A megera. escrita por Tostes Prih


Capítulo 4
A flecha da discórdia




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P.O.V Louis:

Era madrugada, todos dormiam enquanto eu me esgueirava pelo castelo tentando conhecer melhor o local, e talvez com sorte encontrar algo que  pudesse usar em minha matéria. Como previsto todos os cômodos estavam trancados, mas pude fazer um reconhecimento de alguns locais. Se quisesse ter mais acesso eu realmente teria que ganhar a confiança de Melanie ou então de sua prima Sabrina. No momento a segunda opção era a mais fácil de acontecer.

Rezando para não topar com nenhum guarda no caminho tentei voltar para o meu quarto, e foi quando me dei conta que estava perdido. Droga. Aquele lugar era muito grande e confuso. Todos os corredores pareciam exatamente iguais. Quando achei que as coisas não podiam piorar percebi que o universo queria mesmo me ferrar: dei de cara com a última pessoa que eu queria encontrar naquele momento.

—Xeretando? – De pantufa e pijamas, com um gato negro nas mãos, Princesa Melanie me olhava desconfiada enquanto batia o pé no chão impaciente esperando minha resposta.

— Estava procurando a cozinha, quero um copo de água. – Inventei a primeira desculpa esfarrapada que em veio a mente.

— Os empregados sempre deixam água e outras coisas no frigobar dos quartos quando temos hóspedes. Vou perguntar só mais uma vez, o que está fazendo aqui essa hora? – Ela parecia prestes a me fuzilar.

— Tudo bem, admito. – Respondi erguendo as mãos em sinal de rendição e dando meu mais belo sorriso, tentando acalmar aquela fera. – Eu estava procurando a cozinha, sou muito ansioso e tenho mania de comer a noite.

Ela colocou o bichano no chão e o animal saiu caminhando feliz e se embrenhou pelos corredores.

— Eu também faço isso. – Falou ela contrariada. – Vamos, ainda deve ter algum resto de bolo do baile.

Ela começou a caminhar enquanto eu respirava aliviado, parado no mesmo lugar. Eu não sabia explicar bem o porquê, mas essa garota me deixava desconfortável comigo mesmo, era implacável, muito intensa e ao mesmo tempo tão segura de si. Por incrível que pareça isso me despertou interesse em saber mais sobre ela, tentar ver além do que a mídia mostrava.

— Você vem ou vai continuar aí parado com essa cara de besta? – Disse ela impaciente ao perceber que eu continuava no mesmo lugar.

— Claro, vamos lá. – Apertei o passo para alcança-la.

Descemos até o térreo, passamos pela grande sala de jantar e seguimos até a cozinha onde vários empregados conversavam animadamente. Eu não imaginava que teriam pessoas acordadas até aquele horário trabalhando. Imaginei que fosse exigência ou algum capricho da realeza, mas todos pareciam estar se divertindo. Quando viram Melanie entrar todos fizeram uma reverencia.

— Tudo bem pessoal, não precisam reverenciar o Principezinho aqui, vamos fingir que hoje ele é tão amigo de vocês quanto eu.

A reverencia era para mim?

Logo uma mulher de meia idade veio em direção á Princesa sorrindo com um pote nas mãos.

— Minha menina. Eu sabia que você desceria hoje, até separei um pouco de bolo para você. Chocolate como sempre.

— Obrigada, Marie. – Respondeu ela sorrindo enquanto pegava o pote.

— Boa noite Alteza. – Saudou amigavelmente um senhor de gravata sentado em uma pequena mesa em um canto com algumas empregadas.

— Boa noite Antoine. Como vão suas filhas?

— Estão ótimas e mandaram agradecer os presentes que você enviou.

Era isso mesmo que eu estava vendo? Ela hostil com todos os nobres e jornalistas nas festas, porém era amiga dos empregados? Eu estava me surpreendendo.

— Quer jogar com a gente? – Perguntou animado outro empregado levantando as cartas de baralho que estavam em suas mãos.

— Hoje não, estou de babá. – Respondeu ela apontando para mim.

 Eu estava sem palavras, apenas sentindo o ambiente familiar e simpático que se instalava ali naquela cozinha, Melanie parecia muito à vontade como se fizesse aquilo sempre.

