Colegas de apartamento escrita por calivillas


Capítulo 18
O que está acontecendo?




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/778599/chapter/18

Por quanto tempo se pode sustentar uma mentira, sem que a verdade venha à tona? Às vezes, por muito tempo, mas sempre tem alguém que conhece alguém, que conhece outra pessoa que conhece você ou uma fatídica coincidência para que a verdade apareça. Então, foi assim que eu descobrir o que nunca esperaria.

Na segunda-feira pela manhã, eu estava chegando à sala de aula, me sentei no meu lugar de sempre, quando Naira veio falar comigo, não éramos amigas, apenas colegas de turma, mas, vez ou outra, nós nos encontrávamos em festas ou por aí, assim, ela conhecia o meu namorado.

— Oi, Paula. Eu não sabia que você tinha terminado com Felipe — ela me disse, com falsa inocência.

— Mas, eu não terminei. Por quê? — rebati, assustada.

— Não! Por nada, então, só foi um engano. Deixa para lá.

— Engano? Que engano? — quis saber, desconfiada.

— Nada, já disse — ela falou, com veemência, mas, não pude retrucar, pois a professora havia entrado na sala e a aula começou, mas, aquelas palavras não saiam da minha cabeça, desconfiada que havia algo de errado nessa história. Mais tarde, no intervalo entre aulas, não conseguia parar de pensar no assunto, imaginado se Naira não quis me dizer a verdade, quando Juliana se aproximou, deve ter visto na minha cara que tinha algo errado.

— O que houve, Paula? Que cara é essa? — perguntou, erguendo as sobrancelhas em interrogação.

— Nada! Quer dizer, foi algo que Naira falou sobre Felipe.

— Ela conhece Felipe?

— Só de vista, em uma festa ou outra. Ela perguntou se nós tínhamos terminado.

— Por que ela perguntaria isso?

— Não sei, ela disse que devia ser um engano, mas eu fiquei desconfiada, que ela sabe mais do que me falou.

— E o que você vai fazer? Perguntar para Felipe?

— Não sei, não vi Felipe o fim de semana inteiro, sabe como é? Plantões, provas e estudos. Mas, acho que vou deixar para lá — Dei de ombros, com falsa indiferença.

— E você vai conseguir, assim, numa boa? — Ju me conhecia muito bem.

— Eu não sei — Tinha certeza que não.

— E se você tirasse a prova? — Juliana indagou, com um ar malicioso.

— Como assim? Quer dizer seguir ele ou algo parecido? — Comecei a rir achando aquela ideia absurda.

— Sim, por que não? Se formos bem discretas, ele nem vai perceber — ela respondeu, animada com a expectativa.

— Você está falando sério mesmo? Não acho isso legal, vai parecer que não confio nela — disse, sacudindo a cabeça em negação.

— E confia? Vai ficar com essa dúvida até quando?

Mesmo não gostando da ideia, talvez, Ju estivesse certa, no entanto, não sou assim.

— Deixa para lá, Ju. Não vou fazer isso — determinei, para a decepção da minha amiga.

Mas, a nossa mente é um terreno bem fértil, basta jogar uma sementinha de incerteza, que a dúvida cresce e se espalha frondosa, florescendo e dando frutos amargos.

No fim de semana, combinamos o tradicional, cinema e jantar, e quando, finalmente, reencontro com meu namorado, não conseguia olhar para ele, sem que as dúvidas aparecessem.

— Tudo bem com você? — ele questionou, com cuidado.

— Tudo. Por quê? — Será que está tão na cara?

— Você está muito calada.

— Ah! Só estou preocupada com as provas. Como vão os plantões? — perguntei, com dissimulado interesse.

— Normais — respondeu, dando de ombros.

Minha intuição me diz que há algo errado ou estou ficando paranoica?

Naquela noite, Felipe não subiu para o meu apartamento, alegando cansaço. O que achei estranho, pois, nos primeiros tempos, ele não perdia a oportunidade de ir para a minha cama. Percebi que algo está mudando entre nós, uma situação que não entendo.

