Sem segredos escrita por Artemis Stark


Capítulo 2
Epílogo




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EPÍLOGO

Charles apanhou o pomo antes de Harry, dando fim à partida amistosa que jogavam na Toca. Desceu de sua vassoura e deitou-se ao lado da namorada, que lia.

— Por que desistiu de ser apanhador?

— Para dar uma chance ao Krum – ela riu perante a resposta.

— Charlie, que bobeira. Victor é mais novo que você... Seria um excelente jogador, sabia disso?

— Sim, só que holofotes, nome estampado nos jornais... Não é meu perfil – ele respondeu – Por que a pergunta?

— Como eu disse, você joga bem – Charles sorriu.

— Poderia deixar esse livro de lado por um instante e dar atenção para esse velho treinador de dragões?

— Farei esse sacrifício por você – colocou de lado o livro e o beijou. Ficaram algum tempo sob as árvores, quando Charles olhou para o relógio.

— Preciso ir.

Era a frase que ambos proferiam quando estavam juntos. Quando conseguiam estar juntos, pois agora Charles administrava a reserva seu trabalho acumulara, além disso havia o fuso que não era muito, duas horas, mas impactava na vida de ambos.

— Vamos nos despedir e podemos ir – Hermione ficou em pé, segurando seu livro.

Charlie notava o tom de tristeza na voz dela, só que a vida deles era assim nos últimos meses. Claro que ficara feliz por outra promoção e por cuidar da reserva, só que isso significava que não podia ir durante a semana visitar Hermione, porque quando terminava seu turno, ela ainda estava no ministério.

Chegaram na casa dela e Hermione colocou uma chaleira para esquentar, enquanto observava o namorado colocar algumas roupas na mochila que foi para o ombro dele sem seguida.

— Essa semana eu vou acompanhar a transferência de um dragão e não conseguirei vir.

— Tudo bem, Char. Quer uma xícara de chá antes de ir? – sabia que estava tarde, mas concordou. Ela encheu duas xícaras – Eu já volto.

— Merda – xingou. Hermione foi para o quarto trocar de roupa, enquanto isso Charles pegou algumas cartas que estavam espalhadas em um canto do balcão. A maioria era de Ron, contando sobre suas conquistas pelos Cannons. Sorriu até pegar uma das correspondências – Krum? – olhou para o quarto e Hermione anda não saíra. Devolveu o envelope para a pilha, porém, acabou pegando-o novamente. Puxou o pergaminho que estava lá dentro:

Hermione,

Sinto falta do que nunca tivemos. Quando me dará uma chance? Se pedir, posso me mudar para Londres, tenho contatos.

 Como esquecer de você em Hogwarts? Tão poderosa, linda e inteligente. Como esquecer da nossa rápida aventura? Do seu corpo sob o meu e...

Charles amassou a carta com raiva e foi até o quarto da namorada que estava saindo e assustou com a subida aparição.

— Que susto, Char!

— Ainda vem se correspondendo com ele?

— Do que está falan- Hermione atentou-se ao que ele segurava – Eu achei que tivesse jogado fora, deve ter se misturado com a correspondência. Eu ia te contar sobre a carta, contudo...

— Contudo?

— Não passamos muito tempo juntos e não queria brigar com você.

— Seu corpo sob o dele? Que merda é essa? Achei que nunca tivesse acontecido entre vocês. Merda! – Charlie jogou o pergaminho em qualquer lugar.

— Não transei com ele! Quando me pediu em namoro eu não estava namorando com ele, só que ficamos juntos e sabe disso. Queria que eu descrevesse os detalhes?

— Você está certa, Hermione. Ficamos pouco tempo juntos para ficar brigando – Charles respirou fundo, acalmando-se – Só que ele pode estar aqui, não é?

— Sim, é, Char – colocou a mão no rosto dele e continuou – Só que há anos minha escolha é você, mesmo nessa rotina maluca que é a nossa. Minha escolha é você, Char.

Os dois se beijaram com paixão.

Duas semanas depois, Hermione estava deitada no peito de Charles fazendo traços invisíveis com seu indicador. Ele sorriu e perguntou:

— Tem algo te preocupando desde que chegou. O que houve?

— Recebi uma promoção no meu trabalho – Charles sentou-se, puxando-a consigo.

— E me dá essa notícia com essa animação? Parabéns, minha linda.

