Anata no Fantasy: Fairy Tales Hen escrita por Eien SZ


Capítulo 6
Capítulo 6 - Thomas Vs Andersson


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Victória caminhou até seu irmão e Dulci, feliz. E não era pra menos, aquele era um dia especial para os dois. Nesse momento, Dulci os observou e começou a pensar sobre tudo o que havia acontecido desde que acordou. "Um dia como todos os outros", foi o que ela pensou que seria ao acordar. A algum tempo seus dias eram assim... A algum tempo ela não dava importância aos dias, como aqueles dois davam. E foi ao vê-los no momento do teste, que ela começou a sentir algumas coisas enquanto os observava. E ela tinha a sensação que não foi a única. Eien também pareceu se alterar, como se sentisse que precisasse mudar. Isso ficou claro para Dulci ao ver o risco que Eien decidiu correr. No fim, Dulci concluiu sua reflexão com os resultados das lutas deles 4. Foram duas vitórias e duas derrotas, mas de alguma forma, parecia ter sido mais do que isso. Rafael parecia livre do peso da derrota enquanto parabenizava a irmã e comentava a luta empolgadamente com ela. E até mesmo Dulci, se viu um pouco orgulhosa do desempenho que tanto Victória quanto Rafael tiveram. Havia os conhecido a pouco tempo, mas já tinha criado afeto pela dupla de irmãos. Ela queria que essa sensação continuasse, que no fim tudo estivesse bem. Para isso, só faltava saber da situação da Eien. Se Eien não corresse riscos, e se Eien não estaria frustrada com sua derrota. Dulci queria que as respostas fossem "não" para ambas as questões, para que ela pudesse acreditar e aceitar enfim que esse fora um dia diferente. Talvez um dia importante para as duas.

As ultimas duas lutas da segunda rodada haviam terminado, sem nada de tão surpreendente. E com isso, as duas ultimas duplas de oponentes se manifestaram nas duas primeiras arenas. Na primeira delas estava Jeffersson, amigo de Thomas, contra Artur, um novato com a mesma faixa etaria dele, tendo por volta de 16 a 17 anos. Artur estava sério, Jeffersson nem tanto. Devido a ausência de armas de Artur, Jeffersson não poderia usar uma arma nem se quisesse. Seria uma luta com os punhos, oque desinteressou a maioria das pessoas, muito mais interessadas na luta da arena ao lado.

E na arena ao lado, se encontrava Thomas, o ultimo dos veteranos, contra Jove, um novato misterioso. Jove parecia ser mais novo que Thomas, mas olhava para seu oponente como se ele fosse uma criança. O garoto Jove Nil estava confiante e empolgado, mas diferente da confiança de Victória em sua luta contra Hegel, ou da insanidade de Tal contra Eien, ele não tinha nenhum pingo de adrenalina, era como se aquilo fosse um passeio num Parque para ele. E isto, vindo de um novato, surpreendeu a todos.

— O que está olhando com essa cara abobalhada...? Me subestimando? - Dizia Thomas, ainda mais emburrado que o seu normal. - Você está sem sorte garoto...

— Sem sorte? Eu? - Questionava Jove em tom ironico.

— Sim... Porque infelizmente você vai ser meu saco de pancadas. Vou gastar todo o meu mau homor em você, novato. - Thomas falava com um leve sorriso sádico, mas que não era forte o bastante para nublar sua expressão de raiva.

— Ah! Mas se quer me machucar tanto assim, por que não usa uma arma pra isso? - Essa foi uma frase chave, que abriu os portões do inferno interno de Thomas. A gota d'agua. - Eu não me importo de lutar de mãos limpas contra você armado.

Ninguém estava acreditando. Thomas riu.

— Ei Andersson, eu posso? Ele disse que não se importa. - Disse com os olhos clamando para que pudesse. Seu sorriso era de mais puro ódio.

