A Garota dos vampiros escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 17
Lucinda Griffin entre a cruz e a espada


Notas iniciais do capítulo

Os personagens são os da serie Fallen, mas ao invés da Lucy ser a Lucy Price humana, vai ser a Lucy Griffin.



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P.O.V. Lucy.

Quando somos jovens nos ensinam a diferença entre um herói e um vilão, um ente querido que pode ser salvo e uma causa perdida. Um louco e um são, mas e se a única diferença for apenas quem está narrando a história?

Meu nome é Lucinda Griffin. Sou filha biológica de um humano e uma Fae, fui magicamente implantada na minha mãe Renesmee que é uma híbrida de vampiro e bruxa.

Agora, depois do acidente que matou um garoto por ordem do juiz estou entre a cruz e a espada literalmente. Internada numa escola/ prisão para adolescentes problemáticos que tem problemas mentais e de controle da raiva e precisam de remédios.

Assim que eu cheguei vi os portões antigos e enferrujados, as árvores que pareciam mortas, a Academia Sword and Cross era enorme, mas mal cuidada, abandonada quase afundando naquele lugar. Haviam rachaduras nas paredes, a pintura estava esfarelada. Era como uma Mansão mal assombrada.

Me despedi dos meus pais.

—Eu te amo querida, aguenta firme. E entre em contato sempre que possível.

—Eu vou mãe, prometo.

—Aqui. Queria que tivesse algo para abrir no aniversário. Vamos sentir sua falta na festa.

—Claro.

Entrei, carregando minha mala e observei a linda arquitetura gótica e barroca do lugar. O quadro á óleo do fundador.

—Bem vinda ao reformatório Sword and Cross. Nós combinamos educação preparatória para a universidade, serviços clínicos de ponta e...

Vi um carro de polícia chegar e um garoto ser tirado de lá de dentro, estava algemado e era arrastado pelos policiais. Usava jaqueta e calça de couro, botas com tachas e o cabelo escuro estava amarrado num rabinho de cavalo. O mais estranho é que... quando tentei ler a mente dele... eu não ouvi nada. Um escudo? Como eu, minha mãe, minha vó? Minhas gêmeas?

—Incluindo esgrima, natação e acesso a nossa renomada biblioteca.

Ele confiscou meu celular.

—Porque confiscar o meu celular? O que eu faria com ele fora mandar mensagens e ouvir música? Uma bomba?

—Muito engraçado.

Ele me revistou procurando álcool, drogas e essas coisas. Sou filha do xerife da minha cidade!

—Ariene, mostre os dormitórios para Lucinda.

Ela olhou para mim como se estivesse vendo um fantasma. E como o outro garoto... eu não captei nada.  O mesmo para ambos os amigos dela, a loira bonitona e o rapaz negro com o cabelo cheio de dreds.

—Claro, deixa comigo. Vem.

—Minhas coisas.

—Pode pegar suas malas depois.

—Obrigado.

O cara continuava me encarando. Foi esquisito.

—Você vai querer ficar longe do Cam.

—Porque?

—Ele é problema e não do tipo bom.

—Existe problema bom?

Vi as enormes cicatrizes nas costas dela. Ela rapidamente escondeu.

—Deixa eu ver seu horário.

Dei o papel na mão dela enquanto subíamos as escadas de mármore.

—Ótimo. Está com a gente.

—A gente?

—Preparatório. Costumamos andar juntos. A maioria do pessoal tem problema na cabeça. Eles tem sorte de terminar o dia sem se mijar ou atacar o professor porque o lápis não está bem apontado.

Eu ri.

—Qual é a graça?

—Nada.

—Não se assuste, eles ficam isolados. Todos que tem problema mental sério ficam no terceiro andar. Esse é o lar dos doidos de pedra. Esse é o meu duzentos e oito. Qual deles é o seu?

—Trezentos e treze.

—Tá brincando certo?

Fiz que não.

—Então você...

Fiz um gesto de loucura.

—Foi mal.

—A loucura é relativa. É só uma questão de opinião.

Subi as escadas enquanto ouvia a garota dar risada. O quarto era pequeno e simples. Uma cama, closet minúsculo, banheiro com chuveiro e um armário.

