Uma canção de Sakura e Tomoyo: beijos e despedidas escrita por Braunjakga


Capítulo 2
Prólogo




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Tomoeda, Japão

Agosto de 2002

 

I

 

Era Noite. Chovia.

Um Toyota Corolla preto pára diante de um beco.

O beco estava escuro e cheio de contêineres de lixo.

Do lado dos contêineres, havia muitas portas, muitas delas com janelas com a luz ainda acesa, mas a grande maioria delas estava fechada e muito bem trancada.

Há três semanas ninguém jogava mais lixo no beco e nem a prefeitura fazia coleta lá.

Dentro daquele beco as pessoas diziam que havia um marginal de capuz que ninguém conseguia ver o rosto. Ele atacava e roubava as pessoas que por lá passavam.

Com os ataques, o comércio na região diminuiu.

Depois que as pessoas pararam de passar por lá, o ladrão ficou mais ousado e começou a atacar as pessoas fora do beco. Ele as atacava e voltava para o beco, mas ninguém tinha coragem de ir até ele.

Até que um agente da polícia urbana de Tomoeda resolveu ir no lugar para apurar as denúncias.

Assim que chegou no beco, o servidor foi morto.

Por causa disso, a agência nacional de polícia do Japão entrou no caso.

De dentro daquele carrão, três homens saem dele.

Estavam trajados de sobretudos cinzas, chapéus de aba na cabeça e colete a prova de balas. Carregavam pistolas postas discretamente em coldres de couro na cintura.

Aqueles eram acessórios incomuns para policiais japoneses, país cuja taxa de homicídios era em torno de de 150 mortes por ano, mas o que aconteceu era grave o bastante para usar aqueles acessórios:

— Sargento Nakajima, tem certeza que foi aqui onde foi encontrado o corpo do Hideyoshi?

Perguntou um homem de cabelos tigelas e óculos redondos na cara.

Um dos policiais, um homem careca e gordinho com barba por fazer, respondeu:

— Tenente Kenji, sem sombra de dúvida! O agente Nakamura trabalhava há vinte anos em Tomoeda, vigiando o parque do pinguim quando veio ao beco tentar recuperar a arma roubada!

— Roubada?

— Tenente, a confirmação procede. Achamos que o ladrão só usou o roubo de isca pra atrair o agente pro beco e…

Disse um homem jovem, rosto liso, de cabelos curtos.

— Eu sei, Kuribayashi, eu sei do resto! Eu vi o corpo do agente Nakamura no IML… seco, sem vida… sugaram o sangue dele todo! Isso parece coisa de história de filme de terror que eu assisto com a minha filha…

— Tenente Kenji… não acha que foram alienígenas que fizeram isso com o agente?

— Alienígenas, Nakajima?

Kenji franziu a testa, surpreso com a conclusão.

— Sim! As testemunhas informaram que o ladrão estava de capuz e fugiu pra esse beco…

— Perdoe, Tenente – Interrompeu o Sargento Kuribayashi – Só pra complementar, não é a primeira vez que o povo daqui vê esse ladrão; a senhora Maki Matsumoto, da loja de brinquedos, me falou que uma espécie de vampiro mordeu o pescoço dela. A mulher ficou em coma no hospital por três dias! Perdeu sangue e tudo…

— Sei… A mesma coisa aconteceu com a amiga da minha filha, Chiharu Mihara; esse alienígena-vampiro mordeu o braço dela e arrancou até pedaço de pele e músculo; parecia um ghoul! Tadinho da menina, ficou internada e tudo…

Os policiais calaram, meditando. Kenji continuou:

— Mas, seja lá quem for… – O Tenente Kenji sacou a arma de dentro do sobretudo e puxou a parte de cima dela, apontando para o beco. – Vamos acabar com isso aqui e agora!

Os sargentos Kuribayashi e Nakajima copiaram o chefe e avançaram pelo beco.

Quando coloco o pé no beco, o telefone de Kenji tocou.

Era Naoko.

Atendeu:

— Alô filha?

— OI pai, tá tudo bem?

— Aconteceu alguma coisa, filha?

