Primeiro, eu matei o meu pai... escrita por Myu Kamimura, Madame Chanel


Capítulo 1
Prólogo




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Abaixo da linha do Equador, encontra-se a ilha da Rainha da Morte. Muitos acreditavam que esta fosse um resquício do antigo continente de Lemúria, onde haviam algumas armaduras legítimas e outras em versões negras, as quais homens e mulheres que, por algum motivo, foram rejeitados pelo exército de Athena, ou apenas pessoas com cosmo desenvolvido que não aceitaram servir a deusa e optaram por vesti-las. Como a grande maioria destes guerreiros, de forças variadas, agia por motivos egoístas, a deusa da guerra os selou dentro da ilha, impondo uma maldição em uma máscara que deveria ser usada pelo guerreiro mais poderoso que ali vivia.

Com o passar dos anos, essa maldição foi enfraquecendo, possibilitando que alguns Cavaleiros de baixa classe escapassem da ilha, agindo como mercenários, piratas e até assassinos de aluguel. Algumas vezes, os cavaleiros de Athena os rastreavam e, rapidamente, os eliminavam. Comparados a outras das muitas ameaças, não passavam de pequenas distrações ou pedras nos sapato do Santuário, até que, no final da década de 60, Zephiros de Cervo, cavaleiro de prata do exército de Athena, recuperou um artefato antigo, a espada conhecida como Fragarach*. Este artefato despertou o pior em si, levando-o a cometer a maior infâmia contra o Santuário: junto com seus asseclas e aprendizes – que se auto intitulam “Filhos do Vento” – traiu o santuário, unindo-se aos guerreiros da Ilha da Rainha da Morte. Envergando a versão negra de sua antiga constelação, ele agora atuava como mercenário, recebendo a ajuda de um demônio local para deixar a Ilha com seu exército particular, prometendo novos e poderosos recrutas a Guilty, o portador da Máscara naquela era.



Era uma tarde comum em Paris. Turistas preenchiam as ruas, cafés e, obviamente, os corredores do Musée Rodin, um dos pontos queridinhos de quem visita a “cidade-luz”. Em meio aos muitos visitantes, uma garotinha ruiva e sardenta, que não devia ter mais que sete anos, encarava uma peça com fascínio. Em seguida, virou-se e acabou por esbarrar em alguém. Ajeitou a boina na cabeça e ergueu o rosto, encarando o homem de cabelos loiros e olhos vermelhos:

Pardon, monsieur — desculpou-se. O francês era delicado, mas havia mais um toque de algo ali .

—Não precisa se desculpar pequena – o homem respondeu, olhando firme para aqueles enormes olhos verdes – Você é uma criança muito especial.

—É lógico que sou especial – disparou, colocando uma das mãos na cintura – Eu sou Tatiana Dmitrievna Romanova, a futura Czarina dos Russos!

Antes que o homem pudesse responder a declaração da menina, um menino com os mesmos traços da jovem surgiu. O garoto a beliscou, recebendo um tapa de volta:

—Eu já disse pra você parar, Vlad! - o repreendeu com um beicinho - Não gosto dessa brincadeira chata!

—Parem os dois! - uma voz  firme feminina interferiu, levando os dois a abaixarem a cabeça imediatamente – Tatiana, o que eu já disse sobre falar com estranhos?

Pardon, madame – o homem interrompeu, com breve reverência – a jovem estava apenas se desculpando por esbarrar em mim. – sorriu amistosamente – Com a vossa licença.

E saiu, em direção a outra ala do museu. Estava analisando outra obra , quando uma mulher com longos cabelos alaranjados parou a seu lado. Ele a abraçou e passou a mão no ventre saliente do longo vestido negro:

 

—Aquela garota realmente tem um poder excepcional adormecido, Ananda.

—Eu te disse – a mulher respondeu, pousando uma das mãos sobre a do homem – ela ainda é jovem, porém basta o treinamento ideal para manifestar todo seu poder em, pelo menos, 5 anos.

—Ótimo – ele sorriu, subindo as mãos até o rosto dela, trazendo os olhos negros de encontro aos seus – Esta noite será a última fase de nosso plano. Você, Kiev e o esquadrão A irão atrás da nossa pombinha ruiva, enquanto eu e o esquadrão B…

—Você vai tentar mesmo convencer aquela mulher a se unir a nós?

—Eu juro que é minha última tentativa, Ananda… Caso ela não aceite, terminarei isso de uma vez por todas.

—Eu só espero que ela não acabe com você, Zephiros.

—Isso não vai acontecer… Você verá – ele a beijou ternamente – Kiev está encarregado de lhe proteger. Daqui a dois dias nos encontramos no local combinado.

Ela assentiu com a cabeça e se separaram. Seria uma espera longa para ambos.


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Notas finais do capítulo

*Na mitologia irlandesa, Fragarach - também conhecida como a "Respondente" ou a "Retaliadora" - foi a espada de Manannan Mac Llyr e Lugh Lamfada. Uma variação da lenda diz que essa espada era capaz de revelar a verdade.



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