Missão escrita por Shinoda Yuuka


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Em tantos anos de serviços prestados a Soul Society, Ikkaku e Yumichika nunca receberam uma missão tão curiosa quanto aquela. Bom, considerando que estavam fazendo um favor difícil a um amigo em um dia de folga, não era absurdo nenhum dizer que estavam em missão. Os dois planejaram ir ao mundo real aproveitar a folga e passar um tempo sozinhos e em paz, como em muito tempo não acontecia. Nunca imaginariam que Renji apareceria com uma cara de idiota cinco minutos antes de entrarem no senkaimon, pedindo um favor extremamente grandioso: comprar alianças.

— Não acredito que o Renji fez isso com a gente. — Ikkaku franziu as sobrancelhas.

Os parceiros estavam em uma cidade do Japão muito recomendada por Rangiku. Caminhavam lado a lado dentro dos gigais; os dois tinham expressões frustradas na face, cada um com seu motivo.

— Que coisa, Ikkaku. — Yumichika suspirou. — Você só fez reclamar desde que chegamos.

— E tem como fazer outra coisa? — O careca parou de caminhar subitamente. — Por que diabos o Renji decidiu que ia pedir Kuchiki Byakuya  em casamento logo hoje, na nossa folga?

Yumichika estava cansado de ouvir as reclamações do outro shinigami. Ikkaku não compreendia o que Renji estava passando, e parecia estar inconformado com algo. Aquela folga não era grande coisa; tinham uma a cada duas semanas. E dentro da Seireitei, quase não se tinha o que fazer. E Ikkaku não percebeu o quão importante era o favor que estavam fazendo. Ayasegawa usou o restante da paciência que lhe sobrou para explicar ao parceiro o que os Kuchiki vinham sofrendo, e o quanto estavam ocupados resolvendo as questões de divórcio entre Rukia e Renji.

— Você tem ideia do que eles estão sofrendo? — perguntou em tom tristonho. — Não há nada de bonito em amar ás escondidas. Renji está contando conosco para conseguir as alianças, então pare de ser tão...

— “Tão” o que? — Ikkaku mostrou-se ainda mais irritado.

— Feio. — Yumichika fechou o cenho. — Não há beleza na sua falta de empatia, Ikkaku. E se fossemos nós nessa situação? Eu duvido que faria algo como o que Renji está fazendo.

— Não me desafie...

— Eu duvido você casar comigo!

Yumichika desapareceu das vistas de Ikkaku, e este não se incomodou em ir atrás do namorado. Não costumavam discutir; não era assim que o relacionamento deles funcionava. Sempre concordavam em tudo, e sempre viam o lado bom um do outro. Enxergavam os defeitos e os aceitavam. Se amavam genuinamente e nunca esconderam isso de ninguém. Mas ultimamente, Yumichika estava esquisito.

Renji se tornou um amigo ainda mais próximo durante os anos de reconstrução da Soul Society. O casal costumava ouvir os problemas do tenente da sexta divisão, dando conselhos firmes a todo o momento. Nos últimos meses, quando Renji contou a eles sua decisão de casar com Byakuya independente dos empecilhos (que não eram poucos), Yumichika passou a admirá-lo. Dizia que era um rapaz corajoso e que se doava inteiramente por quem amava. Ikkaku ficou mordido de ciúmes. Quer dizer que não era assim? Será que estava faltando algo?

Madarame começou a caminhar nas ruas da cidade, repensando seu relacionamento com Yumichika. Namoravam desde antes de virarem shinigami, e nunca ficaram muito tempo separados. Sentiam uma conexão muito forte um com o outro, e por isso eram tão cúmplices. Gostavam das grandes batalhas, da excitação de um boa luta e também do perigo. Porém, sempre morreram de medo de que perdessem sua segunda vida sem terem se amado o bastante. Agora que as batalhas estavam escassas, eles estavam mais próximos do que nunca.

Ikkaku passou em frente a uma loja cheia daquelas frescuras de mulher, que Yumichika adorava. Entrou no estabelecimento e viu anéis variados. Sorriu ao olhar as joias, resolvendo cumprir sua missão e, ao mesmo tempo, cumprir o desafio que lhe fora proposto. Empolgado, pegou o dinheiro que Renji lhe deu e comprou dois pares de alianças douradas. Depois, foi até o lado de fora da loja e expôs seu reiatsu com o máximo de intensidade possível. Segundos depois, Yumichika apareceu em sua frente.

— O que houve? — perguntou preocupado.

— Eu cumpri a missão. — Ikkaku mostrou a caixinha vermelha e sorriu. — Agora só falta o desafio.

— Que desa...

O rapaz careca ficou sério de repente. Olhou para os olhos negros que tanto amava e abriu a caixinha, dizendo:

— Case comigo, Yumichika. — Aproximou-se do namorado e mordeu os lábios. — Eu não sou romântico, não entendo dessas coisas. Mas sei que amo você, e eu queria passar esse dia de folga com você. Agora eu sinto que quero passar a vida com você.

— Idiota! Eu estava brincando... — Yumichika sorriu, e sentiu os olhos marejarem. — O que não significa que eu vá negar...

Os dois riram e se beijaram, na frente de todos que passavam na frente da loja. Yumichika colocou uma mão na nuca de seu noivo, puxando-o para mais perto. Os corações batiam forte à medida que as línguas se entrelaçavam, enaltecendo o sentimento de amor genuíno.

Nunca sentiam que precisavam se beijar na frente de todo mundo ou trocar alianças para mostrar que se amavam. Não era assim que eles funcionavam. Mas graças àquela missão, descobriram que isso não era de todo ruim.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler e até a próxima!