Na calmaria escrita por Artemis Stark


Capítulo 2
Parte 2




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— George, desculpe, mas Hermione tem razão. Ela estará na escola e você aqui, administrando a loja comigo.

— Consigo um passe com Dumbledore.

— Com Dumbledore? Está ouvindo a si mesmo? Fora isso tem Rony. Mamãe já quer nos matar por abandonar a escola, ainda mais se você aparecer namorando a garota do seu irmão.

— Garota do meu irmão, Fred? Eles nunca tiveram nada e ela disse sentir o mesmo que eu. Darei um jeito nessa situação – afirmou, vestindo seu pijama.

— Temos muita coisa para organizar antes da abertura. Preciso de você focado nisso, entendeu? Georgie, entendeu?

— Claro. Abrir essa loja é meu sonho também.

Uma semana depois, Hermione recebeu alta e já estava em seu dormitório colocando as lições em dia.

— Podemos conversar?

— Claro, Gina – as duas estavam sozinhas nesse momento, pois as outras garotas estavam no salão comunal ou na biblioteca, preparando-se para os NOMs.

— Você e George realmente é algo totalmente inesperado – a mais nova disse, sorrindo. Hermione pensou em se fazer de desentendida, só que de que adiantaria? Precisava conversar com alguém.

— Foi apenas um beijo – relatou a noite em que ele apareceu na enfermaria.

— Mamãe disse que as cartas deles não estão sendo permitidas em Hogwarts. A vaca da Umbridge está reenviando todas para meus pais.  Quando contará para Ron?

— Decidimos que não teremos nada agora.

— Do que está falando, Mione?

— Gosto dele e vice versa, no entanto, Voldemort está de volta, Rabicho junto com ele, Sirius escondido,... O que estamos vivendo aqui dentro é só um rascunho do que virá pela frente, além disso, tenho dois anos inteiros de estudo enquanto ele começa um negócio.

— Hermione, não vejo meu irmão concordando com isso – deu de ombros – Se você está falando...  Que barulheira é essa lá fora? – indagou, de repente. As duas saíram e viram que Rony tentara subir os degraus.

— Sério, Ronald? – Hermione escorregou e em seguida Gina – Meninos não podem entrar no quarto das meninas.

— Mesmo?

— Claro. Ideias dos fundadores. O que aconteceu?

— Pode me ajudar com transfiguração? – ele coçou a nuca, nervoso.

— Claro, Ron.

Os gêmeos empilhavam caixas, conferiam produtos, discutiam preços, organizam produtos nas prateleiras. Quando anoiteceu os dois estavam exaustos e mal conseguiam se mexer, afinal, estavam naquela rotina há mais de um mês.

Sua tentativa de escrever para Hermione foi em vão, pois soube que as cartas eram reenvidas para sua família e não precisava de seus pais querendo saber o motivo de enviar cartas para Hermione.

— Vamos ao Caldeirão Furado – Fred perguntou.

— Claro. Nem consigo pensar em cozinhar alguma coisa... Ou podemos ir para Toca...

— Para jantar muitíssimo bem e ainda trazer sobras para amanhã. Excelente ideia! – os dois aparataram e encontraram seus pais conversando com expressões sérias.

— Meninos – Arthur exclamou – Tudo bem?

— Sim, claro, pai – Fred respondeu.

— Venham, eu esquento um prato para vocês – Molly disse, conduzindo-os à cozinha.

— Aconteceu alguma coisa? – George perguntou, enquanto pegava dois pratos.

— Estamos preocupados com o poder e influência de Umbridge em Hogwarts e no ministério – Arthur respondeu – Ela castigar estudantes sem ter nenhuma consequência legal?

— O que ela fez com Hermione... Tentamos ir visita-la, porém aquela mulher terrível não autorizou porque não somos família.

— Gina falou que ela está recuperada – George disse, arrancando um olhar suspeito de sua mãe, desviou o olhar.

— Hermione pediu que não avisássemos seus pais, talvez a retirassem da escola – Arthur falou – Sente-se, querida, eu sirvo os meninos – os gêmeos, assim como Molly, sentarem-se e deixaram seu pai fazer o que sabiam fazer sozinhos há anos.

