única pessoa que estava pior do que eu era o homem na frente. Pela primeira vez desde que eu tinha chegado, eu realmente olhei para ele: estatura média, pele de marfim, cabelo loiro, olhos castanhos, observando a noiva correr dele. Ele ficou lá, ainda tão chocado, que eu quase esqueci minha própria dor.

Por que eu não tinha visto os sinais? 

 JIMIN

 

Mesmo que eu viva por cento e cinquenta anos, eu nunca esqueceria o dia 1º de março. Era suposto ser um dos dias mais felizes da minha vida. Após dois anos de namoro, eu finalmente tinha pedido a Lee Jieun para ser minha esposa.

Conhecemo-nos como médicos estagiários no hospital nacional de Seul, e no primeiro dia, ela teve a atenção de todos os homens héteros no hospital. O que era mais sexy do que beleza e cérebro? Ela era dedicada não só ao seu trabalho, mas também aos seus pacientes. A Lee Jieun... Minha Jieun era suave, doce, concentrada e preciosa não importa o objetivo, ela trabalhava para alcançá-lo; eu gostei disso sobre ela. Sempre que estávamos perto um do outro, nós apenas nos encaixávamos. Ela e eu éramos tão parecidos em muitos níveis, houve momentos que nós acabávamos terminando as frases um do outro. Nós ficamos próximos no início, mas não começamos realmente a namorar até que ambos nos tornamos atendentes.

Não podia me imaginar saindo com mais ninguém.

— Está nervoso? — Meu irmão mais novo, Taehyung, colocou o braço por cima do meu ombro enquanto eu estava no vestiário.

Dei de ombros tirando seu braço, ajeitando minhas abotoaduras. — Por que eu estaria nervoso?

— Park Jimin vai finalmente dar o salto. Ainda não consigo acreditar. Eu pensei que vocês nunca fossem se casar. — Ele empurrou-me fora do caminho para arrumar sua gravata. Eu dei um tapa na cabeça dele.

— Sério? Mesmo depois de velhos, vocês brigam? — Minha mãe suspirou, vindo para a sala. Cabelo castanho cortado em seus ombros, e seu vestido verde suave beijou o chão quando ela chegou perto e me puxou para um abraço leve. As lágrimas em seus olhos já estavam começando a surgir.

— Mãe, ele vai se casar, não morrer. — Taehyung riu.

Ela deu-lhe um olhar e franziu a testa, olhando para mim — Tem certeza... disso?

— Mãe — Segurei seus ombros; ela estava sendo ridícula. — Você gosta da Ji. Eu gosto de Ji. Por que não estaria certo? Você finalmente vai ter a filha que você sempre quis.

— Eu sei — Ela colocou a mão no meu peito. Com saltos, ficava da minha altura. — Não só consigo me livrar deste sentimento. Quem diria que seria tão difícil deixá-lo ir?

Minha mãe e seus dramas, eu tinha pensado. Se apenas tivéssemos escutado seus instintos — Você ainda me tem — acrescentou Taehyung, provando que ele estava mais com ela do que nosso pai. Nós dois olhamos para ele, antes de nos virar.

— Uau! Ok, olha vocês dois — ele murmurou antes de caminhar em direção à porta, deixando nossa mãe rindo.

— Se seu pai estivesse ainda conosco, tenho certeza de que ele teria ficado orgulhoso do homem que se tornou Jimin. Sei que eu estou — Ela enxugou algumas lágrimas.

Não sabia mais o que fazer, mas dar-lhe o meu braço. Eu nunca era afetuoso, mas naquele dia passei por tantas emoções diferentes.

Ela me segurou firmemente quando nós entramos na cerimônia. Ela e Jieun tinham enlouquecido com as decorações, mas elas realmente gostaram, e eu sinceramente não me importava. Eu só queria pular para a parte importante.

Fiquei na frente de todos os nossos familiares e amigos com Taehyung à minha esquerda. Finalmente começou a música, e atirei o meu olhar em direção as portas da mansão, esperando elas abrirem. Eu sabia que ela ficaria bonita, mas ela estava radiante.

Deus. Sou tão sortudo. Com cada passo que ela tomou, cresceu o sorriso no meu rosto, até que sua mão estava na minha:

— Você está linda — eu sussurrei.

