Gênesis — A Odisseia, parte I escrita por castor


Capítulo 1
Capítulo I — Boa noite, querida Aldacior


Notas iniciais do capítulo

Irra dps de mto tempo tentando escrever, eu vou finalmente postar esse troço. Espero que gostem, e o segundo capítulo espero postar logo logo.



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Atravessando a grande floresta uivante, passando pelas colinas floridas e pelo imenso lago Corx, você avistaria um muro de tijolos esbranquiçados que rodeava uma pequena vila em crescente desenvolvimento que era carinhosamente chamada por seus habitantes de Aldacior, O Berço do Carisma. Era afastada das demais vilas e demais reinos, mencionada como um presente divino para aqueles de coração nobre e bravo em histórias daqueles que viviam mais próximo da área comercial do reino. Mas a grande realidade era a de ser apenas uma vila longe das demais.

Recheada de pessoas simpáticas, Aldacior era conhecida por ser uma vila extremamente hospedeira e aconchegante, era lá onde havia as melhores vistas que você poderia um dia ver. Havia a melhor visão para se apreciar o sol nascente, o sol poente e a noite estrelada. Até a vegetação parecia gostar de lá, sendo assim, Aldacior possuía as flores mais coloridas e cheirosas, as árvores mais fartas e saudáveis, a grama mais verde e radiante. Era realmente uma vila digna de contos de fadas.

Embora toda essa beleza natural, pessoas de outros reinos, vilas e vilarejos jamais atreveriam topar uma expedição para Aldacior, devido às lendas e mistérios que circulavam por todos lugares sobre a perigosa viagem e perigosas criaturas que supostamente moravam lá. Tolice, claro, mas estamos falando de uma época em que era impossível de se provar que criaturas malignas e árvores devoradoras de gente eram verdade, e mais impossível ainda de se provar que não eram.

Mas assim como qualquer lugar, Aldacior possuía suas figurinhas carimbadas, pessoas que se destacavam por ter alguma qualidade tão impressionante que valia a pena ser lembrada e admirada o tempo todo. Era o caso de Fandral, Hogun e Volstagg, Os Três Guerreiros. Juntos, eles lutaram as maiores guerras que Aldacior já vira. Ninguém ao certo sabia como eram essas guerra e lutas que os três insistiam em ir sozinhos, mas com certeza eram épicas.

Fandral era o mais carismático de todos, e consequentemente o mais mulherengo. Era bom de papo, o que atraía diversos seguidores: mulheres que caíam em seu charme e homens que almejavam aprender todos os flertes do herói. Fandral era loiro, alto e esbelto, tinha os olhos azuis acinzentados, capaz de hipnotizar a qualquer moça indefesa que ousar cruzar olhares com ele.

Já Volstagg era um grandalhão desengonçado. Na verdade, ninguém sabia explicar o por quê dele sempre estar no meio das aventuras, já que era um grande covardão. Vários já o flagraram soltando gritos agudos quando ocasionalmente cruzava com algum rato nas ruas e vielas. Mas tirando isso, Volstagg fazia a alegria das crianças. Sempre gargalhando, o grandão ruivo barbudo era sempre visto contando histórias épicas para as mesmas da vila. Se você olhasse para os olhos dessas, veriam que brilhavam esperançosos e inspirados.

E por fim Hogun, esse sim era um mistério. Todos temiam Hogun, e com razão. Não havia um qualquer que soubesse algo sobre o rapaz. Não sabiam de onde veio, para onde iria, como chegou em Aldacior e nem se Hogun é mesmo seu verdadeiro nome. Hogun vivia frequentando os aposentos e lojas mais esquisitos que haviam na vila, que por algum motivo, e que absolutamente ninguém queria descobrir, só abriam de noite. Hogun possuía traços estrangeiros, de uma vasta região que posteriormente seria conhecida por Ásia; suas vestes e armaduras eram diferentes das que os demais guerreiros de Aldacior usavam em suas batalhas e bom, acho que não seria preciso dizer que ele com certeza era um dos melhores guerreiros da região, senão O melhor.

E tínhamos Thor, que não era exatamente um herói da cidade, mas os ajudava já que ele era o ferreiro mais “famoso”, por assim dizer, de Aldacior. Ficou conhecido por simples comentários dos verdadeiros heróis. Para exemplificar, seria quando perguntado onde conseguira aquele machado e Volstagg respondera desinteressado: “Com Odinson, no topo da colina”. Como todos os homens e garotos queriam sentir um pouquinho da glória do grandalhão, Thor vivia cheio de pedidos de espadas, machados, adagas e punhais “mais potentes que os dos Três Guerreiros”.

Embora lotado de encomendas, Thor resolveu tirar uma noite de folga para uma ocasião especial. Uma noite específica, importante para todos da vila e em breve para ele e Jane Foster, sua amada e em logo noiva. Teria finalmente chegado a grande festa de outono, quando toda a vila comemorava os laços de amizade e companheirismo entre os aldeões. 

A Grande Festa era memorável em Aldacior, uma noite onde todos colocam suas mesas no centro das ruas e vielas e as enchem das mais variadas comidas, sobremesas e bebidas. Havia também muita música, de todos os tipos e vários músicos aproveitavam essa noite para coletar o maior número de moedas que conseguir, já que as pessoas na festa estão mais solidárias e, claro, bêbadas; além de conseguir divulgar suas poesias. 

Acontecia também várias encenações sobre grandes acontecimentos em que Aldacior participou ou que aconteceram por lá mesmo. Nos últimos tempos, as peças vieram contando as aventuras mais épicas do Três Guerreiros, esses sempre sendo os convidados de honra do atores. 

Já podendo ouvir algumas cantorias na rua, Thor se apressa, dando uma última olhada na aliança de noivado que havia ele mesmo forjado. A aliança era de cobre, com uma série de linhas que se entrelaçavam e formavam um padrão com furos no meio, esses furos era preenchidos por minúsculas pedrinhas de rubi, nas quais o rapaz robusto e de cabelos dourados teve uma dificuldade enorme em encontrar em uma caverna um tanto distante numa floresta próxima dali. Sentia-se orgulhoso de seu trabalho. 

Com um sorriso um tanto bobo no rosto, Thor recolhe a jóia em um pequeno saco, e o coloca em um de seus bolsos. Deu mais uma ajeitada nos pulsos de sua camisa e pôs-se à caminho da casa dos Fosters.

Ansioso, Thor tentava não enlouquecer com as paranoias que assombravam sua cabeça. E se Jane disser não? Pior! E se os pais dela disserem não? Afinal, ele precisaria da benção desses para poder prosseguir com o casório. Mas que loucura era aquela? Jane era órfã… E se, na verdade, Thor não estava preparado para tal responsabilidade? É! Talvez ele estivesse se precipitando! Indo rápido demais… Para espantar os pensamentos, o rapaz suspira e resolve dar sua atenção, por hora, às pessoas ao seu redor. A noite ainda estava começando, mas já era possível ver pessoas completamente bêbadas.

Algumas das mesas já estavam sendo preenchidas por doces e perus imensos. Thor cumprimenta uma senhora que colocava uma cesta de frutas no centro de uma das imensas mesas. Generosa, a velha lhe joga uma maçã e ele agradece acenando com a cabeça.

Passando pela praça central de Aldacior, era possível ver três palcos sendo montados. Já haviam colocado vários objetos de cena, cada plataforma estava quase pronta e já era possível visualizar bem os lugares que cada uma iria representar. Ali ao lado era possível ver Volstagg brincando com algumas crianças. Ele fingia ser um grande troll, enquanto os pequenos o batiam com gravetos em suas pernas. Volstagg gargalhava muito, o que fazia com que as pessoas ao redor dele se contagiassem com risadas. 

Mas um barulho chamou sua atenção. Algo havia se mexido numa viela sem saída próxima à ele. Thor se aproxima da viela e um vulto passa correndo. Em um ato espontâneo, o loiro recua uns passos, mas sua curiosidade não é abalada. A viela era estreita, escura e fria, com vários entulhos jogados ali, como caixotes, palhas, barris e ferramentas de ferro e cobre que já não eram mais úteis. Se aproximando de uma pilha de caixa de madeira, Thor empurra com força a caixa do topo.

Um gato.

Que, assustado, correu para longe.

Ainda desconfiado, Thor varre o local com seu olhar até ter certeza que não havia nada de suspeito para se preocupar. Sem muitas provas, ele volta ao seu caminho para os Fosters; estava quase chegando e já podia sentir o memorável cheiro da torta de frutas de Jane.

Os Fosters, por muitos anos, foram uma família bastante respeitada. Conhecidos como os sábios de Aldacior, sabiam de histórias, fatos e curas para diversas doenças. Não eram exatamente médicos, mas doenças corriqueiras eram facilmente resolvidas por eles. Haviam sim aqueles que os condenavam e os classificavam como bruxos e feiticeiros, mas quando o medo apertava era para eles que os acusadores corriam.

As acusações aos Fosters de bruxaria aumentaram quando os pais de Jane morreram em um acidente esquisito e misterioso ocorrido durante um experimento que faziam juntamente à um amigo de família, Erik Selvig; esse se livrou das acusações de bruxaria, mas fora taxado de louco após relatar o que havia acontecido naquele fatídico dia. Assim, Jane Foster herdou o título de curandeira da cidade ajudando à todos de Aldacior com suas invenções e receitas médicas.

Com dois vasos gigantes nos braços, Jane decorava junto à sua amiga Darcy Lewis o exterior da casa. A mesa de jantar já estava no centro da rua com suas cadeiras sendo decorada por Darcy com frutas, frutos e outros acessórios. Foster coloca os dois vasos que carregava um de cada lado da porta de entrada e pôs-se a ajudar Lewis.

— Está nervosa? — Darcy pergunta, puxando o pano de mesa para acertar seu alinhamento.

— Nervosa? Nervosa com o quê exatamente? — Lewis sente uma leve inquietação de Jane.

— Não é hoje que vai pedir Thor em casamento? 

Diferente da maioria da mulheres que moram em Aldacior, Jane Foster foi criada por Erik, o cientista lunático que repudiava tudo aquilo que poderia atrapalhar o avanço de seus experimentos e da ciência. Uma dessas coisas eram os velhos costumes que todas as vilas, cidades e feudos insistiam em seguir e orgulhar-se. Sendo assim, Jane cresceu acreditando que era capaz de fazer tudo aquilo que, aos olhos dos outros, era esquisito, ou proibido, ou repugnante. No caso, tomar uma iniciativa e pedir um homem em casamento.

Jane sorri um tanto nervosa ao lembrar do que estava prestes a fazer.

— Por incrível que pareça, eu estou calma… — Darcy levanta as sobrancelhas, descrente. — É verdade! Tenho total consciência do que estou fazendo e tenho certeza de que Thor vai aceitar! Ele não é como os outros…

— Hmmm, acha que consegue manter essa pose toda, lindona? Porque ele ‘tá vindo aí…

Jane imediatamente se vira e tromba com um poste loiro, alto e musculoso, prostrado quietamente atrás de si. Ele carregava um sorriso bobo e cínico nos lábios. “Te assustei?”, pergunta com a voz propositalmente lenta e sarcástica, obviamente fazia aquilo para irritar a garota. 

“Idiota…” Ela ri, enquanto o grandalhão de ombros largos lhe beijava a testa. Jane então o guia para dentro da casa, essa completamente decorada com pinhas, laços amarelos, cestas de frutas e alguns enfeites de animais entalhados na madeira e decorados nas prateleiras da casa. Da cozinha sentia-se um misto de aromas doces e salgados. Do corredor do hall de entrada era possível ver o marido de Darcy removendo um peru gigantesco de dentro do forno e colocando-o no centro da bancada, rodeada de tortas tanto salgadas, quanto doces.

Jane leva Thor para a sala de estar, onde já se encontravam Odin e Frigga, conversando animadamente com Erik sobre as recentes descobertas e teorias que o velho cientista havia feito. Odin parecia interessadíssimo nas teorias de Erik e mexia-se cada vez mais para frente da poltrona para ouvir com mais atenção às coisas que o amigo contava. Frigga mantinha sua postura, bebericando uma xícara de chá. Havia uma lareira acessa e trazia um ambiente mais aconchegado e acolhedor para o local, combinando perfeitamente com a celebração em questão e a enfatizando mais ainda.

Varrendo a sala e cumprimentando seus pais e Erik com um acenar de cabeça, Thor finalmente repara numa sombra prostrada ao lado da janela, com um olhar sarcástico e entediado para a conversa dos mais velhos. Vestia uma túnica verde, com as mangas amareladas e com alguns detalhes geométricos nos punhos. Em suas mãos um pedaço de pão e na beirada da janela uma taça com vinho.

Loki.

— Irmão! — Grita Thor, sem notar que elevara sua voz. Todos da sala levam um susto, dando um leve pulinho. — Estou tão feliz que esteja aqui!

Praticamente correndo, Thor agarra Loki, dando-lhe um abraço longo e apertado, quase sufocando o mais novo com os próprios braços. Loki é levantado do chão tamanha era a empolgação de seu irmão mais velho. Jane ria baixinho do portal da sala, enquanto Frigga abraçava levemente Odin, feliz com o afeto de seus dois filhos. Loki, reparando na cara divertida de todos presentes, revira os olhos e seu semblante muda para alguém quase sem ar e completamente enojado.

Ele suspira.

— Oi, Thor. — Loki solta um engasgo ao ser ainda mais apertado quando disse algo. “Acho melhor soltá-lo, Thor. Ele está ficando um pouco roxo…” Diz Jane, rindo.

— É claro! Perdão, meu irmão. Jamais pensei que estaria aqui realmente. — Agora no chão, Loki esboçava uma cara nervosa pela vergonha que acabara de passar. As maçãs de seu rosto aparentavam estar rosadas.

— Tive que vir depois do escândalo que mamãe fez para que eu viesse. 

— E não me arrependo de tê-lo feito. — Frigga dá um gole em seu chá. — Me agradeça depois, quando essa maravilhosa noite tiver acabado e você estiver arrependido por cogitar não ter vindo.

— Sei…

— Ah, Loki! Mamãe está certa, hoje a noite vai ser incrível. Tenho total absoluta disso. — Diz Thor sacudindo os ombros do irmão.

Sem querer entregar os pontos, Loki apenas bufou, revirando os olhos enquanto seu irmão finalmente o deixava em paz, dando dois tapinhas em seu ombro antes de deixar a sala junto com seus pais, Jane e Erik. O rapaz de cabelos compridos e negros volta sua atenção para a janela, voltando a observar o animal que observava antes de seu irmão tê-lo interrompido. 

Um cervo comia um tufo de grama que jazia próxima à uma janelinha do porão dos Foster. O animal o cheira de cima para baixo, de um lado para outro e quando sentiu que era seguro comer a grama, uma luz azul se acende vinda da janelinha, tão intensa que iluminou todo o pequeno bosque atrás da casa, assustando o cervo e despertando o interesse de Loki. Talvez ele iria prestar mais atenção ao que Erik diria agora.

Frigga aparece na sala, acordando Loki de seus pensamentos:

— Vamos meu filho, o banquete já vai começar e teu irmão tem algo importante para contar.

Loki deu mais uma espiada na janela. A luz havia sumido.

Ele solta um suspiro e se arrasta na direção de sua mãe.


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Notas finais do capítulo

Erros ortográficos e de sentido (?) não são propositais, eu fiquei com preguiça de corrigir, me desculpe.

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