Getaway Car escrita por AnaLu


Capítulo 3
Capítulo 3 - Gazeta de Forks


Notas iniciais do capítulo

Olá!
O fim de semana está quase acabando, mas consegui vir aqui postar para vcs! Espero que gostem e boa leitura!



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Capitulo 3

Acordei na manhã seguinte com o som da chuva batendo no telhado da pousada de Sue, o tempo típico da região, independente da estação do ano e que de tanto eu já ouvi falar.

Apesar de querer muito ficar enrolando na cama e não fazer mais nada o resto do dia, resolvi levantar logo e tomar um banho quente. Ainda queria explorar um pouco mais da cidade antes de me encontrar com Jasper após o almoço.

Essa futura reunião não saia da minha cabeça desde ontem... eu sabia que o certo não seria aceitar, afinal isso iria contra todo o meu propósito de fuga e eu mal conhecia essa cidade e pessoas para escrever sobre, mas os mesmo motivos que eu criava para não aceitar eram os que me faziam querer dizer sim.

Com a cabeça ainda cheia, eu me vesti com uma das minhas recém-adquiridas roupas quentes e desci para tomar café da manhã. Sue, como sempre, estava uma simpatia só e bem animada com a expansão que eu fiz da minha estadia. Isso me deixou feliz também, sentir esse carinho vindo de alguém que eu mal conhecia.

Após a refeição peguei emprestado um dos guarda-chuvas da pousada e saí para caminhar. Ainda mais atenta que no dia anterior, eu passei a observar tudo a minha volta, a cidade e seus detalhes.

A menina que implorava algo para a mãe enquanto apontava para uma vitrine, um homem que tentava equilibrar seu guarda-chuva ao mesmo tempo em que se abaixava para catar as fezes de seu cachorro, duas senhoras conversando animadamente na banca de jornal... tudo se desencadeava em um ritmo tão novo para mim que era quase impossível não prestar atenção.

Foi nesse momento quase epifânico que eu assumi algo que já estalava dentro de mim desde que estacionei o carro em La Push: eu precisava fica ali. Mais do que fugir da minha vida nova-iorquina, mais do que buscar uma nova aventura, mais do que tentar escrever o livro que eu sonho há anos.

Eu larguei muita coisa quando decidi pegar o avião dois dias atrás, pessoas, responsabilidades, bens materiais. Tudo porque eu precisava respirar, porque não aguentava mais me sentir sufocada pela minha própria vida.

Eu queria fugir sem planejamento, agir sem pensar, ser irresponsável e buscar coisas que me arrependeria depois. Tomar vários porres, acordar no desconhecido, me perder... Mas então, menos de 24h e tudo muda.

De repente, o que eu mais queria, o que eu realmente precisava, era estar ali. Caminhando pelas ruas molhadas e de prédios baixos de tijolos; sentindo a barra da minha calça encharcar sem me importar; carregando celular, carteira e nada mais; observando todas aquelas vidas e desejando, quase imperceptivelmente no meu íntimo, ser também uma delas.

Minha manhã passou dessa forma, observando, refletindo, filosofando. Explorei mais um pouco dos arredores do centro da cidade, e, em alguns momentos, me via anotando no bloco de notas do meu celular minhas percepções de tudo, a ânsia de registrar tudo era muito grande.

Antes de voltar para almoçar com Sue eu optei por passar no pequeno mercado do centro e comprar algumas coisas, em sua maioria besteiras, mas que me impediriam de comer fora em todas as refeições existentes. Eu tinha um tanto de dinheiro em minha conta, mas não queria resgatar mais do que fosse preciso, quanto menos contato com minha vida nova-iorquina, melhor. Assim, ganhar uma graninha extra com a coluna do jornal viria a calhar também.

Foi com esses pensamentos em mente que eu me dirigi para o outro lado da praça principal em direção a Gazeta de Forks. Eu estava claramente nervosa. Faz um tempo desde a última vez que eu estive em uma entrevista de emprego e, ainda assim, sempre vivi tendo as coisas jogadas no meu colo, praticamente. Não que eu me orgulhasse... pelo contrário, eu estava adorando essa nova adrenalina.

Cheguei cinco minutos adiantada então me permiti dar mais uma respirada funda antes de tocar o antigo sino que havia ao lado da porta principal. Não demorou muito para eu enxergar a silhueta de alguém pelo vidro fosco da porta. A pessoa caminhou lentamente até mim, deixando-me ainda mais nervosa, até a porta abrir e revelar uma mulher de uns quarenta anos aproximadamente.

— Boa tarde! – ela me cumprimentou forçando uma animação que era negada pelas rugas de preocupação em sua testa. – Sou Melanie, você deve ser Isabella, sim? – ela apresentou-se e eu sorri concordando.

