Revolução Vilã escrita por Sirena


Capítulo 1
Capítulo 1 - Fortaleza Proibida




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/779637/chapter/1

A Fortaleza Proibida erguia-se em meio as sombras pontiagudas de várias montanhas, se outrora fora impotente, hoje parecia apenas uma montanha a mais dentre tantas outras, de fato parecia até mesmo menor. As sombras de suas torres nada apavoravam, nada impunham, nada diziam. Seus portões estavam abertos e não havia ninguém que os impedisse de entrar, nenhum guarda, nenhum encantamento, nada.

Sério? Se era uma fortaleza e ainda por cima proibida se esperava mais poder, mais proteção... Talvez umas armadilhas, guardas... Umas nuvens de tempestade... Ou pelo menos um corvo. Ah, pera. Tem um corvo ali na... Esquece, alarme falso, é só um pombo mesmo. Enfim...

As sombras adentraram de maneira estranhamente descontraída no lar do mal, caminhando como velhos conhecidos até uma grande sala de iluminação esverdeada. Sombria, com uma grande távola retangular da cor do ébano, com um padrão geométrico verde e roxo no tampo. As cadeiras assemelhavam-se a tronos feitos de espinhos deixando claro o perigo que outrora lugar emanava.

Pouco a pouco os vilões foram escolhendo seus lugares ao redor da mesa, mesmo tremendo, esses famosos envenenadores de maçãs, ladrões de vozes, piratas temidos e valentões temidos tentaram assumir uma postura mais... Vilanesca.

 Mas, é claro, que um pirata que só era temido por crianças deixaria o medo transparecer.

— Não acredito que ela nos chamou até aqui. — a voz do Capitão Gancho tremia mais do que suas mãos, digo, mão, enquanto murmurava, ajeitando os cachos do cabelo com o gancho.

Jafar gargalhou de sua cara enquanto escondia nas vestes lâmpadas que pegara num armário a caminho do grande salão onde se encontravam agora. Isso, mais lâmpadas. O cara era aficionado por lâmpadas. Mas, é compreensível, afinal, nunca se sabe, não é mesmo?

— Aproveite enquanto ela ainda não te expulsou, talvez consiga um gancho novo, o seu já está todo enferrujado, velho amigo. — o ex-vizir debochou ajeitando o turbante

— Vocês são loucos, roubar da Malévola... — a voz esganiçada de Cruela irrompeu enquanto encolhia-se no casaco branco de pele de urso de polar, o frio da sala a atingindo até os ossos.

— Como se você não tivesse escondido as joias do armário nesse seu casaco. — Úrsula revirou os olhos azuis, tirando sarro da mulher sentada a sua frente, o sarcasmo escorria por sua voz melodiosamente debochada.

Ah, ela estava se achando mesmo, alguém deveria pisar num de seus tentáculos. Polvos sobrevivem quanto tempo fora da água? Alguém sabe?

— Olha quem fala, acha que eu não vi você pegando aquelas bijuterias?

— Quem eu? — a bruxa do mar piscou os olhos fazendo cara de inocente e voz de criança, tentando conter um sorriso de deboche, provocando a paciência rasa de Cruela.

— É! Você com o seu cheiro de peixe morto! — ela bateu com a mão em punho na mesa se levantando, provocando um susto nos outros vilões que conversavam alheios a discussão das duas.

— E você se exibindo por aí com seus casacos de pele falso? — Úrsula se levantou semicerrando os olhos, seus tentáculos erguendo-se ameaçadoramente em direção a mulher de cabelos bicolor.

Eita.

Não que eu tenha me deixado enganar por aquele casaco, mas... Nossa. Isso não é algo que se joga na cara da Cruela assim não. Respeito, vilões, respeito. Todo mundo sabe onde se dói.

— Como você ousa... — o grito de Cruela foi interrompido pelo grito de alerta da mais bela de todas... Bom... Ex-mais-bela-de-todas.

— Ela chegou!

Todos se aquietaram em seus lugares enquanto Malévola surgia e sentava-se no lugar de honra da mesa, em seu trono, segurava seu cetro e seu corvo de estimação repousava confortável sobre seu ombro.

— Vejo que já chegaram todos. — ela cumprimentou séria, sentando-se a cabeceira da mesa, sua voz opulenta e carregada de ameaça rodeando-os como uma armadilha. — Bem, seja lá o que tiverem roubado, coloquem no lugar depois. Não suporto ladrões. — Agora... Tratemos de assuntos sérios.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Revolução Vilã" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.