A megera. escrita por Tostes Prih


Capítulo 2
Os selecionados.




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P.O.V Jean:

   Deserdado, sem um tostão no bolso e com três brutamontes em minha cola querendo me dar uma surra. Eu não sabia mais o que fazer. Precisava quitar aquela dívida alta adquirida em jogos. Tentei contatar meu pai e ele sequer me atendeu, e proibiu mamãe de falar comigo também. Realmente o homem não estava brincando quando disse que eu estava morto para eles. Talvez meu comportamento não fosse o mais exemplar para alguém de “sangue azul”, porem havia em mim uma necessidade  de  aproveitar a vida antes de me amarrar em um casamento sem graça e sem amor com alguma Duquesa ou dama da corte. A vida passa rápido demais para ficar se preocupando com protocolos e bons modos. Aliás, foi em um quarto sujo e barato, com uma garota que meu pai com certeza não aprovaria, que tive um vislumbre de esperança do que poderia salvar minha pele.

   Após de uma noite incrível, pela janela do quarto observávamos os primeiros raios de sol surgindo pelos telhados das casas. No quarto ao lado dava para ouvir choro de criança e no corredor barulhos de briga, o que era bem comum ali.

— Seu pai não é um Conde ou algo assim? Porque você não tem grana para pagar sua dívida? – Perguntou ela enquanto tragava seu cigarro deitada ao meu lado na cama.

— Eu fui deserdado, não tenho direito a nada. – Respondi desanimado.

— Porque não participa da Seleção? Ouvi dizer que o escolhido além de se casar com a Princesa, o que já garante acesso a muito dinheiro, ainda recebe um dote generoso. Não falaram o valor, mas deve ser o suficiente para acabar com a sua dívida.

  Eu já tinha ouvido falar sobre aquele tipo de coisa em alguns países que visitei, mas nunca imaginei que a herdeira do trono da França fosse aceitar algo assim. Eu não a conhecia, mas tirando conclusões pelo que eu lia nos jornais e revistas ela era muito geniosa, uma verdadeira megera. Não me importava. Ela podia ser uma macaca e eu inda iria me inscrever para ter a chance de me livrar daquela dívida e voltar a ter dinheiro. Se eu conseguisse domar aquela fera e faze-la se apaixonar por mim seria a minha salvação e a solução de boa parte dos meus muitos problemas.Talvez minha familia até voltasse a falar comigo.

— Preciso ir a Paris o mais rápido possível e dar um jeito de me inscrever. – Falei animado.

  Dei um longo beijo nela em agradecimento.

— Só me prometa que quando for rei vai dar um jeito de me arrumar um emprego no castelo para que possamos nos ver de vez em quando. – Disse ela com um sorriso sacana.

— É claro. – Menti enquanto levantava procurando minhas roupas.

 

P.O.V Adam:

    Sentado no escritório de meu pai eu ouvia seus gritos raivosos enquanto ele andava de um lado para outro na minha frente. Não bastando os gritos, jogou com violencia um jornal no meu colo. A manchete na primeira página em letras garrafais praticamente saltava aos olhos:

“Filho de membro da realeza é flagrado com plebeia. ” Abaixo havia uma foto minha beijando Angeline. Dava para ver que tinha sido tirada de longe, provavelmente o fotógrafo estava se escondendo e me seguindo por dias para conseguir aquilo. Eu havia tomado tanto cuidado para não ser descoberto, e agora estava ali estampado em um jornal. O pior era que eu não havia contado a ela quem eu era de verdade. Nesse momento, Angeline devia estar me odiando por ter escondido minha identidade e permitido que descobrisse daquela forma. Em minha defesa, escondi tudo porque a amava tanto que não queria que o fato de eu ser um nobre atrapalhasse nosso relacionamento.

— Quando você quis jogar um ano da sua vida fora para viajar o mundo, eu permiti. Sempre que quer andar para cima e para baixo com aquela sua moto velha fingindo ser um plebeu, eu escondo o meu desagrado. Tento ser compreensivo como sua mãe me pede me convencendo de que isso é uma fase e que voce só quer se expressar. Mas dessa vez foi demais, namorando uma plebeia interesseira?

