happily ever after. escrita por unalternagi


Capítulo 3
Por nós dois


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente

Todo mundo preparado para ver como está a cabecinha do papai do ano?

Espero que gostem!



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Capítulo 3 – Por nós dois

|EMMETT|

Assisti a respiração de Rosalie ficar mais ritmada conforme os minutos foram passando, enquanto ela estava deitada em minha cama como achei que nunca fosse ver.

Percebi a necessidade de protegê-la, o sentimento amplificado em um milhão por aquele grãozinho meu que vivia dentro dela.

Como uma vida toda poderia mudar em razão de uma madrugada? Como um amor poderia ser tão grande por uma pessoa que eu nem sequer sabia o nome? Que eu não conhecia.

Naquela noite, depois que Rosalie começou a ressoar tranquila, comecei a calcular os gastos que teria para os próximos três meses caso a levasse para Nova Iorque, eu sabia que não teria cacife para pagar a mensalidade da faculdade dela por muito tempo, mas eu poderia tentar.

Os dois dias que seguiram ao anúncio de Rosalie foram tensos, para dizer o mínimo.

A confiança que ela demonstrou em mim por aquela primeira noite começou a se abalar enquanto os Hale usavam de todos os seus artifícios para fazê-la ficar em Forks. Avisaram que venderiam o apartamento de Nova Iorque, John disse que não pagaria seu novo semestre na Columbia, que não mandaria dinheiro a ela, usaram tudo o que tinham, mas os faltou amor em suas atitudes, e amor era tudo o que eu tinha na minha mente e coração.

Nossos irmãos e amigos estavam conosco e eu aprovava o apoio e suporte emocional que eles davam a Rose, mas eu não estava em tempo de brincadeiras, não poderia ter apenas coisas superficiais, tinha que pauta-la com certezas e foi o que fiz.

Conversei com meu pai que, internamente, comemorava a novidade e, externamente, apoiava minha mãe na decisão que ela tinha de apoiar Anne e John na decisão deles. Ela dizia que era preocupação com o bebê, mas o bebê não sofreria nada e eu teria certeza disso por muito tempo, então não a perdoei pela falta de apoio.

Na segunda-feira, dia seis de janeiro, saí pouco tempo depois de Alice e Jasper.

Ela ia levar ele ao aeroporto já que ele não estava falando com os pais por tudo o que estavam fazendo com Rosalie, mesmo depois de tudo o que tinha acontecido com ela nos últimos tempos, despedi-me de meu amigo, prometendo tomar conta de sua irmã, então fui para a delegacia em que meu pai trabalhava, com aquela picape velha e barulhenta.

—Pensei ter escutado uma lata-velha se aproximando – meu pai brincou na recepção da delegacia, estava assinando algumas coisas – Não me diga que veio dirigindo sozinho para cá? – perguntou bravo.

—Ué, eu tenho licença para dirigir – falei debilmente.

—Não com esse ombro assim, Emmett Swan – ele falou irritado.

—Sargento Swan, o chefe de polícia de Olympia pediu para confirmar o almoço de hoje – a policial que estava ali disse, mas ele negou.

—Hoje vou para Port Angeles, pode remarcar para amanhã? – perguntou e ela assentiu.

Ele mandou eu espera-lo na sala dele e eu subi as escadas. Cumprimentei os detetives que trabalhavam com ele e sentei na cadeira em frente a sua mesa de madeira escura.

Meu pai não foi muito rápido, mas logo apareceu por lá, fechando a porta atrás de si.

—Em que posso ajuda-lo, meu jovem? – perguntou.

—Comprei passagens para ir viajar com Rosalie depois de amanhã. Sei que parece muito louco, mas não vou ficar aqui e nem a impedirei de viver o sonho só porque as pessoas pensam que não conseguiremos fazer isso – falei cansado por toda a pressão que vinha sentido esses últimos dias – Eu vim aqui para te pedir apoio, pai, preciso saber que meu filho tem, pelo menos, um dos avós com ele – pedi sincero.

