Better Man escrita por Georgia S


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

E aí, gente! ♥
Minha nossa, há quanto tempo (em todos os sentidos)! Nem sei ao certo quando foi a última vez em que realmente apareci por aqui, mas eu tenho meus motivos. E bom, o que importa é que resolvi dar uma passadinha por aqui pra que não esqueçam de mim tão facilmente hahaha.
Essa fanfic foi escrita ontem, de uma vez só. Ainda nem acredito que isso realmente aconteceu, ainda mais levando em consideração que não é o meu casal de costume e que eu gostei do resultado a ponto de querer postar. Sério, fazia tempo que eu não conseguia concluir a escrita de uma ideia... o que faz com que essas quase duas mil palavras signifiquem bastante pra mim. E bom, devo todos os meus agradecimentos à Warnella, que me encantou completamente com seu amor tão forte e único. Espero que essa one shot aqueça o coração de vocês como aqueceu o meu.
Enfim, espero que gostem. Boa leitura!



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Passa das oito da noite quando termino de organizar a cozinha e me encaminho para a sala de estar na intenção de me juntar ao restante da família, o que significa me aconchegar em Aaron e brincar com Olivia até que ela fique sonolenta e nos mande para a cama junto. Em seus recentes 5 anos de idade, a garotinha é pura energia e características misturadas: olhos verdes do pai, cabelos volumosos e castanhos da mãe. Adoravelmente única.

Não me surpreende encontrar meu marido envolvido em uma conversa com nossa filha, a testa franzida em concentração e as mãos ocupadas com peças de Lego de diferentes cores. Pelo que posso notar, elas estão construindo um castelo; ou melhor, Olivia está construindo um castelo. Aaron só está admirando-a feito o bobo que é por ela e respondendo às suas mais variadas perguntas. Eu sorrio, sentindo o coração ser preenchido por uma energia que só pode ser abastecida pelo mais puro e verdadeiro amor.

Anuncio minha chegada com passos barulhentos e me sento no chão ao lado de Aaron, que não perde tempo em me trazer para o mais próximo possível de seu corpo. Eu não reclamo enquanto sou colocada entre suas pernas e viro o rosto em sua direção para beijá-lo levemente.

— Amanhã vamos fazer lasanha e a louça será toda sua — falo. — E não adianta reclamar.

Ouço e sinto-o rir atrás de mim.

— Ainda vou convencer você a comprar comida pronta. Você vai ver.

Reviro os olhos.

— Pode sonhar, Aaron. É de graça, afinal.

Ele ri mais e tira do meu pescoço alguns fios de cabelo que escaparam do meu rabo de cavalo para poder me beijar ali. Ele está enganado se acha que pode me ganhar com esse carinho extra, mas não nego seu toque. Não quando ele é tudo de mais familiar e incrível no mundo.

Foco o olhar em Olivia, que agora está fazendo um bico extremamente fofo por não conseguir encaixar uma peça vermelha pequena no lugar em que quer. Eu rio e, antes que possa fazer algum movimento para tentar ajudá-la, ela solta a peça com raiva no chão.

— Merda — ouço-a resmungar e arregalo os olhos, surpresa.

Sinto Aaron congelar atrás de mim, aparentemente também surpreso. Nossa pequena filha realmente acabou de xingar?

— Olivia, querida, o que você acabou de falar? — pergunto.

Ela me encara com a réplica perfeita da íris profundamente verde do pai, aparentemente confusa por uma razão ou outra que não consigo entender, mas que presumo ser apenas seu desconhecimento acerca do peso da palavra que acabou de proferir.

— Merda — ela repete. — É o que o tio Kenji fala está com raiva. E eu estou com raiva agora.

Aaron bufa atrás de mim.

— É claro. Quem mais poderia ter ensinado a Olivia algo assim? Eu vou matá-lo.

Sei que ele está brincando e abro minha boca para retrucar sua fala, mas Olivia é mais rápida que eu e diz, enrugando a testa:

— Não diga isso, papai. Só pessoas más matam e você não é mau.