— Cuidem-se no Beco Diagonal. Não sabemos o que está por vir – a mãe pediu, segurando a mão de ambos – Precisam avisar diariamente que estão bem. Entenderam? Bill e Charlie estão fazendo isso. Rony e Gina estão em Hogwarts e Percy... – enxugou as lágrimas – Diariamente, entenderam?

Os dois concordaram e o jantar transcorreu sob a sombra da guerra que estava se aproximando.

George e Fred se revezavam em avisar seus pais que estava tudo bem, corriam com contratos, pensavam em produtos que poderiam ajuda-los na luta contra Comensais e Voldemort. Novamente, decidiram visitar seus pais a Toca e partiram no final da tarde.

— Papai, ainda está no ministério? – George perguntou, abraçando a mãe.

— Tomando banho. Como estão? Receberam alguma ameaça?

— Não, mãe – Fred respondeu e começou a ajuda-la no preparo de jantar. O barulho da lareira levou todos até a sala, com a varinha em punho.

— Sirius? Remus? O que fazem aqui?

— Vocês dois – o lobisomen começou – Expliquem exatamente com Harry entrou na sala de Umbridge.

— O que está havendo aqui? – a voz de Arthur fez com que todos olhassem para ele.

— Harry contou que Snape parou com as aulas de oclumência – Sirius explicou – Remus não conseguiu falar com ele.

— O castelo está incomunicável e ninguém sabe o paradeiro de Dumbledore – o amigo continuou.

— Umbridge criou regras lá dentro – Fred começou – Regras e punições, o que aconteceu com Hermione...

— Ela tinha uma pena – George começou – Muitos estudantes foram castigados com ela. Precisávamos escrever algo como “não devo pregar peças” e...

— Umbridge não fez uso disso! – Arthur exclamou, indo até os filhos – A tinta dessa pena é o sangue de quem a utiliza.

— Minha nossa – Molly murmurou – Vocês... Ela?

— Nós dois – George apontou para ele e seu irmão – Harry, Hermione,... A frase que Hermione tinha que escrever era um absurdo, além de enorme, então...

— Nós criamos um feitiço para que a pela de Umbridge também fosse marcada – Molly abraçou os dois e Arthur sorriu, orgulhoso. Fred continuou – Harry precisava falar com você – apontou para Sirius – e a única lareira que não está sendo inspecionada.

— Já queríamos testar nosso produto e bem... Sair de Hogwarts. Dessa forma, a sala estaria vazia, possibilitando Harry entrar em contato com você.

— Estava tudo preparado e, só que, no jantar, Umbridge levou Hermione para sala dela – geralmente George continuaria, porém ele calou-se – Não sabíamos que a megera rosa faria o que fez.

— Por que essa pergunta agora? – Arthur indagou.

— Tivemos a impressão que Harry tentou entrar em contato novamente – Sirius explicou.

— Não é seguro voltarem agora para o Largo Grimmauld – Molly disse – todos jantam aqui hoje.

Algumas horas depois, Tonks aparatou na Toca, onde todos estavam reunidos. Seu olhar assustado.

— Ninfadora? – Sirius indagou.

— As crianças... Elas invadiram o ministério e... Os Comensais estão lá.

— Como? – Molly perguntou, fazendo as agulhas de tricô caírem no chão.

— Harry, Hermione, Ron, Gina e Neville estão no ministério. Precisamos ajuda-los. Agora. – ordenou falando com o primo e Remus – outros aurores estão à caminho.

— Amigo, - Remus interrompeu Arthur – você acabou de se recuperar – Espere no St. Mungus.

—--

 Molly, Arthur e George estavam no hospital, enquanto Fred avisava os outros irmãos. O pai de Luna e a avó de Neville também aguardavam.

— Meus filhos! – Molly exclamou quando os viu passar, inconscientes. Arthur foi até os dois também. George não podia acreditar naquilo, não podia acreditar que seus caçulas tinham entrado num duelo comensais. Hermione chegou em seguida, desacordada e mancha de sangue no lençol.

— Que merda aconteceu? – indagou com as mãos na cabeça.

