Dastan parecia um leão no campo de batalha, faminto, destemido e feroz. Muitos inimigos caíram sob sua espada. O bravo guerreiro Persa brincou ao manobrar perfeitamente a lâmina. Um bárbaro no campo de batalha, e um príncipe quando se tratava de proteger a honra de seu rei  e do império.

Após a batalha, um de seus homens, Bis, levou o vinho até sua tenda para comemorar a grande vitória.  “Você conseguiu!” Disse enquanto tomava um gole.

“Nós conseguimos!” Dastan o corrigiu compartilhando a vitória.

“Parabéns irmão, você ganhou o título de grande guerreiro Persa!” Disse Garsiv adentrando na tenda.

“Obrigado irmão! Da próxima vez eu deixo você atacar primeiro.” O jovem príncipe brincou vendo o mais velho ficar vermelho de raiva. “Me ajude a remover a armadura.”  pediu a Garsiv que logo o ajudou.

Ao remover a placa que protegia seu peito, o príncipe mais velho arregalou os olhos ao ver o tamanho da ferida provocada por uma lança.

“Dastan...” Garsiv engasgou nervoso.

O guerreiro olhou para seu peito. “Eu não senti nada.” Respondeu passando a mão no sangue.

“Chamem um médico... RÁPIDO!” Garsiv ordenou a Bis, que logo correu em busca de socorro.

Dastan sentiu um gosto de ferrugem, seu corpo começou a suar frio, em seguida sua

visão ficou turva provocando-lhe um desmaio.

Ao abrir os olhos, ainda em estado de sonolência, tudo que conseguia enxergar era borrões. Seu corpo não respondia, dando a entender que estava dopado com algum medicamento forte.

Mas podia ouvir duas vozes discutindo, uma era de uma mulher e outra era de um homem. Mais alguns berros da voz masculina e logo reconheceu que era Garsiv; o príncipe parecia preocupado e apressava a mulher com os procedimentos.

Dastan sentiu uma mão delicada massagear seu peito, ela estava limpando o local da

ferida. Logo voltou adormecer.

Ao acordar novamente, se deparou com um par de olhos avelãs, piscou algumas vezes, e pode ver suas sardas e seus longos cabelos negros.

“Sua respiração voltou ao normal.” Disse a mulher virando as costas pra ele.

O Persa tentou se levantar, sem sucesso. Sua voz não saía, parecia que estava presa em

sua garganta. “O que essa mulher me deu?” se perguntou em sua mente; voltou a adormecer.

Ao som de uma linda voz cantarolando, Dastan acordou e rapidamente segurou a mão que

estava massageando seu peito. Finalmente recuperou seus sentidos.

“Uh!” a moça se assustou.

“O que você está fazendo? Quem é você? e o que aconteceu?” perguntou ainda segurando a mão dela.

“Finalmente o príncipe encantado acordou. Sou a médica que está cuidando de seus

ferimentos. Meu nome é...”

A morena fora interrompida por Garsiv e Bis que adentraram na tenda. “Irmão!” O príncipe, irmão do meio, o abraçou. Dastan retribuiu o abraço do seu irmão e amigo. Depois procurou pela mulher, mas ela não estava mais entre eles. “Onde ela foi?”

“Quem?” Bis perguntou.

“A médica. Irmão, preciso agradecê-la pelo que fez por mim. Onde a encontro?.”

“Alamut.” Respondeu rindo com malícia.

“Alamut?!” repetiu.