Heart to Heart escrita por Fofura


Capítulo 5
Quem precisa de imaginação?


Notas iniciais do capítulo

Hey strangeeeers!
Finalmente chegamos no capítulo final e eu espero muito que na quinta temporada tenhamos mais momentos Jopper fofíssimos sem essa palhaçada de "tantos dias depois"
Vamos pra parte final dessa short-fic xodózin ♥ Obrigada a todos que estão acompanhando e um obrigada especial ao The Mando que recomendou a história aaaaaaa eu surtei ♥ Muito obrigada mesmo, de coração ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/779759/chapter/5

E mais uma vez por pouco escapamos. Parece que eu tenho um imã que atrai perigo, mas felizmente esse imã também atraiu a mulher mais incrível que já conheci e a família que eu jamais achei que teria. Levarei minha Sarah para sempre no coração, e agradeço aos céus ou quem quer que seja por ter Eleven e os Byers comigo. Percebi que se eu fosse mesmo amaldiçoado, eu não os teria.

Meu devaneio se foi ao sentir uma mão pequena e macia na minha. A observei se aconchegar ao meu lado enquanto Yuri e Dimitri pilotam Katika, e Murray nos olhava com um sorrisinho de canto de boca completamente irritante e aquele olhar de “eu não disse?”.

— Tudo bem?- ela me perguntou.

Olha, pro resto do mundo eu não sei, mas eu? Estou ótimo. Em vista do que eu passei durante oito meses e levando em conta o que passei nas últimas horas? Estou nas nuvens. Recuperei a esperança que eu tinha perdido e ganhei um amor junto, então… é… está tudo bem.

— Tudo.- sorri. — Vai demorar um pouco pra chegar nos Estados Unidos. É bom você descansar.

— Você também.

Sempre preocupada, sempre carinhosa… Pode um homem ser tão apaixonado como eu sou?

— Eu vou, prometo.

Trocamos um sorriso de lado e ela se aconchegou em mim, deitando a cabeça em meu peito, já que ela não alcançava direito o ombro. Um poço de fofura, mas quando está irritada, sai da frente! Joyce é a prova de que tamanho não é documento.

Assim que chegamos na América, nos despedimos de Dimitri e Yuri. O segundo era um babaca desgraçado, mas pelo menos nos trouxe pra casa. E quem diria que eu teria um amigo russo?! A vida é imprevisível.

A amiga do Owens, a agente Ellen Stinson, já nos esperava com homens de terno e carros pretos. Ela nos deu roupas limpas e paramos num hotel de beira de estrada para tomar banho, comer e dormir. Mas antes de dormir, tivemos que nos sujeitar a um interrogatório básico e deixá-la a par de tudo o que aconteceu, em troca ela nos contou tudo o que estava acontecendo no momento, com Eleven e o resto da galerinha.

Um “terremoto” assolou Hawkins e muitas pessoas morreram/desapareceram. Um enorme portal se abriu e aquilo não era nada bom, precisávamos voltar e estar com as crianças.

O fato de estar pensando demais em como estavam, não me permitiu dormir nem mesmo cinco minutos. Foi com surpresa, ou nem tanta assim, que ouvi uma batida na porta e só a cabeça de Joyce aparecer na fresta quando permiti a entrada.

— Oi…

— Oi.- sorri.

— Posso ficar aqui com você?- ela perguntou. — Não consigo dormir.

— Acho que estamos preocupados demais pra conseguir pregar o olho, não é?- sorri mais uma vez. — Pode sim.

Ela entrou e fechou a porta. Foi até a cama e sentou, pensativa.

— Será que estão bem?

— Stinson disse que estão todos salvos, então podemos ficar um pouquinho tranquilos. Fico preocupado com o fato de El ter se esforçado demais por conta dos poderes, ela deve estar exausta.

A vi suspirar e se aconchegar em mim sem dizer nada. Ela estava com saudade dos filhos, aquilo era tão óbvio quanto o arrepio que senti ao senti-la me abraçar pela cintura. Devo ter estremecido, porque ela me olhou e sorriu.

— Ainda sentindo o frio da Russia?- ela brincou me fazendo sorrir.

— Não, esse frio é na barriga.

Ela manteve o sorriso no rosto e acariciou o meu.

— Tenho que te dizer uma coisa.

— Pode dizer.

Nunca um olhar foi tão profundo. Eu senti como se ela conseguisse ver dentro de mim, todos os meus segredos, minhas vontades, meus temores, meus desejos. Era aquele olhar, aquela expressão serena e aquele sorriso doce que eu queria ver todos os dias quando acordasse.

— Eu te amo.

Meu coração aqueceu com aquela frase. Que eu me lembre, eu disse e ouvi poucas vezes na vida. E nunca um “eu te amo” foi tão verdadeiro. Respondi sem hesitar e com total intensidade.

— Eu também te amo, Joyce.

— Como amiga?- ela brincou mais uma vez pra quebrar qualquer desconforto ou timidez que aquele momento pudesse causar. Eu era péssimo em expressar sentimentos opostos de fúria e ela sabia disso.

— Achei que fosse a detetive Byers. Não é óbvio?

Com essa minha resposta, ela riu. Aquilo era música para os meus ouvidos e eu tive que beijá-la após isso.

Ainda não tinha caído a ficha que estávamos simplesmente nos beijando de novo, e que isso era algo natural pra nós agora. Estávamos namorando? Por Deus, que isso seja pra sempre, eu odiaria acordar um dia e perceber que tudo isso não foi real, que foi minha imaginação.

Finalmente estávamos em um lugar mais confortável, sem monstros, sem neve, sem telefone pra atrapalhar o que quer que acontecesse neste quarto.

Os beijos foram ficando mais intensos, as mãos ganharam vida própria e eu percorri seu corpo inteiro com elas. A puxei pra cima de mim e as mãos quentes e macias dela acariciaram meu rosto enquanto seus lábios proporcionavam sensações inimagináveis em meu corpo.

Nos separamos pra recuperar o ar, e ofegantes eu me inclinei para que ela tirasse minha camiseta. Ainda ofegante, ela parou.

— O que foi?- quis saber. Só então percebi que ela olhava para o meu peito. Para as minhas marcas e cicatrizes, como fez no depósito.

— Você sofreu tanto na mão deles.- lamentou ela, passando os dedos suavemente por uma delas. — Eu nem imagino como deve ter sido horrível.

— Tudo bem.- eu tentei afastar aquelas imagens da cabeça dela. Foi doloroso sim e eu jamais achei que sofreria daquela forma nas mãos de russos. Mas saí vivo, e é o que importa. — Sabe o que seria pior do que tudo isso?- ela me olhou, com aquela carinha de tristeza ao pensar no que eu passei, e eu respondi. — Viver sem você.

Seu rosto se iluminou de novo e a vi respirar mais aliviada, como se tirasse um peso dos ombros, como se o que eu disse a deixasse com o coração quente. Porém percebi que não foi só o coração que aqueceu.

Voltamos a nos beijar e ela fez questão de, ao separar nossos lábios, depositar beijos delicados em cada uma das minhas marcas. Pode parecer clichê, mas eu senti que ela havia curado todas elas com esse gesto. Eu não sentia mais desconforto com nenhuma delas, e a ferida no meu braço? Parecia que nem estava mais lá, do quão entregue eu estava a Joyce Byers naquela cama. Ela beijou cada canto do meu torso e quando terminou, sorriu pra mim.

Fiquei por cima e tratei de proporcionar a mesma coisa, e até mais. Nem em meus sonhos mais loucos achei que de fato veria aquela mulher nua, mas lá estava eu, vendo, tocando, provando, e não sonhando. Pela primeira vez não senti aquela necessidade do sexo selvagem que estava acostumado a fazer. Cada pedacinho do corpo dela merecia ser tratado com carinho naquele momento, e só quando o desejo ficou incontrolável foi que me permiti ser mais, como posso dizer…? Indelicado? Percebi que com Joyce tinha que ser um meio termo. Nem grosseiro, nem romântico demais, e ao ver a satisfação no rosto dela, eu tive certeza. Era o encaixe perfeito, a sincronia perfeita, o sentimento perfeito.

— Murray tinha razão.- ela confessou depois que terminamos e recuperamos o fôlego. Ambos suados, corações acelerados, mas igualmente saciados. Ergui as sobrancelhas e esperei ela explicar. — Estava curiosa mesmo pra saber como você era na cama.

Eu dei risada. Aquele momento no carro com Murray e Alexei me pegou desprevenido. Murray foi um babaca naquela hora ao falar daquele jeito, mas não mentiu em nenhum momento.

— Estou aprovado?

Ela quem riu dessa vez.

— Cem por cento.

Trocamos mais um beijo e ela se aconchegou em meu peito entrelaçando nossas pernas. Eu a aninhei em meus braços e assim ficamos, quietinhos, curtindo aquele momento só nosso.

Pegamos no sono poucos minutos depois, e eu posso dizer com convicção que nunca dormi tão bem em toda a minha vida.

***

Amanheceu e parecia que eu estava preso num livro chato de romance onde o personagem acorda com a donzela do lado e se sente sortudo por estar ali, começa a fazer promessas pra si mesmo de sempre cuidar e proteger enquanto observa cada traço dela enquanto ela dorme.

Me peguei fazendo isso e desejando acordar sempre daquele jeito. Quem diria, Jim Hopper, um romântico? Ou apenas um bobo apaixonado? O oposto do cara que transou com uma bibliotecária e simplesmente não ligou de volta nos dias seguintes.

Joyce não era um passatempo. Joyce era minha razão de estar vivo.

Depois que todos estávamos despertos, alimentados e renovados, pegamos estrada pra Hawkins. Demorou um bocado, paramos pra abastecer e comer algumas vezes.

Não desgrudei dela o caminho inteiro e ela não queria que eu desgrudasse.

Chegamos à cabana pela tarde e reencontrar minha filha foi um dos melhores momentos pra mim. Ela fez questão de dizer que deixou a porta aberta os centímetros que pedi e que gostou do meu novo visual, que agora combinava com o dela.

Meu coração se encheu de amor quando El ouviu a voz de Joyce do lado de fora falando com Will e Jonathan, e correu para vê-la.

— Não foi a única que não parou de acreditar.- foi o que eu disse vendo-a sorrir e observar os três que cuidaram tão bem dela nesses oito meses.

Nunca uma cena foi tão linda pra mim quanto ver El correr pros braços de Joyce num abraço maternal extremamente fofo. Elas sempre tiveram esse carinho uma pela outra e eu não podia ser mais grato e feliz com isso.

Por mais que Hawkins estivesse um caos e em absoluto perigo, eu sabia que nada poderia ficar tão ruim se estivéssemos juntos, e que enfrentaríamos seja lá o que nos ameaçasse. Segurei a mão de Joyce e observamos o fogo que pela primeira vez depois desses dois dias, não era o nosso.

Éramos mais que uma dupla agora, éramos uma família. Nós e nossos três filhos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Terminamos o que o telefone não deixou acontecer hahahah mas com sutileza porque eu sou dessas u.u hihih
Era pra fic ter final feliz, mas com o final da season 4 era impossível shaushajsk
Enfim, o que importa é que agora as famílias Byers e Hopper são uma só ♥
Abraço de urso em cada um que leu e até a próxima :3