— Logo traremos informações – uma curandeira informou, passando por todos. Luna e Neville também seguiam desacordados.

Fred chegou acompanhado de Charlie e Bill.

— O que aconteceu? – o mais velho perguntou.

— Só sabemos que eles invadiram o ministério. Harry... – George foi até ele, porém foi impedido de se aproximar por Remus. Dumbledore apareceu e levou o jovem consigo.

— Remus, o que aconteceu lá? – Arthur perguntou, colocando a mão no ombro do amigo.

— Voldemort estava lá. Sirius morreu – Molly abriu a boca, sem acreditar – Bellatrix o matou – lágrimas escorreram pelo rosto do maroto, pensando que agora, tinha perdido seus dois melhores amigos.

Um curandeiro apareceu e começou dar os informes sobre a saúde dos adolescentes - todos estavam bem e teriam no dia seguinte, até que perguntou:

— Os pais da menor Hermione Granger estão aqui?

— Eles são trouxas eu vou avisá-los – Arthur disse.

— Podem visita-los. Estão todos no mesmo corredor. Venham. Deixei os irmãos no mesmo quarto – o grupo seguiu o curandeiro e depois dividiram-se.

— Meus filhos! – Molly exclamou – O que passou na cabeça de vocês?

— Achamos que Voldemort estava com Sirius – Gina explicou – Como estão todos? Recebem alta amanhã – Arthur explicou – Harry foi embora com Dumbledore e... Sirius morreu.

— Merda! – Rony deu um soco na cama, pensando que Hermione tentou alertá-los – E Hermione?

— Está no quarto ao lado. Posso ver como ela está – George não esperou para ver a reação do irmão, apenas saiu. Deu três batidas na porta antes de abrir a porta e encontrou-a sentada, lendo, claro – Como conseguiu um livro tão rápido? – perguntou sorrindo.

— Uma das curandeiras... E os outros?

— Estão bem. Meu pai quer chamar os seus.

— Não, eles não podem saber. Não contei sobre Voldemort... Sobre nada. Nem sabem que existe preconceito com quem é nascido trouxa – o silêncio caiu entre eles, Hermione olhou pela janela, sem saber como continuar a conversa.

— Hermione, eu não esqueci daquela noite e não quero que nossos encontros sejam numa enfermaria. Juro que tenho planos mais interessantes – Hermione não pôde deixar de sorrir.

— George... – ela ficou em pé,, ajeitando a roupa de hospital que vestia.

— Vestes formais da próxima vez, senhorita Granger – ela ia protestar, dizer que ainda estava certa sobre a decisão de esperarem, só que não falou nada, apenas entregou-se ao beijo. Uma batida na porta fez com que se separassem.

— Hermione, querida – Molly começou – Ron está aflito por notícias – passou os olhos de um para o outro, porém não comentou nada.

— Estou bem.

— E seus pais? – Arthur estava acompanhado da esposa e fez a pergunta.

— Não conte para eles, senhor Weasley. Por favor, eu estou bem. Não quero interromper meus estudos, além disso, sei que posso contribuir contra a guerra que está para começar.

— Minha filha, você é muito corajosa – a matriarca falou, conduzindo-a até a cama – Descanse. E você – apontou para George – Venha comigo.

Os três estavam fora do quarto, Molly colocou o indicador no peito do filho e falou, brava:

— Sem gracinhas com Hermione, entendeu?

— Gracinha? Acho que vocês me educaram bem o suficiente para não fazer “gracinhas” com garotas. Vou voltar pro flat – respondeu, irritado e foi em direção à saída.

—--

George fechou a loja, lançando feitiços protetores e depois subiu para o flat. Fred terminava de preparar alguns lanches, servindo-os em seguida. Abriu o Profeta Diário que ainda estava intocado desde que fora entregue.

— O número de desaparecidos não para de aumentar.

— A sorveteria do Fortescue foi totalmente destruída – Fred disse, depois de engolir um pedaço de pão.

— Precisamos criar mais produtos para ajudar na nossa luta. Vamos redobrar os feitiços ao redor da loja, ver quem precisa de proteção – George deixou o jornal de lado para terminar de comer.

