Sutilmente escrita por Akemihime


Capítulo 17
Quando eles estão apaixonados




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O tempo pareceu congelar para Momo enquanto ela encarava Todoroki, surpresa.

Seu coração, no entanto, se tornou mais agitado do que nunca.

— V-você... você o que? — Ela perguntou, pensando que talvez não tivesse entendido direito ou talvez o garoto quisesse dizer aquilo de outra forma, não da forma como ela realmente desejava ouvir.

— Eu disse que gosto de você — Ele repetiu, esclarecendo — estou apaixonado por você, Yaoyorozu.

E dessa vez então não havia margem para erro ou outro tipo de interpretação.

Momo abriu a boca uma, duas vezes, mas tornou a fechar, seu coração batendo rápido demais e sua mente completamente em branco depois de ouvir aquilo, ainda processando o que estava acontecendo.

E visto que ela não falava nada, Todoroki prosseguiu.

— Iida me disse que o procedimento certo a se fazer quando se gosta de alguém é confessar os sentimentos para a pessoa — ele falava de modo sério, com a mão no queixo, parecendo mais pensativo consigo mesmo sobre como tinha se declarado do que qualquer outra coisa — espero que tenha feito certo.

— Você… — Yaoyorozu balbuciou, erguendo a mão fechada sobre o peito.

— Então eu estou apaixonado por você, Yaoyorozu. — Shouto repetiu novamente — E não há necessidade de me responder, apenas achei que seria correto você saber.

Ele então continuou a andar para a entrada do colégio, passando por Momo e parando alguns passos mais a frente, vendo que a garota não o acompanhava, ainda parada no mesmo lugar.

— Yaoyorozu?

Ela não respondeu imediatamente, ainda pensando em tudo o que estava acontecendo.

Desde que soube de seus sentimentos por Todoroki, Momo não nutria muita esperança de vê-lo correspondendo. Ela sempre pensava que o garoto se mantinha muito focado na jornada de se tornar herói para se permitir sentir algo daquele tipo.

E, de certa forma, em determinado momento Yaoyorozu até se conformou com aquilo.

Ainda que as atitudes de Shouto tivessem se tornado um pouco confusas para ela nos últimos dias, ainda assim Momo não cogitou que pudesse ser de fato porque ele estava mesmo apaixonado por ela.

Mas agora que ele tinha se declarado, era como se fosse bom demais para ela acreditar.

De repente Yaoyorozu sentiu lágrimas brotarem em seus olhos e, ainda que não conseguisse proferir em palavras o que sentia por ele naquele exato momento, seu corpo começava a reagir.

— Yaoyorozu, você está bem? — Todoroki deu alguns passos em direção a ela e Momo abaixou a cabeça, deixando algumas lágrimas caírem no chão escuro e mal iluminado pela noite.

— Sim — Ela murmurou, erguendo a cabeça para encará-lo, sentindo o rosto molhado enquanto ainda chorava, sem conseguir se controlar — Eu só… não pensava que você sentisse o mesmo que eu…

Todoroki olhava para ela agora sem conter a expressão de surpresa.

— Então você…

— Sim — Yaoyorozu suspirou, controlando um pouco as suas emoções e esboçando um sorriso para ele, sentindo o rosto corar enquanto fazia isso e se preparava para falar aquelas palavras que já estavam em sua mente (e em seu coração) há dias — Eu estou apaixonada por você, Todoroki-san.

Ele ficou em silêncio por um momento e Momo não falou nada também, ainda tentando se recompor e, embora Todoroki fosse mais inexpressivo em relação as suas emoções, ela sabia que ele provavelmente também estava apenas tentando organizar a sua mente.

Todoroki deu mais um passo em direção a ela então, não mais preocupado como estava antes ao vê-la chorando, e sim um pouco mais determinado, embora ainda não soubesse com clareza como agir.

— Yaoyorozu, eu…

Mas seja lá o que ele fosse dizer, o garoto foi interrompido ao ouvir uma movimentação se aproximar e ambos se viraram, vendo duas figuras já conhecidas caminharem em direção a eles – ou melhor, em direção à escola.

— Oh, Todoroki, Yaoyorozu! — Era Sato e Shoji, ambos com várias sacolas de supermercado entre as mãos (e no caso de Shoji, várias sacolas e várias mãos mesmo).

Sato os cumprimentava, erguendo uma mão cheia de sacolas na direção deles, enquanto Shoji vinha um pouco mais atrás e acenava com a cabeça de modo discreto.

Todoroki acenou de volta, igualmente discreto e ligeiramente irritado por ter sido interrompido, enquanto Yaoyorozu sorria gentilmente para os dois, tentando disfarçar o rosto vermelho e inchado pelas lágrimas.

— Sato-san, Shoji-san, como vocês estão?

— Estamos bem, apesar da lista enorme de coisas que o Bakugou nos fez comprar — Sato reclamou, comentando como ele e Shoji tinham ficado encarregados de fazer as compras daquela vez.

Para a sorte de Todoroki e Yaoyorozu, o amigo não percebeu como eles pareciam distraídos enquanto contava como foi a ida ao supermercado.

No entanto, apesar de permanecer silencioso, Shoji não tirou os olhos de Yaoyorozu, percebendo como ela ainda estava corada e como Todoroki parecia curiosamente perto demais da garota.

Sato poderia não ter percebido, mas ele sim.

— Sato, as carnes estão descongelando, é melhor irmos logo — Ele finalmente falou, sério, fazendo o amigo se sobressaltar e olhar para as próprias sacolas.

— É mesmo! Se alguma coisa acontecer, o Bakugou não vai nos dar paz, vamos! — Exclamou, voltando a andar, se virando para Todoroki e Yaoyorozu que ficavam para trás — Yaoyorozu, Todoroki, assim que chegar vou fazer bolo para todos, não demorem ou vão ficar sem!

Momo sorriu, se despedindo, enquanto Todoroki permanecia em silêncio.

E silêncio este que se estendeu pelos dois depois que os amigos se afastaram, entrando para dentro do colégio.

— Yaoyorozu…

— Todoroki-san — Ela o interrompeu, sem encará-lo — Por que não continuamos nossa conversa mais tarde?

Ele a observava, confuso, mas Momo não disse mais nada. É verdade que ela queria estar com ele. É verdade que ela queria dizer muitas coisas e ao mesmo nada, e sim, era confuso, ela ainda não sabia o que pensar e qual seria o próximo passo, mas isso os dois descobririam juntos, com calma.

Conversar ali, em frente a entrada do colégio, onde poderiam ser interrompidos ou ouvidos por qualquer pessoa, não era algo que a deixava exatamente confortável. Simplesmente não era o certo.

Eles poderiam esperar até ter um momento a sós.

E ainda que Todoroki estivesse um pouco confuso e sem entender completamente a sua decisão, ele a respeitou, concordando em se encontrar com a garota no dormitório, depois do jantar.

Eles gostavam um do outro e já deixaram aquilo bem claro ali, isso era o que mais importava.

O resto… eles dariam um jeito.


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