Ele sorriu de canto.

—Sabe que eu sempre te achei menos maduro que Isabella e isso sempre me preocupou? Mas quando você foi embora de casa, algo fez as coisas em você mudarem. Não sei dizer o que foi e você nem precisa me contar, mas o meu ponto é que: eu tenho muito orgulho de você, Emmett. Estou feliz por vocês dois, sei que gosta de Rose e, apesar de tudo, é claro que tem meu apoio e eu já amo muito esse bebê – ele disse e eu sorri, emocionado.

Levantei abraçando o meu exemplo, modelo de vida toda.

—Obrigado, pai. Prometo que não vai se arrepender – falei sincero e ele soltou uma risadinha.

—Eu tenho certeza que não vou, filho – falou carinhosamente e eu pude respirar melhor.

Ele me soltou e pediu para eu contar o meu plano e eu o fiz. Ele me disse as coisas que poderia fazer para me ajudar a deixar as coisas mais simples e eu achei bom o bastante, então o agradeci e ele me levou de volta para casa e almoçou por lá conosco.

Depois que meu pai foi para a delegacia, Rose bateu na porta de casa vestida com roupas grossas, ela disse que Carlisle tinha marcado consulta e depois ia passar na doutora Young, então falei que ia com ela e ela dirigiu para o hospital com calma, usando o volvo de Edward já que se negava a usar as coisas que o pai tinha dado a ela enquanto essa guerra fria acontecia.

—Meu pai é a Suíça – falei quando o silêncio no carro começou a me incomodar.

Ela riu, confusa.

—Não entendi a referência.

—A Suíça foi neutra nas guerras.

—Disto eu sei, Emm, mas porque está falando isso sobre o seu pai? – perguntou concentrada na estrada.

—Ele vai nos ajudar a ir para Nova Iorque – falei e ela suspirou.

Ficou por um tempo quieta, submersa em pensamentos.

—Emm, tem certeza que é isso o que quer?

—Como assim?

—O trabalho que vai dar. Eu não tenho dinheiro algum, você vai começar a estudar... Acho que o correto é eu ficar aqui, sabe? Minha mãe vai me ajudar com o bebê e tenho certeza que sua mãe também e estamos comprando uma briga muito maior do que precisamos. Você pode ir e cursar o semestre tranquilo, prometo que sempre te cont-

—Para de falar agora – mandei bravo e ela me olhou, surpresa – Desculpa – falei ao reparar que tinha sido rude com ela – É só que você me desestabilizou com toda essa besteira que disse – falei sério – Eu te avisei, estarei com você. Quero ir para Nova Iorque porque sei que é seu sonho, mas se você decidir, por fim, ficar em Forks, eu vou ficar também. Eu não vou sair de perto de vocês, Rosalie. Estamos juntos nessa – falei sério.

Ela olhou-me rapidamente e então voltou a encarar a estrada.

O resto do caminho todo foi feito em silêncio. Eu, tentando desvendar o que aquela ruga entre as sobrancelhas dela significava, e ela, sem olhar para mim nem por um segundo. Até que ela estacionou o carro no estacionamento do hospital.

Fomos conversar, juntos, com tio Carlisle que sorriu abertamente para nós assim que entramos em sua sala.

—Como está meu netinho de coração? – perguntou bem humorado e eu sorri para meu tio.

—Causando muita confusão – Rose disse numa tentativa de piada, mas o rosto dela não deixou que a entonação fosse correta.

—Bem, talvez fiquem felizes ao saber que liguei essa manhã para o médico nova-iorquino que Emmett achou, o doutor Thompson – tio Carlisle disse e lembrei do homem simpático com quem conversei ao telefone – Ele é muito bom no que faz, super solícito e já enviei seus exames a ele, você tem consulta na sexta-feira e, por lá, poderão decidir se vão continuar com ele e tudo o mais, mas ele está por dentro do seu caso – tio Carlisle terminou sorrindo.