— Mamãe vem amanhã. Agora o ministério está tentando compensar, emprestando carro, aurores em volta do terreno da Toca... – Fred observou seu irmão e sorriu – Hermione virá também.

— Eu sei. Pode me ajudar a ficar com ela à sós?

— George... Ela estará com Rony e Harry. A loja estará lotada e... – porém, calou-se perante o olhar de angústia do seu irmão – Cinco minutos, entendeu?

— Obrigado! Te amo!  

No dia seguinte, para variar a Gemialidades Weasley estava cheia, com crianças correndo, jovens testando produtos e rindo com os resultados. Ali, naquele lugar, parecia que as pessoas podiam esquecer, mesmo que por instantes, do que acontecia ao redor.

Hermione pegou uma caixa escrita: feitiços patenteados para devanear. Leu todas as informações, encantada com aquela magia.

— Harry, isso é impressionante!

— Pode levar um, Hermione, presente pelo elogio – ele sorriu e depois suas feições mudaram ao ver o rosto dela – O que houve?

— Telescópio esmurrador. Sua mãe tentou de tudo e, até agora, nada.

— Nossa! Desculpe! Esquecemos uma caixa em casa. George está repondo algumas prateleiras e tem a pomada para te ajudar. Sairá em uma hora. Confie em mim! Harry, por aqui.

Hermione passou com dificuldade, espremendo-se entre bruxas e bruxos que compravam diversos produtos.

— George – ela o chamou quando o viu repondo algumas prateleiras.

— Hermione! – então ficou sério – Seu rosto...

— Telescópio esmurrador. George falou que você tem a pomada para tirar esse roxo.

— Tenho sim. Venha comigo – segurou-a pelo punho e levou-a consigo até o fundo da loja: uma sala imensa com diversas caixas, caldeirões, varinhas falsas espalhadas pelo chão, diversos armários que iam do chão ao teto, com gavetas impossíveis de contar  - Geralmente é mais arrumado. Ele abriu algumas gavetas e portas até encontrar o que procurava.

— Tem certeza que dará certo?

— Claro – feche os olhos. George sorriu, aquilo era tentador de mais para ele. Com delicadeza, passou o creme em toda a área roxa – Pronto?

— Só falta uma coisa... – Hermione sentiu a respiração dele em seu rosto, a voz grossa baixa, o hálito dele: menta – Pode afastar-se se não quiser, Hermione.

Deveria abrir os olhos e sair de lá, estava certa que não era o momento para se envolverem e cada vez mais tinha certeza disso: desaparecimentos, assassinatos,...

Só que não abriu os olhos, apenas levantou um pouco os pés, para que seus lábios chegassem logo aos dele. George estava sonhando com aquele momento desde que a beijara em Hogwarts, envolveu pela cintura, puxando-a ainda mais perto. Hermione segurou-o pela nuca, usava agora o cabelo curto.

— Finalmente um beijo e você não está na enfermaria – ele sussurrou quando o beijo terminou. Hermione sorriu sabendo que ele, apenas ele, tinha a capacidade de fazê-la sorrir, mesmo nas situações mais adversas.

— Eu senti sua falta, George – sentiu a mão dela em seu rosto – Não mudei de ideia.

— Hermione, por favor... Eu estou realmente apaixonado por você, podemos dar um jeito.

— Você olhou ao redor? Você sabe o que está acontecendo. No castelo estou protegida, mas você, aqui... – ela falou, separando-se dele – Os Comensais têm informantes. Sua família já é um alvo, vocês e Fred com seus produtos.... Se estiver comigo corre mais risco ainda.

— Não quero isso, só que podemos manter em segredo – ele pediu. Hermione deu mais um passo para trás, seus olhos encheram de lágrimas.

— Também me apaixonei por você, George, mas há muitas vidas em risco.

—--

George não pôde conter algumas lágrimas quando soube sobre a morte de Dumbledore. Estavam todos no funeral, exceto Bill, que se recuperava do ataque de Greyback. Viu Hermione abraçada com seu irmão, chorando. A mão de Fred repousou em seu ombro, passando força.

