Equinócio escrita por Katherine


Capítulo 20
Capítulo 20




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Jacob.

 

 

Quando pousamos em Volterra eu senti o lobo rasgar dentro de meu corpo. Aquele lugar cheirava a perigo. A loba de Leah parecia compartilhar da mesma sensação, pois no mesmo momento ela me olhou com o canto dos olhos. Nenhum de nós dizia mais do que o essencial desde que saímos de Forks. Eu entendia que cada um de nós tinha seus próprios medos e que cada um de nós pensava em todas as formas possíveis de sair daquele lugar com vida. Não importava o que acontecesse, como Alfa eu precisava proteger a Leah e estar ao seu lado para o que precisasse... mas não era uma tarefa tão simples assim ao saber que a mulher da qual eu amava também precisaria de mim. Durante toda a viagem eu pensei como seria. Todas as hipóteses possíveis passavam por minha cabeça. Apesar de certa forma estarmos todos ali por Benjamin, ele era a menor das minhas preocupações. Eu tinha que estar pronto para lidar com a filha de Sue que acabará de descobrir o Imprinting e ao mesmo tempo precisava lidar com o meu próprio Imprinting e garantir que mau nenhum chegasse até ela. Desejava que não fosse preciso chegar a esse ponto, mas não havia escolha... Renesmee sempre seria a prioridade.

Edward e os Cullen facilitariam um tanto pra mim se parassem de dar tanta liberdade a Ness como estavam fazendo nas ultimas semanas. No começo até parecia bom. Mas agora, vendo o rumo que estávamos tomando eu começava a ficar com medo de onde poríamos parar. Jamais conseguiria suportar se algo acontecesse a ela.

— Não vamos pela floresta? – Leah questionou, o desconforto explicito em sua voz.

Benjamin – com seus olhos que ainda não se decidiram entre o amarelo e o laranja – foi o responsável por nos guiar. Já que nenhum de nós havia estado naquela droga de lugar anteriormente.

— Não – ele respondeu – Eles podem encarar como uma ameaça. Além do mais, um carro é um tanto quanto mais pratico.

— E mais lento – resmunguei. Nessie estava andando ao meu lado pelo estacionamento do aeroporto, mas estava quieta. Puxei sua mão entrelaçando nossos dedos para que pudesse acalma-la – Você está bem?

— Sim.

Seus olhos me fitaram por meio segundo e eu parei de andar no mesmo momento. Ela também parou. Leah e Benjamin pareceram não perceber a nossa distancia e continuaram a caminhar ao encontro do carro que Jasper havia reservado.

— Você não está bem, Ness. Não minta pra mim – pedi com o meu peito rasgando-se em pedaços.

— Achei que fosse ser fácil – confessou – Mas estou morrendo de medo.

— Todos estamos – tentei tranquiliza-la – Quer fugir?

— O que? – perguntou, sem entender.

— Pode pegar o próximo avião de volta pra Forks.

Por um momento o meu peito se encheu de esperança que ela aceitaria a minha proposta, mas então me lembrei de que era filha de Bella.

— Não vou fugir! – bufou – Como pode achar que vai se livrar tão fácil de mim, Jacob?

Eu deixei com que meus ombros caíssem.

— Não tenho certeza se consigo estar concentrado com você do lado, Renesmee.

Ela fez uma careta ao ouvir seu nome sendo pronunciado. Eram raras as vezes que a chamava daquela forma.

— Eu só estou um pouco nervosa. Não quero que Leah, Benjamin ou Tia se machuquem. Não posso perder você, Jake.

Puxei seu corpo para o meu abraço, encostando meu queixo em sua cabeça.

— Nós vamos ficar bem, pequena.

Ness levantou os olhos para me encarar e sorriu. Parecia que aquele lugar de merda tinha ficado um pouco melhor. Eu me sentia mais confiante e aparentemente ela também.

Benjamin parou ao nosso lado dirigindo uma Mercedes.

— Qual é o problema da sua família com descrição? – perguntei a minha namorada na tentativa bem sucedida de pelo menos arrancar uma risada sincera dela.

