Virgínia Potts estava nervosa, afinal não era todo dia que se recebia uma proposta como aquela. Ter a oportunidade de trabalhar nas indústrias Starkera algo inimaginável ao seu ver, pois, para Pepper (como seus amigos lhe chamavam) essa era uma chance muito grande para uma simples estudante da faculdade.  

Porém, já poderia ser considerada muito mais que isso, Virgínia Potts era a primeira de sua turma, sempre com notas exemplares e uma conduta impecável.  

A estudante do sexto semestre ainda se cobrava demasiadamente e sentia-se um pouco insegura diante de tal proposta. Mal sabia ela que fora chamada justamente por essas qualidades pela equipe de Stark, que enxergava potencial na jovem e achava que ela se adequaria perfeitamente ao difícil cargo pelo qual tratou de ser designada, tinha lhe procurado.  

Cargo esse que ela não sabia, mas estava prestes a descobrir. 

O que não lhe agradava muito nessa história era o fato de ter que trabalhar justamente para “ele”, Anthony Stark, gênio bilionário playboy. Que para ela era apenas um garoto que enriquecera à custa do pai sem mérito algum. 

Fora que sua metodologia para chefiar a empresa era de certa forma exótica, mas ela não poderia perder essa oportunidade.  

—Como assim Pepper??Você vai fazer uma entrevista de emprego naquele lugar e nem sabe pra que. — Lydia sua amiga que a acompanhava até lá a interrogava. Às duas se encontravam num táxi rumo ao local da entrevista.  

—Amiga, é a chance de trabalhar pra uma das maiores companhias que existem, okay? Não importa o que eu faça desde que eu esteja lá — Os olhinhos brilhando da loira denunciavam o quanto ela estava empolgada para esse momento.  

—Você pode ser só a moça do cafezinho, você não quer ser só a moça do cafezinho né!? 

—Eu aposto que a moça do cafezinho deles deve ganhar horrores, aquele lugar é bilionário tá.Fora que conseguir um estágio na Stark seria ótimo para o meu currículo. Imagina os lugares que eu posso trabalhar depois daqui?  

—Então a senhora nem conseguiu o emprego e já não pretende ficar por muito tempo hum. 

—Amiga trabalhar lá deve ser tudo de bom, mas imagina ser chefiada por Anthony Stark? Sem condições de aguentar isso por anos, é só até eu ter meu diploma e achar um lugar melhor, eu já vou estar nesse meio mesmo é mais fácil.  

—Mas qual é o problema de trabalhar pra ele Pepper? O Tony nem deve ser tão péssimo chefe assim, fora que ele é gato. E a senhora acha isso também porque até revista com ele na capa você tem que eu sei muito bem, fica escondida embaixo do seu colchão. — Nesse momento a loira corou em todos os tons possíveis.  

—O-Olha isso não vem ao caso ta okay? Eu só o acho um pouco bonito, mas isso não exclui o fato dele ser um playboy arrogante e um chefe irresponsável para os seus funcionários que só tem tudo isso porque herdou do pai.  

—Nossa, mas quanto rancor pra quem quer trabalhar lá hein  

—A empresa é boa, o que estraga é o dono. Ainda bem que eu não vou trabalhar diretamente pra ele. 

 —Você pode ser a moça do cafezinho do Stark... 

—Lydia! — A loira fala em tom de reprovação  

—Eu aposto que a moça do cafezinho do Stark deve ganhar horrores — Diz em tom de deboche e Pepper só revira os olhos.  

O táxi chega à sede das indústrias e Pepper se despede da amiga que lhe deseja sorte. A loira dá uma última ajeitada em seu vestido preto junto ao blazer de mesma cor e retoca o batom nude. 

 Queria estar sofisticada e apresentável para aquele momento. Ao descer do táxi e adentrar ao saguão do edifício se depara com um jovem sorridente lhe aguardando.  

—Sou o Happy, prazer  

—Virgínia Potts — Apertaram as mãos  

—Eu sei quem você é, estive te observando.  

—Como? — A loira pergunta surpresa 

— Olha senhorita Potts para esse trabalho eu precisava de uma pessoa altamente qualificada então precisei fazer algumas pesquisas e a senhorita se encaixou bem nesse papel.  

—Obrigada, eu acho — Pepper responde um pouco desconfiada.  

— Me acompanhe por aqui por favor — Seguiram rumo ao elevador  

—Bom o senhor Stark lhe aguarda  

—O que? Anthony Starkem pessoa? — O espanto em sua voz era evidente.  

— Sim, se você passar na entrevista irá trabalhar diretamente para ele.  

— Que ótimo — Ela praguejou baixinho  

—Disse alguma coisa?  

—N-Não nada 

—Enfim, eu tenho certeza que vocês irão se dar muito bem. Sinto até como se fossem feitos um para o outro. — Um meio sorriso escapou de seus lábios 

—Okay então. — Apertou a barra de seu vestido com força em sinal de nervosismo. As portas do elevador finalmente se abriram, dando acesso à cobertura, para o alívio da loira.  

— Pepper?  

— Sim?  

—Boa sorte  

— Obrigada Happy — Aquilo de certa forma lhe acalmou. 

Então seguiu rumo em direção da sala do seu talvez futuro chefe, que de acordo com as coordenadas de Happy ficava ao final do corredor. Ao chegar ao seu destino se deparou com uma grande porta de metal que fora aberta assim que a mesma se aproximou.  

Então uma voz ecoou pela grande sala.  

—Senhorita  Potts, entre e fique à vontade por favor. 

Nesse momento as batidas de seu coração se descompassaram, ela não estava acreditando no que via a sua frente.  

Aquele homem realmente passava dos limites.