Naquela noite, todos foram a Toca. Nunca houve tanto silêncio naquela casa. Charlie preparava uma sopa para o jantar.

— Eu acompanho Hermione até a casa dela amanhã cedo – Tonks disse – Lançarei mais feitiços de proteção.  

— Eu levo Harry – Remus disse, sentando ao lado do jovem.

— Filhos, está na hora de fechar a loja. É muito arriscado – Hermione olhou para os gêmeos que negaram com a cabeça a proposta da mãe.

— Ela vai continuar em funcionamento. As férias de verão chegaram e as pessoas precisam da Gemiliadades Weasley – Fred falou, cruzando os braços.

— Não vamos conversar sobre isso agora – Arthur disse, reconciliador – Estamos todos cansados e em choque com que acabou de acontecer. Vamos jantar e descansar. Temos muito pela frente.

O jantar transcorreu sem muitas conversas, com o tilintar dos pratos e talheres ressoando pela casa. Molly pediu que todos subissem para dormir e ninguém pensou em discutir. Muita coisa acontecera em pouco tempo.

— Hermione, está acordada? – Gina perguntou, em voz baixa.

— Sim, por quê?

— Vá até o quarto dos gêmeos. George quer falar com você.

— Gina, - Hermione sentou-se na cama – é loucura! Você viu como Rony ficou chateado quando eu contei. O que acha que ele vai sentir se me vir saindo do quarto do irmão?

— E o que George sente não importa? Você vai embora amanhã e volta só daqui dois meses. Ele merece esse encontro – Gina deitou na cama, irritada. Hermione pensou um pouco, mas acabou levantando-se e saiu.  

Andou silenciosamente pelo corredor, passou pela porta do quarto de Ron e Harry. Suspirou, pensando que tudo seria mais fácil se estivesse apaixonada pelo amigo. Quando chegou nos gêmeos, viu que a porta estava entreaberta. Empurrou lentamente e encontrou o ruivo olhando pela janela, vestindo apenas uma calça de moletom.

As velas iluminam o corpo alvo que tinha várias sardas, em suas costas, a letra W semelhante ao logo da loja estava tatuada do lado esquerdo. Sobre a escrivaninha, dois copos e algumas garrafas de cerveja amanteigada.

— Oi... – falou timidamente, não querendo olhar para o corpo à sua frente. Fechou a porta atrás de si.

— Desculpe, perdi noção do horário – pegou a camiseta sobre a cama e a vestiu.

— Seus pais sabem sobre a tatuagem? – ele sorriu e negou com a cabeça.

— Quer uma cerveja amanteigada? – serviu dois copos quando ela assentiu – Queria apenas um momento com você. Obrigado por ter vindo – os dois brindaram.

— E Fred?

— No quarto de Percy. O que aconteceu em Hogwarts? Como os Comensais entraram?

— Malfoy. Ele liberou a entrada – Hermione olhou o conteúdo do copo antes de continuar – Foi um caos. Adultos atacando adolescentes, crianças desesperadas...

— Como será ano que vem? – Hermione deu de ombros, pois não sabia o que responder. Não queria falar sobre as horcruxes naquele momento – Você contou para Rony sobre nós. Ele veio conversar comigo mais cedo.

— Eu não poderia continuar mentindo para ele, né? Foi tudo bem? Ele...

— Ron está mais maduro do que eu imaginei. Está chateado, só que não tentou azarar nada – eles riram. Hermione colocou seu copo sobre a escrivaninha e andou até George. Pela primeira vez, tomou iniciativa do beijo.

—--

Hermione abraçou os pais, tentando não chorar. Subiu alguns degraus da escada e, enquanto eles assistiam televisão, lançou um feitiço para que não soubesse dela. Suas imagens em fotos desapareceram. Deixou as passagens sobre a cama deles e sumiu com um suave pop.

Quando chegou na Toca, todos estavam se organizando para ir para casa de Harry. Lupin explicou o plano rapidamente.

— Tome cuidado – George pediu, em voz baixa, segundos antes dela tomar a poção. Em seguida, deu um abraço apertado no seu gêmeo. Em seguida, subiu ao ar na garupa de Lupin já na forma de Harry Potter.