— Sim, sou eu, mas pode me chamar de Bella, apenas. Eu tenho um horário marcado com Jasper...

— Ah claro! Ele me avisou, por favor, entre – ela sorriu novamente e me deu passagem. Apesar de apresentar bastante cansaço, Melanie tinha um quê jovial, talvez pelo rosto redondo e o sorriso simpático. – Eu sou a secretária aqui do jornal, mas estou mais para quem coloca ordem na bagunça... – desabafou bem-humorada. – Aceita um café, alguma coisa?

— Estou bem, obrigada – agradeci. – Talvez só algum lugar para deixar meu guarda-chuva.

— Claro, claro, colocarei ali perto da entrada para você. – eu sorri agradecendo. Nesse momento ouvimos vozes um pouco exaltadas vindas de uma sala fechada à esquerda. – É... o Jasper está em uma reunião com os jornalistas... já deve estar acabando, você se importa de esperar um pouco?

— De forma alguma. – sorri tranquilizando-a, que saiu em seguida pedindo para eu ficar a vontade.

Aproximei-me de uma das quatro mesas de escritório que havia ali e me sentei na cadeira observando o local. O cômodo inteiro era grande e retangular, nas paredes maiores, de um lado, haviam algumas prateleiras lotadas de livros e documentos e três portas: a de onde vinham os gritos, a que Melanie entrou e uma terceira, que eu imaginava ser um banheiro. Do lado oposto ficava a grande janela de vidro que dava para a praça principal da cidade, admito que achei um tanto exposto quando vi de fora, mas agora entendia, ela realmente dá uma bela visão de tudo.

As quatro mesas eram todas marrons escuro, como o piso, e tinham, cada uma, um computador de mesa e uma serie de papeis empilhados. Elas estavam enfileiradas perpendiculares à grande janela.

O lugar parecia que havia parado no tempo, direto do período de Guerra Fria, ou algo do tipo. Era interessante, até diria vintage, mas exalava um tanto caos. E isso estava presente no desespero de Jasper no dia anterior e no cansaço de Melanie que notei hoje.  

Passaram-se mais alguns minutos até que a porta foi, finalmente, aberta. Eu já estava ficando um tanto nervosa e observar a chuva pela janela não estava sendo mais tão tranquilizante. Levantei da cadeira sorrindo para as pessoas que saiam de lá um tanto estressadas.

Primeiro saiu uma mulher alta de cabelos lisos e escuros na altura dos ombros, uma pele escura levemente dourada e traços indígenas. Apesar da cara fechada, ela era bem bonita e aparentava não ter mais de trinta anos.

Seguindo essa moça saiu um garoto, tá, talvez ele tivesse minha idade, mas traços extremamente joviais evidenciados por um grande sorriso, que não deixou seu rosto mesmo com o estresse. Seus traços lembravam o da mulher e não demorou para eu deduzir que eles tinham algum tipo de parentesco.

E, por último, saiu Jasper, com seu característico conjunto de colete e camisa social. O imaginei com um charuto na mão protagonizando uma das cenas da série Mad Man, ri com esse pensamento, ele era bem hipster.

— Bella! Olá! – ele sorriu ao me ver, se aproximando. – Fico feliz que esteja aqui e me desculpa pela demora para recebê-la, tivemos algumas desavenças para decidir as manchetes dessa semana. - completou olhando preocupado para seus colegas, os quais aparentavam estar brigados.

— Que isso, Jasper, não foi nenhum problema esperar.

— Ótimo! – ele realmente parecia feliz com minha presença, ou pelo menos com o fato de deixar aquela sala e as discussões. – Deixe-me então te apresentar meus redatores, esses são Seth e Leah Clearwather.

— Olá, é um prazer conhecê-los – respondi cumprimentando-os com apertos de mão. – Eu sou Bella.

— Ah sim, a nova colunista – Leah disse um tanto indiferente – Vamos ver quanto tempo dura aqui...

— Leah! – Seth a repreendeu e voltou a sorrir para mim – Desculpe-me a grosseria de minha irmã... nós tivemos umas experiências ruins por aqui nos últimos meses, mas estamos felizes com sua presença!

Meu deus como esse menino era fofo! Parecia um cachorrinho com todo esse otimismo, e até me diverti com a disparidade de personalidades entre os irmãos, acho que entendo um pouco o cansaço de Jasper, deve ser exaustivo lidar sempre com essas diferenças.

— Bom, Bella, me acompanhe então até minha sala para conversarmos sobre seu cargo. – Jasper me chamou e acredito que eu fiz alguma careta, pois ele logo completou. – Desculpe-me, eu já estou supondo que você aceitou não é mesmo? Vamos conversar apenas, sem muito compromisso.