— Não, Char... Uma das minhas responsabilidades é viajar pelo mundo bruxo apresentando e implantando novas leis para a proteção de criaturas mágicas. Tentei recusar, só que meu chefe foi irredutível.

— Porra! – Charlie levantou-se, vestiu sua cueca, andando de um lado para o outro – Desculpe, Hermione. Essa é uma excelente oportunidade para você. Aproveite. Daremos um jeito nisso, ok?

Só que não conseguiram dar um jeito, os encontros foram se espaçando, já que Hermione passava cerca de um mês viajando e, se o fuso de duas horas atrapalhava, quando estava em países como Estados Unidos ou Canadá seus encontros ficavam impossíveis.

— O que há, meu camarada? – Dominik perguntou, analisando a expressão séria do ruivo.

— Esse namoro há distância não está dando certo. Faz quase três meses que não consigo ver Hermione. Tentei transferência para Inglaterra, mas não querem uma reservas de dragões por lá.

— E de que adiantaria se ela não para em Londres? – Charlie deu de ombros, pois não sabia o que responder. Olhou para o relógio, notando que chegara o fim do expediente, só que ultimamente trabalhava até mais tarde, acordava mais cedo e fazia longas caminhadas. Despediu-se do amigo e andou até sua casa, tirou as botas que usava, a capa e ergueu a varinha quando notou um barulho vindo da cozinha.

— Não queria te assustar – ela falou, sorrindo. Charles ficou alguns segundos parado, apenas observando-a em pé na porta da cozinha, descalça, uma camisa social aberta revelando parte do sutiã. Os dois encontrarem-se no meio da sala, Hermione pulando seu colo e envolvendo com suas pernas. Sustentou-a facilmente, porém, antes de beijá-la nos lábios, sentiu o cheiro dela, seu nariz subindo lentamente pelo pescoço.

Hermione gemeu perante àquele toque, ao contato que sentia falta. Qualquer tempo longe dele era muito tempo e, por isso, estava tranquila com sua decisão. No entanto, não era hora de explicações.

Sentiu seu corpo chocar-se contra a porta, mas não com força.  

— Puta merda, Hermione, como sinto sua falta – falou antes de beijar-lhe os lábios, num misto de saudade, desejo, amor. Não tiveram tempo e tampouco quiseram ir até o quarto, não naquele momento.

Já tinham jantado, se amado novamente, tomado algumas doses de uísque.

— Charlie, tenho algo importante para te falar. Tenho pensando sobre nosso namoro e essa distância que o trabalho no impôs. Está muito difícil continuar assim.

— Eu sei, minha linda... Quanto tempo ficará em Budapeste?

— Cheguei há algumas semanas, hoje é meu último dia – o ruivo olhou-a sem entender. A capital húngara foi o lugar mais próximo que ela ficara.

— Como assim? Por que não veio antes, por que não me contou? Eu achei que estivesse na América do Sul – estavam sentados no sofá e ele pôs-se de forma abrupta – Você quer terminar.

— Não – Hermione sorriu – Claro que não. Eu não te contei porque precisava acertar algumas coisas antes, queria que estivesse certo quando eu te contasse.

— Do que está falando?

— Eu pedi demissão. Espere – pediu quando percebeu que ele ia protestar – Eu pensei muito sobre isso, conversei com Harry e Rony. Não quero essa vida de ficar viajando pelo mundo, quero estabilidade. Seu pai e Percy me ajudarão em algumas conexões ministeriais.

— Meu amor... Era seu trabalho...

— Consegui um cargo aqui no ministério romeno para cuidar das leis de proteção das reservas de dragões.

Charlie colocou as mãos em sua têmpora processando aquilo.

— Hermione, eu te amo. Tem certeza disso?

— Sim, no entanto estou com um pequeno problema de moradia... – Charles sorriu e ajoelhou-se em frente à namorada.

— Podemos resolver isso de duas maneiras: ou você mora aqui como minha namorada ou... – com um floreio de varinha uma pequena caixa apareceu em sua mão. Estava guardada há algum tempo, esperando o momento que julgasse certo – como minha esposa. Qual sua escolha?

Hermione respondeu com um longo beijo, acenou positivamente a cabeça e o ruivo colou a delicada aliança em seu anelar.

 


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Notas finais do capítulo

N.A.: Fic bem sessão da tarde para brindar esse início de férias. Obrigada pela leitura quem chegou até aqui! Bjs bjs



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