— Não fale assim dela! – Perdi a paciência e comecei a encará-lo de frente. – Ela é uma moça muito honesta e não sabia sobre nossa família.

— Não seja ingênuo! Apesar de você usar outro sobrenome e ficar trabalhando de garçom naquele lugar imundo, ela deve ter descoberto e se aproximado para tirar algum dinheiro.

— Não admito que fale assim dela!

— Eu vou falar o que eu quiser Adam e você vai me ouvir calado.

   Como sempre, perdi as forças de discutir com ele e abaixei minha cabeça derrotado.  Meu pai era um homem muito severo e extremamente elitista. Por um milagre eu consegui convence-lo a me dar um ano de folga para que eu pudesse morar sozinho e viver com simplicidade. Em troca prometi que no final desse prazo eu voltaria e cumpriria com minhas obrigações aceitando o futuro que ele planejou. Foi um ano esplendido e eu estava conformado. Eu pude sentir a liberdade de viver tranquilo, sem as obrigações e os preconceitos da nobreza. É claro que tudo foi pelos ares quando saiu aquela notícia no jornal. No mesmo dia, um motorista apareceu para me buscar e imediatamente fui trazido até meu pai. Não tive tempo de me despedir ou nem de conversar com Angeline.

 - Agora as coisas vão ser do meu jeito. – Meu pai sentou-se de frente para mim atrás da mesa de Mogno. Parecia tão imponente ali que me senti minúsculo e indefeso olhando para ele. – Você teve seu ano de farra e agora é hora de cumprir sua parte. A Princesa está fazendo uma Seleção para escolher um marido e já te inscrevi. Você irá até lá, vai dar o seu melhor, e se não for escolhido por ela vai ter a chance de conhecer outras moças da realeza e casar-se de qualquer forma.

— Posso ao menos voltar para conversar com ela e esclarecer tudo? - Perguntei mesmo já sabendo a resposta.

— Não. De agora em diante vai esquecer essa tal de Angeline e conhecer uma moça de família nobre.

  Desanimado, aceitei meu destino: participar daquela Seleção e ter que conviver com a princesa mimada e metida que eu sempre via nos jornais.

 

P.O.V Louis:

   Desanimado observei a manchete do que eu havia publicado. Havia ido para a primeira página, porém isso não me deixava satisfeito. Eu não queria escrever sobre fofocas da realeza, queria uma chance de exercer o jornalismo pelo motivo certo: dar voz aos mais fracos.

—Não está feliz com a primeira página? – Perguntou Alana, minha chefe.

— Você sabe que eu não gosto de escrever sobre fofocas.

— Então tenho a oportunidade ideal para você. Uma pessoa da nobreza me pediu um favor que renderá muitas manchetes para nosso jornal e você vai terá uma chance de fazer o que gosta.

— Estou interessado, continue.

— Você vai se infiltrar na Seleção. Não importa como, fingindo-se de garçom, cozinheiro, faxineiro...enfim quanto menos eu souber melhor. Quando estiver dentro vai tirar cada detalhe sobre a princesa e cada segredo sórdido que aquela família esconde para que possamos publicar no final.

— Já disse que não aguento mais escrever sobre a realeza e seus caprichos.

— Não é fofoca, ela não está preparada para reinar e você vai expor isso ao povo, vai trazer as provas de que ela não está apta. Além disso, existem muitos segredos mais profundos na família e quero todos eles expostos. Talvez até possamos mostrar o quanto a monarquia é uma idéia falha e ultrapassada. Você pode começar uma revolução com suas publicações.

— Olhando por esse ângulo pode ser uma grande experiência.

— E ainda vai receber muito dinheiro por isso. Posso contar com você?

— Pode. – Respondi confiante.

   Lidar com a princesa que era o foco de todos os escândalos não era algo que me agradava, mas era minha chance de ingressar no jornalismo investigativo.

— Quem é essa pessoa que te pediu isso? – Fiquei curioso em saber que alguém de dentro da nobreza tinha interesse em derrubar a monarquia.

