Getaway Car escrita por AnaLu


Capítulo 5
Capítulo 5 - Jantar com a família Cullen


Notas iniciais do capítulo

Heeeey!
Gnt estou muito feliz, já estou com 30 pessoas acompanhando a fic!! Muito obrigada a todos que estão passando o seu tempo acompanhando essas histórias e personagens que surgem na minha cabeça, sem falar que me dá um puta gás para continuar escrevendo também!

Na real que eu fico super ansiosa para postar logo o próximo capítulo hehe, mas me forço a postar uma vez na semana só para manter meu ritmo de escrita e evitar que a fic entre em hiatus. (Mas hoje não aguentei e to postando um pouquinho mais cedo heheh)

Espero que gostem do capítulo e conversamos mais lá embaixo!



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Capítulo 5 - Jantar com a família Cullen

O caminho até a casa dos Cullens foi silencioso. Mas não de uma forma ruim ou desconfortável, acho que Alice estava aproveitando o tempo para absorver tudo que aquele momento representou para ela.

E eu respeitei isso, me perdendo também em meus pensamentos e tentando organizar todas as informações que obtive aquela tarde. Evitei ficar imaginando demais como seria meu encontro com a família de Alice, pois sabia que só me deixaria mais nervosa.

Mas isso durou até o momento em que Alice pegou uma saída da rodovia principal que desembocava em uma estradinha de terra. Já começara a escurecer também, o que deixava o clima ainda mais sombrio.

— Papai gosta de certa privacidade e mamãe da natureza, então lhes pareceu uma boa construir nossa casa longe da cidade. – Alice explicou notando minha desconfiança. Era engraçado como que ao dizer “longe da cidade” parecia que ela se referia a uma grande metrópole e não a pequena Forks de 3500 habitantes.

Após cerca de oito minutos naquela estradinha nos deparamos com uma grande clareira e logo eu avistei a casa. Era enorme e maravilhosa, grandes vigas de madeira escura, algumas paredes brancas e outras totalmente de vidro formando grandes janelas, toda rodeada por um jardim bem cuidado.

— Chegamos! – Alice cantarolou enquanto estacionava o carro na entrada da garagem.

— Uau, Alice, ela é linda. – comentei um tanto boquiaberta.

— É um máximo mesmo, né? – ela riu sem um pingo de modéstia. – Esse foi um grande projeto de meus pais, construí-la do zero, com a carinha deles. Ah, eu amo essa história! Mas não darei detalhes porque provavelmente minha mãe irá contá-la para você quando entrarmos.

Saímos do carro e então eu acompanhei Alice pela pequena trilha de pedras que havia ali nos direcionando a entrada principal da casa.

— Sinto que deveria ter trazido algo, é estranho chegar assim de mãos abanando – comentei meio tensa enquanto subíamos os degraus da varanda.

— Essa até pode ser a etiqueta, mas se formos parar para pensar, eu praticamente te intimei a vir, sem lhe dar muito tempo de preparação... então você está livre dessa vez – ela disse me dando uma piscadela e em seguida abrindo a porta da casa, que estava destrancada.

— Famíiiiiliaa, cheguei! – Alice gritou engrossando sua voz e eu não pude deixar de rir com essa cena – E trouxe a Bella comigo! – continuou gritando enquanto entrávamos.

A casa era ainda mais bonita por dentro, pois conseguia unir um ar de sofisticação e, ao mesmo tempo, aconchego. A sala em que estávamos era ampla e unia dois ambientes, um com uma televisão e outro com a lareira. Havia também uma grande escada para o segundo andar, sob a qual estava um piano de calda preto. E, ao fundo, grandes janelas de vidro com vista para a floresta.

— Alice! Isso é forma de chegar, quase morri de susto na cozinha, e olha que estava segurando uma faca! – Ouvimos a voz da Sra Cullen dizer, e logo ela apareceu na sala também, vindo de uma porta do lado esquerdo, que eu acredito ser da cozinha e sala de jantar.

A mãe de Alice era muito bonita, seu cabelo era do mesmo tom de cobre do de Edward, mas seu rosto, em forma de coração, tinha a mesma delicadeza do da filha. A pele branca contrastava bem com os olhos escuros e ela passava um ar muito elegante e, ao mesmo tempo, amoroso, com um grande sorriso gentil.