Andersson um pouco receoso, decidiu permitir já que era responsabilidade de Jove aceitar ou não. Ele tinha a sensação de que Jove sabia bem no que estava se metendo. Quando olhava para o garoto com seus olhos, Andersson tentava avaliar sua experiência, mas para sua surpresa, ele não sabia dizer se Jove tinha ou não experiência. Pode não parecer, mas isso era algo muito esquisito para Andersson. Isso porque, Andersson tinha confiança em seu nível de leitura. Com sua experiência de membro oficial, avaliar a força de alguém era como ler um poster na parede. A maioria dos membros oficiais tem capacidade para isso, é algo comum no mundo dos adultos. Se Jove Nil fosse fraco, Andersson não se surpreenderia. Se Jove Nil fosse muito forte, Andersson também não se surpreenderia tanto assim. Mas o fato dele não conseguir ler se Jove era forte ou fraco, o incomodava muito. Para ele, todos ali eram Crianças, Jovens, e alguns poucos de 18 que mesmo assim não tinham nem metade da experiência dele. Mas Jove Nil era uma icognita até mesmo para Andersson. E não coincidentemente, Isaac e seu amigo que observavam as lutas, também não sabiam dizer se Jove era forte ou fraco. Algo de errado não parecia estar certo.

— É isso. Você está morto. - Proferiu Thomas empunhando uma espada comum. Espadas eram armas bem acessíveis para as pessoas daquele país. E nessa cidade, com essa Guilda de cavaleiros, era algo ainda mais recorrente de se ver.

Jove não se abalou nem um pouco. Pareceu ainda mais tranquilo.

— Essa luta... Eu nem sei o que esperar dela. - Comentou Victória surpresa.

— Não é óbvio? O ruivo vai fatiar o garoto desarmado. - Respondeu Rafael se referindo a Thomas.

— Eu não apostaria tanto assim no Thomas. - Disse Dulci incredula. - Ainda mais porque... Jove Nil parece saber usar Entity. Lembram?

Os dois irmãos haviam se esquecido disso. Ficaram confusos com a ressalva de Dulci.

— Em..diti... - Falou Victória pensativa.

— Entity... - Corrigiu Dulci com um suspiro carregado.

— Afinal, que diabos é isso? - Perguntou Rafael.

— Assim que ele usar, eu te explico. - Respondeu a garota, se divertindo com o mistério que fazia com eles.

Os dois ficaram futricados com a brincadeira dela, mas voltaram a observar a luta para descobrirem isso de uma vez.

— Comecem. - Ditou Andersson.

Thomas foi para cima de Jove, mas num impulso que surpreendeu quem assistia. Ele não demorou para alcançar o garoto com um golpe de espada mortal. Mas Jove se esquivou do golpe que por pouco não o acertou.

— Uh, você é bem rápido. Quase me pegou. - Disse ele com um sorriso no rosto.

— Você não viu nada... Se passou fome pára fugir dessa investida, não vai ter a mesma sorte contra as próximas.

— Você consegue ser ainda mais rápido então? - Jove continuava a brincar.

Nesse instante, Thomas atingiu um estado mental em que ele só podia falar consigo mesmo... Quase como a Dulci fez, Thomas teve em sua mente os seus últimos dias. Teve em sua mente os seus pensamentos mais recorrentes, estes sendo os responsáveis por tê-lo feito chegar até aqui.

"Mais um dia qualquer, numa Guilda idiota..." Era o que ele pensava todos os dias.

"Mais um dia inútil..."

"Mais um dia em vão..."

"Mais um dia de mentira..."

"Não importa o quanto eu me esforce..."

"Não importa o quanto eu treine..."

Em sua mente corriam fragmentos de memórias. O mesmo movimento que ele fez contra Jove, ele fazia isolado de todos. Uma investida com um ataque perfurante. Outra investida com um ataque perfurante. Inumeras investidas com ataques perfurantes.

"Tudo em vão..."