— Marie pode me trazer um segundo garfo por favor? - Disse olhando para a gentil senhora.

— Claro querida.

 Logo estávamos os dois indo em direção a uma grande bancada perto das janelas. A cozinha era bem grande e conseguimos ficar afastados dos empregados que riam e jogavam cartas. Melanie sentou-se sobre a bancada de uma maneira bem informal e me olhou como se eu fosse um bobo:

— Não vai sentar Alteza? – Perguntou em tom irônico.

— Claro. – Subi na bancada e sentei ao seu lado com o pote de bolo no meio dos dois.

 Ela pegou começou a comer. Imitando-a também comecei a pegar bolo direto do pote.

— Então você tem animais de estimação? - Perguntou ela, provavelmente tentando preencher o silencio entre nós dois.

— Tenho um cachorro, chamado Pepito.

Ela riu.

— Pepito? Não tinha um nome melhor?

— Não me julgue, não sou muito bom com essas coisas.

— Eu prefiro os gatos. São independentes e eles escolhem o dono. Ser aceito por um gato diz muito sobre a pessoa, mostra que você é alguém de personalidade.

— E você acha que o seu gato, que provavelmente foi comprado por milhares de euros te escolheu na loja? – Perguntei em tom de censura.

— Eu não o comprei, o encontrei há um ano quando passeava pelo centro de Paris, veio diretamente para mim e pulou no meu colo. Me escolheu.

Meu Deus, quem era aquela e o que havia feito com a maluca que há poucas horas atrás tinha me dado um banho de bebida?

— Qual o nome dele? Aposto que é melhor que Pepito. – Perguntei tentando manter a conversa.

— Dorian. – Respondeu ela dando outra garfada no pote.

— Grey?

— Sim, é meu personagem literário preferido.

Observei que de longe Marie e outras empregadas riam e cochichavam olhando para nós. Me lembrei que como eu era um selecionado elas deviam achar que estava rolando um clima.

—Melanie, queria me desculpar pela forma como me referi a você no baile, eu realmente não devia falar nada sem te conhecer.

— Isso aqui não é um momento vulnerável e nem uma festinha do pijama, não se engane. – Disse ela apontando para mim com o garfo. – É só uma trégua em nome do bom costume dos compulsivos por doces que comem de madrugada. Amanhã eu vou voltar a te odiar.

— Nossa, que coração de gelo você tem. – Falei rindo.

— Se quer alguém com o coração mole, que fará tudo por você devia repensar, sair da Seleção e se casar com Sabrina. Só de saber que você é Príncipe ela já começou a te seguir para todo o canto.

—Claramente você iria adorar que eu fosse embora e só por isso quero ficar. Adoro ser do contra. – Falei olhando bem fundo em seus olhos.

— Boa sorte principezinho, posso fazer a sua vida aqui se tornar impossível.

— Não se eu fizer você se apaixonar por mim primeiro. – Falei desafiadoramente.

— Isso nunca vai acontecer. Ainda mais com essa sua forma esquisita de flertar comigo.

— Quem disse que eu estou flertando? Que convencida!

— Se essa não é a sua intenção porque está na Seleção?

— Talvez eu tenha ficado curioso sobre a experiência.

— Pode ficar tranquilo, quanto mais te conheço mais tenho certeza de que  jamais te escolheria.

— Tirou toda essa conclusão em apenas algumas horas?

— Fazer o que eu sei bem o que eu quero.

— Então agora que já esclarecemos tudo podemos nos tornar amigos? – Perguntei sorrindo e estendendo a mão para ela.

— Vou pensar no seu caso. – Respondeu ela enquanto descia da bancada e ia embora me deixando ali com a mão estendida.

— Hey! Como volto para o meu quarto?

— Antoine vai te levar. – Respondeu ela enquanto se despedia de todos e ia embora da cozinha.

 Marie se aproximou de mim.

— Sabe, ela é uma menina muito simples e muito doce por baixo de toda essa fachada de durona que ela ergue. Digo isso porque a conheço desde que era um bebe. Não se deixe enganar pelo que lê por aí e nem pelo o que a senhorita Sabrina espalha.