Ela sorriu, mas não disse nada em troca. Naquele instante, quando o pastor começou a falar, todos os momentos que nós compartilhamos juntos tocou em minha mente: a primeira vez que nós nos conhecemos... Nossa primeira operação juntos... o primeiro beijo... Primeira noite... Tudo correu na minha mente como um filme, os destaques da nossa vida.

E este é apenas o começo de muito mais. Hoje é —

— Jieun — alguém chamou.

Ouvir o nome dela me tirou daquele transe. Minha cabeça virou para o homem de pé no corredor com a mão estendida para minha em breve-mulher.

— Yugyeom — Taehyung questionou-se ao meu lado.

Yugyeom... O homem chamando minha Ji era Kim Yugyeom, um dos amigos mais próximos de Taehyung. Não éramos próximos, mas eu o conhecia.

— Jieun — ele gritou novamente.

Chega! Minha mente gritou quando dei um passo para a frente, mas já era tarde demais.

Jieun soltou minha mão. Ela soltou e nunca olhou para trás quando ela correu em direção a ele. Eu fiquei lá, muito chocado para me mover ou falar. Naquele momento foi o inferno na terra.

Por horas, eu não podia falar. Minha mente estava em branco. Eu tentei entender, mas meu cérebro, meu coração — Ambos estavam baleados. Inclinei-me na varanda do quarto, olhando para o oceano até o pôr do sol. Só então recuperei a função do meu corpo, e eu corri. Estupidamente, eu corri em direção à frente. Todos os convidados, com exceção da família e o pessoal da limpeza, tinham saído. Quando cheguei lá fora, eu vi meu irmão rasgando o sinal de "Recém-casados " do Bentley.

— Jimin —

— Choi! — Caminhei para o lado do motorista do carro. Quando eu abri a porta, vi um homem vestido de azul passando à minha frente. Ele tinha cabelos negros lisos e pele bronzeada. Seus olhos negros estavam agora inchados e vermelhos, presumivelmente de chorar. Ele ficou em pé com a cabeça erguida.

— Este é seu número, certo? — Apontou para o número de telefone no cartão de confirmação do convite, rapidamente mandando mensagens em seu telefone e dizendo por favor, acabe com ele. Ele se virou para seu táxi sem esperar mais nada de mim.

— Jeongguk! — Taehyung gritou para ele antes de gemer. — Jesus! Ele era noivo dele, porra. — Sentindo meu telefone vibrar, tirei do bolso do casaco.

Ele deixou seu e-mail aberto em meu telefone. Eu tive a confirmação para uma reserva de um quarto só.

Royal Hotel Seoul

Quarto 1204

— Jimin, não —

Ignorando, entrei no carro, e sem um segundo pensamento, dirigi a raiva em mim crescendo com cada milha passando. Eu agarrado ao volante, rangendo os dentes, enquanto pensava. Eles não estavam a mais do que vinte minutos longe do caos que tinha desencadeado na minha vida. 

Quando estacionei no Royal Hotel, eu estava preparado para derrubar a porta. Vi imediatamente os dois andando em minha direção, completamente alheios, ainda segurando as mãos daquele miserável.

— Jimin! — Jieun engasgou, não estava mais em seu vestido, agora vestia jeans e uma camisa da loja de presente.

Ignorando, meu punho colidiu com sua mandíbula e ele caiu contra a parede, mas isso não me impediu. Agarrando-o pelo colarinho, continuei socando até que senti meus dedos rachar seu rosto.

—PARE! Jimin! Pare ou eu vou chamar a polícia, eu juro. — ela gritou.

Eu queria matá-lo, mas por algum milagre, consegui parar —Chamar a polícia? — Eu fiquei rígido, ignorando a dor em minha mão e o filho da mãe, aos meus pés. —O que te impede Jieun? Torne este dia ainda mais especial!

Ela abaixou a cabeça, caindo de joelhos ao lado dele. —Eu entendo que você me odeia —

—Você não entende nada. — Cortei. Eu não conseguia nem olhar mais. Eu virei para sair, mas parei, puxando para fora o meu telefone para tirar uma foto do rosto sangrento. Isso não me deu nenhuma satisfação real, mas que diabos. Talvez o outro rapaz tivesse alguma paz de espírito por ver.

Tudo o que eu poderia me perguntar era como eu dirigi, como? Como pôde isto acontecer?


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Notas finais do capítulo

E ai galera, tudo bem com vcs? Gostaram ?



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