"Forçado a viver essa mentira... Tendo que conviver com esses idiotas todos os dias..."

"Patético. Patéticos."

"Se nem eu consigo... Por que vocês não desistem de uma vez?"

"Acham que podem ir mais longe do que eu?"

"Veteranos... Desistam."

"DESISTAM! ACORDEM! IDIOTAS!"

"E Novatos... Vocês nem tem o direito de tentar!"

"Olhar pra vocês me enoja. Vocês se esforçaram astronomicamente menos que eu!"

"Tenham respeito pelo meu esforço desistindo desse sonho ingênuo de vocês!"

"Caso o contrário, vou usar o meu esforço para derrubá-los!"

Ele havia voltado à realidade, seriamente concentrado.

— Pode apostar... Vou te furar tão rápido que você nem vai ver de onde veio. Porque essa é a nossa diferença. Estou aqui a muito mais tempo que você. Você é só um novato sonhador. - Proferiu sem arrependimentos.

— Pelo visto você tem orgulho de ser um veterano aqui. - Jove continuava tranquilo.

Thomas não esperou para investir novamente com um impulso impressionante. E o golpe mais uma vez não acertou Jove por muito pouco, que se esquivou para a direita atrapalhadamente.

Thomas se virou sem dizer nada, já atacando novamente com o mesmo movimento. O golpe passou a centimetros do corpo de Jove dessa vez. E Thomas ainda mais irritado, investiu seguidamente, mais uma vez errando o alvo.

— Você... - Thomas não estava acreditando.

— Nossa, essa passou perto... - Disse Jove mais uma vez.

— Você está... - Thomas engoliu o ódio. Precisava dele dentro de si para continuar concentrado. Voltou a rir prepotentemente. - Você está mesmo pedindo para morrer.

Enquanto isso na segunda arena, Artur acabara de cruzar socos com Jefferson, mas nenhum dos dois se afastou com os golpes que levaram simultaneamente no rosto. Artur socou com sua segunda mão, porém o golpe foi defendido por Jeffersson com seu braço livre, logo antes de se afastar de Artur com um salto para trás, pegar impulso e voltar a disparar socos em seu oponente, que por sua vez também aceitou o desafio e pulou para a trocação franca também.

— 1 ponto para ambos da Arena 1 pelos socos cruzados. Lembre-se que golpes defendidos não contam pontos. - Disse Andersson.

"Esse cara não é ruim." Pensava Artur, sentindo a dor de cada golpe que recebia defendendo-se com os braços, esquivando-se e contra atacando. Conforme o ritmo da troca de golpes aumentava, Artur se esforçava para manter-se a altura dos golpes do oponente no quesito velocidade de ataque e defesa.

Entretanto, do outro lado, Jeffersson também estava se esforçando.

"Esse cara não é nada ruim! Se ele continuar aumentando sua velocidade e força, seus golpes vão me machucar de verdade!" Era oque passava em sua cabeça. Acabara de receber um golpe de direita que o atordoou por 1 segundo, que foi tempo dele não conseguir ver o de esquerda quase arrancando sua cabeça fora! "Droga!" praguejou reunindo forças para chutar o rosto de Artur antes que fosse jogado completamente no chão.

Com isso, os dois caíram.

— 3 pontos para Artur, 2 Pontos para Jeffersson.

Jeffersson se levantou, ofegante e desanimado. E não demorou para que Artur fosse o próximo, porem animação era o que ele mais tinha, o garoto estava a todo vapor pronto para mais uma troca intensa. E ao ver isso, Jeffersson, suspirou envergonhado.

"Ele quer mais... Ele quer vencer." Pensou ele.

"Eu... Ainda tenho gás para isso?"

"Eu... Realmente quero continuar nisso?"

"Se fosse um oponente fácil... Mas, esse cara vai me dar tanto trabalho que..."

"Sinceramente, não vale a pena."

"Mesmo que eu vencesse... Após me machucar lutando com ele... O que eu ganharia?"

