Primeiro, eu matei o meu pai... escrita por Myu Kamimura, Madame Chanel


Capítulo 20
Épilogo




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Em Paris, Tatiana não tinha voltado ainda para casa, ela e seus pais cumpriam  o luto no rancho de sua avó. Não tinha nada que os obrigasse a ficar, porém a ruivinha sentia que, se deixassem a propriedade, quando chegassem em casa, seu pai teria certeza que a mãe não estava mais viva e tudo aquilo se tornaria verdade, com advogados, herança e mais brigas com Alexandra. Ela finalmente teve uma boa noite de sono. Não sonhou com Gigars, caixões ou corpos espalhados pelo Santuário. Acordou revigorada, mas ainda sem apetite. Tomou apenas um copo de suco de laranja e foi para seu canto preferido do jardim. 

Sentou com as pernas dobradas para cima em uma cadeira redonda, num ponto mais alto do jardim, relativamente próximo a casa. A cadeira, feita de palhinha branca, era imensa e cheia de almofadas. Ficava abaixo de um flamboyant imenso. Ali sua avó lhe ninava quando era bebê e lhe sentava quando era pequena para vê-la trabalhar no jardim. Tinha passado a vida inteira ali sentada, e naquele momento, um pouco de nostalgia a tocou. O diário estava em suas mãos, não havia se separado dele desde que abandonou o enterro. Estava criando coragem para lê-lo. Lembrava que a avó tinha dito que haviam outros e que ela os encontraria na hora certa. Tocou a rosa sobre o livro e, quando finalmente ia abri-lo, ouviu a voz estridente da tia, falando em russo com seu pai. 

Desde o escândalo do velório, Tatia estava sem nenhum pingo de paciência para com sua tia. A vontade de cravar uma Rosa Sangrenta no coração dela era grande, mas sabia que Afrodite se chatearia se ela fizesse isso. Ainda com as rosas em mente, decidiu observar do jardim que sua avó tanto zelava, já que ainda não sabia como ficaria a situação do rancho ou quem cuidaria dele. Começou a caminhar pelo roseiral, sentindo algo nele, como se as rosas a chamassem. Sentiu o camafeu esquentar contra seu colo, mas aquilo não era possível, até que seu olhar fixou em um ponto. Um botão desabrochara completamente de uma vez:

—O que isso significa? - a ruiva pensou se aproximando da estranha rosa.

Ela hesitou um pouco, mas estendeu a fina mão e tocou nas pétalas escarlate da flor. Seu corpo encheu-se de energia e, por uma fração de segundos, teve a sensação de ouvir a voz de Afrodite a chamando. Tirou a mão da flor, fechou os olhos com força e arfou, quando os abriu, a rosa voltou a ser um botão:

—Uma mensagem… - ela falou, apertando o diário com força contra o peito - Eu… Preciso voltar ao Santuário imediatamente!

 


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Notas finais do capítulo

Continua...



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