— Você convive com eles a mais tempo que eu – ela deu de ombros entrando no carro e me puxando para sentar ao seu lado no banco de trás, já que Leah estava sentada na frente – Então... temos um plano?

O vampiro me encarou através do retrovisor dando partida no carro.

— O que foi? – perguntei.

— Tem uma grande possibilidade de não deixarem que vocês entrem. Qualquer um daquele castelo vai perceber o que são por conta do cheiro.

Assenti.

— Nesse caso você entra sozinho.

Nessie e Leah me fuzilaram com o olhar.

— Ou... eu entro com o Benjamin – Renesmee começou a falar, mas vendo que eu ia protestar tratou de continuar – Tentamos convencer Aro a deixarem com que a Tia vá.

— E se não der certo? – Leah perguntou.

— Se não der certo arranjaremos alguma forma de avisar a vocês – Nessie tentou.

Eu neguei.

— Arriscado demais.

— Jacob tem razão – o vampiro concordou.

O silencio se fez quando cada um de nós pensava no que fazer para que pudéssemos entrar no covil do Drácula juntos. Não demorou muito tempo até que Benjamin informasse que havíamos chego. Nos entreolhamos e senti Renesmee tremendo ao meu lado. Não precisou de muito para que eu me aproximasse, abraçando-a por seus ombros.

— Então...? – Leah perguntou – Sem planos?

— Estamos ficando sem tempo!

O vampiro foi o primeiro a sair do carro. Leah em seguida e Renesmee e eu por ultimo. Senti sua mão se juntando a minha quando seu dom se manifestou em meu corpo.

Eu te amo, Jacob.

O lobo quis uivar e eu sorri abertamente pela primeira vez naquele dia.

— Não tanto quanto eu, meu amor – sussurrei.

Leah resmungou alguns passos a nossa frente e vimos Benjamin sorrir com a implicância.

Caminhamos rapidamente para a porta de entrada do castelo, onde dois sanguessugas já nos esperavam. Um deles eu reconheci como sendo Demetri, o cara que havia encontrado com Nessie, Leah e Alice na floresta a um dia atrás. Ele franziu o nariz com repulsa ao sentir o nosso cheiro, mas eu não podia dizer que a situação estava muito diferente comigo. Aquele lugar fedia muito mais do que qualquer outro que eu já havia presenciado.  

Puxei Renesmee para mais perto do meu corpo.

— Trouxeram companhia – o loirinho resmungou – Benjamin e Renesmee, como vão?

— Onde está a Tia? – um rosnado escapou da boca do vampiro.

Ness não largou a minha mão, mas tocou o ombro do mesmo provavelmente lhe transmitindo algum pensamento.

— Rapazes, por favor – ela os advertiu com certo sarcasmo atípico em sua voz – Sem formalidades, Demetri. Gostaríamos apenas de buscar Tia, provavelmente houve um grande mal entendido.

Ele sorriu sinistramente e eu senti meu corpo tremer, temendo o que poderia acontecer dali para frente.

— Por que não entra pequena Cullen? Aro adoraria ver você!

Desta vez quem não conseguiu segurar o rosnado foi eu.

— Por que você não vai pro inferno? – sugeri ao cara pálida.

Pelo amor de Deus, Jacob! Se acalme! – sua voz me disse, entredentes.

Os olhos vermelhos dele fitaram nossas mãos unidas e dessa vez então sua careta de repulsa se intensificou. Jurei que fosse me transformar ali mesmo. O lobo se agitava cada vez mais e eu tinha certeza que o único motivo por não ter explodido ainda era a mão de Nessie em contato com a minha.

Cullens— ele murmurou balançando a cabeça.

— Diga a Aro que o verei somente se permitir a entrada de nossos amigos.

— Não é preciso – deu de ombros – Aro quer vê-la de qualquer forma. Mas já aviso, Renesmee, se seus cães tentarem alguma gracinha ficarão sem as patas!

Não faça nada! — novamente a voz do anjo entrou em minha cabeça, me impedindo de voar encima daquele monstro.

Dito isso ele fez sinal com a cabeça, indicando que entrássemos no imenso corredor daquele castelo.


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