— Desculpa, mãe, achei que você já tinha se acostumado comigo depois desses 23 anos... – Alice brincou indo lhe abraçar e, em seguida, se virou para mim. – Bella, essa é minha mãe, Esme. E mãe, essa é a Bella, minha mais nova amiga, de quem eu tanto já te falei e que escreve maravilhosamente bem.

— Nossa, Alice, assim eu fico até sem graça – brinquei, diante a sua apresentação. – É um prazer te conhecer, Sra Cullen, e muito obrigada pelo convite! – Disse me aproximando e, antes que eu pudesse estender minha mão para cumprimentá-la, ela me puxou para um abraço.

— O prazer é todo meu, querida – disse e em seguida se afastou, porém ainda segurava minhas mãos entre as suas. – E, por favor, me chame de Esme apenas! - Sorri assentindo ao seu pedido, e, em seguida, ela nos chamou para acompanhá-la até a cozinha, onde estava terminando de preparar nosso jantar.

Admito que me surpreendi ao ver que ela estava fazendo tudo sozinha, eu não sei, uma casa daquele tamanho, era de se esperar um monte de empregados. Mas pelo contrário, estávamos apenas nós três, eu e Alice tomando vinho apoiadas na ilha da imensa cozinha de Esme, enquanto ela terminava de montar uma maravilhosa lasanha.

— Fico muito feliz que tenha conseguido vir hoje, Bella. Meus filhos falam tanto de você que eu já estava morrendo de curiosidades. – Esme disse me olhando com carinho e eu não pude deixar de notar esse plural na palavra “filhos”. Então o cara que eu só encontrei duas vezes já falava de mim para a mãe? Isso não parece algo bom... ou sei la, as vezes ele só me vê como a nova garota na cidade, nada demais. Eu também só o vejo como o estranho gentil que eu encontrei no primeiro dia.

— A Alice também me fala muito bem de vocês, e eu agradeço novamente o convite e o carinho – eu estava claramente sem graça, mas fui sincera e acho que ela notou isso.

Em seguida engatamos uma conversa sobre nosso encontro com Rosalie mais cedo, Esme também repreendeu Alice por querer bisbilhotar, mas ao mesmo tempo, era bem notável sua felicidade em perceber que seu filho estava ficando bem.

Não demorou muito e ouvimos o barulho da porta principal ser aberta e vozes vindas da entrada. Minutos depois, Edward e seu pai entraram na cozinha, que era integrada com a sala de jantar. Ambos estavam de roupa social e aparência cansada, o que indicava que vinham direto de um plantão no hospital.

O Sr Cullen fazia o estilo cinquentão bonitão, tinha o cabelo em um loiro escuro e os olhos verdes que foram herdados por Edward e Alice, rugas da idade e também de preocupação, que davam um certo charme para o estilo “médico ocupado”.

— Boa Noite, meninas – O Sr Cullen disse, indo cumprimentar sua filha e esposa e em seguida se aproximando de mim, estendendo sua mão. – E você deve ser a famosa Bella, é um prazer finalmente conhecê-la. Pode me chamar de Carlisle, sou o pai dessas criaturinhas. – Sorri com suas palavras, ainda um tanto sem graça, e não pude deixar de notar a careta de seus filhos diante ao “criaturinhas”.

— O prazer é meu, Carlisle – sorri de volta. – Sua família tem sido muito gentil comigo – tentei soar cortes, mesmo sem saber muito o que dizer. Em seguida, Edward, que já havia cumprimentado as outras mulheres, se aproximou de mim.

— Como vai, Bella? – disse sorrindo e vindo me cumprimentar com um beijo no rosto.

— Bem e você? – respondi, levemente corada, pois estávamos sendo observados de forma nada discreta por sua família. – Ainda caçando sanduiches com o Dog? – tentei quebrar o gelo e evitar o famigerado silencio constrangedor.

— Ah não, sabe como é, foi algo que aconteceu apenas uma vez e ele está terrivelmente arrependido... nem quer mais sair de casa – ele entrou na brincadeira.