 

P.O.V Adam:

Acordei e levei um tempo para me lembrar onde eu estava. Logo a paz que eu sentia durante o sono foi embora dando lugar a nervosismo, mal humor e uma dor em meu coração. A saudade de Angeline tomava conta de mim. Eu precisava encontrar uma forma de falar com ela. Com certeza a essa altura o Jornal Oficial já tinha divulgado que éramos os oito escolhidos.

Me levantei rapidamente quando olhei para o relógio de cabeceira e percebi que eu tinha pouco tempo para me arrumar e descer para o café da manhã. No baile, eu consegui evitar a Princesa, mas hoje não teria jeito. Thalia havia pedido que cada um de nós escolhesse uma atividade que gostássemos para passar um tempo e conhecer oficialmente Melanie. Ela era uma garota muito bonita, e talvez nem fosse a pessoa intragável que os jornais demonstravam, porém, eu estava desanimado, para mim era muito difícil fingir interesse em uma pessoa que eu não amava. Ainda mais quando ainda carregava em minha mente a imagem da garota mais linda e sensível de todas.

No café da manhã estavam presentes apenas os selecionados. Talvez quisessem dar um espaço para a Princesa e seus familiares. Na mesa, alguns selecionados já haviam feito amizade entre si. Outros permaneciam quietos e afastados. Notei que Joseph havia se arrumado muito para o dia de hoje, provavelmente focado em conquistar a princesa e a coroa.

— Que atividade você escolheu? – Perguntou ele para mim.

— Pintura a óleo. – Respondi.

— Eu escolhi jogar críquete com ela. – Disse gabando-se.

— Vai matá-la de tédio. – Comentou Jean baixinho.

— E o que você escolheu então? – Perguntou ofendido com um olhar desafiador.

— Planejei uma cavalgada ao pôr do sol. Pedi a Thalia para ser o último. – Respondeu o rapaz.

— E você? – Joseph inseguro começou a perguntar de um a um.

— Ela parece alguém bem intensa, então escolhi passar um tempo praticando arco e flecha. – Disse Louis, o cara que era Príncipe, se não me engano.

— Torça para ela não atirar a flecha no seu olho. – Disse Arthur. – Depois da confusão no baile.

 Todos riram inclusive Louis ao lembrar-se da cena da garota virando bebida na cabeça dele.

— Ela é difícil mas acho que consigo me defender. – Respondeu ele sorrindo.

— Qual atividade vai fazer? – Perguntei a Arthur.

— Um filme, a sala de cinema do palácio é incrível. - Respondeu ele.

— Droga! Isso não vale, você a conhece desde a infância, sabe tudo o que ela gosta. – Reclamou Joseph.

— Relaxa cara, você está tendo sua chance também. – Respondeu Arthur irritado.

Enquanto debatíamos sobre o dia que se seguiria, notei que alguns selecionados apenas nos ouviam quietos, um deles estava pálido, talvez nervoso ou então inseguro com as atividades que escolhera. Eu só queria acabar com aquilo logo e voltar ao meu quarto para ficar em paz.

— Bom dia cavalheiros a Princesa os espera. O primeiro a passar um tempo com ela será o senhor Joseph. - Disse Thalia irrompendo pela porta.

 Imediatamente o jovem levantou-se todo aprumado, e a seguiu.

— Ele é muito tenso. – Comentou Jean rindo da postura do colega que havia acabado de sair.

— Conhecendo a Melanie, esse jogo de críquete não vai durar muito. – Comentou Arthur.

— E qual é a sua história com a princesa? É apaixonado por ela desde a infância? – Perguntou Jean interessado, e todos os candidatos olharam para Arthur afim de ouvir melhor.

— Sempre fomos muito amigos, mas recentemente me perguntei: porque não? Passamos muito tempo juntos e talvez nossa amizade se torne algo mais.

Os outros podiam acreditar, mas eu senti que Arthur escondia algo. Ele estava ali por qualquer motivo do mundo exceto para cortejar a melhor amiga. Diante da minha situação eu conseguia perceber quais candidatos estavam ali por obrigação, por interesse e quem realmente estava interessado em algo sincero. E pela minha avaliação apenas um ou dois estavam naquele lugar pelos motivos certos. Eu esperava sinceramente que a Princesa percebesse isso e escolhesse alguém que realmente fosse bom. Por mais louca que ela parecesse ser, ninguém merecia se casar com um interesseiro.