—É confidencial, nem eu conheço. – Respondeu Alana de forma misteriosa.- Nos falamos por telefone e email mas a pessoa sempre se mantém anônima.

 - Não me agrada ficar assim no escuro, mas estou dentro!

   Mais tarde naquele dia consegui o disfarce perfeito com um amigo. Em uma viagem acabei conhecendo meu xará: Louis Pierre príncipe de um pequeno e isolado país não muito conhecido, porém muito rico. Ele me devia um favor e logo aceitou que eu usasse seu sobrenome para me infiltrar no castelo como um selecionado. Agora meu nome seria Louis Pierre Jamon’t III, um príncipe. Seria difícil ela não me escolher para fazer parte da Seleção.

 

P.O.V Arthur:

— Sabrina, por favor espere! - Eu gritava enquanto ela praticamente corria.

— Arthur não posso conversar agora estou muito ocupada! – Disse parando e virando-se bruscamente para mim.

  Estava mais linda do que nunca, mesmo que seu rosto refletisse o olhar feroz de quem estava prestes a me atacar.

— Acho engraçado que desde as férias de verão, no mês passado, você nunca mais teve tempo para mim.

— Arthur você é muito legal, e passar aqueles dias com você foi ótimo, mas acabou. Voltamos á realidade do nosso cotidiano.

  Aquelas palavras feriram meu coração, como se uma faca o tivesse atravessado.

— Não pode negar o que sentimos! É uma conexão muito forte e você sabe! Parecia muito feliz quando estávamos juntos.

— Foi um breve romance de verão. Confesso que me deixei levar pelo lugar e o momento. Não significa que vai acontecer de novo.

  Segurei sua mão e pude senti-la estremecer. Seus lábios diziam que não me queria, mas seus olhos expressavam o contrário.

— Não entendo porque está negando o que sente.

— Você não tem uma coroa para me dar. – Disse ela em tom seco retirando bruscamente sua mão. – Seria mais fácil se fosse  príncipe.

Ela se afastou caminhando rapidamente enquanto eu fiquei ali, parado naquele enorme e frio corredor. Não conseguia entender por que a garota dava tanto valor á uma coisa tão supérflua. Eu a amava desde que éramos crianças, e sabia que ela sentia o mesmo, então porque desdenhava do meu amor? Era muito azar pensar que com todas as garotas da corte e de outros reinos que eu conhecia, eu havia me apaixonado pela única que me exigia algo que eu não poderia dar.

 - Meu Deus, que cara é essa?

Ainda olhando para onde Sabrina havia ido, nem percebi quando Melanie se aproximou.

— O que?

— Você com essa cara de quem está com a pior dor de barriga do mundo.

Foi impossível não rir com o comentário.

— Minha barriga está bem, obrigado. Meu coração é que acabou de ser pisoteado...mais uma vez.

— Sabrina? – Perguntou ela revirando os olhos.

— Não sei porque ela me rejeita.

—Porque é uma vaca, egoísta e interesseira. Você devia esquece-la, ela não merece um homem tão bom quanto você.

— Falar é fácil.

— Vamos fazer assim: tenho uma idéia para uma última tentativa de chamar a atenção dela. Mas, se não der certo você me promete que vai parar de se humilhar.

— Não tenho nada a perder mesmo. – Dei de ombros.- Qual a idéia?

— Se inscreve na Seleção.

— Ficou maluca? – Estremeci e ri ao mesmo tempo.

Eu adorava a Melanie, mas me imaginar casado com ela era tão ruim quanto me imaginar com minha própria irmã. Éramos muito amigos para olhar um para o outro de forma romântica.

— Hey! Também não fico confortável com isso. – Exclamou indignada com minha reação.

— Não me leve a mal, mas ninguém vai levar a sério.

— A Sabrina vai. – Disse com um sorrisinho maldoso.

— Explique melhor.

— É, simples: ela quer tudo o que eu tenho. Assim que vir você com os selecionados ela vai pirar de ciúmes e vai começar a te olhar de outra forma. Nada como o risco de perder um homem para fazer uma vadia assumir os sentimentos.