— Oh, coitado, pode tranquilizá-lo que eu irei retirar a queixa que fiz a polícia. Foi um crime passional.

— Realmente, era um belo sanduiche, e estava ali, dando sopa no banco do parque. – rimos juntos com o quão longe a brincadeira estava indo.

— Credo, vocês são estranhos – Alice nos interrompeu, revirando os olhos de forma divertida, e todos na cozinha riram juntos.

Com o clima mais leve, logo engatamos em uma conversa, e como Alice havia previsto, Esme me contou sobre a construção da casa. A história era bem interessante, e Alice e Edward, já cansados de ouvi-la, interrompiam a mãe constantemente completando suas palavras, enquanto Carlisle apenas ria, já familiar com aquela situação.

Nos sentamos a mesa e a lasanha estava uma delícia. Fiz questão de dizer isso a Esme que ficou muito feliz com o elogio. Já estávamos quase na sobremesa, quando novamente ouvimos um barulho vindo da entrada.

O último integrante da família Cullen, então, adentrou o ambiente. E, meu deus, ele era enorme. Emmet Cullen, compartilhava dos mesmos olhos dos irmãos e pai, e os cabelos escuros de Alice. Músculos gigantes se espalhavam por todo seu corpo lhe dando um ar imponente, porém, ao sorrir lhe apareciam covinhas no rosto o que lhe dava um ar jovial e simpático.

Ele estava usando camiseta e bermuda esportivas, levemente suado, e uma faixa ao redor do joelho direito, que tentei disfarçar e não olhar demais. Como os demais membros da família, ele foi muito gentil ao me cumprimentar e, completou dizendo que não aguentava mais ouvir sobre mim sem me conhecer.

— Mas agora, vamos rangar que essa lasanha ta com uma cara lindona! – ele disse animado e sua mãe o olhou de forma repreensiva – Isso é, se vocês me derem licença, e, depois que eu lavar as mãos – ele completou, agradando sua mãe.

— Ah essa endorfina, hein! – Carlisle comentou de forma divertida, se referindo ao hormônio liberado pelo corpo após o exercício.

— Endorfina, pai? Isso ai ta com cara de ocitocina! – Edward completou, referindo-se ao conhecido como “hormônio do amor”, e então os dois riram juntos e o resto de nós ficamos os encarando sem entender muito.

— Você vê como são as coisas nessa casa, Bella, os dois usam do linguajar médico para me zoar na minha cara... tsc tsc. – Emmet me disse fingindo uma falsa mágoa.

Após todos terminarem de comer, nos dirigimos de volta a sala de estar, para conversar mais um pouco. Eu estava gostando muito da companhia de todos eles.

— Mas e então Bella – Emmet chamou minha atenção – New York, hein? É uma garota do Giants? – Me perguntou se referindo ao time de futebol da Big Apple. Eu dei um sorriso amarelo, já imaginando onde a conversa nos levaria.

— Na verdade... não – sorri. – Apesar de morar a vida inteira em New York, meus pais são de Boston então.... – antes de completar a frase, Emmet me cortou.

— Ah não! Não, não não! – Ele começou a dizer de forma dramática. – Só porque eu estava começando a gostar de você... – ele completou a frase com um suspiro. Todos já nos encaravam divertidos.

— Desculpe-me, Bella, o Emmet leva muito a sério o futebol, e adora discutir sobre – Carlisle tentou desculpar o filho, mas eu apenas sorri divertida.

— Não se preocupe, Carlisle, nós torcedores do Patriots já estamos acostumados com a hostilidade vinda de outros times. Mas nós sempre conseguimos conforto ao pensar no nosso quase infinito número de títulos já conquistados, inclusive o do Super Bowl desse ano. – Disse de forma divertida e sem deixar de sorrir para o Cullen mais velho. Não pude deixar de perceber, que peguei todos de surpresa com minha fala. – Mas e o seu time, Emmet, você torce para o Seahawks? – Perguntei me referindo ao time de Seattle.

— Na verdade não, Belinha – Ele disse já pegando intimidade, e eu me diverti com isso. – Torço para o Chicago Bears. – disse sorrindo triunfante, e eu peguei a deixa para zoar com ele dessa vez.