— É que o senhor tá demorando muito! O senhor prometeu voltar cedo pra casa hoje! Cê comprou o filme?

— Eu sei, filha, é que aconteceu uma emergência e o papai tá investigando, ok? Daqui a pouco o papai termina e já vai voltar com o filme de terror! Já tá tudo no carro!

— Sério mesmo, pai?

— Prometo, filha! Cuida da mãe pra mim, tá? Palavra de policial!

— Tá certo, pai! Volta logo, beijo, amo muito o senhor!

— Outro, também te amo muito filha!

Kenji guardou o celular e voltou a olhar para o beco:

— Vamos!

 

II

 

Dentro do beco, sacos de lixo estavam espalhadas por toda parte.

Ratos saíam correndo pelas sacolas e alguns gatos, atrás dos ratos, miavam.

O cheiro era ruim e a chuva piorava tudo.

A chuva ficou mais forte e um rio de restos correu pelo beco.

Uma casca de banana grudou no pé de Kenji.

O agente chutou a casca para frente e viu que o beco se dividia em três, como uma cruz.

Gesticulou com a mão e foi um agente para cada banda. Kenji seguiu em frente.

Os três caminhavam ainda mais lentamente, cada um para o seu lado.

Sacaram uma lanterna e grudaram em cima da arma.

Reviraram sacos de lixo e abriram a tampa de latas e contêineres, apontando uma arma para eles antes de qualquer coisa.

Enquanto Kenji revirava uma lata de lixo, um grito veio do seu lado esquerdo:

— Nakajima!

Kenji deu meia volta e foi até o beco onde tinha enviado o sargento.

Na intersecção, encontrou o sargento Kuribayashi voltando também.

Ele estava ofegante, cambaleante até que se ajoelhou no chão e desmaiou na água suja que escorria sobre o beco.

Kenji correu para ajudá-lo.

Seu corpo estava suando de febre, mas também estava muito frio.

Havia um corte no pescoço dele.

— Kuribayashi… por favor, não! – Kenji ficou trêmulo e desesperado vendo o agente naquele estado.

— Tenente… Isso não é humano não…

— Como não é humano, Kuribayashi!

— Se eu fosse você, eu escutaria o seu agente…

Uma voz saiu de trás dele.

Kenji se virou com arma apontada para eles e se deparou com duas pessoas.

Um homem moreno, filipino, jovem, cabelos longos e lisos, vestido de armadura de placas pretas e outro homem, um homem velho, pele enrugada, ocidental, sem cabelos, olhos claros, com uma barra de ferro nas mãos do tamanho dele.

Era ele quem vestia um capuz preto no corpo todo e preenchia as descrições do misterioso ladrão que estava atacando todo mundo em Tomoeda, se refugiando no beco logo depois.

—  Mãos ao alto ou eu atiro em vocês! Aqui é a polícia nacional! Não vou dizer denovo! – Berrava Kenji com as mãos trêmulas, o sobretudo encharcado de chuva.

— O que são suas balas e sua polícia nacional diante da magia? Eles não significam nada pra mim, tenente!

O velho começou a caminhar na direção de Kenji.

— Cala a boca ou eu atiro! Rendam-se!

— Têm muita energia Clow, Kenji Yanagisawa, saindo de você… – O velho fechou os olhos e respirou fundo. – Sim, eu sinto… Toda a energia da carta “criação” está em você e na sua família… Naoko, não?  

 – Ora, seu! Como ousa me ameaçar!

Quando Kenji se preparava para apertar o gatilho, o velho, mais rápido que ele, enfiou o bastão negro no peito de Kenji

O bastão furou seu peito e perfurou a coluna.

O chapéu que usava caiu com o impacto e a arma soltou de sua mão, disparando numa lata quando caiu.

Sangue saiu de sua boca e o velho ergueu com o bastão negro o corpo de Kenji no ar com facilidade.

— Senhor Cláudio, será que agora já dá?

— Certeza, Domingo, é estudando ele que a gente vai pegar o resto das cartas… Vamos!

Os dois desapareceram no ar como se tivessem sido sugados por um ralo que apareceu no meio do ar vindo do nada.

 

Continua…


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