Rosalie estava numa máscara indecifrável e eu lembrei que não comentei nada com ela, e talvez ela quisesse ficar em Forks.

Senti-me culpado pelo meu imediatismo em resolver tudo. Às vezes, ela queria mesmo ficar, se sentiria mais segura com o apoio que teríamos aqui e eu a estava forçando a ir, seguir um caminho o qual talvez não seja mais o que ela almeja e eu me senti horrível porque, que diferença existia entre os pais dela e eu? Todos querendo forçar nela um futuro que deveria ser só dela para decidir.

—Rose, me desculpa – falei rapidamente e tio Carlisle ficou confuso.

—O que aconteceu? – ele perguntou preocupado.

Rosalie não se mexia. Suspirei alto.

—Ela está considerando ficar em Forks e eu, como o grande idiota que sou, estou forçando-a para um lado que eu acho que seria bom – falei me sentindo culpado -, mas eu não sei de nada – a apatia dela começou a me desesperar – Ei, diga algo, por favor – implorei ajoelhando de frente a ela.

—Por que fez isso? – ela sussurrou.

—Porque eu achei que era o que você queria. Você parecia decidida em voltar para Nova Iorque e eu não quero que sinta que a gravidez te privará de nada, Rose. Estava tentando resolver tudo antes de te colocar a par das soluções que encontrei. Não queria te deixar ansiosa, tio Carlisle disse que era nocivo ao bebê então resolvi tudo sozinho.

Ela franziu o cenho.

Tudo o que?

—Comprei as passagens e já achei um apartamento bom, é bem em frente ao meu e do Edward e, sim, eu sei que é longe da sua faculdade, mas os aluguéis lá eram um absurdo, então pensei que, só por enquanto, a gente poderia ir para a sua faculdade de metrô. Digo “a gente” porque prometo que sempre irei te buscar e levar – falei rapidamente, querendo explicar que fiz tudo pensando nela e não queria ser egoísta – Ahm, que mais? – continuei pensativo, desesperado para ela entender que minhas atitudes eram puras – Já tranquei meu curso, vou começar só no semestre que vem, então conseguirei te ajudar a pagar esse semestre da sua faculdade porque está tarde para aplicar para financiamento, mas no próximo semestre você aplica e melhoramos a questão da grana e... Ah, o médico. Eu liguei para muitos obstetras e conversei com alguns, então mostrei esse para tio Carlisle porque o currículo era bem impressionante. Consegui a consulta e pedi para falar com ele antes, então passei o número para tio Carlisle, pensei que você fosse sentir-se mais segura se ele aprovasse a escolha – expliquei com calma.

Os olhos dela começaram a brilhar com as lágrimas que se acumulavam ali e eu fiquei preocupado.

—Não, Rosie, desculpa – pedi aflito – Falei sério agora a pouco. Não me importo de ficar em Forks, se for o que você realmente quer, se for onde se sentirá melhor e mais segura a gente fica, não tem problema nenhum.

Ela respirou fundo. Negou com a cabeça e se levantou.

—Eu vou para a minha consulta com a doutora Emily e a gente conversa depois – falou simplesmente antes de sair da sala de tio Carlisle.

Fiquei ajoelhado em frente a cadeira dela, preocupado com como aquilo pareceu.

—Eu não queria ser egoísta. Não fiz tudo isso por mim, tio, prometo que não – falei desesperado – Será que ela entendeu? Eu quero que ela fique confortável, é só isso.

—Calma, Emm – ele disse sorrindo – Acho que ela entendeu, vá a esperar fora do consultório de Emily, vocês vão se entender e não tenho dúvidas que farão o melhor para os dois e o bebê – falou calmo.

Calmo de mais para o meu gosto. Me irritava essa paciência que ele demonstrava em situações tão críticas assim, mas não reclamei.