— Ah não, você não pode estar falando sério! – disse com falsa indignação. – Os caras não levam o título desde 86! – provoquei e todos na sala riram, com nossa brincadeira. – Você só deve torcer porque já jogou lá! – completei e na hora o clima na sala ficou tenso.

Merda, merda, merda, toquei no assunto proibido. Vou ser expulsa de lá, assassinada e jogada na floresta. Eu não sabia onde me enfiar de tanta vergonha e todos me olhavam de uma forma tensa, ninguém sabia o que dizer. Eu já estava pronta para pedir mil desculpas, até que o silencio foi quebrado pelo Emmet.

— É... talvez seja isso. – ele deu de ombros levemente emburrado, mas logo abriu um sorriso. – Ou talvez seja porque eu vi de perto e sei o potencial deles! – completou e logo começou a dizer diferentes provas que confirmavam seu argumento. Eu sorria internamente, relaxando e aproveitando que o clima havia voltado a sua leveza, e percebi que todos os outros compartilhavam do mesmo sentimento.

— Olha, vou dizer, nunca vi alguém defender com tanta paixão os Bears... – disse quando ele terminou. – É realmente admirável. – sorri. Eu claramente não estava me referindo as suas palavras em si, mas sim a sua atitude em levar na boa meu comentário um tanto indelicado. E todos perceberam isso, sorrindo também.

— Sabe como é, sempre importante espalharmos nossas palavras de sabedoria, ainda mais para os torcedores do patriots... – ele disse inflando o peito de forma teatral.

— Sabe, você poderia passar la na redação um dia desses – disse tendo uma ideia – Assim você pode me explicar melhor seus argumentos e, quem sabe, eu até escreva algo sobre. – terminei o convite lhe dando uma piscadela.

— Nossa, eu adoraria – ele sorriu sincero.

— Bom, foi ótimo ver que finalmente alguém conseguiu conversar e entender o que o Emmet fala sobre futebol – Alice começou a dizer e recebeu uma revirada de olhos de seu irmão. – Mas já está ficando tarde e acho que a Bella ta doida para sair daqui – Ela brincou comigo.

— Hahah... magina, Alice – sorri amarelo – Na verdade, me desculpa mesmo, mas prefiro mil vezes conversar sobre futebol do que sobre roupas....

— Oh, no! E eu esperava tanto de você! – Alice disse dramática.

— Há! Eu ganhei, baixinha! – Emmet disse zoando com a irmã.

— E, é isso, agora eles batalharão até a morte por sua amizade. – Edward disse divertido. – Ainda da tempo de fugir.

Ri com a brincadeira deles. E não pude deixar de notar o quão feliz e confortável eu estava junto deles, o que me fez mais uma vez ter certeza que a decisão de ficar fora a melhor possível. Conversamos mais um pouco, mas realmente estava ficando tarde, então decidi me despedir de todos.

— E, Alice, não precisa se preocupar com a carona que eu chamo um taxi, sem problemas. – Disse quando fui me despedir dela, afinal, ela já estava em casa, não faria ela ir até o centro só para me levar, mas era óbvio que ela insistiu que não seria um problema ir.

— Eu posso te levar, Bella – Edward disse atrás de mim, - Moro no centro da cidade também, a pousada da Sue é, literalmente, no meu caminho – completou sorrindo.

— Ah, então eu aceito, muito obrigada – sorri de volta e em seguida terminei de cumprimentar a todos.

Esme e Carlisle mais uma vez foram muito gentis e agradeceram minha vinda, e eu não pude deixar de fazer o mesmo. Emmet me deu um abraço de urso e, mais uma vez, prometeu passar la na gazeta. E Alice me abraçou, saltitou e mais uma vez me agradeceu pela companhia de hoje mais cedo.

Segui Edward, então, até seu carro. Bem mais discreto que Alice, ele dirigia um volvo prateado, um carro bem bonito e elegante, combinava com ele. Caralho, Bella, isso foi brega até para você. Pensei comigo mesma.

O começo da viagem fora silencioso, eu estava ainda absorvendo tudo o que aconteceu naquele dia. Mas não estava mais sendo desconfortável, acho que estávamos começando a nos acostumar com a presença um do outro.