 

P.O.V Melanie:

E o circo começou. Primeiro dia oficial da Seleção e ali estava eu, morrendo de sono e muito entediada com os assuntos fúteis de Joseph. E pior: presa em um jogo chato de críquete. Sério, ele esperava me conquistar jogando aquilo? Eu fui orientada por Thalia a passar pelo menos uma hora na companhia de cada um deles. E com Joseph foram os sessenta minutos mais longos da minha vida.

— Foi um prazer jogar com você linda Princesa. – Disse ele despedindo-se de mim com um beijo em minha mão.

— O prazer foi meu. – Respondi com um sorriso falso.

Em seguida passei um tempo dançando balé com Alfred, e depois ouvindo Juan me homenagear com Canto gregoriano. Eu queria me jogar por aquelas janelas só para não ter que fazer aquelas atividades chatas. De qualquer forma fui compreensiva e simpática. Como alguém criada na realeza eu sabia que muitos pais eram extremamente elitistas e tradicionais e por isso criavam filhos que não tinham vontades e nem gosto próprios. Eu duvidava que alguém daquela idade realmente gostasse daquilo.

Quase na hora do almoço passei um tempo pintando com Adam. Não era uma atividade que me atraía porem acabei gostando, pelo menos me ajudou a relaxar. O rapaz era de uma simplicidade incrível, porém eu o sentia bem arredio com relação a mim, como se não quisesse estar ali e me culpasse por isso. Terminei minha pintura, que sinceramente não era nenhuma obra de arte e então fui observá-lo afim de extrais mais do que monossílabos em uma conversa.

Ele estava muito concentrado em sua tela. Enquanto eu já havia terminado o meu rabisco, ele cuidadosamente terminava um esboço em carvão para depois pintar com tinta. E ele era muito talentoso por sinal. Na tela o rosto de uma moça predominava.

— Ela é muito bonita. – Comentei.

— É sim, me serve de inspiração.

— Qual o nome dela? – Questionei amigavelmente.

— Angeline.

— Lindo nome, muito delicado e doce.

Ele sorriu involuntariamente. Depois lembrou-se de que estava comigo e logo ficou nervoso.

— É apenas uma inspiração Princesa. Se quiser posso pintar um retrato seu.

— Não se preocupe, está na cara que você deixou alguém lá fora.

— Sinto muito. – Respondeu ele com um suspiro. – Não quero ofende-la, mas não mandamos no coração.

— E porque está aqui? – Perguntei curiosa.

— Meu pai.

— Ah, o Duque de Estrasburgo. Já o vi algumas vezes por aqui. Homem assustador.

— Ele é um pouco rígido.

— Bem Adam, não estou aqui para forçar ninguém a me amar, sei que quem se casar comigo será por pura diplomacia. Enfim, se você achar que precisa sair da Seleção me avise e podemos pensar em uma forma para seu pai não surtar.

— Obrigado Princesa. Isso significa muito, mas por ora quero ficar e ver como as coisas vão seguir. Mais uma vez peço desculpas por isso. – Disse ele apontando para o quadro.

— Está tudo bem. Sei que os outros candidatos têm seus motivos para estarem aqui e nenhum é por amor. – Eu ri. – Pelo menos você é sincero. E um artista incrível devo dizer.

Eu não quis entrar em detalhes com Adam sobre o porquê o pai era contra o relacionamento dele com a moça do quadro. Talvez nos tornássemos amigos no futuro e ele se sentisse à vontade para me contar. Saímos da sala de pintura e me dirigi para o meu almoço com o selecionado número cinco: um piquenique nos jardins.

E foi quando me encaminhei para a minha atividade com o Príncipe Louis que o meu dia realmente começou a desandar.

— Princesa. – Disse ele fazendo uma reverencia cheia de sarcasmo.

— Vamos nos poupar desses protocolos. – Respondi enquanto vestia minhas luvas e pegava a besta que iríamos usar.

— Opa! Cuidado com isso aí. – Disse ele quando me virei com o pesado objeto e apontei a flecha para ele. - Isso é muito sensível e dispara fácil.