— Até que não é má idéia.

— Para deixar mais realista, vamos fingir durante um tempo que realmente rola um clima. Com certeza ela vai correr atrás de você novamente.

— Não custa nada tentar, mas que fique claro que não vamos nos beijar! – Brinquei.

— Ah vai Arthur, me dá um beijinho só. – Brincou ela vindo para cima de mim enquanto eu fingia correr.

  Sabrina passou por nós novamente.

— Vocês são patéticos! – Comentou revirando os olhos e se foi.

 Assim que virou o corredor Melanie começou a rir.

— Viu? Já está funcionando!

 

P.O.V Melanie:

  O dia de analisar os possíveis candidatos chegou. Eu, Tia Helena, Sabrina e Thalia (a responsável por organizar tudo para a Seleção) já estávamos cansadas de tanto olhar fotos e slides com as características e os dados pessoais dos candidatos. Para a minha surpresa muitos nobres da França e também de outros países haviam se candidatado. Talvez fosse o enorme dote em dinheiro que os atraía, ou então a possibilidade de reinar ao meu lado. Não importava, eu precisava de um casamento e teria que dar o braço a torcer.

— Olha que lindo. – Disse tia Helena enquanto ajeitava os óculos para ler as informações.

— Adam Thierry Blanc II, 27 anos, futuro Duque de Estrasburgo. Se interessa por arte e atividades ao ar livre. Esteve fora por um ano e retornou recentemente.

  O slide mostrava um rapaz de cabelos loiros e ondulados, olhos extremamente azuis. Me simpatizei com sua imagem. A primeira impressão que eu tive pela foto foi de simplicidade, ele não usava roupas caras e nem extravagantes, parecia alguém legal de se ter por perto e conviver.

— Olha essas covinhas. – Disse Thalia admirada.

— E o sorriso? – Tia Helena já estava apaixonada.

— Vamos incluir ele, eu gostaria de conhece-lo melhor.- Falei entediada.

— O próximo: Alexander Louis Renault, tem 32 anos. Estudou ciências políticas e e é filho do Conde de Toulouse.

  Um rapaz de cabelos negros, olhos claros, porte altivo e que parecia extremamente cheio de si posando em cima de um cavalo apareceu na tela. Muito forçado!

— Passo. – Nem hesitei.

— Certo, o próximo é Jean Philip Girard, filho de um Conde. Tem 26 anos, seus interesses incluem cinema, arquitetura e arte.

— Lindo! – Tia Helena aplaudiu.

— Todo rapaz que aparece naquela tela você diz que é lindo. – Censurou Sabrina.

  Observei a foto: Cabelos castanhos claros, olhos também castanhos e um sorriso que devia derreter o coração de qualquer garota. Em seu olhar tinha aquele ar de quem estava prestes a causa uma grande confusão.

— Pode incluí-lo. – Falei para Thalia e Tia Helena mal conteve a empolgação.

— O próximo é...

— O Arthur! – Sabrina praticamente pulou da cadeira.

— Está tudo bem? – Perguntei com um sorriso, fingindo inocência.

— Tudo, é só que ele é ... apenas o Arthur né. Seu amigo desde sempre, não vai querer ele na seleção. – Disse ela com um risinho nervoso.

— E por que não? – Tia Helena comentou. – Ele é bonito, de boa família e os dois já se conhecem. De uma longa amizade pode muito bem nascer um amor.

— Eu concordo. – Respondi me segurando para não rir da cara da minha prima. – Pode incluí-lo, isso vai ser interessante.

 Sabrina cruzou os braços e começou a fitar a janela pensativa.

— Até então temos sete selecionados. – Disse Thalia com um suspiro cansado.

— De quarenta rapazes escolheu apenas sete? – Tia Helena parecia desapontada.

— Não quero que se prolongue muito. - Expliquei.

— Para alguém que tem poucos meses para achar um marido você está muito exigente não? – Perguntou Sabrina.

— Tem mais alguém? – Perguntei a minha assessora.

— Tem mais um. – Thalia parecia imensamente empolgada. – Deixei o melhor por último.