Eu sorri com suas palavras e me direcionei a sua sala. Entrei no cômodo e não pude deixar de notar a falta de decoração daquele lugar, eu não me considero fresca para essas coisas, mas havia tantos papeis e pastas em cima de diferentes moveis e tudo tão escuro... que evidenciava aquela vibe de caos que o jornal se encontrava.

— Desculpe-me a bagunça... estou passando por um processo de, er, transição, organização, renovação, talvez. – ele tentou se justificar sem graça. – Mas vamos ao que interessa – Ele indicou uma das cadeiras em frente a sua mesa para que eu sentasse.

— Bom, Jasper, eu pensei bastante sobre sua proposta. Muito mesmo, e, racionalmente, eu não deveria, pois isso aqui deveria ser uma viagem, uma passagem no meio de minha grande aventura... mas eu percebi que talvez minha grande aventura seja ficar, passar uma temporada aqui, me reencontrar, conhecer essas pessoas... eu não sei se faz sentido para você esse meu desabafo – ri sem graça encarando minhas mãos. –, mas se você realmente acredita que eu tenho algo a oferecer a esse jornal e a essa cidade, eu ficaria muito feliz de poder fazer parte.

— Uau, Bella, é claro que tem! Sei que eu pareço desesperado e meio que joguei esse trabalho no seu colo – rimos juntos constatando a realidade. – Mas independentemente de estar precisando ou não, eu acho que ter um olhar de alguém de fora, principalmente vindo de uma cidade grande como NY, fará muito bem para nossa gazeta e para os leitores também.

Em seguida ele abriu uma de suas gavetas e tirou de lá um papel estendendo-o para mim.

— Olha, eu tomei a liberdade de já redigir um contrato para você, não se preocupe, não é nada fixo e duradouro, eu só gosto de ter as coisas registradas. O que te proponho é o seguinte, um esquema estilo freelancer, você terá uma coluna no jornal “Forks aos meus olhos”, o nome poderá mudar se quiser, e você ganhará de acordo com as vendas dos exemplares, uma porcentagem fixa dentro da nossa remessa semanal. O que acha?

— Me parece ótimo, Jasper, de verdade! E eu gostei do nome para a coluna também. E como serão os horários?

— Bom, você pode trabalhar de casa se preferir, mas minha sugestão é que venha para cá, onde terá uma mesa e um computador, e contribua opinando também nos nossos editoriais e decisões de pauta, seria dás 8h às 18h com uma hora de almoço flexível de acordo com sua escolha. Parece-lhe bom?

— Claro, gostei bastante, só assinar aqui então? – perguntei enquanto lia o contrato em minhas mãos.

— Isso, e seriam duas colunas por semana, uma domingo e uma quinta feira. Seria interessante se já pudéssemos publicar uma amanhã, já que hoje é quarta, mas sei que está em cima da hora então não precisa...-

— Você ta brincando! – o cortei. – To doida para começar isso de vez, já tenho várias ideias anotadas no meu celular. – confessei e ele logo me olhou maravilhado.

 - Menina! Onde você estava esse tempo todo? – ele me perguntou e rimos juntos.

Em seguida finalizei de analisar o contrato e o assinei. Jasper me fez um tour pela redação e me mostrou minha mesa, ela seria a última das quatro, mais ao fundo da sala e com uma ótima visão da praça principal pela grande janela.

Sentei-me para trabalhar animada, eu realmente estava cheia de ideias. Nunca havia escrito crônicas tão cotidianas e ao mesmo tempo filosóficas assim, mas eu estava adorando, e o texto simplesmente fluiu.

Eu estava em um ritmo tão frenético que ao terminar meu trabalho e afastar-me do computador me assustei ao perceber que já havia escurecido. Olhei meio confusa ao meu redor, Leah e Seth já haviam ido embora, bem como Melanie também.

— Você estava tão concentrada que ninguém teve coragem de interrompê-la para se despedir, mas eles deixaram abraços. – Jasper quebrou o silencio aparecendo na sala.

— Até Leah? – perguntei divertida.

— Ela principalmente. – ele completou compartilhando do meu humor. – E ai, acabou?

— Sim! – sorri confiante. – Não está perfeita, e eu já mexi um tanto nela, mas eu gostei. Quer ver se aprova, editor? – perguntei virando o monitor do computador em sua direção, que agora havia se sentado na cadeira a minha frente.

— Mas é claro!

Os próximos minutos foram agonizantes, toda aquela apreensão de tê-lo lendo meu texto, o silêncio, a ansiedade. Estava ficando louca e ele era uma pedra, não esboçava reação alguma.

— Bella. – ele me chamou sério ao terminar e em seguida pigarreou.

— Sim? – perguntei já suando de nervosismo.