— Péssima escolha de atividade então, considerando que ainda estou irritada com você. – Comentei.

— Achei que tivéssemos feito as pazes. – Disse ele.

— Que meigo, só porque dividimos uma tigela de bolo não significa que eu seja sua amiga.

— Você está muito estressada! Permita-me iniciar a atividade e verá que vai sair daqui mais relaxada. – Disse ele mirando no alvo  que estava fixado á uns dez metros de distância. Ele disparou e a flecha voou certeira bem no centro.

— Se quiser que eu relaxe mesmo, porque não se posiciona naquela árvore com uma maçã na cabeça para eu tentar acertar? - Perguntei sorrindo maldosamente.

— Não confio em você tanto assim. Sei que me enfiaria uma flecha no olho e faria parecer um acidente. – Disse ele em tom provocativo.

— Eu sou muito boa nisso. – Respondi e disparei. A flecha passou longe do alvo e acertou uma árvore.

— Estou vendo. – Disse ele em tom de deboche.

— É essa Besta que deve estar desregulada. – Comentei dando de ombros.

Enquanto passávamos nosso tempo juntos, Sabrina se aproximou e sentou-se perto de nós. Tenho certeza de que estava ali para marcar território em cima do Príncipe.

— Nossa Melanie você é péssima. – Disse ela enquanto lixava as unhas.

— E você não deveria estar aqui. – Respondi irritada. – Thalia avisou que era um encontro a dois.

— Então você admite que é um encontro? – Disse Louis rindo.

— Obrigatório, assim como todos os outros. – Respondi.

— Estou aqui para me certificar de que vocês não vão quebrar o protocolo da Seleção. – Disse ela. – Já fiquei sabendo que vocês estavam perambulando de madrugada pelos corredores e depois foram para a cozinha.

— E o que você tem a ver com isso? Ele é candidato da minha Seleção, posso interagir com ele quando e como quiser. – Eu estava começando a perder a paciência.

— Na verdade não, querida. Se você ler a Constituição, lá diz que vocês não podem sair sozinhos em horários impróprios até acabar a Seleção.

— Engraçado, eu tenho a cópia de uma folha da Constituição aqui no meu bolso que diz o contrário. - Falei.

— Deixa eu ver. – Disse ela se aproximando curiosa.

— Está aqui ó! – Fingi colocar a mão no bolso e tirei rapidamente enfiando meu dedo do meio bem na cara dela.

— Quanta maturidade! – Disse ela começando a ficar vermelha de raiva.

— Vai embora Sabrina, você está atrapalhando. Se a sua mãe e a Thalia souberem disso, vai se dar mal. – Ameacei.

— Elas vão saber que a Princesa quebrou o protocolo ontem primeiro. – Disse ela chegando mais perto de mim.

— Senhoritas vamos nos acalmar. Não me importo que Sabrina fique, desde que possamos terminar essa atividade com calma e em paz. – Louis começou a se aproximar.

— Ouviu? Ele me quer por perto! – Sussurrou ela com um sorriso maldoso.

Em um momento de fúria esqueci que ainda estava com a Besta nas mãos e comecei a gesticular enquanto discutia nervosa.

— Cuidado! – O Príncipe alertou, mas já era tarde demais.

Senti um clique quando a flecha disparou, seguida do grito agudo e histérico de Sabrina. Louis paralisado olhava para a minha mão com os olhos arregalados. Eu continuava com a besta apontada para o mesmo lugar de antes: o chão. Só que agora, a flecha que antes estava engatada e pronta, se encontrava enfiada no pé de Sabrina que berrava de dor e susto.

— Maldita! Você me aleijou. – Gritou ela enquanto sentava no chão.

— Pare de drama, nem atravessou o pé, foi só a pontinha. – Disse eu tentando esconder minha expressão ao olhar o sangue escorrendo e para a flecha presa.

— Eu vou te matar! – Gritou ela ao sentir a dor novamente. – Você furou meus sapatos e eram caríssimos.

—Agradeça por estar de sapatos fechados e feitos de couro ou essa flecha poderia ter atravessado o seu pé. – Comentou Louis.


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