 Ela passou o slide e pudemos ver a foto de um rapaz loiro, com uma barba um pouco crescida, porém bem-feita. Ele transparecia inteligência.

— Louis Pierre Jamon’t III,25 anos. Tem grande interesse por literatura, história e cavalgadas ao ar livre...

— Príncipe de Pommedo’r! – Tia Helena parecia que ia explodir de empolgação.

— Teremos um príncipe no palácio? – Até Sabrina pareceu interessada.

— Eu já havia escutado falar dele, mas não há muita informação nem fotos. Dizem que  a família é muito discreta. – Comentou Thalia.

— Esse país é próximo daqui? – Questionei.

— Sim, um pequeno e isolado país, porém muito rico. – Confirmou ela.

— Vamos ver qual é a desse príncipe. – Respondi, louca para terminar logo aquilo e sair daquela sala.

— Com ele fechamos oito candidatos. Vou encaminhar um convite para cada um, informando que foram escolhidos. – Comentou Tia Helena.

—Estive pensando e poderíamos fazer um baile de máscaras no dia em que eles chegarem. Assim Melanie tem a chance de conversar com cada um com mais liberdade sem que eles saibam que é ela.

  Thalia era muito inteligente e estava sempre um passo à frente de todos.

— Gostei de idéia. – Respondi.

— Que comece o inferno. – Disse Sabrina me provocando.

— Você só está com inveja porque tenho um príncipe na minha Seleção, tudo o que você queria. O príncipe, o Arthur... o que mais eu poderia pedir?

— Cala a boca! – Retrucou irritada.

— Meninas, uma dama nunca grita com a outra. – Ralhou Tia Helena.

P.O.V Sabrina:

    Um Príncipe? Eu não podia acreditar em como Melanie podia ter tanta sorte mesmo sem merecer. Por outro lado, tê-lo aqui seria minha chance de ser Princesa. Com facilidade eu poderia conquista-lo. Assim que ele visse os modos de Melanie e todo o descontrole, ele iria desistir no ato e eu estaria lá, esperando com um ombro amigo e um pouco de sedução. O maior empecilho seria ter Arthur todos os dias no castelo correndo atrás de mim. Estava claro que ele tinha entrado na Seleção para me irritar. Eu caminhava perdida em meus pensamentos quando trombei com o mesmo.

— Cuidado! – Reclamei.

— Você quem estava distraída. – Rebateu ele. – De qualquer forma, tenha uma boa noite! Eu já estava de saída.

  Ele nunca havia me tratado com tanta indiferença, confesso que sua atitude me incomodou um pouco. Antes que pudesse me controlar segurei-o pelo braço e ele parou me olhando nos olhos.

— Acha mesmo que entrando na Seleção vai me atingir? – Perguntei com desdém.

— O mundo não gira em torno de você Sabrina. Entrei na Seleção porque a Melanie é uma garota linda e somos amigos a muito tempo, quem sabe não damos certo e acabamos nos casando?

— Você não vai querer nada com ela, ela não tem modos! – Minha voz subiu uma oitava, eu não sabia porque eu estava ficando tão nervosa.

— Não sei porque se importa tanto, você deixou claro que não tínhamos nada. – Disse ele.

— É claro que não me importo. Você é livre para ficar com quem quiser.

— Perfeito. Agora pode me soltar? Preciso mesmo ir.

  Percebi que ainda o segurava pelo braço. Soltei rapidamente e sem ao menos se despedir ele se foi, me deixando sozinha olhando suas costas enquanto se afastava. Ótimo! Se ele quisesse casar até com nosso cachorro eu não ia me importar, tinha um príncipe a caminho e meu foco estaria todo nele. Irritada fui para meu quarto. Tudo o que eu queria era ficar sozinha.

   Não foi uma boa idéia me fechar no quarto. Tudo o que vinha em minha cabeça era os dias que passei com Arthur. Nós dois, um iate, e muitas horas de romance tórrido e ardente. É claro que foi algo passageiro e não significou nada para mim. Então porque eu não conseguia esquecer?


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