Sinto a intensidade das palavras dela atingir não somente a mim, mas principalmente a Aaron, que fica tenso de um jeito que não posso simplesmente não perceber. Rapidamente, no entanto, ele transparece relaxar e inclina-se de maneira que seu rosto encaixa no meu ombro e deixa-o mais próximo da filha, que é a quem direciona sua fala.

— Meu doce, eu não vou fazer isso de verdade com o tio Kenji. É só um jeito de falar — ele explica. — Mas não repita essa palavra, tudo bem? Ela é feia e meninas bonitas como você não devem falar coisas feias.

Olivia sorri e assente.

— Tudo bem, papai.

Busco a mão de Aaron e aperto-a, em um sinal de reconforto. É como se eu estivesse dizendo você fez a coisa certa e vou me ver com Kenji depois, mas sem realmente proferir algo. Não é preciso, afinal. Ele retribui o aperto e me puxa para que eu me apoie totalmente em seu peito sólido, mas confortável e absolutamente cheiroso. Olivia encontra uma peça que encaixe no espaço que queria e, subitamente, o cômodo é envolvido por silêncio. Mas ainda posso ouvir os ruídos que os pensamentos de Aaron produzem por um bom tempo.

+++++

Após um banho rápido e relaxante, saio do banheiro com uma toalha enrolada em meu corpo e, ao chegar no quarto, me deparo com Aaron deitado na cama com as mãos no rosto. Mesmo no escuro parcial, posso ver sua expressão preocupada e caminho até estar sentada no colchão. Ele não se move. Deixo minhas mãos se perderem entre seus claros fios lisos e macios e acaricio seu couro cabeludo.

— O que há de errado, Aaron? — pergunto. Não há resposta além de um resmungo abafado que me faz rir nasalmente. — Fale comigo.

Levantando-se em um impulso, ele senta com os cotovelos apoiados nos joelhos. Sabendo que não pode me enganar nem querendo muito, ele suspira e compartilha comigo o que o está atormentando.

— Não consigo parar de pensar no que a Olivia falou.

De início, não entendo do que ele está falando… até que o faço.

— Aaron, não há o que pensar demais sobre o que nossa filha falou. Ela se equivocou apenas em um ponto e definitivamente não foi quando afirmou que você é uma pessoa boa, porque é isso que você é. Você é completamente bom e amável e generoso.

Olhos levemente brilhantes me encaram diretamente e eu sinto uma fisgada boa no coração, apesar de não permitir que a aflição em meu peito seja suavizada por perceber que ele não acredita completamente em minhas palavras. Me arrasto na beirada do colchão até que seja possível abraçar o tronco de Aaron e ele responde envolvendo um braço em minha cintura.

— Eu não sei. Ainda tenho medo de qualquer dia acabar descobrindo que um dos meu maiores pesadelos é realidade e que sou exatamente como ele era, Ella. Não consigo suportar essa ideia. Prefiro morrer a ser como ele.

— Ei, ei, não — eu meio o repreendo, meio o consolo. Não o julgo por seus medos por saber que todos nós os possuímos, mas definitivamente não o deixarei cultivar uma ideia absurda assim. — Você não tem como ser como ele porque você é um homem melhor, Aaron. Você escolheu ser melhor desde sempre, ainda que não perceba isso. E você precisa parar de se torturar por algo que não tem a menor chance de acontecer. É impossível você se tornar alguém como seu pai, está me ouvindo? Você é melhor. E o fato de você tentar ser ainda melhor a cada dia me faz te amar mais.

Ele solta um suspiro audível e me aperta contra si, deixando um beijo na minha têmpora.

— Eu… obrigado, amor. Vou tentar não deixar isso ocupar mais minha mente, certo? Não garanto que vou conseguir, mas vou tentar. E eu também te amo. Tanto que não consigo fazer jus a isso.

Eu sorrio, porque sei que é verdade. Me sinto da mesma forma.