"Reconhecimento? Por vencer um novato? Até parece. Vão ver isso como sendo apenas a minha obrigação. No fim, isso tudo é em vão."

"Quer saber... Eu cansei. Se acham que vão me fazer se machucar aqui pra nada, estão enganados."

Ele soltou alguns risos antes de olhar para Artur com um sorriso e dizer

"Engulam essa."

— Eu me rendo.

Mais uma investida perfurante rasgava o vácuo com outra esquiva de Jove, já era a sétima vez.

— Poxa vida, essa foi realmente perto. Quase que não escapo. - Dizia Jove exageradamente surpreso.

Thomas ofegante, não estava acreditando naquilo.

"Sem chance... Aumentei a velocidade 7 vezes, e ele se esquivou na mesma proporção em todas elas..." Pensava sem saber como agir.

— Ele está... Brincando com Thomas. - Disse Dulci. - Jove Nil nunca esteve perto de receber o golpe dele. Ele se deixou em risco de propósito.

— O que? Ele é tão rápido assim? - Perguntava Rafael, surpreso.

— Já se cansou? Você estava quase conseguindo. - Disse Jove.

A esse ponto, Thomas respirou fundo para não explodir.

— Sim, eu me cansei. Por que não tenta me atacar? É a sua vez... Me mostre o que tem, novato de merda. Assim que se aproximar eu vou arrancar a sua cabeça! - Afirmou mostrando sua espada para o oponente, ameaçadoramente.

— Tem certeza? Quer terminar já?

— Sim, quero terminar sim. Vem pra cima e faz terminar!

— Eu estava pensando... Se você ficaria triste se eu te mostrasse minha habilidade de entity... Você parece ser um garoto bem orgulhoso.

Todos ali estavam estranhando o que estavam vendo.

Thomas gargalhou descontroladamente.

— PODE VIR! ME MOSTRA ISSO LOGO! GRANDE BOSTA! ENTITY É A COISA MAIS MANJADA QUE TEM! - Ele estava realmente alterado.

— Certo então... Senhoras e Senhores... Quem será que eu uso para isso? - Disse à plateia, que nada entendia.

Rafael e Victória não tiravam os olhos dele. Jove olhava para todos da plateia, indeciso, até que seus olhos encontraram os de Andersson. Um sorriso malicioso se desenhou em seu rosto.

— Encontrei. A escolha perfeita pra essa luta. - Disse ele.

— Que seria?

— Que seria a ideal para te mostrar, a diferença que há entre nós 2. - E essa frase soou desumilde demais para Thomas não perder a linha de novo. Ele achou ela uma piada, mas quando viu o que aconteceu segundos depois, perdeu a fala.

O que aconteceu foi que... De uma hora pra outra, o corpo de Jove começou a se transformar. Com uma luz dourada, era como se ele estivesse crescendo... Suas roupas começaram a mudar. Não era possível ver as mudanças precisamente, apenas uma figura dentro da luz dourada que sofria uma metamorfose. Uma rajada de vento se manifestou em volta da figura, enquanto os raios de luz difucultavam até mesmo a visão geral das pessoas ali. Apenas Andersson observava tudo sem piscar. Seus olhos pareciam surpresos com o que viam.

A transformação de Jove havia durado apenas 8 segundos, mas foi como uma eternidade. Finalizada ela, todos ali perderam a fala. Isso porque Jove havia se transformado em Andersson!

— O-O que? - Thomas gaguejava com o que via.

— O QUEEEE?! - Rafael gritou boqueaberto.

— Então... I-Isso é Entity, Dulci? - Perguntou Victória igualmente surpresa.

Até mesmo Dulci estava espantada com aquilo. Ela e todo o resto da plateia, até mesmo os membros oficiais, porem estes riam animados, com exceção de Andersson que analisava sua cópia em todos os aspectos possíveis.