— Acho que eles gostaram bastante de você – Edward quebrou o silêncio tentando puxar assunto.

— Ah, que bom! – sorri. – Também gostei bastante... de todos vocês. – ok, agora estava começando a ficar um clima estranho, então aproveitei para falar algo que estava me atormentando. – E quanto aquele momento com o Emmet... desculpa, eu realmente me deixei levar e deveria ter pensado antes de soltar aquele comentário. Mesmo não sabendo detalhes e nem sendo da minha conta saber, eu sei que aquele é um assunto delicado e eu não pretendia me meter.

— Sério, Bella, não se preocupe, de verdade. – ele me tranquilizou. – Realmente, todos ficamos tensos naquela hora, pois não tínhamos ideia de como ele iria reagir. Mas ele levou mais do que na boa, e aquilo foi tão importante! – ele disse sorrindo e desacelerando o carro, como chegamos tão rápido na pousada da Sue? – Era algo que precisava ser feito, estávamos a muito tempo evitando qualquer assunto desses com medo que lhe fizesse mal..., mas você fez isso de forma tão espontânea e ele reagiu tão bem, que acabou se tornando um sinal, um sinal de que as coisas estão voltando a ficar bem... – ele completou pensativo, enquanto estacionava o carro na calçada da pousada. Em seguida, olhou para mim. – Então, não se desculpe... eu é que lhe agradeço.

Eu sorri com suas palavras. E o clima de repente ficou bem intenso. De uma forma boa, eu acho. Mas, como nada é perfeito, eu obviamente comecei a falar merda para disfarçar meu desconforto.

— Então o que você quer dizer é que gosta que eu dê uma de linguaruda e discuta futebol com seu irmão?

— Se você quer ver dessa maneira...não me oponho. – ele respondeu e rimos juntos. O clima estava agradável ali, quase... íntimo. E perceber isso me fez querer fugir, o mais rápido possível.

— Ér, ... obrigada pela carona, Edward. – disse já pegando na maçaneta – Mas está tarde então eu já vou entrando. – sorri amarelo, enquanto abria a porta, sem deixar de olhar para ele.

— Claro, claro. – ele disse sorrindo – E, magina, sempre que precisar, é só dizer. Foi ótimo ter sua companhia hoje no jantar.

Terminamos de nos despedir e eu me direcionei a entrada da pousada, ele esperou eu entrar para dar partida com o carro. As luzes já estavam apagadas então eu imagino que Sue já havia ido deitar, segui até meu quarto já me preparando para dormir também.

Já na cama, não pude deixar de passar tudo o que aquele dia havia sido. Tanta informação, pessoas novas, momentos bons, e ... aquele final. Aquele final no carro foi tão bobo, só uma carona, só uma conversa. E eu, obviamente, senti algo. Se não tivesse sentido não teria saído quase correndo dali.

É só que esse não é o momento de sentir essas coisas, eu estou aqui para me desligar de tudo o que vivia e me encontrar. E ficar tendo esses sentimentos confusos só irá me atrapalhar. Fora que eu já conheço e sou amiga de boa parte de sua família, e eu bem sei que isso não é um bom sinal.

***

            Acordei com um cheiro muito bom vindo do andar de baixo da pousada e não pude deixar de sorrir lembrando que hoje era domingo, ou seja, eu finalmente iria provar o famoso brunch da pousada da Sue.

            Me espreguicei preguiçosamente, mas logo levantei e comecei a me arrumar, pois já soube que as mesas ficam disputadas lá embaixo. Novamente o dia estava chuvoso então aproveitei para colocar uma roupa quentinha e confortável, pronta para comer um monte e depois ficar a tarde inteira vendo filmes e séries na cama.

            Descendo as escadas eu já ouvia barulho de conversas vindo do salão, misturadas com um cheiro bem gostoso e uma música alegre ao fundo. Estava um clima muito gostoso de “casa de vó” e Sue estava claramente radiante com isso, passando de mesa em mesa vendo como todos estavam se sentindo e se precisavam de algo.

            - Bella! – ouço a voz de Jasper me chamar. Ele estava na ponta da fila do buffet self service que havia ali e eu logo me juntei a ele, o cumprimentando. – Como vai?

            Os últimos dois dias na gazeta passaram relativamente rápido, comecei a pegar melhor o ritmo de trabalho deles e as coisas estavam indo muito bem. Ontem antes de ir almoçar com a Alice após meu meio turno de sábado, eu intimei Jasper a vir ao brunch comigo, pois ele precisava ingerir algo que não fosse café e rosquinhas. Ele se fazia de calmo e concentrado, mas era um verdadeiro workaholic viciado em trabalho.

            Após lotarmos nossos pratos, encontramos uma pequena mesa com dois lugares perto da janela em um dos cantos da sala.

            - Eu ainda acho isso tão estranho. – comentei logo após me sentar, enquanto apontava com a cabeça para as mesas ao nosso redor. – Realmente ver as pessoas lerem minha coluna.

            - Deve ser um choque mesmo, ainda mais você que trabalhava em revistas online. – ele respondeu divertido. – Mas pelo menos a maioria deles parece gostar. – E em seguida ele apontou para um senhor que ria enquanto segurava o jornal a sua frente.

            - Verdade... espero que não seja uma risada irônica. – completei e rimos juntos.

            Em seguida começamos uma conversa bem aleatória sobre a história do café instantâneo. Eu adorava isso em Jasper, apesar de ser uma pessoa a princípio reservada, ele era ótimo em contar histórias e falar sobre as mais diversas curiosidades e isso tornava muito fácil conversar com ele, tanto que eu até esquecia que ele é meu chefe.

A manhã acabou passando bem rápido, mas engatávamos uma conversa na outra e um prato de comida no outro, que mesmo com a sala esvaziando aos poucos continuamos sentados lá conversando sobre tudo.

— Sério, Jasper, só você não nota o quão viciado em trabalho você é! – falei rindo enquanto tentava provar meu ponto – Você mora literalmente em cima da gazeta!

— Você pode ter razão, mas, em minha defesa, isso é algo muito comum aqui na cidade, morar colado no seu estabelecimento. – ele disse e em seguida abriu um sorriso. – Além de me ajudar muito quando eu acordo um pouco atrasado.

— Realmente, esse é um bom ponto – comentei brindando minha caneca de café na sua.

— Mas por falar na Gazeta... – ele começou me olhando sugestivamente – Hoje ao sair não pude deixar de notar que certo alguém esqueceu que era domingo e passou com o cachorro na frente do prédio...

— Eu não faço ideia do que você está falando – disse sem graça, dando um gole em meu café em seguida. Ele continuou me olhando com uma sobrancelha levantada. – Jasper, a gazeta é na frente da praça principal, um caminho muito comum para se fazer com um cachorro.

— Há! Então você também notou! – ele disse provocativo.

— Claro que eu notei! – respondi tirando o peso dos meus ombros. – Mas com um olhar jornalístico, claro – completei tentando me safar dessa.

— Ah, claro, o famoso olhar jornalístico – ele me olhou cumplice e em seguida deu mais um gole em seu café antes de completar – Mas vou te dizer, essa não era a rota original dessas passeadas... e se intensificou um tanto nesses últimos dias.

— Ah, para, você só quer me deixar sem graça.

— E deu certo?

— Prefiro não responder.

— Ah, sim, é claro.

Em seguida rimos juntos e engatamos em outro assunto. Mas é lógico que eu voltei a pensar nisso mais tarde, pois me mudar para essa cidade me fez virar uma adolescente de novo, que fica imaginando coisas e pensando coisas e se assustando com coisas. Isso não é bom, Isabella, nada bom.   


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Notas finais do capítulo

E ai, pessoal? O que acharam?
Gostaram de conhecer os outros integrantes da família Cullen? E a Bella conversando com Emmet sobre futebol? A família tensa, e depois a carona para casa, e o brunch com o Jasper?
Comentem o que acham, o que esperam para a fic, o que não gostam, porque prometo que tenho muita coisa planejada ainda para ela haha E eu adoro essa amizade da Bella com o Jasper.

Domingo que vem tem mais, inclusive um capítulo que já está escrito, que eu gostei muito de escrever e que terá os três (futuros) casais principais interagindo.... e ai ficaram curiosos? Algum palpite?

Bjsss

AnaLu



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