Lúcifer's Legacie escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 36
Kendra Hilferty




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P.O.V. Edward.

Me levou um tempo, mas eu a encontrei. A mulher que eu conhecia como Emily, agora é Kendra Hilferty. Devem entender, antigamente não haviam sobrenomes para os comuns, os servos. Ou você era realeza ou você era ninguém.

Tornei-me muito bom em me esconder, me misturar. Mesmo com esta face e este corpo horríveis. Entrei no apartamento que apesar de parecer pequeno e um muquifo por fora era enorme e luxuoso por dentro.

—Eu me perguntava quando você ia aparecer.

Aquela voz. Aquela voz ressoante. Sirenes tem esse truque. Elas podem cantar lindamente, mas sua voz pode soar como mais de uma voz por vez. Uma sirena sozinha pode falar ou cantar com o poder de mil vozes. As vezes, como agora... sua voz tem um efeito de eco. É um meio para assustar marinheiros desavisados.

—Conheço seus truques, Emily. Sei que está sozinha.

E no fim... ela não estava. Tinha um exército com ela. E elas me apontaram tridentes afiados.

—Eu duvido. Olhe pra você, Edward. Ainda amaldiçoado, ainda é agressivamente feio por fora quanto é por dentro. Mas, gostei do novo visual. De peludo com presas para tatuagens e cicatrizes.

Sim. A maldição de Emily era adaptável. Ela adaptava-se com o passar das eras, para que eu jamais, jamais atingisse qualquer padrão de beleza imposto por qualquer Era. Se ser mais gordinho era o ideal, eu tornava-me esquelético, se ser mais magrinho era o ideal, eu tornava-me obeso. A única constante eram os meus olhos e meus lábios. Olhos sempre azuis e bem, meus lábios. O formato deles.

E ela continuava bela. Absolutamente perfeita. Jovem e bela, literalmente resplandescente.

—Um passarinho verde me contou que tem barcos pesqueiros, usando sonares e praticando pesca predatória. E imagine a minha surpresa quando eu descubro que estes barcos pertencem á Lancaster Corp. Você e eu temos nossas... diferenças. É verdade. Mas, ninguém fere minhas irmãs! Está deixando-as á míngua! Matando crianças!

—Não. Eu não estou.

—A Empresa é sua Edward! É sua responsabilidade!

Senti a lâmina do tridente perfurando a minha carne.

—Eu não estou fazendo isso. Eu não sou mais quem eu era.

—Eu duvido.

—Emily, prometo que vou descobrir quem está fazendo isso e parar.

—Você e suas promessas! Suas promessas vazias!

—Ainda está magoada pelo o que aconteceu? É claro. Sereias não amam como os humanos, com vocês é para sempre. Literalmente.

Ela fez para mim o barulho que faz um gato arrisco. Um silvo.

—Estou apenas constatando um fato. Estudei tudo que pude sobre sua raça depois da maldição. Sei que não precisam estar na água pra viver. Que podem ficar o quanto quiserem longe dela, enquanto possuírem um talismã. Mas, se alguém rouba o seu talismã... ele rouba sua vontade.

—Você roubou algum talismã?

—Não. Mas, sei quem roubou.

—Quem?

—Digo se me livrar desta maldição. Só precisa dizer as três palavrinhas mágicas.

—A informação primeiro.

—Não.

—Eu confiei em você á muito tempo e olhe como eu acabei. É sua vez de confiar em mim. Ás vezes, devemos dar um passo na fé primeiro, a confiança vem depois.

Respirei fundo.

—Elias Kingston. Ele é meu associado. Convidei-o para um coquetel em minha casa e ele pegou um dos talismãs.

—Então, você roubou primeiro!

—Eu ia devolver! Estou devolvendo talismãs de sereias á trezentos e quarenta e cinco anos!

—É verdade, irmã. Ele me deu minha liberdade de volta.

—Então, Elias Kingston está ciente da existência do meu povo. Ele está usando sua empresa para praticar pesca predatória e colocar armas sônicas na água e obrigar as sirenas á vir para terra firme e quando elas vem... ele rouba sua liberdade, literalmente.

—Exato.

—Então, devemos fazê-lo pagar por isso.

P.O.V. Kendra.

Infelizmente, Edward está certo. Sobre as sirenas e o amor. 

Sirenas, sereias, bruxas. É a mesma coisa. 

E Elias Kingston, que por acaso é o dono da Kingston Corp. E pai do agora bestificado Kyle Mauricinho Kingston. Talvez, Kyle possa servir como aliado. Porque eu vou salvar o meu povo, minhas irmãs. Custe o que custar e doa a quem doer.


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