— O cara virou o Andersson! - Disse Isaac aos risos. - Ei Andersson! Dois de você é demais pra mim!

Ele e seu amigo riam alto e em bom som, mas as conversas paralelas logo abafaram as risadas, todos estavam atônitos com aquilo.

— I-Incrivel! - Até mesmo Artur ainda em sua arena se impressionou.

— Dulciiiii! - Era Rafael gritando no ouvido dela. - Você disse que ia nos explicar! Explique, explique!

— A-ah... Bem... - Essa definitivamente não era uma boa hora para uma aula, mas ela decidiu falar rasamente já que havia lhes prometido. - Prestem atenção.

Os dois a olharam com toda a atenção do mundo, isso até mesmo assustou ela. Enquanto o resto da plateia continuava a conversar e Thomas mantinha-se pregado no mesmo lugar observando aquilo em sua frente, Dulci respirou fundo e iniciou a explicação.

— Nesse mundo, damos o nome de Entity a habilidades, digamos que, sobrenaturais... Diferente das Técnicas Especiais que são feitas apenas com elementos físicos naturais, as Técnicas de Entity são o que chamariamos de "Mágica", "Mágia", ou seja lá o que for.

— Magia... Então Entity é Magia? - Questionou Victória. - Eu já ouvi falar sobre Mágia, mas não sabia que Entity era isso.

— Sim... Mas não me entenda mal. Magia é Entity... Mas nem todo Entity é Mágia. - Esclareceu ela. - Magia é um elemento bem famoso, sabemos que Magos existem e não é tão difícil encontrar um por aí. Mas como devem saber, Magos utilizam Grimórios e Encantamentos proferidos oralmente para usarem Magia. Jove não possúi nenhum livro consigo, e nem disse nenhuma frase para se transformar. Então...

— Então... Jove não é um Mago. - Concluiu Rafael antes que ela pudesse fazê-lo.

— Isso. Bem, é algo bem complexo para lhes ensinar aqui, na verdade nem eu entendo tudo sobre Entity... Mas basicamente, existem vários tipos de coisas caracterizadas como Entity. Muito basicamente mesmo, se não me engano, existem 4 coisas chamadas de Raizes de Entity. Elas são: Mana, Aura, Manipulação e Interferência. Cada um de nós nasce com uma dessas 4 raizes. Mas não termina por aí... Porque cada Raiz possui 2 "sub-raizes" nelas, que são nessas Sub-Raizes onde as pessoas são definidas desde que nasceram. Ou seja... Existem 8 tipos diferentes de Entity... Por exemplo, a Raiz de "Mana", a ela pertencem duas categorias diferentes de usuários de Mana. Elas são: A famosa "Magia" que conhecemos, que os magos utilizam... E a rara Categoria chamada de "Incorporação". - Dulci explicou essa ultima com um tom bem sério. Victória e Rafael pareciam duas crianças hipnotizadas.

— I-Incorporação?! - Rafael não conseguiu conter o espanto.

— Sim... É uma famosa categoria, tão temida quanto é rara. Nunca vi alguém de Incorporação, e acho que nunca quero ver.

— Mas então... - Retomou Victória - A qual Raiz, e qual Categoria o Jove pertence? - Uma pergunta bem pertinente.

Dulci o olhou com atenção, e respondeu

— Por exclusão, já sabemos que ele não é um mago. E eu não acho que isso seja algo da categoria de incorporação. - Sintetizava Dulci, pensativa. - Ao meu palpite, sendo uma Habilidade que o permite se transformar nos outros, chuto que seja algo relacionado com "Beta", que é uma categoria da Raiz de "Aura", ou com "Metamorfose", que é uma categoria da Raiz de "Interferência". Embora Metamorfose possua princípios que conflitam com esse tipo de habilidade.

— Quantos nomes! - Rafael já estava tonto com tanta informação.

— Dulci, poderia nos ensinar mais sobre Entity depois? - Pediu Victória.