Mas, nada de fogo. Pena. O fogo é o meu elemento dominante. É dele que tiro a maior parte do meu poder. 

—Ótimo. Logo vou começar a ficar fraca e doente. Adorável.

Assim como as minhas irmãs sou mimada. Eu sou mais quieta, mais na minha, porém sou mais explosiva. Para quem está acostumada a ter um Closet com o triplo do tamanho deste quarto, ter que ficar nesse lugar minúsculo e com grades e telas de proteção nas janelas está me deixando irritada e claustrofóbica.

Agora eu tenho que ser avaliada pelo psiquiatra.

—Fale sobre suas alucinações. Como você as chama? 

—Sombras.

—Sombras. Quando elas começaram?

—Desde que consigo me lembrar.

—Você ainda as vê?

—Não.

Eu menti.

Ele pegou os comprimidos e colocou água no copo. Eu simplesmente virei a cara.

—Me diga, Lucinda porque acha que está aqui, em Sword and Cross?

—Pergunte ao juiz.

—Eu li a sua ficha, sei o que o juiz pensa.

—Não. Você não sabe o que ninguém pensa. Bem ninguém alem de você.

—O que eu não entendo é a sua decisão. O Doutor Seagal disse com a medicação você fica estável.

—Estável. É um jeito de se dizer dopada e descontrolada. E quando eu perco o controle coisas ruins acontecem.

—Você entende que se tomar o medicamento prescrito pode ir embora a hora que quiser?

—Eu não sou louca Doutor.

—Ninguém está dizendo isso.

—Mas, está pensando. Você tem pena de mim e de todos os seus outros pacientes. Pobres de nós que sofremos destas terríveis doenças mentais. "Eu nem consigo imaginar como é a vida da família de alguém assim" Suas palavras, não minhas. Ou devo dizer pensamentos?

—Você pode ter uma vida normal.

—Normal é chato. É relativo. Á propósito, feliz aniversário de casamento.

Disse saindo.

P.O.V. Doutor Carlton.

Como ela sabia que era meu aniversário de casamento? E como ela citou algo que eu não disse em voz alta?

P.O.V. Lucy.

Fui até a biblioteca para pegar os meus livros.

—"Nesse intelecto seu ele até pode do inferno, céu fazer."

Disse a senhora elegante de cabelos grisalhos presos num coque elegante, seus olhos azuis, uma saia de risca de giz, uma camisa.

—O que é isso?

—Milton, Paraíso Perdido.

Disse me estendendo o livro.

—Obrigado.

—Você é Lucinda Griffin?

—Sou.

—Sou a senhorita Sophia. Você está na minha aula de filosofia da religião.

Dei um sorriso meio desconfortável e assenti.

—Veio buscar seus livros?

—Sim senhora.

—Matemática, literatura, química, religião e história. Oh, espere ha um faltando. Está na sessão reservada. Pode ir buscar?

—Sim senhora.

—É um prazer conhecê-la Lucy.

—Igualmente senhora.

Ok. Isso tá ficando estranho, eu sei quando tem algo implícito e não consigo ouvir o que ela tá pensando e isso me assusta para caramba.

Eu estava procurando pelo livro nas estantes imensas e lotadas de volumes que eram tão antigos quanto os grimórios da família da minha mãe quando eu ouço algo caindo. Pelo som era pequeno, mas nem tão pequeno assim.

Me virei e vi o cara mais lindo do mundo. Ele tinha a pele clara, mas levemente bronzeada, os cabelos loiros, usava um sobretudo preto, calças jeans, uma blusa branca e estava dormindo. Me aproximei devagar para pegar a caneta e isso acabou acordando ele. 

Quando abriu os olhos vi que eram azuis, meio violeta e sua expressão era de surpresa, quase choque. E novamente quando tentei... bem vocês sabem... tudo o que eu ouvi foi o silêncio sepulcral.

—Oi. Sinto muito por ter acordado você.

Ele fechou o caderno e levantou correndo.

—Espera. Você deixou cair.

Disse estendendo a caneta para ele. Mas, ele não pegou simplesmente saiu.

—Eu ein.

P.O.V. Daniel.

Ela voltou. Acabei de vê-la. Mas, eu juro que há algo diferente nela. Não sei o que é, mas algo mudou.


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