Com um rápido movimento, me ponho no colo do meu marido. Ele não demora a me apoiar entre seus braços e a me beijar como só ele sabe, fazendo meus mais profundos e intensos desejos e reações acordarem com apenas toques. Separo-me dele a contragosto, mas sabendo que vai valer a pena.

Com um sorriso contido, penso em como não poderia haver situação melhor que aquela para o que eu queria fazer já há alguns dias e não sabia ao certo como. A verdade é que nenhuma ideia elaborada poderia superar a espontaneidade que momentos casuais, simples e genuínos carregavam consigo.

— Eu preciso te falar uma coisa — murmuro, fingindo fugir de seus beijos e retribuindo todos ao mesmo tempo.

— Sou só ouvidos, amor — ele responde e esconde o rosto em meu pescoço, onde começa a distribuir beijos de boca aberta que me deixam ligeiramente tonta. — Pode falar.

— Preciso que você seja… — ofego com um chupão que é dado na base da minha garganta. — ...um corpo humano completo, Aaron, e não só os ouvidos. Não consigo me concentrar com você fazendo essas coisas comigo, droga.

Ele ri e deixa um último beijo em meu queixo antes de se afastar para poder me encarar diretamente.

— Oh, tudo bem. Pode falar. Agora sou um corpo inteiro de atenção só para você.

Respiro fundo para tentar recuperar o fôlego e me estabilizar.

— Ótimo, porque você vai precisar. O que eu tenho para dizer é algo que descobri há quase uma semana e estive tentando preparar algo para poder te contar. Eu tentei ser criativa e fiz minhas pesquisas, mas acabei de perceber que não preciso disso tudo. Eu só preciso dizer e vai ser único do seu próprio jeito.

— Meu amor, não estou entendendo nada. Apenas diga logo.

— Você é um estraga prazeres, mas eu te amo mesmo assim. Quero dizer, nós. Nós te amamos. Eu, Olivia e nosso próximo filho. Ou filha. Você vai ser pai de novo, Aaron. O melhor pai de todos.

Um, dois, três, quatro, cinco segundos de silêncio e calmaria passam até que Aaron reage com braços firmes e ao mesmo tempo cuidadosos me envolvendo em um abraço de corpo e alma. Seu coração bate rápido assim como o meu, ambos desejando mostrar o quão estão em êxtase pela notícia.

— Minha nossa, Ella. Nós vamos ter mais um bebê! Você está grávida. Estou tão feliz. Você está grávida e eu te amo. E eu amo nosso filho ou filha também e não esqueça que eu amo Olivia. Eu amo vocês todos — ele fala, sorrindo tão aberta e sinceramente que é simplesmente impossível não retribuir.

— É recíproco, Aaron — eu me vejo dizendo entre algumas lágrimas que teimam em cair por meu rosto. — Eu te amo tanto. Obrigada por existir e por me amar.

— Eu que te devo agradecimentos, Ella — ele fala, tão emocionado quanto eu. — Você é tudo o que eu nunca pude deixar de amar e que nunca irei deixar de amar. Eu nunca vou parar de te amar, você entende? Eu só sou capaz de te amar mais. Obrigado por me amar de volta de todas essas formas possíveis.

E eu o abraço mais, com tudo o que fui e sou e quero ser porque não encontro outra forma de expressar o que sinto por ele. Sinto-o retribuir o contato com a mesma urgência e não posso deixar de pensar em como somos exatamente o que o outro precisa. Às vezes, acho que fomos feitos exatamente um para o outro. Como... almas gêmeas. Não importa o quê, iremos sempre atrair um ao outro de volta.

Porque nosso lugar é exatamente nos braços um do outro. Perdidos em nossos próprios corpos e pensamentos e sensações e vidas entrelaçadas. Completando-nos de maneira tão singular e especial. Para sempre.


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Notas finais do capítulo

E então, o que me dizem? Torço mesmo pra que o fato de eu estar enferrujada não tenha deixado a escrita maçante. Estou querendo super saber suas opiniões! Por favor, comentem. Quem sabe logo, logo não volto com mais algumas histórias?
Bom, por agora é isso. Até mais!
XOXO



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