— Onde você estava todo esse tempo mesmo? – ele me perguntou novamente sorrindo e eu não pude deixar de acompanha-lo. –Há ainda alguns ajustes para serem feitos, mas eu adorei, a forma que você protagoniza esses detalhes tão cotidianos para nós, o seu humor levemente irônico, a leveza... vou adorar publicá-lo amanhã.

— Nossa Jasper! Obrigada, fico muito feliz mesmo que você tenha gostado! – não pude esconder meu entusiasmo. - Alice vai surtar quando eu contar para ela sobre isso, ou será que devo deixá-la descobrir sozinha?

— Ah essa baixinha, ela vai surtar mesmo... preciso lembrar de agradecê-la depois, por ter nos apresentado.

Eu não pude deixar de notar a forma que ele sorria quando falava dela agora, será que aquela paixonite é recíproca? Sei que não devia..., mas eu com certeza vou meter meu dedo aí no meio e agilizar essas coisas... hahaah sou do mal.

— Vocês se conhecem faz tempo? – perguntei como quem não quer nada.

— Hum... eu diria que sim, quero dizer, nós dois nascemos e crescemos aqui. Mas só fui conhecê-la mesmo de conversar e notar mais depois que voltei da faculdade, uns dois anos atrás... – ele me respondeu pensativo.

— Notar...? – enfatizei esse detalhe em sua resposta e o notei corar.

— A você sabe, olhar jornalístico... – ele tentou desconversar sem graça. – Começamos a conversar um pouco mais quando as coisas ficaram meio tensas com sua família... pois ela veio me pedir para não fazer matérias sobre...

Nesse momento senti o clima da conversa ficar um pouco mais tenso e me lembrei do que Alice havia me dito no dia anterior sobre alguns problemas enfrentados por sua família e fui consumida pela curiosidade.

— Me impeça se eu estiver sendo muito invasiva... mas o que houve com eles? – perguntei e o senti remexer um pouco na cadeira, pude perceber que era um assunto um tanto intocado.

— Eu não sei exatamente..., mas as pessoas comentam né? Ainda mais uma família tão conhecida e boa para todo mundo... há uns dois anos, Esme teve um problema sério de saúde, isso os desestruturou um tanto. Edward se sentiu culpado por não estar aqui, Alice sente medo que aconteça algo assim de novo... e Emmet, o mais velho, que segurou as pontas na época, mesmo distante voltou e fez o que podia... e, quando tudo parecia ter voltado ao normal, houve o acidente. – Jasper contava.

Eu o olhei séria e ele tirou de sua gaveta um recorte de jornal e o estendeu para mim, não era da Gazeta de Forks. Nova aposta de Chicago College sofre contusão em jogo. Lendo rapidamente a matéria soube sobre seu rompimento do ligamento do calcanhar direito e sobre a longa recuperação e inúmeras cirurgias que teria pela frente.

— Ele não poderá mais jogar? – perguntei.

— Após um extenso tratamento, sim, mas não como antes... e que grande time o contratará? Ele não terá a mesma habilidade, estará mais velho...

— Nossa... isso deve destruir o emocional.

— Exato... novamente, não sei detalhes, e nem quero me meter, mas...

— Ele colapsou... – deduzi.

— Com certeza.

Voltei a olhar para o jornal...isso era muito triste, sentir sua vida no fim sem nem a ter começado. Senti compaixão por alguém que nem conhecia e passei a admirar mais ainda Alice, que mesmo passando por tudo isso mantinha aquela alegria natural dela.  

— O clima acabou ficando um pouco pesado... – Jasper quebrou o silencio que havia se instalado. – Eles são ótimos, os Cullens, você irá adorá-los. – Ele deu um meio sorriso. – E quanto ao seu texto, é realmente muito bom, mande para o meu email que eu já finalizarei o layout de amanhã.

— Pode deixar, chefe – brinquei. – E obrigada, pelo emprego, pela conversa.

Ele me respondeu dando uma piscada e se dirigindo a sua sala novamente. Arrumei minhas coisas para ir embora, já eram oito horas e só agora percebi o quão cansada estava.

Antes de ir embora eu enviei o email para o Jasper, dando uma última olhada no meu primeiro trabalho na Gazeta de Forks. Eu estava tendo um pressentimento muito bom sobre minha estadia aqui.

A importância das barras molhadas de chuva.’ Crônica de Bella S.

 


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Notas finais do capítulo

Heey, e ai, o que acharam? Bella que desiste de só viajar e arranja um emprego, um pouco mais de detalhes sobre a familia Cullen, um pouco mais de Jasper, comentem o que acharam e o que esperam da fic que eu adoro saber!!
E também quero agradecer aqui os comentários que eu recebi semana passada e também todos os novos leitores que estão aparecendo por aqui!!

Beijinhos e até semana que vem!
AnaLu



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