Meu coração bate forte no peito, como se eu corresse,
corresse, corresse
mas nunca chegasse a lugar algum.

Não tenho certeza sobre sentir dor,
aflição ou agonia, apenas vejo minhas pupilas dilatarem
e retraírem no espelho
enquanto surto
sem ter para onde ir.

Eu queria te transformar em poesia
pra nunca te deixar fugir,
mas talvez isso me mate.

Eu não aguento mais discutir
e não ter para onde ir.
Não aguento mais te perseguir e esperar retorno,
esperar saudades, esperar, esperar.

Quando você vai ligar?

Estou farta, cansada e despedaçada.
Eu quero uma casa, um abraço,
um coração que bata por mim.

Mas eu queria que esse coração fosse o seu,
esse aí que bate forte no seu peito assim como o meu.
Eu queria que as suas pupilas dilatassem como as minhas,
queria não me sentir sozinha.

Tudo isso por você.

Que ironia, eu nunca consigo sair
desse ciclo sem fim.
Seja pelo corpo entorpecido pelos remédios,
seja pela alma entorpecida pelo amor,
seja pela cabeça entorpecida pelo fracasso.

Onde está você agora?