Mareth corria entre chamas, demônios e destruição. A Terra Proibida, para onde Dagda Mor e milhares de outros demônios foram banidos era tortuosa.

Ela havia sentido a presença de Wil, naquele dia com as pedras élficas, e algumas horas mais tarde, Eretria havia tido uma visão, então ela soube. Era lá. Para o pior lugar do mundo. 

Como Wil Ohmsford havia parado lá depois do seu sacrifício e ainda estava vivo? Só Deus sabia. 

O Destino era cruel.

Eretria insistira para vir junto, mas Cogline a convencera de que isso poderia agravar as trevas que cresciam dentro dela. Ela precisava aprender a controlar seu poder, e é claro, tinha Lyria para se preocupar, apesar de tudo.

Cogline também tentara impedir Mareth, mas ela se sentia responsável pela morte do seu amigo (e algo mais). E estava imparável com seu poderes druídas.

Ela usou todas as suas forças para abrir um portal vindo do nada e simplesmente entrara. Deixou um bilhete no acampamento de Eretria e Cogline, avisando que ia fazer o que tinha que ser feito. E bastava.

Agora, sem forças, ela ia aos tropeços, tentando se salvar dos bichanos aéreos, com apenas batidas do seu cajado.

Ela não sabia para onde ir. Estava perdida.

Então, retirou as pedras élficas e deixou que elas a guiassem.

Não andara muito, até avistar uma cabeleira loira, lutando contra dois demônios, com sua espada e toda a sua glória. 

Se um dia Wil tivesse sido realmente morto, não parecia.

— Wil!

O garoto se virou como num sonho, não acreditando ver um rosto familiar por aquelas bandas.

— Mareth? Que diabos você está fazendo aqui?

Ele ceifou a vida do monstro com um golpe certeiro em seu peito e correu para abraçá-la.

— Vim te salvar. As pedras élficas me trouxeram até você. Senti você.

Ele segurou seu rosto nas mãos, sem acreditar na garota e a beijou.

— Estou tão feliz por ver você.

— Você está bem? O que aconteceu com sua ferida? Se curou sozinho?

Wil deu de ombros

— Acho que viajar entre dimensões pode curar também.

— Mas como...?

— Não faço ideia. Só lembro de água, sangue, e de repente, eu estava aqui. Com calor e muita areia na minha bota.

Mareth riu.

— Como tem passado seus dias? Arranjou abrigo? Aqui está infestado de demônios!

Wil golpeou repentinamente um deles que se esgueirava por trás da garota.

— Dias? -Ele franziu o rosto? -Tem apenas algumas horas que estou vagueando por aqui.

— Ai meu Deus! O tempo corre diferente aqui. É outra realidade, outra dimensão... Estamos ferrados.

— É só sairmos por onde você entrou, certo?

— Não é tão simples, Wil. Eu abri um portal à esmo e por impulso. Não conseguirei fazer outro tão cedo. Tenho que recarregar minha magia.

— Então, estamos presos.

— Por ora.