Agradeci-o por ter ligado para o médico e tudo o mais. Ele me entregou todos os exames de Rosalie explicando-me o que era cada coisa e, por fim, saí de lá indo para a sala de espera perto do consultório psicológico.

Foram minutos demorados demais sob a minha perspectiva ansiosa, mas ela finalmente saiu de dentro do consultório com um sorriso simples direcionado para mim ao me encontrar do lado de fora a esperando.

—São meus exames? – ela perguntou e eu contentei-me em assentir.

Deixaria ela mandar agora. Eu pararia de forçar coisas e ideias sobre ela. Prometi a mim mesmo aquilo, então saímos juntos do hospital.

—Se importa se passarmos na lanchonete do Waylon? – perguntou.

Neguei de pronto e ela sorriu.

Sentamos numa mesa vazia. Pedi um suco e um salgado e ela pediu a bendita torta de mirtilo. Ficamos em silêncio até que Cece voltou com nossos pedidos. Agradecemos e começamos a comer.

Ela olhou para mim, meio debochada.

—Por que está agindo como se eu fosse te dar uma bronca? – ela perguntou rindo.

—Não é isso, é que percebi que estou sendo muito desesperado em tudo o que faço, mas não tenho o porquê. Você tem o tempo que quiser para decidir ir ou ficar. Faremos o que você quiser, prometo – falei sincero e ela sorriu.

Terminamos de comer em um silêncio menos apreensivo.

—Estou muito assustada com tudo, Emmett. A reação dos meus pais foi muito diferente do que pensei que seria e, não sei, a sua foi ainda mais divergente que a deles – ela falou e aquilo me assustou.

—Por quê?

—Bom, eu sabia que apoiaria a minha decisão porque você é uma pessoa boa, mas eu não esperava esse parceiro que você demonstrou ser, entende? – ela sorriu – Sinto muito medo de ficar sozinha com o meu... Ou melhor, nosso bebê. Mas você já deixou claro que isso não vai acontecer. Estou acostumada em ser cuidada por meu pai que faz tudo porque tem tanto dinheiro que nem dói a ele, mas você está abdicando de muitas coisas para dar-me um futuro e um conforto. Você está fazendo tudo para ter certeza que eu estarei confortável na minha pele pelos próximos nove meses e, caramba, você está escutando até as coisas que eu não te falo.

Ela tinha entendido. Eu iria obedecê-la, sorri para ela.

—Não gosto da premissa de que a vida da mãe muda e a do pai não. O bebê pode não estar dentro de mim, mas é meu futuro também. Então, sim, eu vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para que você esteja feliz e satisfeita e confortável. Não porque acho que te devo algo, mas porque amo esse ser sendo formado em você – falei sincero.

—Eu sei disso – ela disse docemente – Quero muito continuar minha faculdade e cuidar dele também, mas não acho justo você colocar seu sonho em espera...

—Ei, não tem problema – falei sério – Nenhum mesmo, já tranquei e já joguei minha data de  início lá para agosto, está tudo certo. Você não vai poder trabalhar por enquanto, então peço que seja humilde e me deixe eu cuidar de vocês dois por enquanto, por favor.

Ela suspirou.

—Não gosto disso, mas quero aceitar porque sei que faz de coração e com a melhor das intenções, e também quero que saiba que sou imensamente grata ao que está fazendo por mim – sorriu afetada.

—Então isso significa... – comecei animado e ela riu assentindo.

—Estamos indo para Nova Iorque, Emm.


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Notas finais do capítulo

Eu gosto desse capítulo porque mostra o quão envolvido em ser um pai que Emmett está e eu espero que vocês tenham gostado e sentido isso também.

Agora, como acham que eles farão para ir para Nova Iorque? Os pais vão apoiar as decisões? Renée se armou com Anne e John que jogam com força contra a Rose decidir as coisas por si mesma. Como acham que isso acabará?

Enfim, volto no domingo ou terça (não tenho certeza).
Estarei esperando suas opiniões e apostas nos comentários.

Um beijão ;)



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