— MERDA! – exclamou logo que decolaram – Estão nos seguindo! – Viu Voldemort passar voando ao seu lado, Lupin jogou a vassoura para a esquerda e para cima – Bombarda! – lançou, apontando para trás. Um dos comensais caiu da vassoura.

— Boa, garoto! – Lupin disse, ganhando cada vez mais velocidade com a vassoura – Ascendio! Gritou, soltando uma das mãos e atingindo outro Comensal.

— Falta apenas um! – o ruivo gritou ao ver que o bruxo mascarado se aproximava.

— Segure-se! - Remus fez uma manobra, mudando a direção do voo – Diffindo! – por um instante ficou paralisado ao ver quem era. Snape.

— Vamos embora, Lupin! – o bruxo desceu com a vassoura e fez outra volta para cima, retomando o caminho. O feitiço passou ao seu lado e sentiu o corpo de George cair em seu corpo.

— Puta merda, Severus! – dizendo isso, ganhou mais velocidade. Fez um feitiço para manter o jovem na vassoura, pousou de qualquer jeito e ajeitou os braços de George em seu ombro. Logo Harry apareceu para ajudar.

Enquanto Lupin verificava se Harry era Harry, Molly começou a ministrar alguns feitiços de cura, segurando as lágrimas. Hermione chegou e não conseguiu disfarçar ao ver George desmaiado, suas roupas repletas de sangue. Uma gritaria começou na porta, Arthur passou, sendo seguido por Fred que não conseguia acreditar no que via.

—--

— Snape? – ela perguntou, observando-o. A cabeça com uma faixa branca.

— Snape – olhou-a profundamente – Você não vai voltar para Hogwarts.

— Como sabe? – indagou, sem entender como ele poderia saber.

— Seu olhar. Aonde vai? – Hermione apoiou a cabeça no peito dele, tentando não chorar.

— Está tudo uma merda, só que está perto de acabar. Hermione – delicadamente puxou o queixo dela para cima – Vá onde tiver que ir, mas vá como minha namorada.

Ela sorriu, sem conter as lágrimas. George limpou o rosto dela com o polegar e a beijou.

—--

George abaixou, levando seu irmão consigo quando uma explosão atingiu a parede próxima a eles.

— Fique atento, Freddie! – brigou, preocupado. Corriam lançando azarações e maldições nunca ditas antes. Os dois duelavam um de costas com o outro, nunca se afastando. Encontrou-se com Hermione e correu para abraça-la. Logo estavam todos juntos.

Não soltou a mão de Hermione e nem de Fred quando Harry e Voldemort começaram a gritar um com o outro, sobre Varinha das Varinhas, amor, sacrifício. O som do encontro dos feitiços foi quase ensurdecedor. Então. Tudo acabou. Voldemort caiu morto, enquanto Gina corria até os braços do namorado.

—--

— Ainda tem chance de voltar – Hermione falou, olhando para os amigos que trajam as vestes de estudantes do ministério.

— Não... Vamos aproveitar a vaga para estudar e sermos auror – Rony disse, sorrindo para a amiga. Mais ao longe, Harry despedia-se de Gina – Estou feliz por você. Achei que as coisas seriam diferentes, mas... Estou feliz, Mione.

Ela abraçou o amigo que correspondeu ao abraço, mas logo afastou-se pigarreando.

— Boa sorte, Ron. Não esqueça de me escrever – o ruivo afastou-se e logo outro chegou – George, achei que não viria – falou brincando.

— Eu? – ele abraçou-a pela cintura, tirando-a do chão – Como deixaria de me despedir de você? – beijaram-se – Escreva todos os dias. Todos. Se alguém te incomodar, mando um presente especial: só me avisar.

— Acho que após passar quase um ano caçando horcruxes, sou capaz de lidar com alguém impertinente.

— Não, meu amor, deixa que eu seja um namorado possessivo que chegará num hipogrifo para te salvar – falou, de forma exagerada. Hermione riu.

— Vou pensar no seu caso, George – beijaram-se mais uma vez – Está na hora de partir.

— Finalmente a calmaria chegou, minha linda. Eu te amo.  


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