Pledge. escrita por Shadow Shirami Mitsuko


Capítulo 1
Garantia.


Notas iniciais do capítulo

Sinceramente, o caso do Dantalion me lembra para caralho o mesmo do Luka Crosszeria, inclusive tem o mesmo ar de haremzão de Uragiri wa boku no namae wo shitteiru e meio parecido com o Shirogane de Monochrome Factor uh

Será só coincidência?



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Olhou pela janela distraído, não havia brisa e as nuvens rolavam preguiçosamente.

Tentava ocupar sua mente com os estudos, afinal William tinha que manter intacta a honra da família Twining, além de seu próprio orgulho.

No entanto sua mente não estava nas lições de latim que escrevia desanimado, nem na prova que teria pelos próximos dias. Muito menos na tagarelice de Isaac que estava fascinado com a última visita que fizeram ao inferno e com as informações que Lamia lhes passaram.

A única coisa que sua mente conseguia focar era infelizmente no olhar perdido e dolorido de Dantalion, na forma como seus lábios se curvavam como se quisesse reprimir algo.

Mas não conseguia se recordar de nada até que acordou, tudo que transcorreu naquela reunião ridícula era um borrão negro. Embora o salão tenha ficado parcialmente destruído, não conseguia sequer lembrar-se do que poderia ter acontecido, nem da aparição de Lúcifer, o que pareceu ter melhorado a ansiedade dos demônios relaxando-os.

Pelo menos Sytry não estava mais lhe pressionando a cada meia hora para que o elegesse. O que era verdadeiramente um problema. No entanto, sentia falta de algo mais que aquilo.

Já havia se acostumado com a presença irritante de Dantalion, com a mania de aparecer literalmente do nada e, por mais que negasse, de Amon e Mamon a lhe espiar pela janela.

Naquele dia, não viu nenhum deles, por mais que ficasse olhando em cada canto procurando-os para ter certeza de que sua privacidade estava protegida, não conseguiu vê-los em lugar algum. Deveria ter se sentido feliz com isso.

Deveria.

Então por que o imenso vazio incomodava seu peito? Como se tivesse perdido algo que lhe era caro.

Não era lógico! Ele era um realista! Não acreditava nessas baboseiras de demônios, anjos e nem que era de fato reencarnação de Salomão. Aquilo era ridículo. Vivia no século XX, tudo podia ser explicado com ciência.

Então como explicar a enorme sensação de vazio que sentia naquele momento? Nem mesmo Kevin conseguia o tirar daquele humor mórbido, mesmo que jogasse a culpa apenas no estresse da experiência recente, sabia que era muito mais do que apenas isso.

A culpa de suas frustrações, estresse e, por mais que se negasse a admitir a palavra, solidão, era justamente o maldito demônio.

Bufou enquanto jogava sua caneta de lado e fechava o livro com força na escrivaninha. Se jogou em sua cama, se aproveitando do descanso que tinha até que fosse requisitado para alguma coisa, fechou os olhos, mas as únicas imagens que vinham em sua mente era apenas o olhar de dor e a voz quebrada lhe perguntando “por que não se lembra?”

 Maldito átomo! Era isso que Dantalion era, apenas átomos, não precisava se preocupar com algo tão insignificante.

Então por que seu peito não parava de doer?

Por que aquela visão sempre perturbava seus sonhos?

“Não é que eu não tenha te aceito, a verdade é que eu preciso de uma garantia de que você é real.” Fechou os olhos com aquele pensamento.

Sentir as mãos deles em seu rosto não era prova. O vento também podia o tocar, mas não conseguia tocar o vento. Era inalcançável.

Era assim com Dantalion. Ele era o vento que chegava até ele, bagunçava sua vida, mas também era inalcançável. Não conseguia penetrar em suas defesas, procurar suas fraquezas.

Não conseguia acreditar em algo que nem ao menos sabia sobre seu passado. Ele era um realista, precisava mais do que de palavras bonitas para lhe convencer da confiabilidade de alguém, principalmente de um ser mágico na qual ele negava veemente a existência, não era um iludido com Isaac.

Mas nem mesmo a ciência conseguia explicar o porquê de seu incomodo.

“Se ao menos você cooperasse e contasse mais sobre você ao invés de esperar que eu simplesmente diga o que eu tampouco sei...” Encarou o teto desanimado. “Eu não sou Salomão, não realizo milagre, não sou um santo, sou só um estudante ordinário que tem ambições ordinárias.”

Olhou para a janela novamente, nem uma pequena sombra de seus espiões indesejados, nem mesmo suas vozes irritantes.

Nada.

“Eu só preciso de uma garantia... Que não vai desaparecer assim que conseguir o que quer.”

Balançou a cabeça. Não precisava dele.

Não precisava de contos fantasiosos em sua vida.

Iria levantar a cabeça e seguir em frente, iria conseguir as melhores notas e se tornar um político ou um advogado e assim reergueria o matrimonio que sua família perdeu por causa de um descuido de seu tio que sumiu assim que faliu sua família. Se tornaria rico o suficiente para não ter que se preocupar com o dia de amanhã.

Seria um homem importante para humanidade, cujo cérebro magnifico deveria ser considerado tesouro nacional e protegido!

Não era um tolo que perdia seu tempo com trivialidades sem sentidos que podiam ser desmentidas pela ciência.

Então por que esperava que Mamon e Amon aparecessem em sua janela? Ou que o próprio Grande Duque do Inferno fizesse as honras?

Rosnou agarrando seu travesseiro.

Tudo era irritante! Irritante!

Então desistiu de queimar seu cérebro por algo sem importância.

Por que sabia que por mais que quisesse e desejasse, não teria nenhuma garantia.

Por que ele não era Salomão.

E ele nunca teria o seu voto.


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Notas finais do capítulo

Não consigo aquietar.

Enfim.

Comentem se sentir interesse.

Até uma próxima.



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