Desanimada, entrei no apartamento, dou de cara com Ed pronto para cair na noite, ainda é cedo para os conceitos dele.

— Já de volta? Cadê o namorado? — perguntou, realmente, surpreso.

— Foi para casa, está cansado. — Ed ergueu as sobrancelhas, com ar descrente.

— Boa noite, Paula — Ele passa por mim em direção a porta.

— Espere! — pedi, me virando para ele, que se voltou para mim, surpreso. — Podemos conversar?  — Ed continuou me olhando. — Preciso conversar com alguém sobre mim e Felipe.

— Você quer conversar comigo sobre o seu namorado? — perguntou, perplexo.

— Sim, você é homem...

— Eu sei disso.

— Pode me dar outra visão da situação. Você sabe que não tenho muita experiência com relacionamentos mais sérios — revelei, sem jeito, mais cheia de coragem.

— Você sabe que eu, também, não tenho experiência com relacionamentos sérios — rebateu, com segurança, olhando nos meus olhos.

— Por isso mesmo, você poderia me ajudar, se não for atrapalhar a sua noite.

— Tudo bem — Ele soltou o ar com força, foi em direção ao sofá, se sentou e eu tomei o lugar ao seu lado. — O que está acontecendo, Paula?

— Acho que tem algo errado entre mim e Felipe. Acho que ele pode estar deixando de gostar de mim — digo, olhando para as minhas mãos sobre o meu colo, não era fácil me abrir com Ed assim, mas tinha esperança que ele pudesse ser o melhor conselheiro para um momento como este.

— Por que você acha isso?

— Sei lá, ele anda tão estranho, tão distante. — Dou de ombros, colocando em palavras algo que já havia percebido. — Outro dia, uma garota veio me perguntar se eu e Felipe havíamos terminado, quando eu disse que não, ela desconversou.

Ed coçou a cabeça, pensativo, sei que estava procurando as palavras certas.

— Você só notou isso, agora? – começou.

— Que ele anda meio distante? Sim, por quê? Você já tinha reparado? — rebati, alarmada.

— Ele aparece muito pouco por aqui, ultimamente — Ed falou como se fosse óbvio.

— Ele estuda medicina, requer bastante tempo e energia — retruquei, sem disfarçar a minha aflição.

— Essa desculpa de falta de tempo é boa para quem é casado 5, 10 anos. Não para um cara de 20 anos, com uma namorada bonita. Ele sempre arranjaria algum tempo para ficar com ela. Pelo menos, eu arranjaria.

— Você quer dizer que todos os plantões e provas são desculpas para ele não aparecer aqui e ficar comigo? — questionei, exaltada.

— Talvez... Eu não sei — Ele deu de ombros.

Pronto, por que eu fui mexer em vespeiro, agora, tem um monte de dúvidas e receios voando a minha volta. Estava desolada, podia perguntar a Felipe, mas não sabia como.

— Então, por que ele não termina logo comigo? — quis saber, desolada.

— Talvez, porque ele se sinta responsável por você, já que foi o seu primeiro homem — Ed deu de ombros.

— Essa história é um tanto ultrapassada, não preciso que ninguém se sinta responsável pelas minhas decisões — falei, erguendo o queixo e esticando a coluna.

— É isso aí, garota! — responde, com sinceridade, ele olhou para o telefone, sei que alguém o espera. — O que vai fazer, agora?

— Acho que vou dormir — Dei de ombros.

— Por que não vem comigo? Vou me encontrar com uns amigos, temos uma festa, será melhor do que ficar em casa, enchendo a cabeça com bobagens.

— Eu não sei ... sair com você e seus amigos?

— Você vai se divertir um pouco, não voltaremos muito tarde, prometo!

Pensei por alguns instantes, acho que não teria nada demais, seria melhor que ficar em casa, sozinha.

— Sim, eu vou com você — disse, com um sorriso na voz.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Colegas de apartamento" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.