— Posso sim. Mas só se pararem de falar no meio da luta. Vamos prestar atenção para vermos mais sobre o Jove. - Entoou sendo um pouco rígida, mas ficou feliz ao ver que eles a obedeceram como boas crianças.

De volta à arena, o clima não era dos melhores. Diferente do que pensou que faria, Thomas estava tremendo. Era a primeira vez que ele enfrentava alguém com Entity. E estar frente a frente com um projeto de Andersson o intimidava muito. Era demasiadamente desconfortável.

— Thomas... Você não está preparado. - Proferiu o clone de Andersson, com a exata mesma voz do original.

O clone era identico, até as roupas haviam se transformado na armadura de cavaleiro. O mesmo brutamontes de 2 metros, com sua presença esmagadora e sua voz assustadora. Era de fato um pesadelo na terra para Thomas, que começou a ser bombardeado com os fantasmas que o perturbavam. Isso porque a frase que Jove disse como Andersson não podia dar mais gatilho no garoto. Foi como se ele soubesse exatamente o que dizer para terminar de traumatizá-lo.

"Você não está preparado."

Essa frase gritou em sua mente milhares de vezes em segundos. Ali, Thomas deu a volta ao mundo a pé, e perdeu o controle. Assim como para Eien, nada mais lhe importava. Dane-se.

"ANDERSSOOOOOOOOOOOOOOOOOON!! PERFEITO!! NÃO TEM PRAZER MELHOR DO QUE ACABAR COM VOCÊ!!" Pensou sorrindo e se posicionando com ódio nos olhos.

Jove, que seria quem atacaria, repentinamente virou o alvo mais uma vez.

Naquele momento, todos os dias de treinamento de Thomas foram relembrados.

"Não estou preparado?"

"Quem você pensa que é pra decidir isso?!"

"Você nos enganou!"

"Isso é culpa sua!"

"VOCÊ É O VERDADEIRO LADRÃO DE SONHOS AQUI!"

O garoto levantou seu cotovelo para trás, com a espada apontada para frente enquanto fitava Jove ameaçadoramente. Ele usaria sua técnica ali, de uma vez por todas.

— Tecnicas Especiais... Tecnicas de Entity... Qual a diferença? - Disse sorrindo de raiva. - Aqui vai a minha mais poderosa! Eu a batizei com o nome de... Estocagem!

Thomas partiu com um impulso maior do que qualquer outro, com o braço estendido com a espada que fatiava o ar com uma luz vermelha, como um raio.

"Essa é a habilidade que eu treinei por tanto tempo! Esse é o nível que eu atingi! Para no fim você me tratar como lixo! Engula essa espada e se desculpe com os nossos sonhos, no inferno!"

O contra-ataque de Jove foi simples e arrematador. Sem demonstrar esforço, o clone de Andersson deixou Thomas se aproximar o suficiente para que ele se esquivasse mais uma vez. Thomas passou pelo cavaleiro, indo parar no fim da arena, quase saindo para fora.

...

Thomas estava pálido. Com os olhos arregalados e trêmulos ele olhou para trás, sem palavras, onde pôde ver e ouvir a cena que o fez perder as forças para continuar aquilo.

— Essa passou bem perto... Você quase me acertou. - A voz de Andersson destruia o interior do garoto, enquanto o clone sorria com a mão direita sob a nuca. - Quer tentar de novo?

...

— Já... Já chega... - O garoto se retirou da arena com a cabeça abaixada. - Você venceu... Parabéns.

E com a entrega da vitória de Thomas, ele continuou andando para longe de lá, de cabeça abaixa, até desaparecer nos corredores do castelo adentro. Jeffersson vendo-o sair, não pôde fazer nada alem de demonstrar um misto de tristeza e raiva. Artur na arena, Dulci, Victória e Rafael na plateia, nem sabiam o que pensar.

— Estão encerradas as duas ultimas lutas. Com isso, eu anuncio o fim do teste de hoje.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo!