Uma canção de Sakura e Tomoyo: beijos e despedidas escrita por Braunjakga


Capítulo 14
O Introvertido




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Tomoeda, 24 de agosto de 2002

 

Durante a feira de verão do Templo Tsukimine, todo mundo vestia yukata. As pessoas faziam um barulho enorme, principalmente as crianças, animadas com as luzes e o colorido das barracas. Havia também um espetáculo de fogos no último dia de agosto na margem do rio Tomoeda. 

Syaoran convidou Sakura para dar uma passada por lá. Chegando na feira, andaram olhando um monte de barracas até parar na barraca dos tiros. Ela estava cheia de pelúcias e brinquedos, cada um com uma pontuação específica distribuídas ao longo dos círculos do alvo. O primeiro prêmio era um jacaré enorme, caso o tiro acertasse o centro. 

O chinês pegou uma pistola de festim e atirou no alvo. Conseguiu acertar o centro e ganhou a pelúcia enorme e um doce. Ele ficou segurando o brinquedo enquanto entregou o doce para Sakura. A menina comeu o doce com silêncio e resignação sem olhar para ele em nenhum momento enquanto caminhavam pelas barracas. Ela nem mesmo aplaudiu o namorado quando ele conquistou o grande prêmio.

O pequeno guerreiro ficou preocupado. Passou pela mente do chinês tudo o que fizeram durante dez dias juntos: as viagens que os dois fizeram para Tokyo, a visita ao monte Fuji em Shizuoka, os presentes que comprou para ela, os restaurantes onde comeram. Quanto mais se divertiam, mais sentia que a alegria de Sakura definhava, como uma orquídea sem água. No fundo, talvez soubesse a razão daquilo, mas perguntou só por desencargo de consciência:

— Tá tudo bem, Sakura?

— Só tô com um pouco de dor de cabeça, só isso. Acho que tá pra descer pra mim, sabe? Essas coisas de mulher… – A cardcaptor respondeu com uma cara azeda como limão. 

Andaram mais um pouco e viram um par de amigas juntas, fazendo compras em uma barraca. Sakura ficou olhando a cena com uma certa fixação no olhar, uma certa melancolia, como se desejasse aquilo mais que os presentes que o rapaz poderia conquistar em outras barracas. Até mesmo ela girou a cabeça levemente para continuar vendo a cena. 

Syaoran não conseguiu aguentar aquela situação toda e disparou:

— Eu vou falar com ela…

— Você vai falar com ela, é mesmo? Puxa vida… – Sakura soltou uma gargalhada irônica. – Você sabe quanto tempo eu tô sem falar com ela? Faz onze dias! – Sakura deu uma fungada, tentando segurar a tristeza. – Mas, tá tudo bem. Eu fui uma idiota quando saí da frente dela, eu nunca soube mesmo encarar os meus sentimentos direito! Ela é mais madura que nós dois juntos. – Sakura lembrou-se do grito que ela deu para o pai e retificou. – Em algumas coisas, é claro. – As lágrimas começaram a cair. 

— O que ela falou pra você? – perguntou Syaoran.

— Ela me ama! Ela me ama do fundo do coração! Ela não me ama só como amiga, ela me ama como mulher! Foi isso que ela me disse! – disse Sakura, desesperada.

O cardcaptor calou-se. Ele não gostou nada de ouvir aquilo. Os dois continuaram andando. Sakura quebrou aquele gelo depois de um tempo.

— Eu não sei ainda como eu vou encarar isso, não posso deixar ela sem uma resposta. – disse ela.

— Que resposta você vai dar pra ela?

— Eu não sei, Shoran. Eu não sei! 

— Se você não sabe, eu dou uma resposta pra ela…

— Você não vai, Syaoran! – gritou. A flor de cerejeira parou o namorado de súbito, com o dedo em riste na cara dele. – Você já parou pra pensar no mal que a gente já fez pra ela? Você vai lá pra fazer mais mal ainda, Syaoran, é isso?

O chinês colocou as mãos sobre os ombros dela e olhou para cardcaptor sério. – Sakura, se você foi idiota, eu reconheço que eu também fui idiota. – Ele baixou a cabeça e olhou para o chão. Depois, voltou a olhar para ela. – Eu reconheço que eu usei um pouco mais de força com ela, eu quebrei o pé dela, mas foi sem querer! Eu só queria dar um susto nela, mas eu vejo que eu passei do limite…

Sakura voltou a sorrir ironicamente e continuou:

— Passou do limite? Você passou de todos os limites! O Shoran que eu conheço não ia fazer um negócio desses nunca! Você arrebentou ela! Cê tá entendendo? Eu vi como ela ficou, Shoran! Você deixou ela toda detonada!

— É exatamente por isso que eu vou falar com ela, ou você acha que não precisa? Eu agi por impulso, eu agi por ciúmes, eu não pensei em nada, a não ser eu mesmo! Eu reconheço que eu errei e, pra me desculpar desse erro, eu preciso falar com ela! – O chinês gritava e gesticulava desesperado, tentando ser ouvido por Sakura. 

A cardcaptor virou a cabeça para o lado e ficou olhando o chão, um pouco sentida por dentro com o discurso dele.

— Que bom que você concorda em conversar com a Tomoyo! Nós vamos precisar da ajuda dela de agora em diante, meu rapaz… 

Destoando do resto do pessoal, vestido de yukata, a dupla Subaru e Hikaru encontraram o casal, usando seus sobretudos.

— Puxa vida, pessoal! Vocês não param de trabalhar mesmo e ainda acham tempo pra se divertir! – comentou Sakura, reparando que tinha uma peça de roupa nas mãos de Hikaru.

— Ah, isso aqui? Foi gentileza do Subaru! Ele é bom de tiro! – A mulher de cabelos vermelhos gargalhava, enquanto Subaru ficava vermelho de vergonha.

— Oficiais, se a gente for precisar da ajuda da Tomoyo, então as investigações avançaram, não foi? – disse Syaoran com a mão no queixo, pensativo.

— Sim! Descobrimos dois homens misteriosos andando por Tomoeda. Acreditamos serem os mesmos homens por trás do assassinato do Kenji! – disse Hikaru.

— Peraí, como vocês podem dizer uma coisa dessas? – perguntou Sakura.

— A descrição dos dois confere com o depoimento das testemunhas. Precisamos nos reunir urgente! – disse Subaru, com o rosto sério.

— Hoe!!! – exclamou Sakura, surpresa.

 

Continua… 


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